Em Goiás, os lagos das duas represas em Itumbiara e o da Serra da Mesa estão na sua pior média histórica, abaixo de 40%.Rodrigoiano escreveu:Aqui em Goiânia a chuva não vem e já estamos quase no fim primeiro terço de outubro!!!
Geopolítica Energética
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Re: Geopolítica Energética
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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Re: Geopolítica Energética
Vaivém: Gasolina sobra em posto, e álcool cai menos para o consumidor
Publicado em: 15 out 2014
Folha
Se já estava difícil para as usinas vender etanol nesta safra, a situação ficou ainda pior neste mês.
Além da já pouca competitividade do álcool, devido à retirada da taxa de tributação da Cide e à defasagem dos preços internos da gasolina ao longo do ano, a atual política de comercialização das distribuidoras e dos postos inibe ainda mais a venda do derivado de cana.
No pico da safra, o litro de etanol teve queda de R$ 0,06 na porta das usinas nas últimas dez semanas. Nos postos, o recuo foi de R$ 0,02.
Para complicar ainda mais a vida dos produtores de etanol, a gasolina teve recuo ainda maior do que o do derivado de cana, atingindo queda de R$ 0,03 no período.
Tomando como base as margens das distribuidoras e dos postos, que vêm subindo, a opção maior deles deveria ser para o etanol, mas ocorre o contrário.
Descontados impostos e outros custos, a margem atual das distribuidoras na revenda é de 9,42% na comercialização do etanol e de 5,30% na de gasolina. Já os postos têm margens de 17,70% na venda de álcool e de 14,40% na de gasolina.
Um dos motivos desse não repasse da queda dos preços do etanol das usinas para o consumidor seria uma aposta errada na evolução da demanda do mercado interno.
As distribuidoras acreditavam em uma recuperação do mercado nos últimos meses, o que não vem ocorrendo.
Fizeram encomendas de gasolina acima do que se está consumindo. Quem não retirar essa gasolina recebe uma multa. A saída foi reduzir o preço do derivado do petróleo para elevar as vendas.
Alguns postos de São Paulo comercializam a gasolina com queda de até R$ 0,10 por litro nas últimas semanas, aponta pesquisa daFolha.
A avaliação era de vendas maiores também para o etanol, cujas encomendas feitas às usinas cresceram. Mas algumas distribuidoras não retiraram o produto adquirido, deixando os estoques ainda maiores nas usinas.
Os dados de consumo de combustíveis indicam que o mercado realmente não está reagindo. Nos três primeiros meses do ano, o consumo médio mensal havia crescido 10% em relação a igual período de 2013. Nos meses seguintes esse percentual ainda foi positivo, mas recuou para 5% e nos últimos três meses o aumento é inferior a 2%.
Em São Paulo, por exemplo, a venda média de etanol ficou em 600 milhões de litros por mês, enquanto a de gasolina foi de 880 milhões. Apesar dos preços mais vantajosos do etanol, vende-se 1,5 litro de gasolina em São Paulo por litro de etanol comercializado.
A queda da demanda e a política de algumas distribuidoras de priorizar a gasolina vão elevar ainda mais os estoques de etanol, que já é grande devido à opção das usinas de produzir mais álcool neste ano, devido aos baixos preços do açúcar.
Uma redução de demanda agora vai jogar mais estoques para a entressafra, o período de melhores ganhos do setor.
Neste período, as pesquisas da Folha indicam que há vantagem no consumo de etanol sobre o de gasolina. O derivado de cana custa 65% do valor da gasolina. Pesquisas indicam que, quando o etanol vale até 70% do preço da gasolina, ele é mais vantajoso.
Publicado em: 15 out 2014
Folha
Se já estava difícil para as usinas vender etanol nesta safra, a situação ficou ainda pior neste mês.
Além da já pouca competitividade do álcool, devido à retirada da taxa de tributação da Cide e à defasagem dos preços internos da gasolina ao longo do ano, a atual política de comercialização das distribuidoras e dos postos inibe ainda mais a venda do derivado de cana.
No pico da safra, o litro de etanol teve queda de R$ 0,06 na porta das usinas nas últimas dez semanas. Nos postos, o recuo foi de R$ 0,02.
Para complicar ainda mais a vida dos produtores de etanol, a gasolina teve recuo ainda maior do que o do derivado de cana, atingindo queda de R$ 0,03 no período.
Tomando como base as margens das distribuidoras e dos postos, que vêm subindo, a opção maior deles deveria ser para o etanol, mas ocorre o contrário.
Descontados impostos e outros custos, a margem atual das distribuidoras na revenda é de 9,42% na comercialização do etanol e de 5,30% na de gasolina. Já os postos têm margens de 17,70% na venda de álcool e de 14,40% na de gasolina.
Um dos motivos desse não repasse da queda dos preços do etanol das usinas para o consumidor seria uma aposta errada na evolução da demanda do mercado interno.
As distribuidoras acreditavam em uma recuperação do mercado nos últimos meses, o que não vem ocorrendo.
Fizeram encomendas de gasolina acima do que se está consumindo. Quem não retirar essa gasolina recebe uma multa. A saída foi reduzir o preço do derivado do petróleo para elevar as vendas.
Alguns postos de São Paulo comercializam a gasolina com queda de até R$ 0,10 por litro nas últimas semanas, aponta pesquisa daFolha.
A avaliação era de vendas maiores também para o etanol, cujas encomendas feitas às usinas cresceram. Mas algumas distribuidoras não retiraram o produto adquirido, deixando os estoques ainda maiores nas usinas.
