VENEZUELA
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Re: VENEZUELA
Se durante o debate não existir respeito e cordialidade, sobrará apenas a sanção a ser aplicada.
Assim sendo, a Moderação está chamando a ATENÇÃO dos usuários Bolovo, wagnerm25 e NettoBR, face a conduta dos mesmos neste tópico.
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Re: VENEZUELA
Ideologia é chamar todos os médicos brasileiros de mafiosos e mercenários só porque não aceitaram essa proposta "irrecusável" do governo. É o famoso "aceite nossos termos senão acabamos com vocês", isso sim que é uma máfia FDP...Bolovo escreveu:Claro que sim. Gente que fala que médico cubano é pra "cuidar de caganeira" não merece estar aqui. Não merece estar em lugar nenhum. É uma opinião complemente preconceituosa e ideologizada, totalmente fora da realidade. E depois falam que ideologia é coisa da esquerda. Tô vendo.
A formação técnica dos médicos cubanos é sim mais baixa que a brasileira. A única coisa a favor deles é que a proporção médico/paciente em Cuba é muito superior ao Brasil, de resto são equivalentes a "enfermeiros melhorados" com um pequeno grau a mais.
Quem diz o contrário disso caiu na ideologia do governo e quer na verdade continuar mitificando essa lenda de que o sistema de saúde cubano é o melhor do mundo quando na verdade não é.
"Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo."
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Re: VENEZUELA
NettoBR escreveu:Ideologia é chamar todos os médicos brasileiros de mafiosos e mercenários só porque não aceitaram essa proposta "irrecusável" do governo. É o famoso "aceite nossos termos senão acabamos com vocês", isso sim que é uma máfia FDP...Bolovo escreveu:Claro que sim. Gente que fala que médico cubano é pra "cuidar de caganeira" não merece estar aqui. Não merece estar em lugar nenhum. É uma opinião complemente preconceituosa e ideologizada, totalmente fora da realidade. E depois falam que ideologia é coisa da esquerda. Tô vendo.
A formação técnica dos médicos cubanos é sim mais baixa que a brasileira. A única coisa a favor deles é que a proporção médico/paciente em Cuba é muito superior ao Brasil, de resto são equivalentes a "enfermeiros melhorados" com um pequeno grau a mais.
Quem diz o contrário disso caiu na ideologia do governo e quer na verdade continuar mitificando essa lenda de que o sistema de saúde cubano é o melhor do mundo quando na verdade não é.
Simples assim?
Até agora não vi em nenhum lugar alguém que tenha procurado saber sobre como é um curso de medicina em Cuba em detalhes, a estrutura curricular, se difere muito da nossa, a vivência prática etc.
De resto, o que sabemos é que, na função que vieram desempenhar no Brasil, de atenção básica, pediatria, obstetrícia e saúde da família, não se está havendo problemas de erros, e a população se sente bem atendida por estes médicos.
Não estão vindo pra cá para "operar cérebros", aliás, pelo contrário, o maior problema de saúde nos rincões do país e nas periferias não está nos complicados tumores cerebrais, mas crianças com doenças fáceis de tratar quando num estágio mais inicial, problemas no parto cirúrgico (um vício do nosso sistema de saúde) que poderiam ser evitados num parto normal bem assistido, cânceres (alguns derivados de hábitos ruins de higiene e medicação desregulada) e diabetes ou complicações circulatórias/cardíacas que são neglicenciados até que se tornem problemas irreversíveis.
Se você ir atrás dos links postados pelo Bolovo, vai ter informação sobre um trabalho de médicos cubanos para tratamento de pacientes brasileiros dependentes de medicação de tarja preta, quando o paciente precisa tomar um "rivotril para dormir em um prozac para acordar", outro vício típico de uma cultura médica dominada pela indústria farmacêutica, que premia e estimula médicos à hiper-medicação desde à faculdade. A cultura do nosso sistema de saúde leva à complicação muitas vezes e só agora isto parece estar sendo questionado.
