MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
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- mmatuso
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Aneel aprova reajustes de até 54% em tarifas de distribuidoras no Norte
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/20 ... pais.shtml
Como já dizia antes da eleição, Dilma já tinha a benga preparada em uma sacola para socar em todo mundo, só estava esperando passar a eleição.
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/20 ... pais.shtml
Como já dizia antes da eleição, Dilma já tinha a benga preparada em uma sacola para socar em todo mundo, só estava esperando passar a eleição.
- Bourne
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
É a ressaca da "nova matriz econômica"
Não tem nenhuma novidade, salvo a rapidez das medidas de ajustes que todos os menos apaixonados sabiam que viria. levou menos de uma semana para os reajustes de preços públicos serem autorizados, o preço dos combustíveis sobe semana que vem, a taxa de juros subiu 0,25% ontem.
Em 2015 e 2016 a tônica será essa: recobrar estabilidade fiscal; e mostrar que o BC não é complacente com inflação.
Põe no balaio da parte fiscal cortar custeio, negociar duro qualquer reajuste do funcionalismo em 2016 quando vencem os acordos, rever estruturas e impor medidas de eficiência.
Rever os custo dos subsídios e incentivos a demanda que não funcionaram e representaram custos ao tesouro, incluindo programas setoriais de corte de impostos, credito subsidiado por bancos públicos entre outros. Óbvio que não quer dizer que irão acabar, mas irão ser redesenhados.
O realismo tarifário vai no sentido de reduzir custos e incentivar investimentos. Por que alguém paga pelo controle de tarifas, seja o governo com subsidio ou corte de investimento das concessionárias. Alem de instabilidade das decisões pela intervenção politica que comprometem a capacidade de atracão de recursos e investimentos. pode servir para maquiar a inflação presente, mas todos sabem que aquilo uma hora vai ser reajustados e tende a criar mais pressão inflacionária potencializada.
O segundo é que o BC parece que recebeu ordens da Dilma para por a inflação na meta. Vai subir juros para quebras expectativas e matar a fama de leniente com inflação. Não são os juros que seguram a inflação, mas a capacidade de mudar a expectativa. isso é importante devido a inflação não ter causas reais, mas derivado da especulação motivada pelo próprio BC e politica da Dilma i.
E agora especulam sobre a Dilma enviar ao congresso medidas que garantam a autonomia operacional do BC, Entre elas o estabelecimento de um mandato para presidente e diretor, com independência para perseguir a meta de inflação e equilibrar com as taxas de desemprego e crescimento.
Estranho? Só para quem acreditou nos gargantas e patos que foram enfáticos em distorcer e dizer que isso é o grande satã neoliberal. Na real isolaria o BC de pressões eleitorais e permitiria equilibrar a meta de inflação com desemprego e crescimento aceitável. O efeito colateral é não dar margem a especulação e aceleração inflacionaria como ocorreu com Dilma. Lembra o FED que segue essa mesma lógica e vai relativamente bem.
O governo Dilma II está desmontando ponto a ponto as medidas que não funcionaram e patrocinadas pelas gargantas. Agora eles estão doidinhos por serem ignorados. Ignorados com justiça devido as medidas levarem estagnação tendendo a recessão, queda do investimento privado, problemas fiscais e por em risco o grau de investimento. Se muito os chiliques serviram na campanha, se serviram.
As medidas não são para derrubar a inflação, convencer o setor privado a investir na estrutura produtiva e acompanhar o investimento publico na infraestrutura e parcerias. Sem isso não tem estabilidade de curto prazo e não crescimento. Lembrem que o determinante para crescimento de longo prazo e melhora do padrão de vida é acumulo de capital e tecnologia, derivados do investimento privado e publico.
Não tem nenhuma novidade, salvo a rapidez das medidas de ajustes que todos os menos apaixonados sabiam que viria. levou menos de uma semana para os reajustes de preços públicos serem autorizados, o preço dos combustíveis sobe semana que vem, a taxa de juros subiu 0,25% ontem.
Em 2015 e 2016 a tônica será essa: recobrar estabilidade fiscal; e mostrar que o BC não é complacente com inflação.
Põe no balaio da parte fiscal cortar custeio, negociar duro qualquer reajuste do funcionalismo em 2016 quando vencem os acordos, rever estruturas e impor medidas de eficiência.
