O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

Moderadores: J.Ricardo, Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
cehsarus
Júnior
Júnior
Mensagens: 120
Registrado em: Seg Abr 15, 2013 3:14 am
Agradeceram: 20 vezes

Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#46 Mensagem por cehsarus » Seg Out 20, 2014 11:10 pm

Se era constitucional ou não acho que nem o STF consegue chegar a uma unanimidade...

Mas é fato que as vagas destinadas a militares não eram preenchidas pq não tinham militares suficientes, com média 5,00 em cada uma das provas, e essas vagas restantes eram completadas por candidatos civis.




"Nunca responda a uma pergunta se você não sabe exatamente quem está perguntando, por que está sendo pedido, e que será feito com a informação."
Dilbert
Avatar do usuário
Clermont
Sênior
Sênior
Mensagens: 8842
Registrado em: Sáb Abr 26, 2003 11:16 pm
Agradeceu: 632 vezes
Agradeceram: 644 vezes

Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#47 Mensagem por Clermont » Sex Nov 21, 2014 2:37 pm

EXÉRCITO AMERICANO CORTA FUNDO SEUS OFICIAIS, ESPECIALMENTE OS QUE ASCENDERAM DAS FILEIRAS.

Dave Philipps - New York Times.com - 12 de novembro de 2014.

FAYETTEVILLE, Carolina do Norte - Apesar de todas as inseguranças da guerra, o capitão Elder Saintjuste sempre esperou contar com uma coisa do Exército, a segurança no emprego.

Um imigrante haitiano que alistou-se como soldado na adolescência, ele foi desdobrado três vezes para o Iraque, perdendo tantos aniversários e Natais que algumas vezes, sente que mal conhece seus quatro filhos. Ele ocultou sintomas de estresse pós-traumático para poder permanecer no Exército, porque amava seu trabalho e acreditava que, após vinte anos, poderia se reformar com uma pensão de capitão.

Então, neste verão, no dia em que o capitão Saintjuste alcançou seus vinte anos de serviço, o Exército informou-o de que, devido à redução de forças pós-guerra, ele teria de reformar-se. E, somando insulto à injúria, ele teria de reformar-se como sargento, percebendo $1.200,00 a menos por mês, pois ele não tinha sido oficial tempo o bastante para receber uma pensão de capitão.

"Eu trabalhei, me sacrifiquei, arrisquei minha vida, e eles tiram isso de mim, como se não valesse nada," disse o capitão Saintjuste, enquanto levava mantimentos para sua casa, próximo a Forte Bragg. "Não se trata apenas de perder um emprego. É como se a sua esposa o abandonasse, de repente, e sem dizer por quê. É sua vida inteira."

Pela primeira vez, desde o fim da Guerra Fria nos anos 1990, o Exército está encolhendo. Confrontado com orçamentos declinantes, o Exército, a maior das forças, rebaixou seu efetiva para 508 mil soldados, dos 530 mil, com planos para aparar 20 mil soldados adicionais no próximo ano. Se os cortes de fundos determinados pelo Congresso continuarem, o Exército poderá ter menos de 450 mil soldados - a menor força desde a Segunda Guerra Mundial.

Os cortes tem sido feitos, em grande parte, através de atrito e reduções em recrutamento, e tem, até agora, afetado principalmente os praças de baixa-patente, que serviram apenas uns poucos anos. Mas, neste verão, os cortes recaíram sobre os oficiais, também, sobre 1.188 capitães e 550 majores, muitos que, claramente, tencionavam fazer carreira na força. Espera-se que, mais e mais, perderão seus empregos ano que vem.

E, por razões que o Exército não explicou, o maior grupo de oficiais sendo empurrados para fora - quase um em cinco - constitui-se de oficiais que iniciaram a carreira como praças.

Para muitos de tais oficiais, ser forçados a sair de uma vida que eles conhecem por um década ou mais, tem sido uma interrupção tão chocante e dolorosa quanto a própria demissão. Eles estão perdendo empregos, e, em muitos casos, recebendo pensões menores do que esperavam - ou pensão nenhuma, afinal de contas. Eles estão sendo forçados a desistirem de suas identidades como militares. Alguns estão perdendo suas patentes e estatuto de oficiais. Todos devem estar fora, por volta de abril.

"É a nossa cultura, nossa família, nossa linguagem," disse Bill Moore, um capitão trabalhando com a inteligência em Forte Bragg. "Um bocado de nós tem servido desde o segundo-grau. Sentimos que demos tudo, nossas famílias deram tudo, e eles apenas nos dão um aperto de mão e dizem, 'Gratos pelo seu serviço.' "

Muitos estão sendo botados para fora apesar de terem boas folhas de serviço. Quando o Exército anunciou a iminência do corte de oficiais, um ano atrás, as autoridades disseram que os oficiais visados seriam aqueles com evidências de pobre desempenho ou má-conduta.

Mas, uma análise interna do Exército, revelada por um website militar em setembro, mostrou que a maioria dos capitães sendo forçados a sair não tinha manchas em seus registros. A análise, da qual uma cópia foi obtida pelo New York Times, também mostra que oficiais que ingressaram no Exército como praças, e então, superaram o exigente processo exigido para ascenderem ao corpo de oficiais, tinham uma probabilidade três vezes maior que os capitães que se formaram a partir de West Point, de serem forçados à reforma.

Muitos destes oficiais ex-praças haviam sido encorajados a tentarem o salto para o corpo de oficiais, entre 2006 e 2009, quando a Guerra do Iraque estava fervendo e o Pentágono lutava para substituir oficiais subalternos que estavam abandonando o Exército tão logo seus contratos iniciais terminavam, com freqüência, por estarem exauridos pelos múltiplos desdobramentos.

Os soldados que se voluntariaram para tapar esta brecha - mais velhos que a maioria dos oficiais subalternos pois já tinham servido como praças - foram selecionados entre os melhores das fileiras, e alguns tiveram de obter graus universitários para abrirem caminho. Muitos disseram em entrevistas que acreditam que estão sendo empurrados para fora pois tem direito a uma pensão maior e eram elegíveis para reforma mais cedo, já que haviam servido no Exército mais tempo que os outros oficiais.

"O Exército sabia que tínhamos mais anos e ele poderia economizar um dinheiro nos cortando," disse a capitão Tina Patton, 43 anos, uma socorrista de combate, que tornou-se oficial em 2007." Olhando para trás em nossos registros, um monte de nós não pode imaginar outra razão para sermos cortados."

O Exército declinou discutir em detalhes seus critérios para aparar o corpo de oficiais. "Seleções para exclusão estão baseadas na forma como o soldado se desempenhou, em relação aos seus pares, enquanto servia como oficial," disse o tenente-coronel Benjamin Garret, um porta-voz do Exército, por email. "Estas comissões retém aqueles com os mais altos níveis comprovados de desempenho e o maior potencial para futuras contribuições na ativa."

Embora as Forças Armadas dos Estados Unidos tenham sido reduzidas após cada guerra, desta vez parece mais doloroso para muitos pois eles não foram recrutados, mas voluntariaram-se, com freqüência, esperando fazer do serviço militar uma carreira.

"Eles recrutam com todo tipo de promessas, seja benefícios na carreira ou algo mais amorfo como tornar-se parte de algo maior," disse Beth Bailey, uma professora na Universidade Temple que estuda o Exército. "Eles apóiam as famílias de uma forma que dá origem a todo um estilo de vida. As pessoas tornam-se parte de uma cultura do Exército em isolamento. Quando isso é, subitamente, retirado delas, não surpreende que elas se sintam traídas."

O Exército vem tentando aliviar a transição, oferecendo pagamento de reforma - um tipo de cala-boca - algumas vezes somando mais de $ 100.000, e dando meses de aviso prévio para dar aos oficiais tempo para acharem outro emprego.

Capitães que serviram mais de vinte anos obtém pensão completa, e aqueles que serviram mais de quinze anos uma pensão proporcional. Mas, muitos destes conseguindo pensões - cerca de um terço - não serviram os oito anos exigidos para se reformarem como capitães, de acordo com dados do Exército. Quando deixam a Força, estes soldados revertem à sua graduação anterior, na maioria, sargentos, com baixa pensão de reforma.

A capitão Tawanna Jamison, 43 anos, que serviu vinte e dois anos no Exército, mas apenas sete como capitão, conseguirá uma pensão de reforma de $ 2.200 por mês, menos da metade do que um capitão reformado percebe, que é cerca de $ 4.500.

"Posso ter de enfrentar a falência," disse ela. "Eu estava ajudando minha filha a pagar a faculdade. Agora, ela estará por sua própria conta. Eu não podia ter planejado para isso. É difícil não sentir como se o Exército não estivesse tentando economizar dinheiro em nossas costas."

Vários oficiais disseram que negligenciaram suas vidas domésticas durante as guerras, acreditando que, eventualmente, seriam recompensados.

