O futuro da AAAe no Brasil

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8161 Mensagem por arcanjo » Qui Dez 11, 2014 10:55 am

Brasil deve fechar em 2015 compra de bateria antiaérea russa por R$ 2,5 bi

http://resenhamilitar.blogspot.com.br/2 ... ra-de.html

abs.

arcanjo




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8162 Mensagem por Marino » Qui Dez 11, 2014 11:07 am

Paulo, o que escrevi eram os primeiros estudos realizados.
Se mudou, nao sei.
Até onde VI, cada força seria responsável pela defesa de SUA infra-estrutura.
Se certo, ou errado, é outra questão.
É evidente que a DEFESA AÉREA é responsabilidade da FAB, e de mais ninguém.
Mas a DEFESA ANTIAÉREA nao é responsabilidade da FAB, principalmente das infra-estruturas críticas.
É evidente que a Defesa AAe das infra-estruturas críticas a a ser implantada seria subordinada em tempo de guerra ao COMDABRA, como já acontece HOJE EM DIA.
Sobre opiniao de General de Brigada, ele pode guardar para si, pois vai cumprir a ordem que receber de seu 4 estrelas.
Sobre os 242 M-109, eu VI, sou TESTEMUNHA OCULAR que ocorreu.
E mais, os carros foram inspecionados pelo EB e o relatório dizia que 99 dos mesmos foram modernizados para o padrão A-5 e que todos os outros estavam em perfeitas condições de uso.
Foram parar na Grécia, nao lembra?
Se a história "sumiu", desapareceu, desvaneceu, ninguém sabe, ninguém viu, sinto muito.
Se nao acredita, pergunte ao Jauro aqui mesmo no DB, pois ele entrou em contato com o Gen. Mayer, o artilheiro mais antigo do EB, e um dos que se posicionou contra a compra. Ele vai lhe confirmar o que disse.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8163 Mensagem por Marino » Qui Dez 11, 2014 11:15 am

Da matéria publicada pelo Arcanjo, acima:
O plano é distribuir o sistema entre as Forças Armadas do país: uma bateria, a do Exército, será colocada em Brasília, para proteger o Palácio do Planalto e os órgãos administrativos federais.

A segunda, da Aeronáutica, será posicionada em São José dos Campos (SP), onde está instalado o complexo industrial com importantes fábricas do setor, como a Embraer, que fará a construção e a montagem final do novo caça do Brasil, o Gripen.

Já a terceira bateria, pertencente à Marinha, será posicionada no Rio de Janeiro, para defender os submarinos nucleares, que estão sendo fabricados no estado, e também o pré-sal.
Ou seja, nao mudou muito do que escrevi. :wink:




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8164 Mensagem por Paulo Bastos » Qui Dez 11, 2014 11:22 am

Exato, COMDABRA, e não "cada força seria responsável pela defesa AAe de SUA infra-estrutura crítica".

Sobre a opinião do General, que não é um General qualquer, mas sim o responsável por todo o planejamento de Defesa AAe do EB, o que não é pouca coisa, sim ele terá que cumprir a hierarquia, mas não será a de um outro General, mas, infelizmente de políticos, e você sabe muito bem disso...

Sobre o caso dos M109, nunca disse que duvidava de você, só gostaria de apresentar esse caso pois, da mesma forma que você é "TESTEMUNHA OCULAR que ocorreu", eu digo o mesmo quando falo que "todos os generais e coronéis do EB com que conversei, exceção feita aos da EsACosAAe, acham que defesa aérea de media e longo alcance são de obrigação da FAB...".

Sobre a compra do Pantsir, se ele vier ótimo, mas será uma compra muito mais política que técnica, como várias outras que aconteceram recentemente nas nossas FFAA's, e você também sabe disso.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8165 Mensagem por Marino » Qui Dez 11, 2014 11:38 am