Num país como o Haiti, onde seus problemas estruturais mais urgentes tangem questões como de habitação e saneamento, certamente não se criará polêmica desnecessária em que viagem para lá engenheiros que não tenham sido habilitados para obras em túneis, eclusas ou edifícios de dezenas de pavimentos. Isto não será nenhum problema até que coloquem estes profissionais para exercerem uma função fora do escopo de sua especialidade.
Aliás, por falar em polêmicas.... essas coisas de se "cair na ideologia de tal grupo" quando se fala sobre o Mais Médicos precisa ser vista numa perspectiva mais ampla, não? Quem critica também está longe de inocente ou 'desideologizado'. Está aqui uma incoerência que, para mim, é evidência sim, de comprometimento ideológico impregnado à crítica ao programa. Isto não é novidade nem caso isolado. Até agora, o que mais tenho visto, tirando algumas poucas exceções, são críticas às vezes razoáveis, mas em contextos em que servem mais como reboque para visões altamente partidárias/ideológicas do que contribuições construtivas:
http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/112859/
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Re: VENEZUELA
Esta diferença cambial provoca uma sangria continua na Venezuela. Principalmente os colombianos conseguem comprar produtos venezuelanos a preço muito reduzido, incentivando o contrabando. Como a Venezuela não produz quase nada, o governo acaba gastando suas parcas divisas em importação de produtos básicos para a população, num dólar oficial de 7X1. Parte destes produtos acabam contrabandeados e revendidos na fronteira. Para entender, uma lata de leite em pó importada por 3,00 dólares será vendida, na Venezuela, por 15,00 bolívares. Levada até a fronteira a lata será revendida por digamos metade do preço real, 1,50 dólares. Como o dólar no paralelo vale 90,00 bolívares, o atravessador vai receber 135,00 bolívares. Um lucro fantástico, não tem como controlar o contrabando e a corrupção dos agentes da fronteira.gusmano escreveu:quando eu voltei de lá em 11/14 o dolar paralelo estava 90X1...hoje já bate 180.
abs
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Re: VENEZUELA
Pois é... são daquelas coisas que são tão absurdas que fica dificil acreditar que ninguem convença o maduro do que estão fazendo..rs
abs
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Re: VENEZUELA
Na dúvida entre postar nas "Piadas" ou "Comédia da Vida Real", posto aqui mesmo:
Mas tá brabo mesmo, hein? Nem f**** pode mais lá...
En Venezuela, hasta el sexo sufre los problemas de escasez
Por las trabas a la importación, una caja de condones cuesta un salario mínimo
Por Daniel Lozano | Para LA NACION
RACAS.- En Venezuela, el país de las colas y del control cambiario, hasta el sexo sufre en sus propias carnes el declive de la revolución. La escasez de condones y de píldoras anticonceptivas obliga a sus usuarios a mil malabarismos para seguir practicando una vida sexual sana. Todo un reto.
Las colas interminables y el desabastecimiento de los condones en las farmacias locales empujan a sus consumidores más ávidos a acudir a las redes sociales.
La agencia Bloomberg detalló cómo una caja de 36 preservativos llegaba a cotizarse a 4760 bolívares, casi un salario mínimo en Venezuela. Su valor depende de la cotización que se use para el cambio: desde 750 dólares en el oficial hasta 25 dólares si se aplica el blue.
Hay pocas existencias y muy poca variedad, de ahí que en una web como mercadolibre.com se disparen los precios de los más conocidos. ¿Por qué? El gobierno de Nicolás Maduro restringió aún más los desembolsos de dólares ante el impacto de la caída de los precios del petróleo. Se trata de la profundización de una crisis que ya era muy grave incluso antes de que Arabia Saudita decidiera apostar por un oro negro más barato.
"Sin condón no podemos hacer nada . Esta escasez amenaza todos los programas de prevención que hemos estado trabajando", denunció en Caracas Jhonatán Rodríguez, presidente de StopVIH.
La organización urge al gobierno para que agilice los trámites de las empresas importadoras en un país que presentó "el tercer mayor índice de infecciones de sida por habitante de América del Sur, según las estadísticas de la ONU, y que también tiene una de las tasas de embarazo de adolescentes más altas del continente".