"Iraque, Afeganistão, saltar de aviões, fazer todo tipo de treinamento, sair cedo para trabalhar e voltar tão tarde que nem mesmo via minha família durante a semana, e não ganhar nada," disse o capitão Nathan Allen, que serviu mais de quatorze anos como linguista e oficial de inteligência e foi condecorado com a Estrela de Bronze.

Como oficial, ele trabalhou quinze horas diárias, estudando as mais recentes informações para os desdobramentos iminentes, enquanto passava por treinamento com armas e pára-quedas. Ele partiu para o Iraque depois do nascimento de seu primeiro filho, e estava no Afeganistão durante o nascimento do terceiro. Em sete anos, a família mudou dez vezes. Contando desdobramentos e treinamentos, ele estima ter passado um terço de seu casamento longe de sua família.

"O tempo todo, eu dizia a mim mesmo para, somente, continuar correndo, e se preocupar com a família mais tarde," disse numa entrevista, o capitão Allen, que está estacionado em Forte Meade, Maryland.

Depois de saber que estava sendo forçado a sair, disse, "Eu caí em profundo desespero." Ele começou a sentir dores no peito e no corpo, que tornavam difícil sair da cama. Em outubro, ele e sua esposa começaram a procurar aconselhamento profissional.

"Estou um caco agora," disse. "Eles tiraram de mim, aquilo que eu sou. Eu sou um soldado."

O capitão Allen e numerosos outros capitães tem solicitado que integrantes do Congresso aprovem legislação que possa salvar seus empregos, ou ao menos suas pensões. Mas nenhuma tal emenda foi apresentada.

"Eles precisaram de nós para lutar contra o Taliban," disse o capitão Allen. "Agora, eles não precisam, portanto, puxam o tapete debaixo de nós. A lealdade aqui parece uma via de mão única."




Avatar do usuário
Hermes
Sênior
Sênior
Mensagens: 890
Registrado em: Qui Mar 20, 2008 9:18 pm
Localização: Barra Mansa/RJ
Agradeceu: 116 vezes
Agradeceram: 132 vezes

Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#48 Mensagem por Hermes » Sáb Nov 29, 2014 4:26 pm

Militares altamente treinados, veteranos de guerra, frustrados por serem demitidos e rebaixados de posto, com pouco dinheiro, famílias destroçadas e estresse pós traumático. Está se criando uma nova geração de malucos e atiradores aleatórios. Será que os EUA não aprenderam nada vendo Rambo I? [004]




...
Avatar do usuário
Clermont
Sênior
Sênior
Mensagens: 8842
Registrado em: Sáb Abr 26, 2003 11:16 pm
Agradeceu: 632 vezes
Agradeceram: 644 vezes

Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#49 Mensagem por Clermont » Qui Fev 12, 2015 8:31 pm

ALGUNS COMENTÁRIOS SELECIONADOS.

Coluna do Ricardo Setti - http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-s ... -carreira/
Tadeu Tedesco - 23/08/2013 às 17:19 escreveu:
Sou Major Combatente do Exército Brasileiro, e obviamente este não é meu nome verdadeiro…Gostaria muito de poder reclamar às claras, mas se assim o fizesse, mesmo sendo para o bem da Força, seria acusado, no mínimo, POR INDISCIPLINA…BEM PROVAVELMENTE SERIA MOVIMENTADO PARA ALGUM LUGAR inóspito deste Brasil E SERIA PUNIDO…apenas para satisfazer o Ego daqueles que acham que “tudo está bem como está.”

E QUEM SÃO ESTES!?!?!? SÃO os responsáveis PELO ESTADO DE PENÚRIA QUE SE ENCONTRA A FORÇA.São CARREIRISTAS, que não mexem uma palha que não seja para se beneficiar.MOVIMENTAÇÕES, CURSOS, ATÉ ESCOLHA DE ARMA…Onde deveria falar mais alto o coração, SE ESCOLHE ONDE SERÁ MAIS BEM CLASSIFICADO. O CARREIRISMO COMEÇA NA AMAN, AINDA!

FAZ-se das “tripas ao coração” para conseguirem uma MISSÃO NO EXTERIOR ou quando mais antigo…UMA ADITÂNCIA. Tudo com a finalidade de “fazer um bom pé de meia”. Se submetem a todo tipo de escárnio, humilhações, não tem opinião própria (a do chefe é que interessa…afinal de contas, ELE FAZ MEU CONCEITO!).

Quando um General vem visitar a Organização Militar, perdem-se dias e dias de FAXINA e é um ESCONDE ISSO E AQUILO. NÃO INTERESSA MOSTRAR OS PROBLEMAS…AFINAL, IMAGINA SE O “TODO PODEROSO” NÃO GOSTAR de mim??? Meu conceito vai por água abaixo!!! OS SUBORDINADOS SÃO MEROS FANTOCHES DOS QUAIS ME UTILIZO PARA ME PROMOVER!!!

E A COMIDA DA AUTORIDADE??? Passa longe da realidade enfrentada pela Tropa…UMA VERDADEIRA VERGONHA!

EM BRASÍLIA, Lugar preferido dos CARREIRISTAS, E PARA ONDE FOGEM O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL, afinal, TROPA NÃO LEVA A LUGAR ALGUM…não se vê MISÉRIA!!! É TUDO FESTA!!! Todos (EU DISSE TODOS!) MORAM EM PNR (PRÓPRIO NACIONAL RESIDENCIAL…NÃO SE PAGA ALUGUEL!). Vans e ônibus levam e trazem os militares do QG para cima e para baixo, inclusive de casa para o trabalho e vice-versa…afinal de contas, o combustível lá é caro e as distâncias são longas…(será que eles imaginam que em São Paulo, Rio, Porto Alegre e Manaus é diferente???)

E A COMIDA??? NEM DE LONGE parece com a “Da Tropa”…ALGUNS, SÓ DE OUVIR A PALAVRA “TROPA” JÁ SENTEM URTICÁRIA…

DIÁRIAS, MISSÕES NO EXTERIOR, ADITÂNCIAS, VISITAS INTERNACIONAIS…SÃO o papo nos corredores…enquanto na “Tropa”, as discussões são se na tal missão vão pagar o “famigerado” 2%(esta um DIREITO sempre incerto…MAS NÃO É DIREITO!?!?), Se vai ter comida pro resto do mês, se vai ter dinheiro para pagar luz e água, ORIENTAÇÃO PARA QUE SE DESLIGUEM OS AR CONDICIONADOS…afinal, “somos militares, não precisamos de conforto”. DECERTO EM BRASÍLIA DEVEM SER PAISANOS FARDADOS…
E OS COMANDANTES???NÃO VÊEM a hora de se “livrar”do comando…E ACHAR AQUELA VAGUINHA EM BRASÍLIA QUE VAI DAR UM “UP” NA CARREIRA…
O INIMIGO não veste vermelho amigos…ESTA HISTÓRIA DE REVANCHISMO, DE PT, DE ESQUERDA…É tudo para boi dormir!!!É A TENTATIVA de desfocar do verdadeiro problema…NÓS!!!

SEMANA QUE VEM TEM DESFILE DE 7 DE SETEMBRO…E LÁ ESTARÁ EM FORMA a hughhh!!! “TROPA”…DEU URTICÁRIA…QUE PROVAVELMENTE PASSOU a semana inteira em “treinamentos” DESGASTANTES para “fazermos bonito”.NA TESTA, COMANDANTES INÚTEIS, OMISSOS, CARREIRISTAS…
INFELIZMENTE, NÃO FOMOS JOGADOS ÀS TRAÇAS…ELAS VIVEM ENTRE NÓS!!!


Rafael Logrado - 23/08/2013 às 21:57 escreveu:
Sou Tenente Coronel do Exército com 43 anos de idade (28 anos de serviço), me sentindo super produtivo para a Força e no auge da minha maturidade profissional. Porém aguardo apenas os poucos meses que me restam para sair da força, garantir minha aposentadoria integral e nunca mais passar em frente a um quartel.

Expectativa de melhora salarial não existe. Condições de trabalho insalubres e falta total de reconhecimento me empurram na direção da porta dos fundos da Instituição.

Apesar de ser um Oficial muito bem classificado, posso afirmar, com toda a minha experiência, que meus chefes não estão nem um pouco preocupados com isso, pois apesar de estar próximo deles, por questões profissionais, quase todos os dias, nunca fui questionado sobre minhas aspirações futuras. Posso concluir que hoje no Exército reina o ditado “ Farinha pouca, meu pirão primeiro” . Vou embora e acho que estou indo tarde!!!!