Mas é claro que o COMDABRA será o coordenador do EMPREGO da AAe subordinada a cada Força.
Nao é pq a MB vai ser responsável pela defesa AAe do complexo de Itaguaí que vai poder sair dando tiro em tudo que voa na área.
Esta coordenação foi, é e será do COMDABRA.
Mas o armamento AAe é da MB, dotado nos Fuzileiros Navais, e por isso a defesa de Itaguaí será de responsabilidade da MB, coordenada pelo COMDABRA, que é um COMANDO CONJUNTO.
O General terá que cumprir o planejamento que está (estava na minha época) sendo conduzido no MD pelas 3 Forças, e nao por políticos.
Quem conduz o planejamento hoje em dia é o Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, General de Exército De Nardi.
Como escrevi em meu post anterior:
DEFESA AÉREA é responsabilidade da FAB e de mais ninguém;
DEFESA ANTIAÉREA nao é de responsabilidade da FAB.
Isto é doutrina mundial, e se alguns Generais do EB nao aceitam isso, estão desatualizados, ultrapassados, múmias fardadas e deveriam passar para a reserva e abrir vaga para Oficiais mais atualizados, como fez o Alte Marques de Leão quando os encouraçados Sao Paulo e Minas Gerais chegaram ao Brasil.
Discordo totalmente que a compra dos Pantsir seja política.
Houve um grupo de trabalho conduzido pelo MD, mais especificadamente pelo CEMCFA, com representantes das 3 Forças, que assinaram os ROC e o relatório conjunto sem membro discordante.
Então, agora, dizer "nao queeeeeeero", "nao gosssssssssto", é covardia, nao há outra palavra.
Que tivessem deixado isto claro no momento apropriado.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8166 Mensagem por Marino » Qui Dez 11, 2014 11:50 am

Deixando claro:
DEFESA AÉREA - a feita pela FORÇA AÉREA com seus caças, interceptando as aeronaves inimigas no ar;
DEFESA ANTIAÉREA - a feita por meios de superfície, como canhões e mísseis, pelas 3 Forças, contra aeronaves inimigas atacantes.
Dizer que a FAB é responsável pela Defesa AAE é o mesmo que dizer que a MB é responsável pela Defesa de Costa.
Me admira muito esta posição de alguns Generais.
É mesmo inconcebível para mim.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8167 Mensagem por Paulo Bastos » Qui Dez 11, 2014 12:04 pm

Bem não acho "covardia" afirmar desde o inicio, como alias eu sempre disse aqui, que os Generais e Coronéis do EB não consideravam um equipamento como o Pantsir necessário a estratégia da Força, tanto que compraram o RBS-70 e o Gepard para atender o que julgaram atender as suas necessidades.

Sobre a compra do Pantsir não ser política, essa é opinião sua, diferente da minha e também dos militares que você cita agirem por "covardia", alguns do qual já citei nominalmente.

o fato é, a compra desse equipamento russo é politica sim, e é motivada por mais por interesses do agronegócio do que militares, agora se você quer acreditar no contrário, não posso fazer nada...




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8168 Mensagem por Marino » Qui Dez 11, 2014 12:10 pm

Paulo, por qual motivo o EB (e nao alguns militares) nao se posicionou contra no Grupo de Trabalho no MD?
Por qual motivo os representantes do EB no Grupo de Trabalho nao fizeram um relatório em separado, como membros discordantes, se posicionando claramente contra a adoção de uma Artilharia Antiaérea e contra a aquisição do Pantsir?
Nao fizeram isso no momento adequado e agora, em conversas com vc, que representa a imprensa especializada, se colocam contrários?
Qual palavra deveria usar para esta atitude?
Estes militares estão se posicionando pelo fechamento da Escola de Artilharia AAe do EB, pelo fechamento de sua Brigada AAe?
Nao?
Então me desculpe, incoerência é outra palavra que encontro.
E mais, Oficiais que acham que Gepard e RBS-70 sao suficientes para o país deveriam ser demitidos imediatamente.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8169 Mensagem por Marino » Qui Dez 11, 2014 12:15 pm

Talvez, para diminuir meu espanto, estes Oficiais estejam focados na "estratégia da força", como vc escreveu, e nao nas necessidades do país, na Estratégia Nacional.
Nao cito nem a Grande Estratégia, o que tenho certeza absoluta que estudam, os que cursam a ECEME, claro, que nao sao todos.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8170 Mensagem por Paulo Bastos » Qui Dez 11, 2014 12:38 pm

Pois é Marino, então acho que os Generais do nosso Exercito realmente não estão preocupados com a "Grande Estratégia" Nacional.

Partindo desse pressuposto, você, que estava ligado ao MD, e outros que cursaram o ECEME participaram ativamente da confecção da END???