Rever os custo dos subsídios e incentivos a demanda que não funcionaram e representaram custos ao tesouro, incluindo programas setoriais de corte de impostos, credito subsidiado por bancos públicos entre outros. Óbvio que não quer dizer que irão acabar, mas irão ser redesenhados.
O realismo tarifário vai no sentido de reduzir custos e incentivar investimentos. Por que alguém paga pelo controle de tarifas, seja o governo com subsidio ou corte de investimento das concessionárias. Alem de instabilidade das decisões pela intervenção politica que comprometem a capacidade de atracão de recursos e investimentos. pode servir para maquiar a inflação presente, mas todos sabem que aquilo uma hora vai ser reajustados e tende a criar mais pressão inflacionária potencializada.
O segundo é que o BC parece que recebeu ordens da Dilma para por a inflação na meta. Vai subir juros para quebras expectativas e matar a fama de leniente com inflação. Não são os juros que seguram a inflação, mas a capacidade de mudar a expectativa. isso é importante devido a inflação não ter causas reais, mas derivado da especulação motivada pelo próprio BC e politica da Dilma i.
E agora especulam sobre a Dilma enviar ao congresso medidas que garantam a autonomia operacional do BC, Entre elas o estabelecimento de um mandato para presidente e diretor, com independência para perseguir a meta de inflação e equilibrar com as taxas de desemprego e crescimento.
Estranho? Só para quem acreditou nos gargantas e patos que foram enfáticos em distorcer e dizer que isso é o grande satã neoliberal. Na real isolaria o BC de pressões eleitorais e permitiria equilibrar a meta de inflação com desemprego e crescimento aceitável. O efeito colateral é não dar margem a especulação e aceleração inflacionaria como ocorreu com Dilma. Lembra o FED que segue essa mesma lógica e vai relativamente bem.
O governo Dilma II está desmontando ponto a ponto as medidas que não funcionaram e patrocinadas pelas gargantas. Agora eles estão doidinhos por serem ignorados. Ignorados com justiça devido as medidas levarem estagnação tendendo a recessão, queda do investimento privado, problemas fiscais e por em risco o grau de investimento. Se muito os chiliques serviram na campanha, se serviram.
As medidas não são para derrubar a inflação, convencer o setor privado a investir na estrutura produtiva e acompanhar o investimento publico na infraestrutura e parcerias. Sem isso não tem estabilidade de curto prazo e não crescimento. Lembrem que o determinante para crescimento de longo prazo e melhora do padrão de vida é acumulo de capital e tecnologia, derivados do investimento privado e publico.
- Boss
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Agora vão perder tempo desmontando os erros e fracassos para chegar no fim do mandato em 2010.
Salvo as concessões que devem ser a única coisa que dá para tirar de bom, ainda que tardias, desse primeiro mandato.
Salvo as concessões que devem ser a única coisa que dá para tirar de bom, ainda que tardias, desse primeiro mandato.
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- Bourne
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Mais o menos, mas não o mesmo pessoal.
O incomodo vai ser lá em 2015/2016, quando a inflação cair e investimento voltar, os gargantas quererem dizer que eles foram os responsáveis, apesar dos neoclássicos entreguistas. Acharia estranho se não o fizessem.
O incomodo vai ser lá em 2015/2016, quando a inflação cair e investimento voltar, os gargantas quererem dizer que eles foram os responsáveis, apesar dos neoclássicos entreguistas. Acharia estranho se não o fizessem.
- prp
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Além das concessões teve a lei dos portos, que o congresso tentou de todo modo boicotar e ferrar com o país para mais uns 300 anos.Boss escreveu:Agora vão perder tempo desmontando os erros e fracassos para chegar no fim do mandato em 2010.
Salvo as concessões que devem ser a única coisa que dá para tirar de bom, ainda que tardias, desse primeiro mandato.
Mas graças a Deus passou e o resultado só daqui há um ou dois anos.
-
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Olha só que coisa estranha, subsídios e incentivos a demanda, corte de impostos setoriais, baixa na taxa básica de juros, deveriam ajudar a manter a inflação baixa e não o contrario.Bourne escreveu:É a ressaca da "nova matriz econômica"
Não tem nenhuma novidade, salvo a rapidez das medidas de ajustes que todos os menos apaixonados sabiam que viria. levou menos de uma semana para os reajustes de preços públicos serem autorizados, o preço dos combustíveis sobe semana que vem, a taxa de juros subiu 0,25% ontem.