Rodríguez también sumó a su petición los métodos anticonceptivos, que se encuentran de manera "muy limitada". Que se lo cuenten a Ana González, caraqueña de 23 años, licenciada en Comunicación, quien describe para LA NACION su propio vía crucis a la caza de la píldora.
"El martes fui a comprar las pastillas que el ginecólogo me recomendó tomar y, tras visitar tres farmacias, no las había encontrado. Cuando llegué a la cuarta el médico de turno me dijo que tenía otras que eran iguales. Me arriesgué a adquirir una caja tras hacer una cola de una hora, y encima para pagar algo que ni siquiera estaba segura de que serviría", relata entre la sorna y la indignación.
La joven confirmó en su casa que el medicamento tenía los mismos componentes recetados y decidió comprar más, porque sólo le alcanzaba para el primer mes. "Al día siguiente pasé por varias farmacias y no tenían ninguna marca de pastillas. Ayer me acerqué a la misma farmacia del primer día. Pero tal y como me lo esperaba, ya se habían acabado."
La situación de la escasez de medicamentos se complicó aún más esta semana tras intervenir el gobierno revolucionario la cadena Farmatodo, una de las más grandes del país. Dos de sus dueños fueron detenidos y apresados, acusados de conspiración y de provocar las colas. Pero pese a la lucha del oficialismo, las filas interminables continúan por todos lados.
Se trata, en efecto, de la imagen cotidiana de una Venezuela que se empeña en parecerse cada vez más a Cuba, donde el año pasado también hubo desabastecimiento de preservativos. En Venezuela, al igual que en Cuba, no se fían de las importaciones de China. Recuerdan que en pleno Período Especial cubano, en los años 90, un cargamento solidario llegado desde el país asiático, con un millón de unidades, acabó convertido en globos para los colegios. Su longitud era insuficiente para las dimensiones locales .
http://www.lanacion.com.ar/1766452-en-v ... de-escasez
Mas tá brabo mesmo, hein? Nem f**** pode mais lá...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: VENEZUELA
Claro que se pode...no entanto penso que as gravidezes não desejadas e a propagação do virus do HIV vão subir vertiginosamente.
- Túlio
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Re: VENEZUELA
cabeça de martelo escreveu:Claro que se pode...no entanto penso que as gravidezes não desejadas e a propagação do virus do HIV vão subir vertiginosamente.
Necas, HAMMERHEAD, é como disse o cara: "Sin condón no podemos hacer nada"...
(((Afinal, a alternativa é pagar alimentos depois... )))
Ou talvez seja apenas MAIS UMA das inúmeras maravilhas da REVOLUCIÓN: reinventar a chamada "família tradicional" (leia-se SE QUER COMER, TEM QUE CASAR!
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P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: VENEZUELA
Venezuela prende juiz que condenou traficante tido como aliado do governo
O serviço de inteligência da Venezuela prendeu nesta quarta-feira o juiz Ali Fabricio Paredes, que, horas antes, havia condenado a 14 anos de prisão um narcotraficante tido como próximo do governo.
O narcotraficante Walid Makled foi condenado pelos crimes de tráfico de cocaína e lavagem de dinheiro.
O Ministério Público disse que irá recorrer da sentença, que considerou leniente. Em seguida, dois juizes ordenaram a prisão de Paredes sob acusação de corrupção e formação de quadrilha.
Críticos suspeitam que o esforço do Ministério Público para manter Makled preso por mais tempo seja uma manobra para evitar que o narcotraficante retome denúncias contra autoridades venezuelanas.
Um empresário do interior conhecido pelos laços com o então presidente Hugo Chávez (1999-2013), Makled foi preso na vizinha Colômbia em 2011 a pedido dos EUA.
No período em que esteve sob custódia das autoridades colombianas, ele disse à imprensa que seus negócios ilícitos tinham cumplicidade de políticos e militares venezuelanos, a quem pagava milhões de dólares em propina.
Makled afirmou que havia disparado o número de carregamentos de cocaína colombiana que passavam pela Venezuela em direção a EUA e Europa.