Pois para o EB, a força esse documento foi muito criticado por conta de alguns interesses políticos partidários se sobreporem aos militares. Aliás gostaria de lembra-lo que os únicos oficiais generais que criticaram abertamente, e assinaram documento com essas criticas, foram os Generais-de-Exército Luiz Cesário da Silveira Filho, do Comando Militar do Leste, Paulo César de Castro, do Departamento de Ensino e Cultura do Exército, e Maynard Marques de Santa Rosa, Departamento Geral de Pessoal. Covardes, não???

Será que na Marinha todos concordaram???

Outra coisa, acredito que a compra dos Pantsir deva sair, mas não pelas suas qualidades técnicas, que nunca questionei, mas pelos motivos que já citei, como ocorreu com a compra dos Mi35 da a FAB e com os Caracal paras as 3 forças. Se isso sera benéfico para a as FFAA's só o futuro poderá responder.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8171 Mensagem por Marino » Qui Dez 11, 2014 12:50 pm

Paulo, estamos mudando de foco.
Para mim, a END é um marco que divide o planejamento militar do Brasil em antes e depois da publicação.
Os militares que a criticaram, para mim nao a entenderam.
Veja se há crítica, honesta e baseada em fatos, hoje?
Pela primeira vez na história do Brasil os militares apresentaram suas reais necessidades ao poder político da nação.
Se estas necessidades serão atendidas ao nao, é outra questão, mas o poder político jamais poderá dizer que nao sabia das mesmas.
As 3 Forças participaram da confecção da END, nao somente dela, mas da PND e do Livro Branco também.
Nao foi algo imposto de cima para baixo, mas pelo contrário, foram confeccionados de baixo para cima.
E mais ainda, foi prevista a atualização das publicações a cada 4 anos, e submetê-las ao Congresso Nacional.
Desta maneira, se há algo que alguma Força nao concorda, o momento de dizer isso claramente É AGORA.
Nao manifestar discordância, calar-se, omitir-se, para depois escrever artigos em sites especializados nao é o procedimento correto que aprendemos desde os bancos escolares.
Então, a hora chegou.
Vamos ver quem se manifestará por alterações radicais nas publicações.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8172 Mensagem por Marino » Qui Dez 11, 2014 12:56 pm

Sobre a Marinha.
Creio que vc sabe como funciona o Almirantado, que sao os 4 estrelas da Força.
Eles se reúnem a portas fechadas para discutir os assuntos que afetam a MB e, na reunião, discordam frontalmente um do outro e defendem suas posições ao limite.
Em dado momento há uma votação em que cada voto vale igualmente, do CM ao Almirante recém promovido.
Ao saírem da reunião a posição é única, a voz de todos falam a mesma coisa, a decisão tomada é do grupo, é da MB.
Assim funciona na Força, e a ida para a reserva nao vai fazer com que um destes Almirantes fale de maneira distinta.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8173 Mensagem por Marino » Qui Dez 11, 2014 1:10 pm

Eu só gostaria de manifestar minha satisfação pelo debate em alto nível com o Paulo, igual ao que ocorria nos bons tempos do DB.
Claro que meu interlocutor é de alto padrão, mas que fique de exemplo aos mais novos que discordar nao significa abrir guerra, agredir o interlocutor.
Meus respeitos Paulo.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8174 Mensagem por FCarvalho » Qui Dez 11, 2014 1:16 pm

Paulo Bastos escreveu:
FCarvalho escreveu:Conta de padaria, como o povo gosta de falar aqui:
EB: 13 + 7 = 20 Bia ( 12 cmdos reg / 7 cmdos área)
MB: 9 Bia ( 1 Bia / DN)
FAB: 19 Bia's ( 1 bia por base aérea)
Total: 48 Bia's CAMM
Isso considerando apenas as estruturas macro de C2 militar que se precisa defender. Não se considerou as divisões e outras grandes formações de apoio ao combate das respectivas forças. Se considerarmos a infra-estrutura civil que também precisa ser defendida, aí sim o negócio vai ser complicado.
48 baterias de qualquer sistema de defesa AAe no Brasil é algo quase que inimaginável. Ainda mais se formos tratar de sistemas de média altura, como o CAMM, ou mesmo o Pantyr.
Já está dando essa merda toda por causa de reles tres baterias, imagina se fôssemos discutir 30 ou mais... :roll:
abs
Queria realmente que a coisa fosse simples como um jogo de "Super Trunfo", mas infelizmente não é...