Observador - 25/08/2013 às 23:08 escreveu:
Gostaria de endossar o comentário do Crazy Horse, pois as forças armadas encontram-se em situação caótica graças aos nossos gloriosos generais. No entanto, gostaria de citar o outro lado dos componentes das forças armadas não citados pela reportagem, pois se par o oficial a situação é ruim imagine para aqueles que carregam nas suas costa esse grande e pesado piano, ou seja, os sargentos. Esse funcionários públicos de carreira sofrem as seguintes restrições:

- suas não são regidas pelo congresso nacional e sim por um mero general, que de acordo com seu entendimento sacaneia o tempo de promoção entre uma graduação e outra;
- tem o menor salário e a maior responsabilidade, fato este constatado pelo grande numero de sargentos com problemas psicológicos;

- Sofrem grande discriminação por parte dos oficiais, dividindo as forças armadas em dois mundos: o dos oficiais e o dos sargentos,discriminados e deixados a segundo plano na força;

- Em quanto temos sargentos altamente especializados com cursos de guerra na selva e paraquedista, o nosso glorioso estatuto dos militares diz que este mesmo sargento é mais moderno que o aluno da escola preparatória de cadetes ou dos alunos das academias militares, os chamados cadetes, que ainda não são profissionais e não respondem pelos seus atos;

- Enquanto os oficiais conseguem transferências de dois em dois anos, os sargentos conseguem no mínimo com três quando tem padrinhos, pois do contrário ficam amargando por muito tempo em um mesmo local;

- Ajuda de custo que os oficiais recebem quando transferidos, quase que sempre é o dobro do que ganham os sargentos, como se a necessidade deles fossem maior que as dos sargentos;

- As filas das moradias para ocupar os ditos PNR para os oficiais quase não existe, enquanto que para os sargentos levam em médias cinco anos, digo cinco longos anos pagando aluguel;

Então baseados nos fatos acima expostos, deixo a seguinte pergunta, como as nossas forças armadas elitistas e discriminatórias querem ser grandes se até o presente momento não resolveram suas questões internas e os nossos generais recebendo além dos seus respectivos salários as ditas comissões de confianças. Ficar trinta anos nas Forças armadas é moleza, vem ficar como sargento.

Indignado - 25/08/2013 às 23:37 escreveu:
- A reportagem em questão está sendo classificada como elitista, pois tratou apenas dos oficiais que representam meros 5% do efetivo das Forças armadas.

– Mas o meu comentário gira em torno do elevado numero de nepotismo presenciado nas forças armadas e que o ministério publico finge não ver. Para se ter uma ideia dessa parte podre o nojenta das forças armadas no CPOR-SP,ou seja, o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva, seleção é feita utilizando o critério de renda familiar e não por meritocracia, se a família do candidato não possuir uma renda superior a R$ 10 000,00, este nem se quer passa a segunda fase do processo seletivo;

– outro fato observado de nepotismo dar-se no Quartel General do Comando Militar do Sudeste, em frente a Assembléia Legislativa de São Paulo, todos os oficiais temporários, digo todos sem exceção são filhos de generais ou coronéis. Alguns Exemplo: Tenente D. G. , é filha do coronel G. , Tenente P. D. (QUE MAL CONSEGUE ANDAR E AINDA MAIS CORRER), filha do Coronel P. D. e poderia citar o nome de todos os outros oficiais temporários e seus padrinho que escancaram o nepotismo no coração do Quartel General do Comando Militar do Sudeste.

– Enquanto isso o nosso glorioso ministério publica fica de olhos fechados deixando que aumente cada ano esse verdadeiro cabide de emprego que são os oficiais temporários das forças armadas, cujos os processos seletivos são feitos as escuras sem nenhum critério de publicidade.

“ABRA OS OLHOS COM ESSE PARASITAS DA NAÇÃO CHAMADOS OFICIAIS TEMPORÁRIOS”.

Pedro Rocha - 25/08/2013 às 23:53 escreveu:
Meus ex-colegas de farda estão reclamando dos soldos “de barriga cheia”, já que eu fui um ESCRAVO do Exército Brasileiro por quase todo o ano de 2001 como Monitor de Tiro-de-Guerra (TG). A palavra é forte mas é essa mesma: ESCRAVO. Fui obrigado a prestar serviço militar no supracitado Órgão de Formação de Reserva, onde não tínhamos nenhum tipo de remuneração nem alimentação (o Sargento Chefe de Instrução tinha uma parceria com um Colégio Estadual vizinho ao quartel onde pegávamos almoço e janta durante a semana e nos fins de semana tínhamos 1 hora de almoço e 1 de janta para irmos para casa) e mal tínhamos água filtrada para beber.

A instrução diária era diminuta (oficialmente de 06h00 às 08h00 de segunda a sexta) mas em média de 2 em 2 semanas tirávamos serviço de 24 horas nas condições que já citei e com armamento de instrução (mosquefal, vulgo “pau de fogo”) já obsoleto para os padrões da 2ª Guerra Mundial. Por servir do Estado do Rio de Janeiro, o perigo de invasão para roubo de munição 7.62mm e granadas de bocal estocadas era grande e com esse tipo de arma + baioneta + cassetete pouco poderíamos fazer para defender o perímetro.

Para piorar, quando se cai em um TG a obtenção/manutenção do emprego fica bastante difícil e eu mesmo perdi um emprego combinado como instrutor de informática por causa do serviço militar, enquanto outro colega foi demitido de uma padaria e outro chegou a chorar durante o serviço por causa do transtorno que o serviço de 24 horas causava em sua vida profissional.

Eu naquela época levava tudo na maior parte do tempo na esportiva porque tinha pretensão de seguir carreira, pois quando terminasse minha faculdade de Informática pensava em prestar concurso para o Quadro Técnico da Marinha do Brasil, mas prestando concurso para escrivão da Polícia Federal em 2004 constatei problemas oftalmológicos incompatíveis com esse tipo de carreira. Hoje sou Técnico de Informática da Petrobras e ganho R$ 5.300,00 brutos por mês (fora PLR e cala-bocas) e vejo como os militares são desprestigiados pelos governantes.

““Amamos nosso Deus e nossos soldados nos momentos de perigo – não antes. Passada a refrega, eles são recompensados: nosso Deus é esquecido, nossos soldados são desprezados” (de um soldado veterano do exército do Duque de Marlborough).


sargento de aviação - 18/02/2014 às 22:13 escreveu:
Falando na situação dos sargentos de “carreira” do Exército Brasileiro, em algumas QMS (qualificação militar de sargento) a evasão é até pior do que a dos oficiais, vide o caso da turma de 2003 do curso de formação de sargentos de aviação (manutenção), turma em que se formaram 23 (vinte e três) sargentos especialistas em manutenção de aeronaves de asas rotativas (helicópteros), equipamentos caríssimos, mas que 14 (catorze) já não estão mais na ativa, sendo 01 (um) foi reformado por problema de saúde, 01 (um) faleceu, e 12 (doze) pediram pra sair (foram embora mesmo, a pedido). Essa turma do CFS Av Mnt conta com apenas 09 (nove) sargentos em atividade no EB! Mas o EB não alterou os interstícios, não promoveu mudanças na carreira, não mandou construir PNRs para a família desses sargentos… quem sabe um dia, após mais de 30 (trinta) anos de serviço, o restante dessa turma de 2003 venha ser promovida a tão sonhada graduação de subtenente, se é que essa turma ainda via existir. Comandantes, pensem na sua tropa, o Brasil precisa de Forças Armadas motivadas e preparadas! Brasil acima de tudo!


Sgt Carreira EB - 12/06/2014 às 0:09 escreveu:
Desde a infância sempre tive o sonho de ser militar, e consegui alcançar esse sonho. Porém hoje vejo que todo o tempo dedicado aos estudos, todo o tempo dedicado a formação e todos os esforços para realizar o sonho de ser militar do EB foram em vão.

Foram em vão pelos seguintes motivos:

1º - Baixo Salário; (Não condizente com os demais servidores públicos federais e muito pouco para com as responsabilidades da classe)

2º - Péssimo plano de carreira; (cerca de 9 anos para promoção a 2º SGT e mais 8-9 anos de 2º para 1º SGT. Ou seja cerca de 18 ANOS para um aumento de aproximadamente R$ 800 a R$ 900.)

3º - Desvalorização da classe; (Após os argumentos acima isso vira autoexplicativo)

4º - Regulamentos ultrapassados; (pensamentos do século XIX).

5º - Escala de serviço/Regime de trabalho quase que “escravo”; Sem direito a folgas.

6º - Tratamento “tirânico” e ditatoriais por parte de alguns Comandantes. (Principalmente por conta dos regulamentos primitivos).

7º - Equipamentos sucateados.

8º - Emprego excessivo em operações de GLO.

9º - Privação do direito a revindicação e greve. (Um dos motivos pelos quais a classe nunca é ouvida pelos governantes)

10º - Agora pensando no meu subordinado. Alistamento OBRIGATÓRIO? (Em pleno século XXI OBRIGAR alguém a servir o EB. Por que não fazem um concurso pra soldado para que os jovens sejam voluntários???

Sei que não teremos muitos interessados em prestar o concurso devido as “vantagens” da carreira, mas pelo menos estaremos dando o direito aos jovens de escolher se querem ser militares.

