isso ainda vai dar muito pano pra manga.....candido escreveu:A eleição presidencial brasileira no centro da geopolítica americana
Enquanto os BRICS foram apenas conversa de presidentes e atos sociais sem consequência, passaram quase despercebidos. Quando decidiram criar um Banco de Desenvolvimento e um Fundo de Estabilização, ascenderam-se em Washington todas as luzes vermelhas. Uma dessas luzes vermelhas, por coincidência, brilhou em Santos na forma de um acidente aéreo que colocou na linha de sucessão presidencial a mais cândida personagem amiga das ONGs americanas
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Re: GEOPOLÍTICA
...
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Re: GEOPOLÍTICA
A apuração das urnas nas 32 regiões administrativas escocesas foi concluída na manhã desta sexta-feira. O "Não" (contra a independência) obteve 2.001.926 de votos, contra 1.617.989 do "Sim". Em percentuais, a vitória foi de 55,3% contra 44,7%.
O comparecimento às urnas foi alto, com participação de 84,59% dos eleitores registrados.
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Re: GEOPOLÍTICA
Apesar do resultado a Escócia conseguiu o que queria, mais autonomia. E prometeram conversar com Irlanda do Norte e País de Gales também...
William Wallace deve estar orgulhoso.
http://www.youtube.com/watch?v=1ThK_gpd5AE
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"Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo."
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Re: GEOPOLÍTICA
Tensão militar ofusca visita de presidente chinês à Índia
Victor Mallet
Um enfrentamento entre soldados chineses e indianos no Himalaia e protestos de rua de tibetanos lançaram uma sombra sobre o encontro do novo primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, com o presidente da China, Xi Jinping.
Horas antes de os dois governos terem assinado 12 acordos sobre comércio exterior, ferrovias e investimentos chineses de US$ 20 bilhões nos próximos cinco anos, o Ministério das Relações Exteriores da Índia informou que Modi havia levantado a questão de incursões nos últimos dias de soldados chineses na fronteira contestada pelos dois países, conhecida como Linha Real de Controle.
Não ficou claro se esse novo incidente no Himalaia, aparentemente um dos mais sérios em anos, foi uma demonstração de força de Pequim para coincidir com a visita de Xi ou se resultou de patrulhamento mais agressivo dos indianos por ordem do nacionalista Modi.
A mídia indiana citou autoridades dizendo que centenas de soldados chineses haviam atravessado a fronteira e se depararam com forças indianas em Chumar, no Estado de Jammu e Caxemira.
Até o enfrentamento ter se tornado público ontem, os dois lados estavam focados em tecer laços econômicos que beneficiem seus 2,6 bilhões de habitantes, em especial nos possíveis investimentos bilionários dos chineses em projetos de infraestrutura na Índia.
A visita de Xi havia sido proclamada por políticos em Nova Déli e líderes empresariais em Mumbai como uma oportunidade histórica para os dois países mais populosos do mundo construírem uma relação econômica mutuamente benéfica. Após o encontro, Modi anunciou que a China vai construir parques industriais em Gujarat e Maharashtra e investir US$ 20 bilhões nos próximos cinco anos.
O clímax da visita de Xi, porém, foi ofuscado pela tensão militar. Sameer Patil, pesquisador associado da Gateway House, centro de estudos indiano de política externa, disse que as incursões noticiadas foram um "lembrete sutil à Índia de que 'ainda temos essas reivindicações territoriais'".
Incursões como essa já ocorreram antes coincidindo com visitas chinesas à Índia. Analistas, porém, disseram que o recém-eleito Modi parece ter ordenado uma reação mais firme que seus antecessores, enviando mil soldados a Chumar para confrontar os chineses.
"A única coisa que aconteceu desta vez é que a resposta indiana pode ter pegado o lado chinês de surpresa", diz Patil. "Acho que ele [Modi] está sendo enérgico."
Antes da visita, o líder chinês havia elogiado a Índia e dito que Nova Déli e Pequim haviam avançado nas negociações sobre seus 4.000 km de fronteira. Ontem, tanto Xi quanto Modi fizeram alusões à disputa fronteiriça não solucionada.
Em campanha eleitoral este ano, Modi criticou duramente a China e disse que Pequim "deveria abandonar sua política expansionista". A China derrotou a Índia numa guerra de fronteira de duas frentes em 1962 e, desde então, ampliou a sua vantagem militar e econômica sobre o vizinho.