Em 2015 e 2016 a tônica será essa: recobrar estabilidade fiscal; e mostrar que o BC não é complacente com inflação.
Põe no balaio da parte fiscal cortar custeio, negociar duro qualquer reajuste do funcionalismo em 2016 quando vencem os acordos, rever estruturas e impor medidas de eficiência.
Rever os custo dos subsídios e incentivos a demanda que não funcionaram e representaram custos ao tesouro, incluindo programas setoriais de corte de impostos, credito subsidiado por bancos públicos entre outros. Óbvio que não quer dizer que irão acabar, mas irão ser redesenhados.
O realismo tarifário vai no sentido de reduzir custos e incentivar investimentos. Por que alguém paga pelo controle de tarifas, seja o governo com subsidio ou corte de investimento das concessionárias. Alem de instabilidade das decisões pela intervenção politica que comprometem a capacidade de atracão de recursos e investimentos. pode servir para maquiar a inflação presente, mas todos sabem que aquilo uma hora vai ser reajustados e tende a criar mais pressão inflacionária potencializada.
O segundo é que o BC parece que recebeu ordens da Dilma para por a inflação na meta. Vai subir juros para quebras expectativas e matar a fama de leniente com inflação. Não são os juros que seguram a inflação, mas a capacidade de mudar a expectativa. isso é importante devido a inflação não ter causas reais, mas derivado da especulação motivada pelo próprio BC e politica da Dilma i.
E agora especulam sobre a Dilma enviar ao congresso medidas que garantam a autonomia operacional do BC, Entre elas o estabelecimento de um mandato para presidente e diretor, com independência para perseguir a meta de inflação e equilibrar com as taxas de desemprego e crescimento.
Estranho? Só para quem acreditou nos gargantas e patos que foram enfáticos em distorcer e dizer que isso é o grande satã neoliberal. Na real isolaria o BC de pressões eleitorais e permitiria equilibrar a meta de inflação com desemprego e crescimento aceitável. O efeito colateral é não dar margem a especulação e aceleração inflacionaria como ocorreu com Dilma. Lembra o FED que segue essa mesma lógica e vai relativamente bem.
O governo Dilma II está desmontando ponto a ponto as medidas que não funcionaram e patrocinadas pelas gargantas. Agora eles estão doidinhos por serem ignorados. Ignorados com justiça devido as medidas levarem estagnação tendendo a recessão, queda do investimento privado, problemas fiscais e por em risco o grau de investimento. Se muito os chiliques serviram na campanha, se serviram.
As medidas não são para derrubar a inflação, convencer o setor privado a investir na estrutura produtiva e acompanhar o investimento publico na infraestrutura e parcerias. Sem isso não tem estabilidade de curto prazo e não crescimento. Lembrem que o determinante para crescimento de longo prazo e melhora do padrão de vida é acumulo de capital e tecnologia, derivados do investimento privado e publico.
Pelo menos essa é a lógica que esta cabeça de pessoas ignorantes em economia como eu.
Vou ter que começar a estudar para entender este universo
Seria interessante se você pudesse recomendar algum livro sério, para iniciantes como eu. Não quero ser um especialista, mas apenas entender um pouco este universo.
- mmatuso
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
A regra básica se aplica em tudo:
Demanda em excesso = aumento de preço = inflação
Oferta em excesso = queda de preço
Demanda em excesso = aumento de preço = inflação
Oferta em excesso = queda de preço
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
O governo quer passar antes do final do ano a reforma do ICMS e da PIS/Cofins.
É algo que a indústria pede há muito tempo e, se passar, será meio caminho andado da reforma tributária em termos mais amplos.
Não serei de todo pessimista, mas está aí outra grande oportunidade de "derrotar o governo"
abraços
É algo que a indústria pede há muito tempo e, se passar, será meio caminho andado da reforma tributária em termos mais amplos.