Do jeito que as coisas estão indo daqui algum tempo teremos alistamento obrigatório para Sargentos; pois a procura pelo concurso está cada vez mais baixa.

Soldo atual de um SD EV R$ 580 (Onde EV lê-se Soldado OBRIGADO a servir o Exército). Será que já não basta obrigar o jovem a servir também tem que pagar menos que um salário mínimo a ele?

Obrigados a servir, salário abaixo do MÍNIMO, e pra finalizar, escala de serviço tão ruim quanto a de sargento.

Reflexão: Trabalho escravo????????????


SG Carreira Marinha - 16/07/2014 às 9:49 escreveu:
Concordo amplamente com o “Irmão de Arma” Sgt Carreira EB…

Consigo “sobreviver” com o salário atual! Sim consigo!

Claro que, comparando com o de um PM ou BM, é incoerente! Um “militar” (que faz greve?), de uma força auxiliar, ganha MAIS e trabalha MENOS que um das FFAA. O que mais me dasmotiva na MB são:

a) A forma preconceituosa e humilhante que os Praças são tratados pelos seus superiores e demais Oficiais ( mesmo sendo Sargento, sou visto como marinheiro, pelos Oficiais);

b) A escala de serviço é muito apertada, falta gente para o “detalhe”, mas sobra em outros setores.

c) Plano de carreira com longos intertícios, terminando apenas em Suboficial. Eu passei 6 anos como MN, 6 como CB, 5 como 3ºSG, 5 como 2ºSG, 5 como 1ºSG e só me restam 3 como SO para a tão sonhada alforria. Para chegar ao oficialato é preciso fazer uma prova extremamente concorrida. Com mais de 20 anos de MB, um conhecimento muito grande do funcionamento da instituição, um Praça vai ficar estudando para ser Oficial? É preferível estudar para concursos em outras instituições! Justamente agora que comentam em ampliar o tempo de serviço para 35 anos.

d) O serviço de saúde é lastimável, hospitais cheios, mau atendimento, demora, etc. E olha que pagamos por isso!

e) Especialidade ruim. Quando um jovem entra na MB como Aprendiz Marinheiro, após 6 anos mais ou menos, ele precisa fazer uma especialização em alguma profissão, na grande maioria dos casos, não é aquela que ele escolheu. Resultado, um militar com a profissão a qual não tem aptidão.

f) Não existe um horário de expediente concreto, devemos chegar até às 07:30 em dias normais, muitas vezes até mais cedo, mas não temos hora de sair. Normalmente só somos liberados após as 17:00. Sem contar que é provável, ter que regressar em um fim de semana, mesmo sem estar de serviço!

g) Quanto a servir a bordo (um capítulo à parte), felizmente não posso mais. Isso me livra de um risco cada vez maior, estar a bordo de alguma sucata extremamente perigosa, onde depositam-se toneladas de combustíveis e munições, sem o mínimo de conforto (falta até mesmo água)!

h) As besteiradas que vejo no dia a dia, coisas que me envergonham e mostram que nesse universo complexo, coisas tão banais são potencializadas, e causam tanto constrangimento, ao ponto de pensar, o que eu estou fazendo aqui, escolhi a Força errada!!!


Túlio - 23/07/2014 às 15:16 escreveu:
Buenas

Meu nome é Túlio * e sou servidor estadual (RS) aposentado (aqui chamamos INATIVO a quem é egresso da Segurança Pública). Bueno, essa mesma chiadeira que estamos vendo aqui, proveniente da caserna, vemos entre nós, os ditos “paisanos” (não entendo essa divisão, o que é um militar senão um civil fardado? Treinamento eu também tenho, inclusive em OpEsps, com o detalhe de já ter estado sob fogo real), sendo que as queixas e defesas são praticamente as mesmas, culminando com a velha frase (para mim, de quem ficou sem argumentos): “ah, não tá bom? Cai fora então!”

A frase acima entre aspas parece “cool” à primeira vista, mas vejamos bem, quem rala e cansa de não ser reconhecido acaba caindo fora mesmo e quem perde é a Força/Corporação, não o indivíduo. Na minha, por exemplo, o que mais vi nos anos que precederam minha aposentadoria foi colega papirando para fazer outro concurso, a um ponto em que os que eram e são feitos para a Corporação sequer conseguiram/conseguem suprir as vagas preexistentes, quanto mais as criadas com a evasão (mais as aposentadorias, mortes, doenças e incapacidades geradas por questões intrínsecas à natureza do trabalho). Assim, me parece, civil que sou (e portanto, um dos que ajudam a manter a existência de FFAA com os impostos que pago, diretos e indiretos), que este não é o melhor caminho. Nem de longe!

Pois sei como termina, e duvido que no meio castrense seja diferente do que é entre a “paisanada”: quem tem competência vai para onde está o dinheiro, sobram os “chorões” de sempre, de menor capacidade, comandados pelos que acharam um nicho mais ou menos confortável para si, uns por mérito, outros por padrinhagem, outros ainda por ter marido ou esposa ganhando bem. Claro, sempre com as raras e honrosas exceções dos que são tão vocacionados para o que fazem que ignoram outros caminhos, mesmo ganhando mal, operando equipamento obsoleto e passando por situações desagradáveis com colegas, subordinados e superiores hierárquicos. Aliás, esta última coisa acontece até no meio empresarial, sempre alguém acaba tendo de engolir algum “sapo”, creio mesmo que faz parte da natureza humana.

Mas também creio que a Panacéia Universal de abolir o SMO e instituir o voluntariado não bastaria, de per si, para resolver algo, embora ajude. Se querem os melhores, paguem por isso (Governo Federal). Tratem como gente. Incentivem a progredir – e isso se faz papirando, frequentando cursos, se aperfeiçoando, em suma – dentro da Força/Corporação. Instituam a meritocracia, onde quem merece SABE que vai subir nas fileiras e quem não merece vai fazer o que temos visto bastante aqui: choramingar! Mas não é só dizer “vai estudar”, é proporcionar oportunidades de estudar o que interessa à Força/Corporação e premiar o esforço. Talvez assim se pudesse segurar ao menos uma parte dos que realmente têm vocação porque mesmo estes, um dia, e como eu, terão de optar entre permanecer na carreira escolhida ou cair fora na primeira oportunidade. Não falta é notícia de militares – inclusive vários altamente treinados, como os pilotos e engenheiros da FAB, que são convidados a trabalhar (acreditem) até em instituições financeiras(!) – evadindo para funções civis bem melhor remuneradas. E como fica a Força? Gasta mais milhões para formar um piloto e/ou engenheiro que substitua o que deu no pé. Baita “economia”…

Aliás, senhoras e senhores do “ame-o ou deixe-o”, alguém já fez algum estudo sobre o quanto custa às FFAA e SegPub essa evasão toda? Vale a pena manter tudo como está? Eu penso que não mas, obviamente, é apenas a opinião de um “paisano”, claro. Um “paisano” que pensa: e se/quando a coisa engrossar de verdade? Não sentiremos falta dos melhores, que caíram fora? Não lamentaremos a pouca prática de tiro por economia de munição? A falta de entrosamento entre praças e oficiais não se fará sentir?

Aliás, no mínimo UM General da ativa (Estado-Maior) discorda disso tudo. Tivemos uma interessante conversa no semestre passado, quando ele me explicou um dos eixos de transformação do EB, e que descreveu como “mudar a mentalidade militar”. Não sei até que ponto isso é possível mas, por pouco que o seja, já dá esperança.

Que, na paz e na guerra, lembremos, é sempre a última que morre.


(Nota do Clermont: * Um cidadão que costuma escrever "buenas"; que é da "Terra dos Churrasqueiros" e que se chama Túlio? Sei não, mas eu acho que tem um elemento homiziado no Fórum DB que apresenta essas características...

Será que são primos em 2º Grau?)

:mrgreen: :lol:




Avatar do usuário
Clermont
Sênior
Sênior
Mensagens: 8842
Registrado em: Sáb Abr 26, 2003 11:16 pm
Agradeceu: 632 vezes
Agradeceram: 644 vezes

Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#50 Mensagem por Clermont » Seg Fev 16, 2015 8:07 pm

ALGUNS COMENTÁRIOS SELECIONADOS.

http://montedo.blogspot.com.br


Willian Machado - Advogado - 4 de setembro de 2014 11:06 escreveu:
O falecido General Mourão Filho, nos idos dos anos 60, declarou que a Escola de Sargento das Armas, seria um núcleo de formação de subversivos, idealizadores de "luta de classes", e que o bom sargento é aquele formado em corpo de tropa, com orgulho de ostentar as divisas no braço e ser incapaz de se meter em política (Arruda, João Rodrigues, O Uso Político das FFAA e outras questões militares, ed. Mauad X, 2007, SP).

Tal consideração feita pelo General responsável pela consolidação do golpe de 31 de março de 1964, enquanto Comandante das Forças Terrestres em Juiz de Fora - MG, não soa muito bem com a afirmativa de que não houve golpe, mas revolução popular, invocada pelo povo.