Os dados de consumo de combustíveis indicam que o mercado realmente não está reagindo. Nos três primeiros meses do ano, o consumo médio mensal havia crescido 10% em relação a igual período de 2013. Nos meses seguintes esse percentual ainda foi positivo, mas recuou para 5% e nos últimos três meses o aumento é inferior a 2%.
Em São Paulo, por exemplo, a venda média de etanol ficou em 600 milhões de litros por mês, enquanto a de gasolina foi de 880 milhões. Apesar dos preços mais vantajosos do etanol, vende-se 1,5 litro de gasolina em São Paulo por litro de etanol comercializado.
A queda da demanda e a política de algumas distribuidoras de priorizar a gasolina vão elevar ainda mais os estoques de etanol, que já é grande devido à opção das usinas de produzir mais álcool neste ano, devido aos baixos preços do açúcar.
Uma redução de demanda agora vai jogar mais estoques para a entressafra, o período de melhores ganhos do setor.
Neste período, as pesquisas da Folha indicam que há vantagem no consumo de etanol sobre o de gasolina. O derivado de cana custa 65% do valor da gasolina. Pesquisas indicam que, quando o etanol vale até 70% do preço da gasolina, ele é mais vantajoso.
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Re: Geopolítica Energética
Situação dos reservatórios para geração de energia
Região EAR
SE/CO 22,68%
S 90,80%
NE 18,85%
N 37,84%
http://www.ons.org.br/home/
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Re: Geopolítica Energética
Aécio terá uma bucha enorme para resolver. Tempos sombrios a vistarodrigo escreveu:Na sexta-feira, acionamento de termelétricas foi o terceiro maior de todos os tempos no Brasil: 16.730 megawatts médio.
Esse recorde acontece, apesar de o Brasil estar em recessão técnica, com baixo consumo de energia pelas indústrias, e as temperaturas razoavelmente baixas.
A explicação é a seguinte: os reservatórios das hidrelétricas estão secando dia após dia.
De acordo com previsões do governo, no dia 31 de outubro o nível dos reservatórios das hidrelétricas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, responsável por 70% de toda energia gerada no sistema, será de 21,%, o que representa 0,2% acima do nível observado em 2001, quando houve o racionamento.
Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
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Re: Geopolítica Energética
Portugal ameaça bloquear acordo europeu na energia
A Península Ibérica é uma ilha isolada do resto da Europa em matéria de energia. Em 2002 a UE estabeleceu uma meta de 10% para as interconexões energéticas até 2012, mas até hoje esse valor é de apenas 3%. Por isso Lisboa e Madrid rejeitam a manutenção dos 10% no novo acordo
Portugal prepara-se para bloquear um acordo europeu sobre energia e clima caso o mesmo não inclua metas vinculativas para as interconexões energéticas. Um agravo partilhado com Espanha, mas Madrid já fez saber que o tema "não é uma linha vermelha", pelo que Lisboa pode ficar isolada nesta discussão.
O assunto é o tema principal do Conselho Europeu que arranca quinta-feira, em Bruxelas, e a posição portuguesa foi assumida pelo secretário de estado dos assuntos europeus: "não apoiaremos um acordo que não inclua uma meta vinculativa porque precisamos de criar um quadro regulatório estável e previsível, para atrair investimento privado", afirmou Bruno Maçães à Reuters, esta quarta-feira.
Pouco depois, o secretário de estado reproduzia na sua conta de Twitter o título da notícia da agência ("Portugal pode bloquear acordo europeu sobre clima"), acrescentando em inglês que "o Conselho Europeu é amanhã...".
Esta é até o momento a única posição pública assumida pelo governo português, numa altura em que as negociações prosseguem entre os 28 países da União e os focos de conflito não se limitam à questão das interconexões.
O objetivo é atualizar as metas climáticas fixadas pela União Europeia (UE) para 2020, através do estabelecimento de novos objetivos para 2030: redução em 40% das emissões dos gases de efeito estufa (com referência a 1990); aumento da eficiência energética entre 25% e 30%; uma percentagem de 27% de energias renováveis no mix energético europeu; alcançar 10% de interligações. A renovação destas metas é considerada indispensável para a Europa manter a liderança global na luta contra as alterações climáticas.
Para Portugal e Espanha, o principal problema reside no facto de a Península Ibérica ser uma autêntica "ilha energética" no seio da União.
O valor exato de cada uma destas percentagens e o seu caráter vinculativo ou facultativo são precisamente os aspetos que continuam a dividir os países da União.
Para Portugal e Espanha, o principal problema reside no facto de a Península Ibérica ser uma autêntica "ilha energética" no seio da União, devido à escassez de ligações com o resto da Europa, através de França. Uma situação que tem impedido os dois países de, além de escoar o excesso de energia renovável que produzem, poderem servir como porta de entrada para o gás proveniente de África. E funcionar assim como uma verdadeira alternativa ao gás russo.
Em 2002 a UE estabeleceu uma meta de 10% para as interconexões energéticas até 2012, mas até hoje esse valor é de apenas 3%. Por isso Lisboa e Madrid rejeitam a manutenção dos 10% no novo acordo
Em 2002 a UE estabeleceu uma meta de 10% para as interconexões energéticas até 2012, mas até hoje esse valor é de apenas 3%. Por isso Lisboa e Madrid rejeitam a manutenção dos 10% no novo acordo (exigindo um aumento da fasquia para 15%) e, sobretudo, querem que esse objetivo seja de cumprimento obrigatório e não apenas indicativo como até aqui.