O EB já deixou claro que, por ele, não investira em sistemas AAe de médio ou longo alcance, qualquer um que seja. Para ele isso e atribuição da FAB e o custo de sua manutenção poderia ser melhor aproveitado em outras áreas que considera prioritárias. E isso não é minha opinião, é o que escuto do Comando do EB.

Me admira mesmo gente tão graduada do EB afirmando tal coisa. Por isso que destaquei acima a questão da modernização do pensamento doutrinário das ffaa's antes de considerarmos sistemas de defesa AAe de longo alcance. Mas com essa agora, penso que igla e RBS-70 já darão um trabalho danado, vide que mesmo estes equipamentos mais simples estão atrelados, vejam só, à bia de art aae das bgdas, e aos batalhões de inf, e/ou OM do mesmo nível, como acontece por aí.

A MB eu não tenho contato, talvez o Marino possa falar, todavia nunca ouvi nada sobre sistemas AAe por Distrito Naval. No máximo uma Bia para o CFN, e olhe lá, já que nos últimos 10 anos se investiu em praticamente todas as áreas, menos nessa. O BtlCtAetatDAAe conta com uma Bia de Canhões, composta por 6 BOFI-R, e uma Bia de Misseis, com 8 lançadores do MANPADS Mistral. O seu radar de Busca e Vigilância Giraffe 50 AT, que é transportado por um trator articulado (não blindado) BV-206D, esta inoperante a vários anos(ele foi adquirido, junto com os canhões, em meados dos anos 80). Como o CFN esta acostumado a utilizar equipamento de diversas procedências e em quantidades pequenas, qualquer coisa que vier é lucro. Isso é fato!

Historicamente a única unidade que sempre dispões de defesa aae a nível terrestre na MB sempre foi o CFN, o qual é responsável também por pensar a sua doutrina de emprego na força. E neste sentido, apesar de não termos referenciais doutrinários mais modernos que nos auxiliem a pensar de forma mais ampla, nota-se que existe sim uma necessidade latente de defesa da infra-estrutura própria da MB que precisa ser feita. O problema é saber como e em que nível organizacional isto poderá/deverá ser feito. A MB não se restringe a Itaguai, e nem mesmo a sua principal base naval no RJ. Mas nós ainda nem sequer conseguimos pensar em defesa AAe estratégica, fica difícil então pensar em outros níveis. Aliás, defesa AAe sempre foi um assunto meio que deixado de lado nas forças. E por razões outras que não as técnicas-militares, veio a baila por agora. E está feita a confusão. :roll:

Sobre a FAB, essa sim, o Ideal era ter uma Bia de Misseis de Curto, uma de médio e uma de longo alcance para cada COMAR (e não base aérea) para, junto com seus caças, prover uma correta defesa aérea do território nacional, mas isso aí já é quase utopia, porem acredito que três GDAAE, com as Bias que citei, atenderiam bem nossas necessidades, mas essa é a minha opinião.

Paulo, como sabes, cada base aérea - assim como paticamente todas as OM's da FAB - tem um batalhão e/ou Cia/Pel de Infantaria da Aeronáutica que primariamente é responsável por sua defesa e segurança. Neste sentido, a capacidade de defender esta base de ataques aéreos sempre foi uma de suas atribuições mais básicas, desde a sua criação. O problema é que, como nas demais forças, tal aspecto da defesa das bases - e demais infraestrutura - sempre foi de certa forma onerada por outras preocupações tanto em temos organizacionais, quanto institucionais, materiais e doutrinários. Assim, a adoção de sistemas de defesa AAe para a defesa das bases é algo tão pertinente quanto lógica, principalmente nestes dias que se sabe que tais bases são alvos mais que primários, em qualquer tipo de conflagração entre países, por todos os meios possíveis/necessários. Então não vejo como não disponibilizarmos tais btl's de algo com uma organização tal com que possam defender-se e às suas bases.
Assim, me parece que a combinação Canhões AAe +MANPADS + AAe Média Altura são um fator indispensável para a defesa da nossa infraestrutura do poder aéreo, principalmente a das bases aéreas mais operacionais. Agora, se a FAB não julga assim, paciência. Mesmo porque, até outro dia, falar em defesa AAe na FAB não era, também, um assunto que possamos dizer, tão importante quanto atrativo para os nossos brigadeiros.