Apesar da pressão americana para que fosse extraditado aos EUA, Makled acabou entregue à Justiça da Venezuela, que o mantem desde então sob custódia.
Em julho do ano passado, o general venezuelano Hugo Carvajal, ex-chefe de Inteligência militar, foi detido em Aruba a pedido dos EUA sob acusação de narcotráfico, mas acabou liberado para a voltar à Venezuela após gestões de Caracas.
http://www.planobrazil.com/venezuela-pr ... o-governo/
O serviço de inteligência da Venezuela prendeu nesta quarta-feira o juiz Ali Fabricio Paredes, que, horas antes, havia condenado a 14 anos de prisão um narcotraficante tido como próximo do governo.
O narcotraficante Walid Makled foi condenado pelos crimes de tráfico de cocaína e lavagem de dinheiro.
O Ministério Público disse que irá recorrer da sentença, que considerou leniente. Em seguida, dois juizes ordenaram a prisão de Paredes sob acusação de corrupção e formação de quadrilha.
Críticos suspeitam que o esforço do Ministério Público para manter Makled preso por mais tempo seja uma manobra para evitar que o narcotraficante retome denúncias contra autoridades venezuelanas.
Um empresário do interior conhecido pelos laços com o então presidente Hugo Chávez (1999-2013), Makled foi preso na vizinha Colômbia em 2011 a pedido dos EUA.
No período em que esteve sob custódia das autoridades colombianas, ele disse à imprensa que seus negócios ilícitos tinham cumplicidade de políticos e militares venezuelanos, a quem pagava milhões de dólares em propina.
Makled afirmou que havia disparado o número de carregamentos de cocaína colombiana que passavam pela Venezuela em direção a EUA e Europa.
Apesar da pressão americana para que fosse extraditado aos EUA, Makled acabou entregue à Justiça da Venezuela, que o mantem desde então sob custódia.
Em julho do ano passado, o general venezuelano Hugo Carvajal, ex-chefe de Inteligência militar, foi detido em Aruba a pedido dos EUA sob acusação de narcotráfico, mas acabou liberado para a voltar à Venezuela após gestões de Caracas.
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Re: VENEZUELA
Casar, camarada Túlio? Que coisa mais pequeno-burguesa...Túlio escreveu:cabeça de martelo escreveu:Claro que se pode...no entanto penso que as gravidezes não desejadas e a propagação do virus do HIV vão subir vertiginosamente.
Necas, HAMMERHEAD, é como disse o cara: "Sin condón no podemos hacer nada"...
(((Afinal, a alternativa é pagar alimentos depois... )))
Ou talvez seja apenas MAIS UMA das inúmeras maravilhas da REVOLUCIÓN: reinventar a chamada "família tradicional" (leia-se SE QUER COMER, TEM QUE CASAR!
Agora, falando sério...a Venezuela, ao longo dos anos, ganhou zilhões de dólares provenientes da exportação do petróleo. Poderiam ter formado um parque industrial sem rivais na América Latina, criando inclusive indústrias próprias.
Ficaram deitados nesse ilusório berço esplêndido. Que nos sirva de lição, enquanto ainda temos alguma indústria...
Wingate
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Re: VENEZUELA
“Venezuela não pode sair da crise sem uma mudança de modelo”
Luis Vicente León presidente do Datanálisis
Silvia Ayuso
Os resultados fornecidos por seu instituto de pesquisas, o Datanálisis, não permitem ao venezuelano Luis Vicente León (Caracas, 1959) ser otimista nem poupar críticas ao modelo do Governo. Mesmo assim, o presidente Nicolás Maduro acaba de convidá-lo para conversar, argumentando que é a única personalidade respeitável da oposição. Antes dessa reunião, ele falou com o EL PAÍS nesta semana em Washington.
Pergunta. Estão exagerando o que acontece a Venezuela?
Resposta. A crise é muito severa, nenhum país petroleiro sai ileso da queda de metade de seus rendimentos. O Governo pode dizer o que quiser para esconder o fracasso do seu modelo econômico, mas estes são os dados: é o país com a inflação mais alta do mundo, há escassez severa, as pessoas fazem fila para comprar produtos e faltam bens essenciais, há queda de investimento. Isso não é exagero algum. Agora, quando passam daí a dizer que o país não tem solução, que as pessoas vão passar fome na rua, que o Governo está caído, que em qualquer momento haverá uma explosão social… isso são hipóteses, acredito que se exagera.