Muitos manifestantes tibetanos na Índia protestaram ontem contra Xi às portas da Casa de Hiderabad, em Nova Déli, onde Modi e Xi estavam reunidos, antes de vários deles terem sido detidos e retirados pela polícia. "Queremos o Tibet livre!" gritava uma jovem agitando uma bandeira tibetana. A Índia abriga o dalai lama, o líder espiritual do budismo tibetano, desde que ele fugiu, em 1959, nove anos depois de soldados chineses terem invadido o Tibet.
O dalai lama - que quer autonomia para o Tibet dentro da China, mas é desqualificado como "separatista" por Pequim - disse que Xi é "mais realista, mais aberto" do que seus antecessores.
Victor Mallet
Um enfrentamento entre soldados chineses e indianos no Himalaia e protestos de rua de tibetanos lançaram uma sombra sobre o encontro do novo primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, com o presidente da China, Xi Jinping.
Horas antes de os dois governos terem assinado 12 acordos sobre comércio exterior, ferrovias e investimentos chineses de US$ 20 bilhões nos próximos cinco anos, o Ministério das Relações Exteriores da Índia informou que Modi havia levantado a questão de incursões nos últimos dias de soldados chineses na fronteira contestada pelos dois países, conhecida como Linha Real de Controle.
Não ficou claro se esse novo incidente no Himalaia, aparentemente um dos mais sérios em anos, foi uma demonstração de força de Pequim para coincidir com a visita de Xi ou se resultou de patrulhamento mais agressivo dos indianos por ordem do nacionalista Modi.
A mídia indiana citou autoridades dizendo que centenas de soldados chineses haviam atravessado a fronteira e se depararam com forças indianas em Chumar, no Estado de Jammu e Caxemira.
Até o enfrentamento ter se tornado público ontem, os dois lados estavam focados em tecer laços econômicos que beneficiem seus 2,6 bilhões de habitantes, em especial nos possíveis investimentos bilionários dos chineses em projetos de infraestrutura na Índia.
A visita de Xi havia sido proclamada por políticos em Nova Déli e líderes empresariais em Mumbai como uma oportunidade histórica para os dois países mais populosos do mundo construírem uma relação econômica mutuamente benéfica. Após o encontro, Modi anunciou que a China vai construir parques industriais em Gujarat e Maharashtra e investir US$ 20 bilhões nos próximos cinco anos.
O clímax da visita de Xi, porém, foi ofuscado pela tensão militar. Sameer Patil, pesquisador associado da Gateway House, centro de estudos indiano de política externa, disse que as incursões noticiadas foram um "lembrete sutil à Índia de que 'ainda temos essas reivindicações territoriais'".
Incursões como essa já ocorreram antes coincidindo com visitas chinesas à Índia. Analistas, porém, disseram que o recém-eleito Modi parece ter ordenado uma reação mais firme que seus antecessores, enviando mil soldados a Chumar para confrontar os chineses.
"A única coisa que aconteceu desta vez é que a resposta indiana pode ter pegado o lado chinês de surpresa", diz Patil. "Acho que ele [Modi] está sendo enérgico."
Antes da visita, o líder chinês havia elogiado a Índia e dito que Nova Déli e Pequim haviam avançado nas negociações sobre seus 4.000 km de fronteira. Ontem, tanto Xi quanto Modi fizeram alusões à disputa fronteiriça não solucionada.
Em campanha eleitoral este ano, Modi criticou duramente a China e disse que Pequim "deveria abandonar sua política expansionista". A China derrotou a Índia numa guerra de fronteira de duas frentes em 1962 e, desde então, ampliou a sua vantagem militar e econômica sobre o vizinho.
Muitos manifestantes tibetanos na Índia protestaram ontem contra Xi às portas da Casa de Hiderabad, em Nova Déli, onde Modi e Xi estavam reunidos, antes de vários deles terem sido detidos e retirados pela polícia. "Queremos o Tibet livre!" gritava uma jovem agitando uma bandeira tibetana. A Índia abriga o dalai lama, o líder espiritual do budismo tibetano, desde que ele fugiu, em 1959, nove anos depois de soldados chineses terem invadido o Tibet.