O número de Praças que possuem nível superior no Exército, chega a superar o dobro do efetivo de oficiais formados pela AMAN, e isso aponta um contato com a sociedade civil mais extenso que a oficialidade que se mantém em regime de internato em sua formação acadêmica.

Conhecer novas mentalidades e pensamentos, de fato atrai o amor ao discurso e uma defesa mais lógica de direitos e prerrogativas, o que de certa forma não é admitido pela oficialidade.

O Praça que questiona a legalidade de uma conduta de um oficial, pode significar o fim de sua carreira, assim como o início de perseguições que somente terão combatividade efetiva quando levadas ao conhecimento do Poder Judiciário.

Tradicionalmente a figura do Pater familiae é atribuído a oficialidade, que, equivocadamente, detém melhores condições de julgar (ou subjulgar?) um determinado ato, que muitas das vezes inserem-se no campo privado.

Talvez por isso que várias dicotomias existam entre oficiais e praças tanto no plano factual como no mundo jurídico.

Para se ter uma melhor idéia da diferença entre os universos de uma carreira tão idêntica (militares), a oficialidade goza de algumas prerrogativas e direitos que não são extensivos as Praças, dentre ela o direito de ser julgado por seus pares na Justiça Militar, inserindo na composição dos Conselhos Permanente de Justiça as Praças; Regime jurídico de promoções e carreira previsto em lei federal, enquanto as Praças é pela via do decreto; Conselho de Justificação previsto em Lei, enquanto o Conselho de Disciplina é previsto em Decreto.

Sem falar nos Clubes Militares, que funcionam como verdadeiros sindicatos da oficialidade, enquanto as praças que se reúnem em associações para buscar a efetividade dos direitos constitucionais é rotulada de subversiva....e perseguida incessantemente.

Motivos não faltam para uma nova revolta da chibata.

Afinal, o Pau que dá em Chico, não dá em Francisco, quando Chico é Praça e Francisco é oficial.

Anônimo - 4 de setembro de 2014 11:49 escreveu:
Montedo.

Não poderia deixar de comentar como leitor assíduo do seu Blog, TC do EB e filho de Sargento do EB.

Trabalho no EB, nunca usei o termo carreira, Uso o termo trabalho ou anos de trabalho, ou anos de serviço.

Sou meio de turma, na região do 2º terço. Não fiz a ECEME por convicção. E é aí que eu quero entrar... a ECEME. Vários de meus companheiros de turma fizeram. Muitos deles tinham um discurso igual ao meu antes da conclusão da ECEME... depois mudaram o discurso. E é lógico que qualquer curso que fazemos, seja ele militar ou civil, influencia de forma maior ou menor a nossa maneira de pensar... mas confesso a você e a seus leitores, que poucos, mas muito poucos mesmo não perderam a maneira de pensar pós ECEME.

E esse é um detalhe que pode parecer desprezível, mas não é... Os nossos Of Gen são assessorados por militares com ECEME... passa longe deles um Of do QSG [Quadro Suplementar Geral] quando o assunto é a Força, ou os problemas da Força... os QSG, que em geral estudam Administração, Contabilidade, Direito, dão aulas na faculdade e tem como seus colegas muitos Praças não despacham com Gen... despacham somente assuntos de pagamento, BI, Fisc Adm... “bombas”! Estou mentindo? Acho que não. Também não quero aqui promover qualquer tipo de cisão, mas existe a diferença de raciocínio SIM, entre QSG e QEMA [Quadro do Estado-Maior da Ativa]. E aí que te digo e te abraço. Muitos dos oficiais do EB, principalmente aqueles que são filhos de Praça, que tem o exemplo das dificuldades em casa, coadunam com ideias muito semelhantes aos dos Praças. Afirmo isso com tranquilidade, até porque os nossos anseios não estão ligados a certas vaidades que muitos buscam com titulações e funções... queremos apenas um EB mais profissional e com um bom canal de comunicação entre os profissionais que trabalham no mesmo ambiente... Portanto, Montedo, para não ser prolixo, quero dizer que os nossos Srs Gen e seus assessores diretos, esses sim devem sair do seu PC e conversar com a tropa. E não apenas conversar. Devem promover grupos de trabalho, com a participação das Praças, para que certos anseios comuns sejam atendidos e aqui enumero alguns:

- PNR para todos, igual, com a mesma planta.

- retorno do Tempo de Sv ao contracheque.

- pagamento de indenização de representação para quem está de Sv na OM.

- Mesmo auxílio uniforme e de natalidade.

- Uma legislação de remuneração que permita que o ST, por exemplo, receba proventos maiores que um Tenente recém saído da escola.

- Benefícios para os militares concludentes de cursos de graduação e de pós graduação (R$), dentre outras...

Amigos do EB. Quem promove os estudos, assina essas mudanças e leva ao Executivo, Congresso, Políticos, etc., é um Gen, que passou pela ECEME, do QEMA. Falei alguma coisa impossível. Creio que não. Minha visão de Of do QSG e de outros colegas é essa... e tenham a certeza, superiores e subordinados, que eu já falei isso, incluindo uns dois Of Gen da ativa com quem tive a oportunidade de conversar... Antes de mais nada, nos mantenhamos unidos e com novas ideias. Está faltando APENAS AQUELES que têm que levar as ideias para frente FAZEREM ISSO.

Um bom dia.

TC Realista.

Anônimo - 4 de setembro de 2014 15:38 escreveu:
Concordo que não deva existir disputa entre Oficiais e Praças (não Oficiais).

Mas convenhamos, aqueles que não acham que existem problemas, não existe discriminação não repararam que até no nome "PRAÇA" existe um aspecto pejorativo? Ora bolas, vejam a etimologia da palavra para designar a graduação militar dos que não possuíam títulos.

Contra os fatos que vemos no dia a dia não há argumentos. Os próprios Praças que são promovidos a Oficial dizem que são mundos diferentes: no mundo dos Oficiais a comida melhora, não é preciso ter horário rigoroso para tirar falta e retornar do almoço (p.ex. na minha antiga OM os Oficiais ficavam jogando sinuca de 30 a 40min após o término do horário do almoço, enquanto as Praça estavam em forma comandadas por um Subtenente, 30 ou 40min antes), não existe burocracia para os Oficiais fazerem manutenção em seus veículos particulares dentro do quartel, os oficiais Superiores conseguem guardar vaga para consultas e exames nos hospitais com mais facilidade do que as Praças, e por aí vai as vantagens.

Mas o ideal seria que a única diferença fosse a remuneração e o grau de responsabilidades e todo o resto fosse igual, de modo que as prerrogativas e direitos fossem UNIFORMES/PADRÃO de modo a realmente seus integrantes terem a sensação de UNIDADE DE CORPO e não de grupos com privilégios e grupos sem privilégios.

Além do mais, aqueles que acham que não existe nada de errado não conseguiram perceber que teria que existir uma grande neurose coletiva entre as Praças para que todos tivessem a mesma opinião em relação aos Oficiais hoje, não acham?

Acham que os vários comentários criticando o MODUS OPERANDI dos Oficiais com a manutenção dos STATUS QUO é fruto de uma loucura coletiva das Praças?

Seria muita ingenuidade ou falta de percepção da parte de vcs!!!!!!!

Anônimo - 4 de setembro de 2014 18:50 escreveu:
Os praças antigões que volta e meia ficam criticando os "novinhos" dizendo que só ficam refugando de missão e estudando não perceberam que eles ainda morderam alguma 'carne' no sistema, pois os 2º e 1º Sgt em 1998 (quando eu era lobinho recém egresso da EsSA) hoje já são Tenentes e Capitães QAO, ao passo que eu ainda sou 2º Sgt (ganhei apenas uma promoção). Assim como Capitães em 1998 já são Ten-Cel hoje. Nesse ínterim quem se beneficiou mais e quem roeu osso (não comeu a carne) ?

Logo, realmente eu não dou o mesmo gás que aqueles que colheram mais benefícios do que eu no Exército. E o pior de tudo é que a geração que mais foi beneficiada foi a menos cobrada intelectualmente para chegar ao Oficialato, e hoje numa época em que a maioria dos 'lobinhos' está cursando ou já terminou o curso superior estão exigindo um curso de especialização "feito nas coxas" (CHQAO) para que estes venham a se tornar oficiais, assim como também aumentaram imensamente o interstício entre as graduações.

Resumindo, as novas gerações estão SIFU nas promoções e na remuneração em relação ao pessoal mais antigo.

Mas como dizem os sábios da caserna: NÃO ESTÁ SATISFEITO, PEDE PRA IR EMBORA!!!