Não serei de todo pessimista, mas está aí outra grande oportunidade de "derrotar o governo"
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amor fati
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- Bourne
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
É.... Mais o menos, mais o menos.mmatuso escreveu:A regra básica se aplica em tudo:
Demanda em excesso = aumento de preço = inflação
Oferta em excesso = queda de preço
O que pesa são as expectativas e possibilidade de especulação dentro de um ambiente de instabilidade. A inflação atual não tem fatores reais. A economia trabalha com sobra de capacidade.
O nexus está na política fiscal. Ela é a âncora da estabilidade de preços e macroeconômica em geral.
No governo Dilma I, o governo encheu de subsídios, cortes de impostos setoriais e incentivos. Porém esqueceu o básico da estabilidade de curto prazo e mandou a conta para o tesouro. O problema que o endividamento é baixa, mas de curto prazo e problemático de ser rolado.
- Boss
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Acredito que seria válido, já que agora o PT não precisa se preocupar em focar nas mentiras, terrorismos e distorções contra os outros candidatos, a Dilma lançar seu plano de governo para os próximos quatro anos.
Daria para acalmar os ânimos.
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- Bourne
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Só os nomes cairiam impacto.
O ajuste está sendo feito. Já teve impacto na bolsa e dólar.
Sinto que o Nelson Barbosa é o favorito e apalavrado. As medidas atuais é o que ele defende desde 2013. Por isso ele brigou com Mantega e companhia, preferiu sair do que comprometer o currículo e credibilidade. Ele sabia que daria problemas e modelo tinha que mudar.
A política fiscal no Brasil é um pântano. A relação de impostos, cobranças adiamentos e negociações e maluco . Papel do tesouro., bancos públicos e empresas públicas é uma zona. A forma de execução do orçamento e superavit primário idem. Tudo vem a tona na reforma tributária e precisa ser resolvida um dia.
O ajuste está sendo feito. Já teve impacto na bolsa e dólar.
Sinto que o Nelson Barbosa é o favorito e apalavrado. As medidas atuais é o que ele defende desde 2013. Por isso ele brigou com Mantega e companhia, preferiu sair do que comprometer o currículo e credibilidade. Ele sabia que daria problemas e modelo tinha que mudar.
A política fiscal no Brasil é um pântano. A relação de impostos, cobranças adiamentos e negociações e maluco . Papel do tesouro., bancos públicos e empresas públicas é uma zona. A forma de execução do orçamento e superavit primário idem. Tudo vem a tona na reforma tributária e precisa ser resolvida um dia.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Minha conta de luz dobrou...¬¬
Na União Soviética, o político é roubado por VOCÊ!!
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Os reajustes vão continuar. É a ressaca. Não tem o que fazer.
Abaixo o choro de quem foi ou sente que será chutado pela Gilma.
Abaixo o choro de quem foi ou sente que será chutado pela Gilma.
Economia: qual projeto foi derrotado nas urnas?
Fonte http://www.revistaforum.com.br/blogdaec ... nas-urnas/
Curso normal, não seria necessário escrever esse artigo. Afinal, a sociedade brasileira, diante de dois projetos econômicos para o país, escolheu um deles. Pela quarta vez consecutiva, o mesmo projeto sofreu derrotas. Mas parece que não houve eleições e querem emplacar no novo governo eleito as ideias derrotadas. Contudo, é incrível, por vezes, obtiveram sucesso com a mesma atitude. Conseguiram colocar o velho para pilotar o novo, o vencido dirigindo o vencedor.
Um projeto de país, seja qual for, depende de um modelo econômico e especialmente de um conjunto de políticas macroeconômicas. Cada projeto de políticas sociais tem o seu projeto econômico correspondente. Não há projeto social sem financiamento proporcionado pelo modelo econômico. E é a partir do Ministério da Fazenda e do Banco Central que um modelo econômico é conformado, dia-a-dia.
À frente da Fazenda e do Banco Central, já tivemos em 2003 a dupla Palocci-Meirelles. A sociedade votou em 2002 por mudanças, mas ganhou continuidade. Não havia diferença entre Malan-Armínio, do período FHC, e a nova dupla. Em 2007, com a ajuda fortuita de um caseiro dada em 2005, a composição da equipe se aproximou mais de uma aliança de centro-esquerda. A dupla que comandou a economia foi Mantega-Meirelles. Na crise de 2009, enquanto o Ministério da Fazenda tomou uma série de medidas emergenciais já partir de setembro de 2008 para conter a crise, o Banco Central somente iniciou o movimento para reduzir juros em janeiro de 2009.