O dalai lama - que quer autonomia para o Tibet dentro da China, mas é desqualificado como "separatista" por Pequim - disse que Xi é "mais realista, mais aberto" do que seus antecessores.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: GEOPOLÍTICA
cassiosemasas escreveu:isso ainda vai dar muito pano pra manga.....candido escreveu:A eleição presidencial brasileira no centro da geopolítica americana
Enquanto os BRICS foram apenas conversa de presidentes e atos sociais sem consequência, passaram quase despercebidos. Quando decidiram criar um Banco de Desenvolvimento e um Fundo de Estabilização, ascenderam-se em Washington todas as luzes vermelhas. Uma dessas luzes vermelhas, por coincidência, brilhou em Santos na forma de um acidente aéreo que colocou na linha de sucessão presidencial a mais cândida personagem amiga das ONGs americanas
J. Carlos de Assis - Economista, doutor em Engenharia de Produção pela Coppe-UFRJ, professor de Economia Internacional da UEPB.
Esse autor é um dos que vivem em um mundo paralelo e ocupam o cargo da carta maior. Se não estou confundindo, ele que achou o crescimento mágico de 6% para 2013.
Não hiper estimem o Brasil e o banco dos BRICS. O acordo está assinado, falta negociar como vai funcionar e quais objetivos seguir, principalmente, quem vai pagar as contas. Não é nova e menos ainda única.
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Re: GEOPOLÍTICA
Parece que sim, meu caro.NettoBR escreveu:Apesar do resultado a Escócia conseguiu o que queria, mais autonomia. E prometeram conversar com Irlanda do Norte e País de Gales também...
William Wallace deve estar orgulhoso.
Referendo escocês abre caminho para a reforma do modelo territorial
Westminster inteiro pode balançar em um cenário que aproxime o Reino Unido de uma estrutura quase federal
WALTER OPPENHEIMER Edimburgo 19 SEP 2014 - 08:34 BRT
Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2014/09 ... 84688.html
Arquivado em: David Cameron Política exterior Escócia Referendo Reino Unido Europa Ocidental Eleições Europa Política Relações exteriores
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O primeiro-ministro britânico, David Cameron, conseguiu ganhar o referendo da Escócia e com uma diferença nítida, 55% a 45%, mas a vitória pode ser muito amarga. Sua oferta de última hora, de dar à Escócia novos poderes fiscais, como também nas questões de bem-estar social e mercado de trabalho para convencer os escoceses que rejeitaram a independência, desencadeou a batalha da Inglaterra, que vê com receio esse aumento de poder escocês e da influência de seus deputados em Westminster ao tramitar leis que não afetam a Escócia.
Não apenas a direita tory, mas também Westminster inteiro podem balançar em um cenário que aproxime o Reino Unido de um modelo quase federal. O líder da oposição e do Partido Trabalhista, Ed Miliband, já alertou que não vai fechar imediatamente um acordo com Cameron para estender o sistema autônomo ao conjunto do país. Miliband é a favor de transferir novos poderes às regiões inglesas, mas acredita que esse é um assunto que deve ser discutido em uma "convenção constitucional".?
O problema da chamada questão de West Lothian (devido ao nome do colégio eleitoral do deputado Tam Dalyell, do Partido Trabalhista, que a apresentou pela primeira vez em 1977), quer dizer, a influência dos deputados escoceses sobre a Câmara dos Comuns (a grande maioria deles do Partido Trabalhista) em assuntos que afetam apenas a Inglaterra e Gales, porque os da Escócia são decididos pelo Parlamento escocês, vai aumentar quando os parlamentares escoceses tiverem mais poder, e quando mais temas da Escócia deixarem de ser tramitados em Westminster.
É um assunto que tem muitas ramificações e uma solução ruim. Nigel Farage, líder do populista Partido para a Independência do Reino Unido (UKIP), ontem mesmo se manifestou como porta-voz dos interesses da Inglaterra. Tem muito a ganhar: o voto de muitos ingleses que nesses dias se pronunciaram contra a concessão de mais poder à Escócia se a independência perdesse o referendo, e que também não queriam compartilhar a libra com uma Escócia independente.
"A Inglaterra precisa de uma voz, e já escutamos bastante a Escócia", disse Farage. "Precisamos de deputados ingleses decidindo os assuntos que são apenas ingleses", acrescentou. E horas antes de Miliband fazer o mesmo, se pronunciou a favor de uma convenção constitucional em vez da criação de um simples comitê, como propôs o primeiro-ministro.
Comparecimento na consulta superou 85%
O Reino Unido sobreviveu ao referendo de independência da Escócia. Embora o 'sim' tenha ganhado em Glasgow e Dundee (gráfico em espanhol), o resultado final foi uma clara vitória do 'não', com 55% dos votos frente aos 45% que apoiaram o 'sim' (dois milhões de votos contra 1,6 milhão). Edimburgo, a capital, votou de forma ainda mais evidente a favor de manter o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte íntegros, com 66% dos cidadãos contra a independência.