Fontes diplomáticas europeias apontam Portugal, Espanha e, por outras razões, a Polónia, como os países com mais reservas em relação a um acordo nesta Cimeira. Mas enquanto Portugal parece ter decidido assumir e manter a sua oposição, Madrid parece ter optado por uma postura mais cautelosa. De acordo com uma fonte diplomática espanhola na capital belga, a meta de 15% de interligações "não é uma linha vermelha para Espanha", que acredita que haverá um acordo "satisfatório".
Neste domínio as decisões são tomadas por maioria, mas devido à delicadeza do tema, o objetivo é alcançar um acordo por consenso.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/portugal-ameaca ... z3GycjvZzs
A Península Ibérica é uma ilha isolada do resto da Europa em matéria de energia. Em 2002 a UE estabeleceu uma meta de 10% para as interconexões energéticas até 2012, mas até hoje esse valor é de apenas 3%. Por isso Lisboa e Madrid rejeitam a manutenção dos 10% no novo acordo
Portugal prepara-se para bloquear um acordo europeu sobre energia e clima caso o mesmo não inclua metas vinculativas para as interconexões energéticas. Um agravo partilhado com Espanha, mas Madrid já fez saber que o tema "não é uma linha vermelha", pelo que Lisboa pode ficar isolada nesta discussão.
O assunto é o tema principal do Conselho Europeu que arranca quinta-feira, em Bruxelas, e a posição portuguesa foi assumida pelo secretário de estado dos assuntos europeus: "não apoiaremos um acordo que não inclua uma meta vinculativa porque precisamos de criar um quadro regulatório estável e previsível, para atrair investimento privado", afirmou Bruno Maçães à Reuters, esta quarta-feira.
Pouco depois, o secretário de estado reproduzia na sua conta de Twitter o título da notícia da agência ("Portugal pode bloquear acordo europeu sobre clima"), acrescentando em inglês que "o Conselho Europeu é amanhã...".
Esta é até o momento a única posição pública assumida pelo governo português, numa altura em que as negociações prosseguem entre os 28 países da União e os focos de conflito não se limitam à questão das interconexões.
O objetivo é atualizar as metas climáticas fixadas pela União Europeia (UE) para 2020, através do estabelecimento de novos objetivos para 2030: redução em 40% das emissões dos gases de efeito estufa (com referência a 1990); aumento da eficiência energética entre 25% e 30%; uma percentagem de 27% de energias renováveis no mix energético europeu; alcançar 10% de interligações. A renovação destas metas é considerada indispensável para a Europa manter a liderança global na luta contra as alterações climáticas.
Para Portugal e Espanha, o principal problema reside no facto de a Península Ibérica ser uma autêntica "ilha energética" no seio da União.
O valor exato de cada uma destas percentagens e o seu caráter vinculativo ou facultativo são precisamente os aspetos que continuam a dividir os países da União.
Para Portugal e Espanha, o principal problema reside no facto de a Península Ibérica ser uma autêntica "ilha energética" no seio da União, devido à escassez de ligações com o resto da Europa, através de França. Uma situação que tem impedido os dois países de, além de escoar o excesso de energia renovável que produzem, poderem servir como porta de entrada para o gás proveniente de África. E funcionar assim como uma verdadeira alternativa ao gás russo.
Em 2002 a UE estabeleceu uma meta de 10% para as interconexões energéticas até 2012, mas até hoje esse valor é de apenas 3%. Por isso Lisboa e Madrid rejeitam a manutenção dos 10% no novo acordo
Em 2002 a UE estabeleceu uma meta de 10% para as interconexões energéticas até 2012, mas até hoje esse valor é de apenas 3%. Por isso Lisboa e Madrid rejeitam a manutenção dos 10% no novo acordo (exigindo um aumento da fasquia para 15%) e, sobretudo, querem que esse objetivo seja de cumprimento obrigatório e não apenas indicativo como até aqui.
Fontes diplomáticas europeias apontam Portugal, Espanha e, por outras razões, a Polónia, como os países com mais reservas em relação a um acordo nesta Cimeira. Mas enquanto Portugal parece ter decidido assumir e manter a sua oposição, Madrid parece ter optado por uma postura mais cautelosa. De acordo com uma fonte diplomática espanhola na capital belga, a meta de 15% de interligações "não é uma linha vermelha para Espanha", que acredita que haverá um acordo "satisfatório".
Neste domínio as decisões são tomadas por maioria, mas devido à delicadeza do tema, o objetivo é alcançar um acordo por consenso.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/portugal-ameaca ... z3GycjvZzs
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Re: Geopolítica Energética
Antes fosse só Aécio, antes fosse.... O tamanho da pica independente de quem vai estar lá em 2015.joao fernando escreveu:
Aécio terá uma bucha enorme para resolver. Tempos sombrios a vista
Aquelas usinas nucleares que falavam em 2003 que parecia ambicioso estão fazendo falta. Não culpem o pobre são Pedro. A solução imediata é térmica e mais térmicas. Logo teremos que construir novas e fazer as indústrias terem sua própria usina térmica.
Hora de encher o tanque de gasosa e aproveitar o erro de planejamento dos sanguessugas dos postos e distribuidores [emoji51]
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Re: Geopolítica Energética
(Imaginem só, o que aconteceria se o Brasil tivesse eleito uma presidente ecologista antinuclear como certa magricela...)