Anônimo - 4 de setembro de 2014 19:17 escreveu:
Caros colegas de Armas, boa tarde a todos! Sei que vou "chover no molhado", mas peço desculpas para fazer o meu desabafo. Concordo com todos os comentários anteriores. A nossa profissão não deveria possuir diferenças em TODOS os aspectos. Já existem a hierarquia, os postos e graduações, as funções, cargos, autoridades definidas, quem manda e quem executa. Porém, o EB sempre ligado às "tradições" do império, insiste em manter diferenças de tratamento que não somam em nada na atividade fim (atividade típica de um Exército Nacional) e que nos remetem ao período escravocrata: onde o oficial (da Aman, excluídos os demais) representa o senhor de engenho e as praças tratadas como os escravos que fizeram essa terra progredir naquela época. Esse sentimento de privilégios e de pertencimento a castas não mudará por decreto ou portaria do próprio EB. O Poder Executivo é quem pode mudar essa situação reformulando toda a carreira militar e criando, por exemplo, duas carreiras distintas: uma para oficial e outra para praça (não oficial ou oficial não comissionado, como nos EUA). Dessa forma, não existiria a absurda situação de um subtenente perceber vencimentos menores que um jovem temporário (ou mesmo de carreira). E, para os oficiais que não admitem isso, aqui vai alguns esclarecimentos:

1. Não se pode permitir uma hierarquia da remuneração; somente se houvesse a possibilidade, por exemplo, de um subtenente chegar a coronel. Como o limite é o posto de capitão demonstra cabalmente que existem na prática duas carreiras, porém com um único sistema de remuneração (pesquisem outros exércitos e entenderão o que estou afirmando);

2. Um subtenente (ainda como referência) percebendo uma remuneração maior que um aspirante ou tenente, continuaria subordinado a estes últimos. Somente na cabeça de militares latino-americanos existe essa mania de achar que subordinado, para ser subordinado, deve ganhar menos!!! Ressalta-se que o tenente, em sua carreira, vai atingir o posto de coronel, ganhando muito mais, enquanto o "sub" no máximo chegará a capitão;

3. Nenhum militar escolheu a profissão das armas para enriquecer. Isto é fato. Porém, para nos dedicarmos a essa profissão, com os seus inúmeros riscos inerentes, devemos oferecer um conforto aos nossos familiares. Dessa forma, todos estaríamos focados na missão e não preocupados com dívidas, aumento de aluguel e outras despesas. Como pensar em ideias para melhoria no quartel com essas aflições familiares? (meu último comandante dizia para que todos os militares ficassem pensando em idéias para o quartel, mesmo se estivessem na praça, no shopping, no banco, no mercado, etc);

4. Militar, oficial e praça, é formado pelo mesmo material biológico. Possuem a mesma substância sanguínea, necessitam dos mesmos gêneros alimentícios e, em muitíssimos casos, vieram da mesma rua, bairro, cidade ou idêntica condição sócio-econômica. Portanto, senhores oficiais, sem essa de achar que o ser humano por ser praça do EB deve passar fome, ou não possuir um automóvel, ou não deve colocar os filhos em escola particular, ou só deve beber água em copo descartável, ou que seus filhos recém-nascidos devem usar apenas fraldas descartáveis de qualidade inferior, etc, etc.

Desculpem-me a extensão do desabafo. Estamos em pleno século XXI, na Era do Conhecimento e ainda existem "profissionais" que se consideram possuidores de sangue de cor azul!!!

Abraços.

P.S.: precisamos mudar essa mentalidade e buscar a união. E união não significa promiscuidade ou indisciplina, senhores generais.

Anônimo - 5 de setembro de 2014 14:29 escreveu:
Como se não bastasse o absurdo em si, ensejado por essa bipartição promovida pelos oficiais, ainda temos a tristeza de vermos alguns colegas praças que fomentam essa situação, colocando-se na ridícula posição de lacaios. Em minha unidade existe um Capitão-QAO P.T.T.C. ["Prestação de Tarefa por Tempo Certo", regime de serviço pelo qual um militar reformado é reconvocado para prestar função especializada por período temporário.] que usa um sargento de carreira, aperfeiçoado, como seu mandalete pessoal. Limpa sua mesa, serve seu chimarrão, serve chás e café para os convidados à sala do chefe, limpa o chão e puxa o saco descaradamente a fim de ver o patrão feliz. Como se isso fosse pouco, em certa feita, foi escalado a servir capuccino num café para oficiais, tal como um verdadeiro e servil capacho. Quando acossado por algum colega, responde simplesmente que quem não puxa saco, puxa carroça (porém esquece que quem puxa saco, puxa tapete!). Na hora do conceito, seu amado dono agracia o precioso cachorrinho com muitos 'A', enquanto os colegas que desempenham funções que exigem alto grau de conhecimento e especialização amargam um 'C' magro na maioria dos aspectos. Por isso penso que é muito difícil mudar essa mentalidade senhor/escravo no EB. A grande maioria das praças se sente feliz por ser tratada como reles pano de chão, seja por não tomar uma atitude frente aos chefes, seja por não tomar uma atitude com relação a esse tipo de colega, que não passa de um parasita da classe, uma vergonha para todos os sargentos. Tão ridículo quanto ele é o QAO P.T.T.C. que o comanda, pois age como o escravo liberto que vira um ferrenho escravocrata e que, no passado, deve ter sido como esse camarada ridículo que o serve, apenas esperando a sua vez de ser o senhor. Como então esperar um tratamento digno de nossos superiores, se dentro de nosso círculo temos eese tipo de comportamento?

Anônimo - 5 de setembro de 2014 19:00 escreveu:
Caro Amigo Montedo,

Na minha cética opinião de milico de 29 anos de serviço, eu estou acostumado a ver muitos e muitos mesmo, leões de fardas que só rugem para baixo! Quando estão na ativa sabem defender os próprios interesses, se acham que conseguem sair oficial general, para os oficiais, ou tenente QAO para as praças, ficam quietos, se acovardam na esperança de poderem eles quem sabe, conseguirem uma "boquinha" no governo da Dilma, ou do FHC, ou quem sabe sobra uma boquinha para poderem continuar trabalhando como auxiliar em algum lugar da administração publica! Exemplo deste que vos fala pois não assino meu comentário para quem sabe ano que vem poder sair promovido! Esta é a nossa vida, temos de manter nossos interesses primeiro e depois o bem comum... Mas depois que eu tiro a farda sim, posso falar e mostrar que eu sou macho... Que eu sei rugir... E rugir para cima!

Anônimo - 10 de fevereiro de 2015 20:42 escreveu:
Em mais de trinta anos de serviço nunca vi uma porta se abrir. Só fecharam portas, só criaram impedimentos e obstáculos, sem nunca adotar qualquer medida que facilitasse ou melhorasse as condições da tropa.

E a maioria dessas dificuldades são estabelecidas pelos nossos próprios generais. Nunca vi algo positivo em favor da tão propalada família militar. Só ouvi falácia, "enrolation", e conversa para bovino cochilar. Em mais de trinta anos de serviço vejo que as escalas de serviço continuam as mesmas, nas mesmas condições, os praças continuam tirando serviço quase que a carreira inteira, o peso das cargas de material continuam recaíndo sobre o subtenente, quando já se fala pelos quartéis há décadas que isso deveria ser atribuído a um militar em meio de carreira.

As transferências compulsórias continuam desagregando famílias, o salário família é o mesmo durante esse tempo todo, desde que ingressei no EB, há mais de 30 anos, NUNCA foi reajustado. As leis sempre nos apertando mais e mais, e nossos generais não satisfeitos através de suas portarias nos apertam ainda mais nos poucos direitos que temos, jogando em nosso dia a dia cada vez mais obrigações. Para não ser injusto e não faltar com a verdade, a única melhoria que vi foi o fim do pernoite obrigatório para praças até 1º Sgt, que não tinham o direito de dormir em casa, e recebiam essa "regalia" quando seu comandante estivesse de bom humor. Quando nossos chefes dizem que vão fazer algum tipo de valorização, tenho até medo, pois da última vez, vieram sindicâncias e porta estandarte. Eu sempre soube que as mudanças dentro das Forças Armadas são lentas, mas nunca pensei que seriam assim tão lentas, a ponto de entrar e sair sem ver uma só voz se levantar em favor daqueles que são os seus subordinados. Só temos comando no sentido de nos enquadrar, quanto a nossas condições é mesmo na base do cada um por si. Só falta decretar o "se vire".

Montedo - 16 de fevereiro de 2015 escreveu:Tenho um imenso orgulho de ter servido na EASA por seis anos e, de alguma forma, estar inserido nesse processo. A transformação do Exército, Marinha e Aeronáutica passa, necessariamente, pela valorização da condição do sargento como profissional militar.

Utopia, para alguns; bobagem, para outros; impraticável, para a maioria. Para mim, o único caminho possível para que as Forças Armadas se modernizem, efetivamente. De nada adiantam equipamentos modernos sob a tutela de mentes arcaicas.