Como era esperado, as regiões mais prósperas da Escócia votaram a favor de continuar dentro do Reino Unido e as zonas mais pobres votaram pela
independência, embora de forma insuficiente. O comparecimento às urnas superou 85%, um recorde, embora tenha ficado em 75% em Glasgow. Talvez porque muitos eleitores trabalhistas tenham optado pela abstenção na reta final e evitaram assim o voto a favor da união pedido pelo Partido Trabalhista e o voto a favor da independência.
Os resultados de Aberdeen, no noroeste escocês, deslancharam o voto pró união, pouco antes das 6h da manhã da quinta-feira. O 'não' venceu com 59% dos votos, frente aos 41% obtidos pelo 'sim'. Alguns minutos antes dos resultados de Aberdeen serem divulgados, o conselho de Dumfries informou que o 'não' havia conseguido um esmagador 66% de apoio contra 34% do 'sim'. A jornada de apuração começou com dados a conta-gotas. Os conselhos municipais menores em termos eleitorais começaram a oferecer resultados sobre o referendo pouco antes das 21h em Brasília. Em Clackmannshire, o primeiro município a oferecer resultados, o 'não' ganhou com 54% dos votos, contra 46% do 'sim'. Nas ilhas Órcadas, o 'não' obteve 67% contra 33% do 'sim'. Com uma proporção semelhante, 64% dos eleitores das ilhas de Shetland votaram 'não' à independência, e 36% optaram pelo 'sim'. Em Eilean Siar, o 'não' venceu por seis pontos, com 53% dos votos frente a 47% dos independentistas.
A questão também preocupa um amplo setor do Partido Conservador, cuja avaliação é de que a situação atual é culpa do próprio Cameron, por cometer o erro estratégico de eliminar do referendo a opção de mais autonomia como alternativa à independência. Isso teria evitado a polarização da consulta, os independentistas teriam perdido e os partidos de Westminster não teriam as mãos atadas, com as promessas que tiveram que fazer diante do pânico que se instalou quando o voto pela independência passou a liderar as pesquisas.
A solução não é fácil. Uma opção é a de um modelo federal ou quase federal, apesar da urticária que isso provoca no Partido Conservador, por sua associação com a Europa. Isso deveria incluir a criação de um Parlamento ou uma Assembleia da Inglaterra? É uma opção que tem partidários, mas poucos.
Ou talvez impedir que os deputados votem, ou inclusive que possam debater as questões que não afetam a Escócia. É uma via com muito apoio entre os deputados tories, porque os deputados escoceses costumam ser em sua maioria trabalhistas.
Atualmente apenas um é conservador, 40 são trabalhistas, 11 liberais-democratas, seis independentistas do SNP e um independente. Mas é difícil que os trabalhistas aceitem a proposta. E pode criar mais problemas do que aqueles que são resolvidos. Como isso seria colocado em prática? Haveria deputados de primeira e deputados de segunda? O que aconteceria com os deputados de Gales e da Irlanda do Norte?
Ontem Cameron não deu muitas pistas ao comparecer pela manhã, nas portas de Downing Street, depois do anúncio do resultado final do referendo na Escócia. O primeiro-ministro disse que o debate sobre a independência "está resolvido por uma geração", devido à sua decisão de que o referendo não incluísse a alternativa de mais autonomia. Lembrou que os três partidos a favor da união "fizeram promessas, promessas claras, sobre [dar] mais poderes para o parlamento da Escócia", e acrescentou, solene: "Vamos garantir que sejam cumpridas em sua integridade".
Mas alertou: "Da mesma forma que os escoceses terão mais poder sobre seus assuntos, os que estão na Inglaterra, Gales e Irlanda do Norte terão mais o que dizer dos seus". "Há muito tempo acredito que uma parte crucial, ausente deste debate nacional, é a Inglaterra. Ouvimos a voz da Escócia, e agora também temos que ouvir milhões de vozes da Inglaterra. A questão de votos ingleses para leis inglesas, a chamada questão de West Lothian, precisa de uma resposta conclusiva", acrescentou.
Uma das vozes críticas em relação ao primeiro-ministro ontem foi a de Boris Johnson, prefeito de Londres e aspirante ao posto de Cameron, que anunciou que tentará voltar à Câmara dos Comuns nas próximas eleições. Johnson declarou que os planos para aumentar os poderes da Escócia são "levemente temerários".