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Parlamento alemão votará sobre fim de acordo nuclear com Brasil.
Partido Verde diz que pacto bilateral, em vigor desde 1975, não condiz com a atual política para o setor na Alemanha, que está banindo aos poucos energia atômica. Votação será no início de novembro.
DW/Montedo.com - 23 de outubro de 2014.
O Acordo Nuclear Brasil-Alemanha, em vigor desde 1975, pode ser cancelado por Berlim em 2015. O Partido Verde entrou com uma moção no Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão) pedindo o fim da cooperação bilateral no setor. A decisão deve ser debatida e votada no próximo dia 6 de novembro.
“Perante a decisão alemã de banir a energia nuclear, o acordo com o Brasil é anacrônico e inconsequente. A decisão de não utilizar mais energia nuclear na Alemanha ocorreu porque seus riscos são muito maiores do que o estimado. Por isso, é errado fomentar a energia nuclear no exterior”, afirma a deputada Sylvia Kotting-Uhl, uma das autoras do projeto, em entrevista à DW Brasil.
No documento apresentado, o partido alega que a cooperação Alemanha-Brasil não contribuiu de fato para melhorar a segurança em Angra 1 e 2, apesar de isso ser um dos argumentos para a manutenção do acordo. Segundo o texto, as usinas foram construídas em uma região de risco, sujeita, por exemplo, a deslizamentos de terra. Além disso, argumenta o Partido Verde, o governo alemão também não evitou a continuação das obras para a construção de mais uma usina, a Angra 3.
“É difícil imaginar como o governo quer trazer mais segurança diante do que, na perspectiva alemã, são condições catastróficas [em Angra]. É preocupante a utilização desse argumento [de manter a segurança] para a manutenção do acordo”, afirma o texto.
Os verdes apontam também outros fatores para o fim da parceria: o fato de o Brasil buscar o domínio sobre o ciclo de combustão de urânio, o que possibilitaria a produção de armas; a intenção brasileira de construir cinco submarinos nucleares; e a recusa do país em assinar o protocolo adicional do Tratado de Não Proliferação Nuclear da Agência Internacional de Energia Atômica.
“O governo alemão precisa mostrar, com o cancelamento do acordo, que não apoia a posição nuclear brasileira. Uma renovação silenciosa do acordo não combina com a decisão de banir a energia nuclear na Alemanha”, diz Kotting-Uhl, que também é porta-voz para assuntos relacionados à política nuclear do Partido Verde.
Maioria no Parlamento.
O acordo entre os dois países foi assinado em 1975 e sua vigência inicial era de 15 anos, podendo ser prorrogado por períodos de cinco anos, caso nenhuma das partes o cancele. Até agora, ele já foi estendido cinco vezes. Para ser anulado, um dos países precisa manifestar o desejo de cancelamento um ano antes do fim da vigência.
Por isso, o Partido Verde entrou com o pedido agora. Para a aprovação da moção, a maioria dos deputados presentes no dia da votação precisa votar a favor do cancelamento. Mas as chances de uma mudança dependem também de outras legendas.
O Bundestag é composto por 631 parlamentares. O Partido Verde possui 63 cadeiras, contra as 311 da União Democrata Cristã (CDU), as 193 do Partido Social-Democrata (SPD) e as 64 da legenda A Esquerda. Se até 18 de novembro deste ano nenhum país manifestar oficialmente o desejo do fim do contrato, em novembro de 2015 ele será automaticamente renovado por mais cinco anos. O Brasil ainda não demonstrou interesse em encerrar essa parceria.
Segundo a assessoria de imprensa da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), responsável pelo controle e regulamentação do setor, até esta terça-feira (21/10) o Brasil ainda não havia recebido qualquer informação oficial sobre esse assunto.
Acordo nuclear.
Pelo acordo assinado durante o regime militar, o Brasil se comprometeu a desenvolver um programa em cooperação com empresas alemãs para a construção de reatores nucleares, além do desenvolvimento de uma indústria teuto-brasileira para a fabricação de componentes e combustível para os reatores. Atualmente, no âmbito do acordo, são realizados encontros anuais entre representantes da CNEN e da Sociedade Alemã para a Segurança de Usinas e Reatores Nucleares (GRS), para a troca de informações e experiências, além de workshops e cursos.
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Parlamento alemão votará sobre fim de acordo nuclear com Brasil.
Partido Verde diz que pacto bilateral, em vigor desde 1975, não condiz com a atual política para o setor na Alemanha, que está banindo aos poucos energia atômica. Votação será no início de novembro.
DW/Montedo.com - 23 de outubro de 2014.
O Acordo Nuclear Brasil-Alemanha, em vigor desde 1975, pode ser cancelado por Berlim em 2015. O Partido Verde entrou com uma moção no Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão) pedindo o fim da cooperação bilateral no setor. A decisão deve ser debatida e votada no próximo dia 6 de novembro.
“Perante a decisão alemã de banir a energia nuclear, o acordo com o Brasil é anacrônico e inconsequente. A decisão de não utilizar mais energia nuclear na Alemanha ocorreu porque seus riscos são muito maiores do que o estimado. Por isso, é errado fomentar a energia nuclear no exterior”, afirma a deputada Sylvia Kotting-Uhl, uma das autoras do projeto, em entrevista à DW Brasil.