Na primeira vitória de Dilma, a composição da equipe econômica ficou bem representativa dos votos que recebeu. A dupla foi modificada mais uma vez. A equipe econômica foi liderada por Mantega-Tombini. Tudo parecia “arrumadinho”: uma presidente economista, de esquerda, desenvolvimentista e dois aliados à frente do Banco Central e do Ministério da Fazenda. Mas as ideias implementadas na macroeconomia foram as ideias derrotadas nas urnas em 2010. A política macroeconômica de 2011 se fosse conduzida por Malan-Armínio seria a mesma. Juros foram aumentados, houve elevação do superávit primário, foi estabelecido contingenciamento de gastos e o câmbio foi valorizado.
O resultado foi um desastre. A economia que havia crescido 7,5% em 2010, em 2011, cresceu 2,7% – um crescimento cortado drasticamente e expectativas de novas desacelerações foram disseminadas. A partir daí a crise internacional chegou e o governo adotou políticas de estímulos pelo lado da oferta (redução do preço da energia elétrica, desonerações e juros baixos para o financiamento do investimento). Resultado: irrisório. Políticas pelo lado da oferta são sempre bem-vindas, mas somente funcionam quando uma economia está em trajetória ascendente de crescimento.
Chega-se a 2014, uma disputa acirrada, difícil. De um lado, candidatos que afirmam que um ajuste fiscal é inevitável. Ajuste fiscal tem nome. Chama-se austeridade que significa corte de gastos públicos e contenção do crédito. Afirmaram que o salário mínimo está alto demais e que o desemprego precisa ser aumentado para que a inflação seja reduzida. Propuseram ainda o fim das políticas de intervenção cambial. Apresentaram também propostas de mudanças estruturais tais como a independência do Banco Central e o esvaziamento das funções dos bancos públicos. Só assim, segundo a oposição, seria recuperada a confiança no Brasil por parte de empresários que voltariam a investir e a economia voltaria a crescer. Isso não é economia, é ideologia, mas é no que acreditam.
Tudo isso foi feito durante o governo de FHC (1995-2002). É verdade, os grandes empresários e os banqueiros confiavam no governo, mas não investiam. O Brasil não crescia de forma satisfatória e a inflação era mais alta que a dos dias de hoje.
Não deveria ser necessário lembrar, mas é: essas teses do período FHC foram debatidas exaustivamente e foram derrotadas no recente processo eleitoral. Logo, a nova equipe econômica tem que refletir a vitória das urnas. Nas urnas, existem votos, sentimentos e propostas. A candidata Dilma não foi vista em nenhum momento mostrando qualquer simpatia em relação às propostas que foram derrotadas. Muito pelo contrário.
O Brasil tem que voltar a crescer. Para tanto, será necessário que políticas pelo lado da demanda sejam aceleradas, entre elas as transferências de renda aos mais pobres e o investimento público nas três esferas de governo. A atual política de valorização do salário mínimo tem que ser mantida. Isso é uma sinalização importante para trabalhadores e consumidores. A política de controle da inflação também tem que ser mantida. A inflação não é alta nem está descontrolada, mas a comunicação do governo sobre o tema é muito ruim, o que tem gerado expectativas negativas de forma disseminada. A opção das urnas foi pela retomada do crescimento com distribuição de renda, pleno emprego e ampliação das oportunidades sociais. As eleições já acabaram – pelo menos para o povo brasileiro. Portanto, sua vontade deve ser respeitada.
As forças políticas organizadas que fizeram campanha de oposição somente passarão a apoiar a presidente se ela mudar de posição. E se isso for feito, banqueiros oferecerão uma estátua para a presidente. No lugar de avançar, teríamos regredido a 2003-4. O momento é delicado, cheio de ruídos e muitas pressões eleitorais que ainda não se dissolveram. Mas não podem ser esquecidos os ganhos políticos e a vitória das urnas. É importante relembrar: Dilma cresceu e reagiu durante a campanha porque foi para a esquerda e porque a militância voltou às ruas com vigor. Muitos jovens ingressaram na política agora, pela esquerda, com Dilma. A valorização da política é também a manutenção de compromissos assumidos publicamente.