P. A Venezuela pode superar esta crise sem uma mudança de modelo econômico?
R. Não. Não é possível. A fonte da crise é o modelo, a queda do preço do petróleo é só o condimento, mas o prato principal é o modelo, que gera ineficiência e corrupção. Além disso, ao atacar ao setor privado, culpando-o por esta crise para se esquivar da responsabilidade política, o que se faz é espantar ainda mais os únicos atores que podem ajudar a resolver o problema. Mas quando digo mudança de modelo não me refiro necessariamente a substituir o socialismo. Este é um problema de racionalidade ou irracionalidade econômica, não de capitalismo-socialismo. Há governos socialistas modernos cujas economias funcionam, onde as pessoas não têm que fazer fila para comer, onde o trabalho mais importante do país não é ser vendedor ambulante dos produtos que o Estado dá de presente com controle de preços, e que você faz quatro horas de fila para comprar. Isso não acontece na Nicarágua. Nem no Equador de Rafael Correa, ou na Bolívia com Evo Morales. Então, qual é a diferença? Que a Venezuela aplica um modelo de controle extremo, quando a maioria dos neomarxistas mostra que é impossível dirigir um país afugentando o investimento privado, controlando e intervindo na economia do Estado.
P. A Venezuela viveu protestos sociais há um ano e nada mudou. Alguns líderes da oposição acabaram na prisão. Pode-se confiar ainda em uma mudança pela via democrática tradicional?
R. A democracia venezuelana é restrita, enviesada, pobre, não integral. Mas se for proposta como solução a saída radical de um presidente – primeiro, a capacidade de sucesso, como ficou demonstrado no ano passado, é nula, porque na verdade, partindo para o plano radical, Maduro é imensamente mais forte que a oposição: ele detém a grana, o poder, o controle institucional e os militares, que governam com ele e portanto não têm nenhum interesse em trocar Maduro por um opositor que, além do mais, irá persegui-los. Além disso, se afinal se dessem esses fatos radicais que desestabilizassem o Governo e o tornassem ingovernável, quem se beneficiaria? Não pode se beneficiar uma oposição que não tem nem estrutura, nem organização nem liderança para amarrar essas massas. Passaríamos de um Maduro eleito pelo povo para um bicho que seria escolhido pelos militares para sustentar o poder.
P. A oposição é parte do problema, por sua desunião?
R. Na medida em que não há uma oposição sólida nem estruturada, é parte do problema. Precisa haver uma posição unificada, com propostas, com uma liderança capaz de enfrentar e pressionar por mudanças no Governo, para depois partir para um processo eleitoral que possa substituir o Governo. Isso não existe, e isso é parte do problema.
Agora, também é verdade que é injusto dizer que a oposição age assim porque não dá o tom, porque luta em um terreno muito complexo, cheio de barreiras, com ataques de um Governo disposto a qualquer coisa para destruí-la, e onde os meios de comunicação estão restritos.
“O problema não é de capitalismo ou socialismo, senão de racionalidade política”
P. Como a Venezuela sai disto?
R. O caminho ganhador é o eleitoral, inclusive com todos os buracos do sistema. Porque quando é uma maioria contundente, é muito difícil parar. Você pode surrupiar uns 3 % dos votos, mas não 20 % na frente da oposição.