No documento apresentado, o partido alega que a cooperação Alemanha-Brasil não contribuiu de fato para melhorar a segurança em Angra 1 e 2, apesar de isso ser um dos argumentos para a manutenção do acordo. Segundo o texto, as usinas foram construídas em uma região de risco, sujeita, por exemplo, a deslizamentos de terra. Além disso, argumenta o Partido Verde, o governo alemão também não evitou a continuação das obras para a construção de mais uma usina, a Angra 3.
“É difícil imaginar como o governo quer trazer mais segurança diante do que, na perspectiva alemã, são condições catastróficas [em Angra]. É preocupante a utilização desse argumento [de manter a segurança] para a manutenção do acordo”, afirma o texto.
Os verdes apontam também outros fatores para o fim da parceria: o fato de o Brasil buscar o domínio sobre o ciclo de combustão de urânio, o que possibilitaria a produção de armas; a intenção brasileira de construir cinco submarinos nucleares; e a recusa do país em assinar o protocolo adicional do Tratado de Não Proliferação Nuclear da Agência Internacional de Energia Atômica.
“O governo alemão precisa mostrar, com o cancelamento do acordo, que não apoia a posição nuclear brasileira. Uma renovação silenciosa do acordo não combina com a decisão de banir a energia nuclear na Alemanha”, diz Kotting-Uhl, que também é porta-voz para assuntos relacionados à política nuclear do Partido Verde.
Maioria no Parlamento.
O acordo entre os dois países foi assinado em 1975 e sua vigência inicial era de 15 anos, podendo ser prorrogado por períodos de cinco anos, caso nenhuma das partes o cancele. Até agora, ele já foi estendido cinco vezes. Para ser anulado, um dos países precisa manifestar o desejo de cancelamento um ano antes do fim da vigência.
Por isso, o Partido Verde entrou com o pedido agora. Para a aprovação da moção, a maioria dos deputados presentes no dia da votação precisa votar a favor do cancelamento. Mas as chances de uma mudança dependem também de outras legendas.
O Bundestag é composto por 631 parlamentares. O Partido Verde possui 63 cadeiras, contra as 311 da União Democrata Cristã (CDU), as 193 do Partido Social-Democrata (SPD) e as 64 da legenda A Esquerda. Se até 18 de novembro deste ano nenhum país manifestar oficialmente o desejo do fim do contrato, em novembro de 2015 ele será automaticamente renovado por mais cinco anos. O Brasil ainda não demonstrou interesse em encerrar essa parceria.
Segundo a assessoria de imprensa da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), responsável pelo controle e regulamentação do setor, até esta terça-feira (21/10) o Brasil ainda não havia recebido qualquer informação oficial sobre esse assunto.
Acordo nuclear.
Pelo acordo assinado durante o regime militar, o Brasil se comprometeu a desenvolver um programa em cooperação com empresas alemãs para a construção de reatores nucleares, além do desenvolvimento de uma indústria teuto-brasileira para a fabricação de componentes e combustível para os reatores. Atualmente, no âmbito do acordo, são realizados encontros anuais entre representantes da CNEN e da Sociedade Alemã para a Segurança de Usinas e Reatores Nucleares (GRS), para a troca de informações e experiências, além de workshops e cursos.
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Re: Geopolítica Energética
Mas muitos patriotas de poltrona por aqui, queriam ela, qualquer coisa menos o PT.Clermont escreveu:(Imaginem só, o que aconteceria se o Brasil tivesse eleito uma presidente ecologista antinuclear como certa magricela...)
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É em momentos como estes que descobrimos como existem pessoas superficiais.
- Sterrius
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Re: Geopolítica Energética
so teria relevancia se Marina fosse reeleita, ja que ela nao assumiria antes de 2015 perdendo o prazo pra cancelar o plano. E isso se ela tive-se poder para cancelar tal acordo ja que pelo visto teria que passar pelo legislativo brasileiro a intenção de cancelar o acordo, e duvido bastante que passa-se por la. (eu voto que iria pra gaveta e ficar la a vida toda logo ao lado de certas reformas bem mais importantes que não vão sair do papel).
Presidentes não são déspotas, o presidente diz pra que lado a cabeça vai olhar. Agora fazer o corpo seguir pra onde a cabeça aponta é uma coisa totalmente diferente. Precisa de consentimento de todas as partes pq o presidente não é o cérebro. (legislativo).
E o cérebro do brasil anda meio podre ultimamente, tem lado que nao funciona
Presidentes não são déspotas, o presidente diz pra que lado a cabeça vai olhar. Agora fazer o corpo seguir pra onde a cabeça aponta é uma coisa totalmente diferente. Precisa de consentimento de todas as partes pq o presidente não é o cérebro. (legislativo).
E o cérebro do brasil anda meio podre ultimamente, tem lado que nao funciona

- J.Ricardo
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Re: Geopolítica Energética
Um país com um litoral da extensão do nosso, com o potencial eólico que nós temos, chega a ser um crime contra a humanidade não termos o litoral todo picotado de cataventos...
Já ouvi algo sobre energia eólica caseira, com pequenos cataventos, será que geram energia para abastecer um chuveiro elétrico???
Já ouvi algo sobre energia eólica caseira, com pequenos cataventos, será que geram energia para abastecer um chuveiro elétrico???
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
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Re: Geopolítica Energética
Acabei achando esta matéria na internet, as possibilidade da energia eólica são infindáveis, infelizmente ainda engatinhamos nesta tecnologia, e pensar que estamos afogando a amazônica com usinas sendo que poderíamos estar investindo nesta tecnologia limpa.
http://evolucaoenergiaeolica.wordpress. ... o-caseira/

prédio no Bahen.
http://evolucaoenergiaeolica.wordpress. ... o-caseira/

prédio no Bahen.
