Bom, é preciso ficar claro que eu não estou aqui reclamando de boca cheia porque o EB tem verba para comprar caminhões aos torrilhões.Adevaldo escreveu:Os caminhões foram trocados, os fuzis estão sendo substituídos agora por um projeto nosso, os blindados idem. Existe perspectiva para encomenda de obuses novos e aquisição do Pantsir. Você quer tudo de uma vez? É bom lembrar que antes não havia nada, e aquele que reclama em tempos bonança traz mau agouro.FCarvalho escreveu:Pois é. Então é melhor aproveitar bem, pois a atual etapa de comprar só dura até a reposição da frota de veículos das ffaa's. Porque depois, só daqui a uns 40 anos quem sabe, não é...
Isso para não falar nos canhões com mais de 60 anos, nos CC com mais de 40, nos fuzis com mais de 50...
abs
Na verdade, concordo com tudo o que os colegas vem falando até aqui sobre esta questão. O problema de fato que quero expor é: porque para comprar caminhão/jipes ou outros veículos motorizados tem sempre verba disponível (na verdade é hoje uma das raríssimas áreas das ffaa's para a qual nunca fata verba para aquisições) enquanto outras áreas/projetos tão ou mais importantes que aquela simplesmente mínguam sob o mesmo governo, que não só as ignora solenemente, como ainda por cima prioriza descaradamente via PAC' da vida o financiamento de caminhões/jipes e demais sem nem pestanejar para o mesmo exército?
Ou comprar caminhão já virou prioridade máxima nas ffaa's a frente de fuzis, CC, artilharia, e rádios? Bom, é bom refletir sobre isso.
Insisto, não questiono a compra destes veículos nas quantidades que temos visto nos últimos anos, até pelo contrário. Pelo sucateamento a que foram deixadas, ainda vamos passar um bom tempo - e pode pôr tempo nisso - comprando caminhões, jipes e outros veículos motorizados. Não se soluciona um problema de mais de 40 anos de desleixo/irresponsabilidade em um ou dois mandatos de quem quer que seja.
Apenas a linha de veículos ofertados hoje pela Agrale em todas as tonelagens, temos demandas para mais de 10 anos de linha de produção a toda. E ainda assim, na minha opinião, ainda faltaria espaço para mais uns dois ou três modelos entre "jipes" e caminhões que sequer foram desenvolvidos simplesmente porque a crônica falta de verbas para a defesa não permite aquela industria fomentar suas linhas de P&D no ritmo das demandas requeridas pelas nossas necessidades reais.
Enfim, não é porque temos comprado caminhões aos milhares, diga-se de passagem, com uma regularidade de fazer invejar o mais turrão dos homens, que vamos simplesmente achar que está tudo bem, e do jeito que está, fica tudo bem. Pelo contrário. Há de se questionar sempre o porque do viés passional das escolhas governamentais para a defesa.
Sim, porque não me parece plausível que enquanto colocamos o dinheiro suado do contribuinte nas mãos de uma pá de multinacionais, mais por interesses outros do que pela defesa em si, enquanto outras tantas empresas da BID amargam "o pão que o diabo amassou" para conseguir vender meia dúzia de qualquer coisa para o mesmo poder público. Afinal, o dinheiro é nosso. E o interesse em como melhor empregá-lo também. E congresso e governo tem de estar aptos a respeitar e a ouvir a sociedade quanto a isso.
Mesmo que a sociedade seja meia pataca de interessados por defesa em fóruns de internet.
abs