Em conclusão, nomear para o Ministério da Fazenda banqueiros (o presidente executivo do Bradesco) ou seu empregado de alto escalão (Henrique Meirelles) será desvalorizar a política e enterrar os sonhos daqueles que foram para as ruas e decidiram a eleição presidencial a favor de um projeto à esquerda. Há também empresários (Josué Gomes da Silva, dono da Coteminas) que apoiaram Dilma que têm sido recomendados para a Fazenda. Não basta ser empresário e ter apoiado Dilma. Tem que ser um adepto do projeto de igualdade de oportunidades, de distribuição da renda e das políticas de estímulo à demanda – porque se é um daqueles que fica animado com políticas de contenção de gastos públicos não vale a pena, a oposição seria mais competente para cometer esse erro. O novo governo tem que ter pessoas e políticas comprometidas com a vontade que foi vencedora nas urnas e nas ruas.
- Bourne
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
esse não é choro, mas opinião de gente séria que pode ser o novo ministro da fazenda.
For Brazil, “the motto must be pragmatism.”
19 de outubro de 2014 às 00:39
The Brazilian Economy (IBRE/FGV)
Vol. 6 nº 10 October 2014 - Interview
Otaviano Canuto has observed the boom in Latin American exports of commodities from a variety of positions at the World Bank and the Inter-American Development Bank. In the seminar on “Latin America and the New World Economic Outlook,” organized by the Brazilian Institute of Economics in September, Canuto said the challenge for Latin American countries is to carry out reforms even as their economies are slowing down. For Brazil, he said, “the motto must be pragmatism,” in both external economic relations and domestic policies. Canuto also argued for reducing Brazil’s gross debt in order to increase private investment and reviewing public spending, adding, "From now on, the social or productive return on public spending can make a huge difference for growth and prosperity."
The Brazilian Economy — You mentioned that the Latin America boom was affected by three major factors: increased production resulting from reallocation of labor to more productive activities, a heavy increase in demand for commodities, and abundant international liquidity. What countries have benefited most from the boom and what factors will affect their future?
Otaviano Canuto — If we look at how countries took advantage of the recent boom in commodity prices to improve their fiscal indicators and investment, most performed better than they did in previous cycles. If we evaluate the quality of economic policy in most countries in the region —Brazil, Colombia, Peru, Paraguay, and Uruguay— they managed the commodity boom well to improve social indicators, accumulate international reserves, and strengthen their external position. On the other hand, there was a certain complacency about the need for reform, particularly in Brazil. The thrust for institutional reforms that had characterized many countries in the region in the 1990s and especially the early 2000s became secondary because of the relief the commodity boom afforded them. Countries that resume reforms will now have to adapt to a new international outlook … every country should put together its own reform program to address its main difficulties in raising productivity and competitiveness … . Mexico is a good example; it has reform proposals for infrastructure, the oil sector, the tax code, and education.
In recent years, Latin American countries like Peru and Colombia began to open up their economies, joining Chile and Mexico in trade agreements with the Asia-Pacific region. How will opening up their economies affect their manufacturing industry and integration into regional supply chains?
The manufacturing challenge is common to the region, with the obvious exception of Mexico, because of its integration into North American regional supply chains. In the case of Mexico, however, this integration has not guaranteed higher growth because ultimately the manufacturing sector is not large enough to pull the rest of the economy. In the other countries of the Pacific Alliance as well as Brazil, the manufacturing challenge should not be addressed by protecting domestic industry, as was done in the past. Their prospects of becoming part of regional supply chains will depend in large measure on policies that reduce costs and increase the productivity of local workers. Achieving a significant position in some of the global supply chains requires resources and other things that are out of reach for Latin American countries. Even so, the region would benefit if countries would join forces to explore the comparative advantages of each country, because denser production chains would open opportunities for all.
What is the role of Brazil and Mercosur in the regional context?
Certainly we must leave behind the idea of Mercosur as a self-sufficient system that should operate as a sort of autarchy. Mercosur at least will have to secure smoother integrated production within the bloc without interfering with the operation of competitive markets. Mercosur has to open up, do what it takes to be part of the [world trade] game. The introduction of protectionist trade policies within the bloc certainly does not help. I think we have to revise Mercosur and if appropriate adopt a more flexible approach to the business country members do with the rest of the world.