P. As eleições legislativas deste ano serão uma prova de fogo?
R. São eleições muito importantes, porque o Governo de Maduro, agora com maioria simples do Congresso, faz o que tem vontade, como nomear o Tribunal Supremo de Justiça ou o Conselho Nacional Eleitoral, que nunca foram escolhidos sem maioria qualificada. E o que acontece se a oposição for capaz de se unificar e enfrentar um presidente que tem um problema de popularidade grave que vai se traduzir em perda de votos? Há todas as possibilidades do mundo de que a oposição ganhe a maioria simples, e então será sem dúvida um fator muito importante no jogo político e na estabilidade política da Venezuela. Nesta eleição está em jogo o equilíbrio de poder, mas também a possibilidade de desequilíbrios severos.
http://www.planobrazil.com/venezuela-na ... de-modelo/
Luis Vicente León presidente do Datanálisis
Silvia Ayuso
Os resultados fornecidos por seu instituto de pesquisas, o Datanálisis, não permitem ao venezuelano Luis Vicente León (Caracas, 1959) ser otimista nem poupar críticas ao modelo do Governo. Mesmo assim, o presidente Nicolás Maduro acaba de convidá-lo para conversar, argumentando que é a única personalidade respeitável da oposição. Antes dessa reunião, ele falou com o EL PAÍS nesta semana em Washington.
Pergunta. Estão exagerando o que acontece a Venezuela?
Resposta. A crise é muito severa, nenhum país petroleiro sai ileso da queda de metade de seus rendimentos. O Governo pode dizer o que quiser para esconder o fracasso do seu modelo econômico, mas estes são os dados: é o país com a inflação mais alta do mundo, há escassez severa, as pessoas fazem fila para comprar produtos e faltam bens essenciais, há queda de investimento. Isso não é exagero algum. Agora, quando passam daí a dizer que o país não tem solução, que as pessoas vão passar fome na rua, que o Governo está caído, que em qualquer momento haverá uma explosão social… isso são hipóteses, acredito que se exagera.
P. A Venezuela pode superar esta crise sem uma mudança de modelo econômico?
R. Não. Não é possível. A fonte da crise é o modelo, a queda do preço do petróleo é só o condimento, mas o prato principal é o modelo, que gera ineficiência e corrupção. Além disso, ao atacar ao setor privado, culpando-o por esta crise para se esquivar da responsabilidade política, o que se faz é espantar ainda mais os únicos atores que podem ajudar a resolver o problema. Mas quando digo mudança de modelo não me refiro necessariamente a substituir o socialismo. Este é um problema de racionalidade ou irracionalidade econômica, não de capitalismo-socialismo. Há governos socialistas modernos cujas economias funcionam, onde as pessoas não têm que fazer fila para comer, onde o trabalho mais importante do país não é ser vendedor ambulante dos produtos que o Estado dá de presente com controle de preços, e que você faz quatro horas de fila para comprar. Isso não acontece na Nicarágua. Nem no Equador de Rafael Correa, ou na Bolívia com Evo Morales. Então, qual é a diferença? Que a Venezuela aplica um modelo de controle extremo, quando a maioria dos neomarxistas mostra que é impossível dirigir um país afugentando o investimento privado, controlando e intervindo na economia do Estado.
P. A Venezuela viveu protestos sociais há um ano e nada mudou. Alguns líderes da oposição acabaram na prisão. Pode-se confiar ainda em uma mudança pela via democrática tradicional?
R. A democracia venezuelana é restrita, enviesada, pobre, não integral. Mas se for proposta como solução a saída radical de um presidente – primeiro, a capacidade de sucesso, como ficou demonstrado no ano passado, é nula, porque na verdade, partindo para o plano radical, Maduro é imensamente mais forte que a oposição: ele detém a grana, o poder, o controle institucional e os militares, que governam com ele e portanto não têm nenhum interesse em trocar Maduro por um opositor que, além do mais, irá persegui-los. Além disso, se afinal se dessem esses fatos radicais que desestabilizassem o Governo e o tornassem ingovernável, quem se beneficiaria? Não pode se beneficiar uma oposição que não tem nem estrutura, nem organização nem liderança para amarrar essas massas. Passaríamos de um Maduro eleito pelo povo para um bicho que seria escolhido pelos militares para sustentar o poder.
P. A oposição é parte do problema, por sua desunião?
R. Na medida em que não há uma oposição sólida nem estruturada, é parte do problema. Precisa haver uma posição unificada, com propostas, com uma liderança capaz de enfrentar e pressionar por mudanças no Governo, para depois partir para um processo eleitoral que possa substituir o Governo. Isso não existe, e isso é parte do problema.