Infelizmente, por muito tempo, a EASA continuará sendo uma ilha. Cito um exemplo: um concludente do curso de Sergeant Mayor do US Army foi Comandante do Corpo de Alunos da Escola. Ao deixar a função, foi nomeado instrutor de uma Academia americana por dois anos. Nesse período de cerca de quatro anos, exerceu funções de comando, chefia e liderança em alto nível. Ao ser exonerado, foi classificado numa OM de tropa e designado para a função de encarregado de material - tarefa que já desempenhei, com muito orgulho.
Ou seja, ao invés do Comando aproveitar a notória qualificação e vivência profissional do militar, designou-o para cuidar de panelas, montar barracas e instalar P Cags nos acampamentos, porque, afinal, é para isso que serve um subtenente. E ponto final!

Uma guinada rumo ao exemplo que deu certo na nação que ostenta o maior poder bélico do mundo, sepultando a visão do século XIX - herança do período imperial e da missão militar francesa - é tarefa de décadas, pois exige uma profunda mudança de mentalidade, tanto dos oficiais, quanto dos praças.

Tarefa para Comandantes, com C maiúsculo.

Excelências do Alto Comando, algum dos senhores se habilita?

Anônimo - 16 de fevereiro de 2015 12:21 escreveu:
Bom dia Montedo,

Já havia lido a matéria na revista Verde Oliva. Quando realizei o CAS em 2005, essa estrutura já existia na EASA, porém, como é de costume no EB pega-se exemplos de fora, notadamente dos EUA, e aplica-se aqui com a visão tupiniquim de nossos oficiais generais altamente ultrapassados, como você disse formados com a ideologia estabelecida pela Missão Francesa e pela Doutrina de Segurança Nacional da ESG. Via-se a olhos nus a reprovação a essa estrutura pelos oficiais da EASA, Maj, Cap e Ten tratavam com desdém o Sgt Mor Ch do CA.

Olha Montedo como 1º Sargento, com meus 27 anos de serviço, não que eu seja pessimista, mais uma mudança grande no EB é algo que infelizmente não visualizo pelos próximos 20 anos, as mentalidades que dominam a Força hoje e que ainda vai durar por muito mais tempo não deixaram isso acontecer. Oficiais e praças de hoje foram formados com alguns "valores" que dificultam a transformação. Tive um Cap que foi meu primeiro Cmt Cia quando cheguei na tropa, militar muito qualificado, excelente ser humano e um Cmt possuidor das virtudes da lealdade e camaradagem, algo que se perdeu nos dias de hoje, não concordava com muitas atitudes do Cmt da OM e da Bda, um dia falei para ele "quando o senhor sair general vê se muda isso", ele respondeu "não saio general, sabe porquê? um general não promove outro que pensa diferente dele".

Então a meu ver, para ocorrer uma mudança teria que mandar compulsoriamente para a reserva praticamente todos os generais de exército e divisão, promovendo o mais adequado general de brigada a Cmt EB, a fim de realmente mudar a mentalidade e romper com o corporativismo existente, só assim talvez ocorresse uma grande mudança, rompendo com aquelas famílias tradicionais que toda geração tem um general, a fim de se manter as tradições.

Outra coisa, os nossos generais tratam sempre de alijar do Alto Comando as minorias, negros só chegam a general de brigada, uma coisa que sempre observo é que sempre que tem general de brigada negro aspirando a sair divisão vem o sistema e promove uma grande passagem forçada para a reserva, promovendo um general de brigada mais moderno a divisão, passando os demais compulsoriamente para a reserva, tudo a fim de alijar o general negro (o joio) no meio dos brancos de olhos azuis (o trigo).

Outro grande preconceito é dirigido aos oficiais do QAO, que são preteridos até mesmo para os oficiais R2, formados em 10 meses de meio expediente, mais quase sempre alguém da elite local e quase sempre brancos de olhos claros.

1º Sgt Inf.

Anônimo - 16 de fevereiro de 2015 12:58 escreveu:
Montedo, sou sgt com mais de 20 anos de sv e sinto vergonha do reconhecimento que a força me dá, alguns rápidos exemplos:

- Of Tmpr sem preparo sem concurso e sem competência, mais antigo q eu;

- PNR só pra of (Curitiba);

- Transferência pro mesmo lugar, um of ganha quase o dobro (acham que nossa mudança cabe numa T10);

- Os Aspira que chegaram comigo já são TC e eu 1º Sgt ( 5 promoções contra 2)

- Os Aspira que chegaram comigo agora são do Cmt de OM ou Cargo do genero e eu fui pra testa dos Sgt na formatura;

- Já ouvi " Não tá contente pede pra ir embora" ou " a AMAN tá lá faz 200 anos", mais só tive oportunidade de fazer um cursinho qdo não tinha mais idade pra academia, ai fiz faculdade mesmo, que de nada vale no EB; e por ai vai...

Abço.

Anônimo - 16 de fevereiro de 2015 14:37 escreveu:
Então a transformação estaria sendo feita se a 1ª medida fosse tirar o CAS desse lugar hostil chamado Cruz Alta.....e colocar num lugar onde o Sgt tivesse mais dignidade e condições de estudo.....Onde o Sgt não fosse visto com maus olhos ao chegar na cidade, nem tivesse que se submeter a preços absurdos e superfaturados.

Anônimo - 16 de fevereiro de 2015 15:53 escreveu:
Montedo, complementando o comentário que fiz "16 de fevereiro de 2015 12:21".

Em Portugal existe duas carreiras distintas, uma para praça e outra para oficial.

No EB também deveria existir uma carreira para praça, com escalonamento vertical de Sd a S Ten, porém o soldo de S Ten deveria ser o de Cap e parar com essa história de praça sair oficial, são carreiras distintas, ainda acabaria essa pouca vergonha de bajulação que temos hoje, chega a ser vergonhoso a omissão de S Ten para conseguir sair oficial, por outro lado é conveniente para o EB essa situação, controla-se os praças com promoções, missões no exterior, boquinha em Brasília, etc.

E sem falar no tal de perfil, militares com desempenhos idênticos conceituados de maneira diferentes.

Cria-se artificialmente heróis e marginais.




Avatar do usuário
Clermont
Sênior
Sênior
Mensagens: 8842
Registrado em: Sáb Abr 26, 2003 11:16 pm
Agradeceu: 632 vezes
Agradeceram: 644 vezes

Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#51 Mensagem por Clermont » Sex Ago 28, 2015 9:46 am

O Adjunto de Comando do Exército e uma transformação inadiável.

Blog do Montedo.com - 28.08.15.

Embora o tom cauteloso, numa entrevista em que reproduz em quase tudo o estilo do Comandante do Exército, a fala do Subtenente Crivelatti é muito esclarecedora.

Ao contrário da opinião de muitos leitores do blog, tenho a convicção de que a implementação do cargo de Adjunto de Comando é o ponto de partida de uma transformação inadiável e muito salutar para a Força Terrestre.

As condições nunca estiveram tão propícias: caso não saibam, o embrião foi plantado há mais de vinte anos, no então CIAS-Sul (hoje EASA), em Cruz Alta (RS), pelo seu primeiro comandante, tenente-coronel Sérgio Westphalen Etchegoyen, que é o atual Chefe do Estado-Maior do Exército e responsável pela criação do cargo de Adjunto de Comando, ainda quando estava à frente do DGP.

Esse modelo, que teve pleno êxito e está consolidado na EASA, pode e deve ser estendido à todo o Exército, pois trata-se de um passo gigantesco (embora muitos não percebam) no caminho da valorização do sargento como profissional militar.

O objetivo final, entretanto, deve ser a criação de uma carreira específica para as praças, com a extinção do Quadro Auxiliar de Oficiais. Tenho a convicção, pois vivenciei in-loco essa experiência, de que a aspiração profissional da esmagadora maioria dos sargentos do Exército não é atingir o oficialato, mas sim, ser valorizado como profissional das armas.

Não é, evidentemente, um processo simples, pois implica na mudança de uma mentalidade arraigada desde a Missão Militar Francesa, e lá se vão cem anos. Mas é o melhor caminho, talvez, o único.






Avatar do usuário
Frederico Vitor
Sênior
Sênior
Mensagens: 2065
Registrado em: Ter Ago 14, 2007 1:34 pm
Localização: Goiás
Agradeceu: 206 vezes
Agradeceram: 270 vezes

Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#52 Mensagem por Frederico Vitor » Dom Nov 01, 2015 1:04 am



Obs: Modernizem a farda! Nada adianta tais aparatos tecnológicos se o fardamento é do tempo da I Guerra do Golfo.