For Brazil, China has been an important market for commodities but at the same time a competitor in South America’s manufactured goods market. What are the future prospects for Brazil-China relations?
China's impact extends to both the penetration of Chinese products in the region and the manifest interest in investing in the region … . The Chinese are interested in investing in industries like the automotive industry, urban mobility, and rail, as well as in exploring shale gas opportunities in Argentina. Clearly, China's importance will extend far beyond its share in the region’s manufactured goods market, which is already significant. For Brazil, this is a clear demonstration of how Mercosur’s institutional framework has become obsolete … . If there was any intention to protect the Mercosur market as a privileged area for Brazilian companies, the reality is that is not practically feasible. However, Brazil can enhance value-added in activities associated with natural resources, research, and professional services related to natural resources. This is a natural area where Brazil can, like other resource-rich countries in the region, build up significant participation in global supply chains. Trying to be competitive in all segments will not prevent Chinese penetration into other countries in the region.
Brazil has not advanced in trade openness. The trade agreements it has signed are of little relevance, and Brazil’s South-South foreign policy has not brought about significant economic gains. What is your view on Brazil’s trade policy?
The results of the policy orientation have been meager. Basically, it only served to defend a framework of past trade policy to maintain the status quo … . At one point the country made a commitment to a global multilateral negotiating agenda, but that agenda stagnated. … The plain fact is that we are left with neither a better multilateral trade framework nor bilateral free trade agreements that could have been a meaningful improvement. The motto must be pragmatism. Brazil is a country of global integration … . Diversifying our front lines would be like insuring against risks. Focusing on the countries in the South cannot be at the expense of the ones in the North. Pragmatism should lead Brazil to explore all possibilities on all fronts.
The main challenges facing Brazil today are domestic, such as low savings and productivity. Some argue that these are both directly related to the Brazilian social contract rooted in the 1988 Constitution that encourages public transfers and consumption at the expense of savings and investment. Do you agree?
Today there coexist the manifest desire of the Constitution for more social spending and the preservation of other privileges that determine public spending. In a way, leniency in maintaining unjustified privileges was possible by increasing the tax burden during the commodity boom. The way to protect social spending is to review closely the quality of expenditures and who the beneficiaries are. … It is possible to pursue a policy to increase productivity without conflict with the population’s political desires [for more social spending and better income distribution] as expressed in the Constitution.
What will be the main challenge for the next government in reviving growth and fighting inflation?
It is worth separating short-term and long-term policies. In the short term, … one obvious correction is adjusting controlled prices, including some type of mechanism to avoid price misalignment. Another correction is to prepare the country for a likely increase in the U.S. interest rate and a period of volatility in withdrawals of assets from Brazil and other emerging countries, which will probably put pressure on the exchange rate—especially because today Brazil’s external current account is no longer entirely financed by foreign direct investment. These two corrections—the adjustment of administered prices and the likely depreciation of the exchange rate—will entail additional inflation. As inflation has for some time already been running close to the central bank’s upper target, this will bring up an immediate inflation challenge. To curb inflation, it will be vital that monetary policy is supported by consistent fiscal policy. Fiscal policy in the short term needs to ensure that public debt and the budget surplus return to a sustainable trajectory. In addition to adjusting administered prices and some exchange rate depreciation, public spending in the last two years will need to be acknowledged more explicitly. At some point, it will be necessary to contain expenses that were postponed. Some liabilities, such as the energy bill, are obvious, and next year they will more than ever be the center of fiscal policy. The medium and long-term policy is what I have already described. We cannot be naïve and imagine that it will be possible to see results in the short term. However, a correct policy signaling the right direction can help to reduce risk premiums.
What is needed to raise investment?
A point I like to emphasize is that for Brazil the only way to see lower interest rates and higher private investment in the future will be to reduce the gross public debt-to-GDP ratio. In Brazil, the bulk of financial assets is in public debt. Since you cannot try to reduce the interest burden by force, the only solid way to do it is to have sufficient fiscal primary surpluses to reduce gross public debt. If we reduce gross debt, whoever wants to make money in Brazil will have to either buy private equity or participate in public-private infrastructure operations. The only way to stop the country being a rentier of the public sector will be to reduce the size of public debt. Any plan to increase private investment and place the Brazilian economy on a sustainable growth path with increased productivity and economic stability must take this route.