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
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Re: Geopolítica Energética
geram bastante ricardo, suficiente pra abastecer hoteis e casas facilmente mas a poluição sonora é um problema quando se fala de cataventos caseiros.
- Bourne
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Re: Geopolítica Energética
A Brasil é um dos grandes fabricantes e usuários de energia eólica.
É uma boa fonte complementar. Ajuda a economizar água e gás. Porém não pode ser principal devido as condições de vento se alterarem ao longo do tempo. A flutuação dos ventos até durante o dia é muito maior do que das represas.
É uma boa fonte complementar. Ajuda a economizar água e gás. Porém não pode ser principal devido as condições de vento se alterarem ao longo do tempo. A flutuação dos ventos até durante o dia é muito maior do que das represas.
limpa, renovável e competitiva
São Paulo - Ela se expandiu à velocidade de foguete nos últimos anos e hoje é a fonte que mais cresce no Brasil. Até 2018, a participação da energia eólica na matriz energética brasileira vai saltar dos atuais 3% para 8%.
Segundo o último boletim sobre o setor, divulgado esta semana pela Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), em seis anos, a capacidade instalada dessa fonte no país vai aumentar quase 300%.
Levando em conta os parque que estão em construção e a energia já contratada, vamos saltar dos atuais 3.445,3 megawatts (MW) para 13.487,3 MW, energia suficiente para abastecer mais de 20 milhões de casas no pais.
Por sinal, 2013 foi um ano recorde, com 4,7 gigawatts (GW) de potência contratada, 142% a mais do que a meta esperada de 2GW.
Dezembro terminou com um acréscimo de 10MW na capacidade instalada em relação ao mês anterior, passando para 3,46GW, distribuídos em 142 parques eólicos.
http://exame.abril.com.br/economia/noti ... uem-lidera
- Wingate
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Re: Geopolítica Energética
Aqui no Nordeste é possível utilizar a energia eólica para cidades, vilas e unidades industriais e energia solar (também abundante aqui) para uso residencial.Bourne escreveu:A Brasil é um dos grandes fabricantes e usuários de energia eólica.
É uma boa fonte complementar. Ajuda a economizar água e gás. Porém não pode ser principal devido as condições de vento se alterarem ao longo do tempo. A flutuação dos ventos até durante o dia é muito maior do que das represas.
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São Paulo - Ela se expandiu à velocidade de foguete nos últimos anos e hoje é a fonte que mais cresce no Brasil. Até 2018, a participação da energia eólica na matriz energética brasileira vai saltar dos atuais 3% para 8%.
Segundo o último boletim sobre o setor, divulgado esta semana pela Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), em seis anos, a capacidade instalada dessa fonte no país vai aumentar quase 300%.
Levando em conta os parque que estão em construção e a energia já contratada, vamos saltar dos atuais 3.445,3 megawatts (MW) para 13.487,3 MW, energia suficiente para abastecer mais de 20 milhões de casas no pais.
Por sinal, 2013 foi um ano recorde, com 4,7 gigawatts (GW) de potência contratada, 142% a mais do que a meta esperada de 2GW.
Dezembro terminou com um acréscimo de 10MW na capacidade instalada em relação ao mês anterior, passando para 3,46GW, distribuídos em 142 parques eólicos.
http://exame.abril.com.br/economia/noti ... uem-lidera
Wingate
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Re: Geopolítica Energética
Novos rumos do petróleo. Os EUA se livraram dos fornecedores estrangeiros e comandam os preços que são subsidiados e mantidos dentro de casa. A OPEP e Rússia se deram mal. Isso não é surpresa e se desenha há bom tempo.
E o pré sal como fica?
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Rumo a uma nova ordem petrolífera global
Queda do preço do produto começa a delinear novos equilíbrios geopolíticos
Os EUA se tornam um produtor de referência, e a Europa reduz sua fatura energética
ALICIA GONZÁLEZ Madri 29 OCT 2014 - 19:33
O mercado do petróleo se viu sacudido por uma espécie de tempestade perfeita, uma combinação de excesso de oferta, de demanda mais fraca do que a prevista e de valorização do dólar (a moeda de referência para o mercado petroleiro), o que provocou a queda de 25% nos preços do petróleo bruto desde junho. Depois de um período de relativa estabilidade, com o barril quase sempre acima dos 100 dólares desde 2011 – alcançou 115 dólares em junho –, parece, segundo diversos especialistas, que os preços estão se firmando numa faixa bem mais baixa, entre os 70 e 90 dólares, o que introduz novas e profundas variáveis no mercado petroleiro.
A mais relevante delas, possivelmente, é a mudança que começa a se desenhar na correlação de forças geopolíticas. Diferentemente de outras ocasiões, a Arábia Saudita descartou reduzir a produção como forma de tentar sustentar os preços, e inclusive aceitou reduzir o valor cobrado de seus clientes asiáticos, para manter sua fatia do mercado. Outros membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) pediram medidas, mas quase ninguém confia em um acordo que reduza a oferta do cartel na reunião de 27 de novembro. “Se a OPEP não reduzir a produção para sustentar os preços, quem reduzirá?”, pergunta-se Kevin Norrish, do banco Barclays. “A OPEP já não atua como o produtor de referência do mercado, e a oferta de petróleo de xisto dos Estados Unidos está destinada a ocupar esse lugar”, defendem os analistas do Goldman Sachs.