Agora, também é verdade que é injusto dizer que a oposição age assim porque não dá o tom, porque luta em um terreno muito complexo, cheio de barreiras, com ataques de um Governo disposto a qualquer coisa para destruí-la, e onde os meios de comunicação estão restritos.
“O problema não é de capitalismo ou socialismo, senão de racionalidade política”
P. Como a Venezuela sai disto?
R. O caminho ganhador é o eleitoral, inclusive com todos os buracos do sistema. Porque quando é uma maioria contundente, é muito difícil parar. Você pode surrupiar uns 3 % dos votos, mas não 20 % na frente da oposição.
P. As eleições legislativas deste ano serão uma prova de fogo?
R. São eleições muito importantes, porque o Governo de Maduro, agora com maioria simples do Congresso, faz o que tem vontade, como nomear o Tribunal Supremo de Justiça ou o Conselho Nacional Eleitoral, que nunca foram escolhidos sem maioria qualificada. E o que acontece se a oposição for capaz de se unificar e enfrentar um presidente que tem um problema de popularidade grave que vai se traduzir em perda de votos? Há todas as possibilidades do mundo de que a oposição ganhe a maioria simples, e então será sem dúvida um fator muito importante no jogo político e na estabilidade política da Venezuela. Nesta eleição está em jogo o equilíbrio de poder, mas também a possibilidade de desequilíbrios severos.
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Re: VENEZUELA
O verme escroto e repugnante do Maduro prendeu o prefeito de Caracas por "golpismo".
Alguém lembra de ouvir termo parecido por aqui no Brasil ? Ah sim, vindo do PT e dos militontos !
Esse é o ídolo dessa gentinha.
Alguém lembra de ouvir termo parecido por aqui no Brasil ? Ah sim, vindo do PT e dos militontos !
Esse é o ídolo dessa gentinha.
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Re: VENEZUELA
Lembro-me de ver uma reportagem sobre a Venezuela ainda no tempo do Chavez em que mostrava toda uma série de pequenas fábricas apoiadas pelo governo. Eram tudo trabalhadoras, e uma delas tinha também a função de gerente e uma delas disse categóricamente que não tinha nem formação, nem perfil para a tarefa, mas como era a mais escolarizada...foi colocada à frente de uma pequena fábrica com algumas dezenas de funcionárias. É claro que este tipo de coisa só funciona quando há um governo a financiar e ao mesmo tempo a comprar o resultado final, mas se o estado falha...Wingate escreveu:Casar, camarada Túlio? Que coisa mais pequeno-burguesa...Túlio escreveu:
Necas, HAMMERHEAD, é como disse o cara: "Sin condón no podemos hacer nada"...
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Ou talvez seja apenas MAIS UMA das inúmeras maravilhas da REVOLUCIÓN: reinventar a chamada "família tradicional" (leia-se SE QUER COMER, TEM QUE CASAR!
Agora, falando sério...a Venezuela, ao longo dos anos, ganhou zilhões de dólares provenientes da exportação do petróleo. Poderiam ter formado um parque industrial sem rivais na América Latina, criando inclusive indústrias próprias.
Ficaram deitados nesse ilusório berço esplêndido. Que nos sirva de lição, enquanto ainda temos alguma indústria...
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Re: VENEZUELA
O meu espanhol não anda muito bem, mas eu pessoalmente não notei no vídeo em questão nenhuma alusão a uma invasão do Brasil no discurso.
De qualquer forma, deixo aqui mais essa pérola do bolivarianismo latino-americano aloprado.
MADURO AMEAÇA INVADIR BRASIL SE DILMA CAIR [VÍDEO]
FEV 9
Publicado por Francisco Santos
https://guerraearmas.wordpress.com/2015 ... air-video/
abs.
De qualquer forma, deixo aqui mais essa pérola do bolivarianismo latino-americano aloprado.
MADURO AMEAÇA INVADIR BRASIL SE DILMA CAIR [VÍDEO]
FEV 9
Publicado por Francisco Santos
https://guerraearmas.wordpress.com/2015 ... air-video/
abs.
Carpe Diem