Avatar do usuário
Ckrauslo
Sênior
Sênior
Mensagens: 2717
Registrado em: Ter Ago 19, 2014 10:33 pm
Agradeceu: 209 vezes
Agradeceram: 180 vezes

Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#53 Mensagem por Ckrauslo » Dom Nov 01, 2015 4:45 am

Frederico Vitor escreveu:

Obs: Modernizem a farda! Nada adianta tais aparatos tecnológicos se o fardamento é do tempo da I Guerra do Golfo.
Os modelos dos nossos uniformes são da 2º guerra frederico victor, são o M65 que é apenas uma ligeira modificação do uniforme M43 usado pelos Americanos e aliados na segunda guerra, fiz um texto sobre isso no topico Cobra




Kept you waiting, huh?
jauro
Sênior
Sênior
Mensagens: 5309
Registrado em: Ter Ago 01, 2006 12:36 pm
Localização: Barra Velha, SC.
Agradeceu: 212 vezes
Agradeceram: 610 vezes

Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#54 Mensagem por jauro » Dom Nov 01, 2015 4:55 pm

Primeiro o Conteúdo, depois a Capa.
Fardamento não ganha guerras.




"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
Avatar do usuário
Ckrauslo
Sênior
Sênior
Mensagens: 2717
Registrado em: Ter Ago 19, 2014 10:33 pm
Agradeceu: 209 vezes
Agradeceram: 180 vezes

Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#55 Mensagem por Ckrauslo » Dom Nov 01, 2015 5:27 pm

jauro escreveu:Primeiro o Conteúdo, depois a Capa.
Fardamento não ganha guerras.
Não ganha mesmo, porém ajuda os combatentes a renderem mais.




Kept you waiting, huh?
jauro
Sênior
Sênior
Mensagens: 5309
Registrado em: Ter Ago 01, 2006 12:36 pm
Localização: Barra Velha, SC.
Agradeceu: 212 vezes
Agradeceram: 610 vezes

Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#56 Mensagem por jauro » Dom Nov 01, 2015 5:34 pm

Também concordo. Ajudam, mas não são instrumentos decisivos, como são o Treinamento e a Avaliação para o combate.
Nada adianta tais aparatos tecnológicos se o fardamento é do tempo da I Guerra do Golfo.




"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
Avatar do usuário
Ckrauslo
Sênior
Sênior
Mensagens: 2717
Registrado em: Ter Ago 19, 2014 10:33 pm
Agradeceu: 209 vezes
Agradeceram: 180 vezes

Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#57 Mensagem por Ckrauslo » Dom Nov 01, 2015 5:37 pm

Um exemplo disso, coletes melhores, que permitem carregar de forma inteligente o equipamento, oferece melhor proteção e não atrapalha na mobilidade do combatente, isso ajuda a ganhar guerras e diminuir as baixas.
Uniformes mais resistentes, que evitem trocas constantes, ajuda a salvar dinheiro que pode ser utilizado para outras coisas.
Calçados melhores, que protejam mais os pés dos combatentes e evitem coisas como torções, evitem o pé ficar escorregando dentro do calçado, evitando bolhas e calos, sejam mais leves evitando afogamentos, vão ajudar e muito a ganhar guerras, pois não vai ter soldados ficando inoperantes por besteira.
Uniformes mais confortáveis vai impedir que soldados fiquem distraídos com outras coisas, que não fiquem incomodados com calor, ou de estarem encharcados de suor "Se você acha que isso não incomoda e muito, você esta enganado"
O menor dos detalhes pode fazer uma guerra se perder.
O ferreiro esqueceu de por um prego na ferradura do cavalo, o cavalo perdeu a ferradura, por conta da ferradura se perdeu um cavalo, por conta do cavalo não se entregou a mensagem, pela falta da mensagem um comandante não foi avisado de um ataque, por não ser avisado do ataque, perdeu a batalha.
Por perder a batalha ele perdeu um fronte, por perder um fronte ele perdeu uma linha de suprimentos, por perder a linha de suprimentos acabou como a moral dos combatentes, ao perder a moral dos combatentes, morreu mais soldados, e ao morrer mais soldados ele perdeu a guerra.




Kept you waiting, huh?
Avatar do usuário
Ckrauslo
Sênior
Sênior
Mensagens: 2717
Registrado em: Ter Ago 19, 2014 10:33 pm
Agradeceu: 209 vezes
Agradeceram: 180 vezes

Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#58 Mensagem por Ckrauslo » Dom Nov 01, 2015 5:46 pm

jauro escreveu:Também concordo. Ajudam, mas não são instrumentos decisivos, como são o Treinamento e a Avaliação para o combate.
Nada adianta tais aparatos tecnológicos se o fardamento é do tempo da I Guerra do Golfo.
Sim claro, mas se você tem equipamentos antiquados que atrapalham o treinamento atual.
Coletes como IBA não permitem o militar se inclinar para frente para diminuir sua silhueta ou absorver o recuo.
Cintos como o cinto NA, não permitem os militares carregarem com eficiência todo equipamento que necessitam, "E ainda machuca um cadinho as costas ficar levando equipamento no cinto, se prensando contra tua lombar"
Com uniformes como os atuais que usamos, rapidinho você pode ter problemas de insolação, o tecido além de ser grosso, é colocado em painéis duplos, sendo o interno que é verde e o externo que é camuflado, e isso esquenta demais, e não absorve o suor direito, e ficar encharcado "Seja suor ou qualquer coisa, pode lhe fazer ficar doente, seja uma simples gripe "Que é uma inflamação da laringe, das narinas e dos pulmões (Bronquite, sim gripes e resfriados são bronquites agudas, em que há estreitamento dos brônquios e produção excessiva de muco, por isso quando estamos gripados temos dificuldade de respirar e tossimos bastante). Ou você pode pegar uma pneumonia que é bem mais grave e isso já tira o combatente do combate".
No acampamento da boina aqui na região norte, o que mais temos são rapazes tendo depois que se reportar ao hospital do exercito com casos de Bronquite aguda "Gripes e resfriados" E alguns com casos mais sérios como pneumonia, por que na profissão militar você vai estar molhado e miserável direto, e os uniformes que são péssimos apenas contribuem para esse tipo de coisa.
você usar um coturno, que não protege muito seu tornozelo contra torções, principalmente andando na selva, você vai acabar torcendo muito o tornozelo, olha isso acontece muito.
Então tipo uniformes contribuem de forma muito seria para isso.
Pensa no caso dos militares em Bastonge sem uniformes adequados para o combate. Muitos morreram e os aliados quase perderam a guerra por conta disso.




Kept you waiting, huh?
Avatar do usuário
ABULDOG74
Sênior
Sênior
Mensagens: 2273
Registrado em: Dom Jan 05, 2014 2:01 pm
Agradeceu: 203 vezes
Agradeceram: 153 vezes

Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#59 Mensagem por ABULDOG74 » Dom Nov 01, 2015 6:52 pm

Olá camaradas, as visões devem ser MACRO e MICRO, não adianta ter fuzil e artilharia de última geração se os soldados que vão operá-los tem um BOOT que tem que ser amaciado durante dias antes de ir a campo; então numa guerra os soldados , mal poderão andar, porque eles precisão de reposição no campo, e aí?Vão operar com bolhas nos pés??Pergunte a quem OPEROU em ambiente amazônico, que não teve que tirar a camisa de debaixo do camuflado para melhor sensação e higiene em operação? O cinto de guarnição em operações extremas, as ferragens provocam verdadeiras feridas no combatente, conclusão: muitos que ainda insistem em operá-lo retiram a ferragem, mas numa reposição de combate, e aí?
Alguém acha que um combatente vai retirar o máximo do seu fuzil e artilharia TOP DE LINHA nessas condições???


MACRO, MAS SEM ESQUECER O MICRO SENHORES; É ESSENCIAL TAMBÉM.

ADSUMUS




Avatar do usuário
Ckrauslo
Sênior
Sênior
Mensagens: 2717
Registrado em: Ter Ago 19, 2014 10:33 pm
Agradeceu: 209 vezes
Agradeceram: 180 vezes

Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#60 Mensagem por Ckrauslo » Dom Nov 01, 2015 6:56 pm

ABULDOG74 escreveu:Olá camaradas, as visões devem ser MACRO e MICRO, não adianta ter fuzil e artilharia de última geração se os soldados que vão operá-los tem um BOOT que tem que ser amaciado durante dias antes de ir a campo; então numa guerra os soldados , mal poderão andar, porque eles precisão de reposição no campo, e aí?Vão operar com bolhas nos pés??Pergunte a quem OPEROU em ambiente amazônico, que não teve que tirar a camisa de debaixo do camuflado para melhor sensação e higiene em operação? O cinto de guarnição em operações extremas, as ferragens provocam verdadeiras feridas no combatente, conclusão: muitos que ainda insistem em operá-lo retiram a ferragem, mas numa reposição de combate, e aí?
Alguém acha que um combatente vai retirar o máximo do seu fuzil e artilharia TOP DE LINHA nessas condições???


MACRO, MAS SEM ESQUECER O MICRO SENHORES; É ESSENCIAL TAMBÉM.

ADSUMUS
Exatamente Abuldog.
Como eu disse.
E sem contar que, falando a verdade, quantos militares não acabam ficando doente e passando dias nos hospitais militares por conta das condições do serviço?
Aqui no acampamento da boina ta cheio de gente pegando coisas leves como gripes e resfriados, e até coisas pesadas como Pneumonias




Kept you waiting, huh?
Responder