Os altos preços do petróleo têm possibilitado a exploração de poços que exigem técnicas custosas, como as perfurações em águas profundas ou o fraturamento hidráulico (fracking). Graças a isso, os Estados Unidos puderam aumentar sua produção de petróleo a um ritmo anual em torno de 1,3 milhão de barris diários desde 2011. Consequentemente, os EUA avançaram muito rumo à autossuficiência energética e podem se tornar aquilo que os especialistas veem como o fiel da balança do mercado, capaz de ditar seus rumos. Dessa forma, os produtores de fora da OPEP, com os EUA à frente, foram capazes de suprir o aumento da demanda global, o que diluiu grandemente a influência do cartel de exportadores. “Não há precedentes históricos de que um país possa manter durante tanto tempo semelhantes aumentos de produção. Isso alterou completamente o mercado”, explica Antonio Merino, diretor da Secretaria Técnica da Repsol e um dos maiores especialistas espanhóis em mercado energético. “O que está sendo aferido agora é o nível de preços sob o qual os EUA serão capazes de manter não mais a produção petrolífera, que ronda os 5,5 milhões de barris por dia, e sim os aumentos de oferta destes últimos anos. Eu acredito que esse nível esteja mais próximo dos 85 ou 95 dólares por barril do que dos 70 dólares”, explica.
Há outros fatores que pressionam os preços para baixo. A Líbia, com uma produção inexistente em setembro de 2012, consegue colocar atualmente no mercado entre 800.000 e 900.000 barris diários. A tomada de vários poços petroleiros do Iraque por jihadistas do Estado Islâmico não causou uma interrupção da produção, que é de aproximadamente três milhões de barris diários. O Irã anunciou sua intenção de aumentar a oferta para quatro milhões de barris por dia em março de 2015, caso obtenha um acordo para eliminar as sanções internacionais. Tudo isso em meio a uma forte freada da demanda global, que levou a Agência Internacional da Energia a reduzir em 25% suas previsões de setembro relativas ao aumento do consumo, coincidindo com o alerta lançado pelo Fundo Monetário Internacional acerca do risco de uma terceira recessão na Europa. O nervosismo do mercado não se fez esperar.
O preço do barril do petróleo tipo Brent, o de referência para a Europa, chegou a cair 31 dólares, o maior redução desde meados de 2012. Uma queda tão forte e abrupta antes disso só na crise financeira de 2008, quando a cotação desabou 75%. “Não acho que veremos nada parecido com aquilo”, admite Norrish. Naquela época, o barril do Brent chegou a ser cotado a 36 dólares.
Sem atingir esses níveis, o fato é que a redução do custo energético tem um impacto notável sobre a economia, na forma de economia na fatura energética, de correção de desequilíbrios externos e de menor pressão inflacionária. “O saldo líquido é positivo para a economia mundial”, assegura Andrew Kenningham, da Capital Economics, em um de seus últimos relatórios. “Uma queda de 10 dólares no preço do petróleo equivale a uma transferência de 0,5% do PIB mundial dos países produtores para os países consumidores, e estes sempre acabam aumentando o seu gasto. Se assumirmos que os consumidores gastam a metade do que poupam, uma queda permanente de 10 dólares no preço do petróleo impulsionaria a demanda global em 0,2% a 0,3%”, argumenta Kenningham. Ou seja, uma injeção de 320 bilhões de dólares na economia mundial se, como calcula a Capital Economics, os atuais preços do petróleo, em torno de 85 dólares, se mantiverem até o final de 2016.
Tradicionalmente, uma redução no preço do petróleo bruto anima o consumo. Os analistas do Goldman Sachs calculam que a cotação do produto baixará 15% em 2015, o que implicará uma ampliação de 200.000 barris diários na demanda. Isso também propiciaria um aumento da confiança e da atividade em nível global. Os Estados Unidos já se beneficiam da forte redução nos custos de produção graças ao gás extraído com a técnica do fracking. Mas “a situação na zona do euro é muito diferente. Primeiro porque uma queda do preço das matérias primas vai exacerbar o temor de deflação na região e de um novo episódio de crise da dívida”, adverte Kenningham, da Capital Economics. “Nessas circunstâncias, o impacto sobre o consumo de um petróleo mais barato mal será notado, e, seja como for, reforçará os argumentos em prol de um programa de compra de bônus em grande escala por parte do Banco Central Europeu”, salienta. Claro que, aí, já entram em jogo outras variáveis.
http://brasil.elpais.com/brasil/2014/10 ... 24198.html
E o pré sal como fica?
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Rumo a uma nova ordem petrolífera global
Queda do preço do produto começa a delinear novos equilíbrios geopolíticos
Os EUA se tornam um produtor de referência, e a Europa reduz sua fatura energética
ALICIA GONZÁLEZ Madri 29 OCT 2014 - 19:33
O mercado do petróleo se viu sacudido por uma espécie de tempestade perfeita, uma combinação de excesso de oferta, de demanda mais fraca do que a prevista e de valorização do dólar (a moeda de referência para o mercado petroleiro), o que provocou a queda de 25% nos preços do petróleo bruto desde junho. Depois de um período de relativa estabilidade, com o barril quase sempre acima dos 100 dólares desde 2011 – alcançou 115 dólares em junho –, parece, segundo diversos especialistas, que os preços estão se firmando numa faixa bem mais baixa, entre os 70 e 90 dólares, o que introduz novas e profundas variáveis no mercado petroleiro.