Abraços,
Paulo Bastos
O problema maior de se construir um sistema de defesa AAe no país hoje, me parece ser, menos uma questão material e mais doutrinal.
Há anos nossos militares assistem - e obviamente acompanham e estudam - todas as últimas guerras neste quaro de século que se passou.
Simplesmente não é possível, quanto admissível, que estejamos hoje ouvindo generais do EB com opiniões tão obtusas quanto impraticáveis sobre defesa AAe em um TO de guerra moderna, e que ao menos para mim, que sou leigo no assunto, parece ser mais função de um exercito há décadas muito mais preocupado com seus afazeres burocráticos - e de emprego social - do que com sua missão primária.
A ver no que isso vai dar.

abs.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8175 Mensagem por Clermont » Qui Dez 11, 2014 2:49 pm

Marino escreveu:Da matéria publicada pelo Arcanjo, acima: O plano é distribuir o sistema entre as Forças Armadas do país: uma bateria, a do Exército, será colocada em Brasília, para proteger o Palácio do Planalto e os órgãos administrativos federais.

A segunda, da Aeronáutica, será posicionada em São José dos Campos (SP), onde está instalado o complexo industrial com importantes fábricas do setor, como a Embraer, que fará a construção e a montagem final do novo caça do Brasil, o Gripen.

Já a terceira bateria, pertencente à Marinha, será posicionada no Rio de Janeiro, para defender os submarinos nucleares, que estão sendo fabricados no estado, e também o pré-sal.

(...)

Nao é pq a MB vai ser responsável pela defesa AAe do complexo de Itaguaí que vai poder sair dando tiro em tudo que voa na área. Esta coordenação foi, é e será do COMDABRA. Mas o armamento AAe é da MB, dotado nos Fuzileiros Navais, e por isso a defesa de Itaguaí será de responsabilidade da MB, coordenada pelo COMDABRA, que é um COMANDO CONJUNTO.
Marino escreveu:Deixando claro:

DEFESA AÉREA - a feita pela FORÇA AÉREA com seus caças, interceptando as aeronaves inimigas no ar;

DEFESA ANTIAÉREA - a feita por meios de superfície, como canhões e mísseis, pelas 3 Forças, contra aeronaves inimigas atacantes.

Dizer que a FAB é responsável pela Defesa AAE é o mesmo que dizer que a MB é responsável pela Defesa de Costa.

Me admira muito esta posição de alguns Generais. É mesmo inconcebível para mim.
Mas, existiria assim tanto problema se a 1ª Bateria de Brasília (Exército); a 2ª Bateria de S.J. dos Campos (Força Aérea) e a 3ª Bateria do Rio de Janeiro (Marinha) fossem todas integrantes de um hipotético "Grupo de Artilharia de Defesa Antiaérea" pertencente à Força Aérea Brasileira? Já que esta corporação cuida da DEFESA AÉREA, com todo seu aparato tecnológico de detecção por radar, de transmissão e de proteção de dados, e todas essas "macumbas" de alta-tecnologia, também podia cuidar igualmente da DEFESA ANTIAÉREA de área, aproveitando os já existentes sistemas. Na Alemanha da Segunda Guerra Mundial funcionava assim, o problema foi que eles passaram da conta e desta forma, até os canhões antiaéreos protegendo as divisões panzer pertenciam à Luftwaffe, o que era um despropósito. Mas, para proteger um centro industrial, político ou energético, não me parece assim, tão absurdo que a Força Aérea controle esse tipo de armamento.

Da mesma forma, não acho um despropósito que coubesse à Marinha defender áreas costeiras. Na Grã-Bretanha da Segunda Guerra, eram os Reais Fuzileiros Navais que guarneciam os canhões de costa no Canal da Mancha; na Alemanha era a mesma coisa. Hoje em dia, na Suécia, cabe à Marinha o papel de artilharia costeira.

Realmente, qual o grande problema se o mesmo fuzileiro naval brasileiro que guarnece as peças de artilharia do Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais da Divisão Anfíbia, fosse transferido para um hipotético "Batalhão de Artilharia de Costa de Fuzileiros Navais" para dar proteção à áreas costeiras críticas?




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