A mais relevante delas, possivelmente, é a mudança que começa a se desenhar na correlação de forças geopolíticas. Diferentemente de outras ocasiões, a Arábia Saudita descartou reduzir a produção como forma de tentar sustentar os preços, e inclusive aceitou reduzir o valor cobrado de seus clientes asiáticos, para manter sua fatia do mercado. Outros membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) pediram medidas, mas quase ninguém confia em um acordo que reduza a oferta do cartel na reunião de 27 de novembro. “Se a OPEP não reduzir a produção para sustentar os preços, quem reduzirá?”, pergunta-se Kevin Norrish, do banco Barclays. “A OPEP já não atua como o produtor de referência do mercado, e a oferta de petróleo de xisto dos Estados Unidos está destinada a ocupar esse lugar”, defendem os analistas do Goldman Sachs.
Os altos preços do petróleo têm possibilitado a exploração de poços que exigem técnicas custosas, como as perfurações em águas profundas ou o fraturamento hidráulico (fracking). Graças a isso, os Estados Unidos puderam aumentar sua produção de petróleo a um ritmo anual em torno de 1,3 milhão de barris diários desde 2011. Consequentemente, os EUA avançaram muito rumo à autossuficiência energética e podem se tornar aquilo que os especialistas veem como o fiel da balança do mercado, capaz de ditar seus rumos. Dessa forma, os produtores de fora da OPEP, com os EUA à frente, foram capazes de suprir o aumento da demanda global, o que diluiu grandemente a influência do cartel de exportadores. “Não há precedentes históricos de que um país possa manter durante tanto tempo semelhantes aumentos de produção. Isso alterou completamente o mercado”, explica Antonio Merino, diretor da Secretaria Técnica da Repsol e um dos maiores especialistas espanhóis em mercado energético. “O que está sendo aferido agora é o nível de preços sob o qual os EUA serão capazes de manter não mais a produção petrolífera, que ronda os 5,5 milhões de barris por dia, e sim os aumentos de oferta destes últimos anos. Eu acredito que esse nível esteja mais próximo dos 85 ou 95 dólares por barril do que dos 70 dólares”, explica.
Há outros fatores que pressionam os preços para baixo. A Líbia, com uma produção inexistente em setembro de 2012, consegue colocar atualmente no mercado entre 800.000 e 900.000 barris diários. A tomada de vários poços petroleiros do Iraque por jihadistas do Estado Islâmico não causou uma interrupção da produção, que é de aproximadamente três milhões de barris diários. O Irã anunciou sua intenção de aumentar a oferta para quatro milhões de barris por dia em março de 2015, caso obtenha um acordo para eliminar as sanções internacionais. Tudo isso em meio a uma forte freada da demanda global, que levou a Agência Internacional da Energia a reduzir em 25% suas previsões de setembro relativas ao aumento do consumo, coincidindo com o alerta lançado pelo Fundo Monetário Internacional acerca do risco de uma terceira recessão na Europa. O nervosismo do mercado não se fez esperar.
O preço do barril do petróleo tipo Brent, o de referência para a Europa, chegou a cair 31 dólares, o maior redução desde meados de 2012. Uma queda tão forte e abrupta antes disso só na crise financeira de 2008, quando a cotação desabou 75%. “Não acho que veremos nada parecido com aquilo”, admite Norrish. Naquela época, o barril do Brent chegou a ser cotado a 36 dólares.
Sem atingir esses níveis, o fato é que a redução do custo energético tem um impacto notável sobre a economia, na forma de economia na fatura energética, de correção de desequilíbrios externos e de menor pressão inflacionária. “O saldo líquido é positivo para a economia mundial”, assegura Andrew Kenningham, da Capital Economics, em um de seus últimos relatórios. “Uma queda de 10 dólares no preço do petróleo equivale a uma transferência de 0,5% do PIB mundial dos países produtores para os países consumidores, e estes sempre acabam aumentando o seu gasto. Se assumirmos que os consumidores gastam a metade do que poupam, uma queda permanente de 10 dólares no preço do petróleo impulsionaria a demanda global em 0,2% a 0,3%”, argumenta Kenningham. Ou seja, uma injeção de 320 bilhões de dólares na economia mundial se, como calcula a Capital Economics, os atuais preços do petróleo, em torno de 85 dólares, se mantiverem até o final de 2016.
Tradicionalmente, uma redução no preço do petróleo bruto anima o consumo. Os analistas do Goldman Sachs calculam que a cotação do produto baixará 15% em 2015, o que implicará uma ampliação de 200.000 barris diários na demanda. Isso também propiciaria um aumento da confiança e da atividade em nível global. Os Estados Unidos já se beneficiam da forte redução nos custos de produção graças ao gás extraído com a técnica do fracking. Mas “a situação na zona do euro é muito diferente. Primeiro porque uma queda do preço das matérias primas vai exacerbar o temor de deflação na região e de um novo episódio de crise da dívida”, adverte Kenningham, da Capital Economics. “Nessas circunstâncias, o impacto sobre o consumo de um petróleo mais barato mal será notado, e, seja como for, reforçará os argumentos em prol de um programa de compra de bônus em grande escala por parte do Banco Central Europeu”, salienta. Claro que, aí, já entram em jogo outras variáveis.
http://brasil.elpais.com/brasil/2014/10 ... 24198.html