Owen Paterson, outro conservador que até há alguns meses era ministro do Meio Ambiente, pediu que o Parlamento seja convocado com urgência para debater as consequências do referendo. E criticou o "caótico" final de campanha do 'não'. "É inaceitável que na reta final se permita a um ex-primeiro ministro trabalhista fazer promessas imprudentes sobre a extensão de novos poderes aos escoceses, com o apoio dos líderes dos três partidos do Reino Unido, mas sem um mandato do Parlamento", reclamou o ex-ministro.
A oferta inicial de ampliar os poderes foi na verdade do ministro do Tesouro e das Finanças do Reino Unido, George Osborne, para frear o avanço do 'sim' à independência, que havia assumido a liderança nas pesquisas. O ex-primeiro ministro do Partido Trabalhista, Gordon Brown, lançou depois disso um calendário para que no dia seguinte ao referendo se começasse a trabalhar na ampliação de poderes e em janeiro uma proposta formal fosse apresentada ao Parlamento, ainda que tudo ficaria pendente para o próximo mandato.
David Cameron mal teve tempo de comemorar o sucesso dessas táticas no referendo da Escócia. Já estava pensando na batalha da Inglaterra, que parece ter começado com todos contra ele.
O que acontecerá na Escócia agora?
O líder do governo escocês, Alex Salmond, anunciou na tarde de sexta-feira sua intenção de renunciar ao cargo depois da vitória do 'não' no referendo. Enquanto isso, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, reafirmava pela manhã sua promessa de conceder mais autonomia à Escócia. Durante a campanha, os três principais partidos a favor da união –os conservadores, trabalhistas e liberais-democratas– se comprometeram em devolver poderes à região, se o 'não' vencesse no referendo. E assim foi. Por isso Cameron compareceu à residência oficial de Downing Street, em Londres, para comemorar o resultado e confirmar seu compromisso político.
Cameron anunciou a nomeação de Lord Smith of Kelvin para supervisionar o processo de devolução de poderes em assuntos fiscais, de gastos e política social. A previsão é de que o pacote legislativo esteja pronto antes das eleições gerais em maio de 2015:
– Lord Smith of Kelvin ficará encarregado de supervisionar o processo.
– O Governo britânico publicará um documento com suas propostas antes do final de outubro. Segundo o calendário previsto, no fim de novembro Londres apresentaria as propostas para discussão.
– Cameron afirmou que o projeto de lei estará pronto em janeiro. Um rascunho de um novo Estatuto de Autonomia da Escócia será publicado antes do dia 25 deste mês, para que seja votado na Câmara dos Comuns.
– Com as eleições gerais em maio de 2015, seria improvável que o novo pacote legislativo fosse aprovado antes que o novo Parlamento seja eleito.
Interessante é que na visão do br hue hue, colocam a Escósia como uma coitada e dependente do reino unido. E, pior, o Reino Unido como se fossem a Inglaterra. Sabem nada, inocentes.
Tudo bem, até há pouco não sabia muito sobre importância da escócia para reino unido. Agora entendo por que os britânicos e ingleses temiam a independência, pois perderiam um pedaço expressivo do UK. Seria como se o Brasil perdesse o sul, continuaria a existir, mas seria um grande baque.
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Re: GEOPOLÍTICA
Pela votação apertada acredito que só na Escócia.prp escreveu:Esse referendo foi só na Escócia ou foi em todo o reino unido?
O Brasil deve ser o único lugar do mundo onde tem referendo para separar um Estado onde a "metrópole" também vota...
"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
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Re: GEOPOLÍTICA
O referendo foi somente na Escócia, para ver se queriam se tornar um pais independente mais ainda parte da Grã-Bretanha. Se o sim tive-se vencido serião como Canadá e a Austrália são países independentes mais ainda subordinados a rainha ( como chefe de estado ).
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Re: GEOPOLÍTICA
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... w_facebookCatalunha assina decreto que prevê plebiscito sobre independência em novembro
O presidente da comunidade autônoma da Catalunha, Artur Mas, assinou neste sábado o decreto que estabelece a consulta sobre autodeterminação soberana – um plebiscito sobre a independência catalã –, no dia 9 de novembro.
A cerimônia no Palau de la Generalitat, em Barcelona, foi acompanhada com atenção pelos moradores da província espanhola separatista.
"Queremos votar. Queremos decidir. E agora temos o marco adequado para fazê-lo", disse Mas após a assinatura do documento. "A Catalunha quer falar, quer ser ouvida, quer votar."
O governo espanhol, que não reconhece o plebiscito, já indicou que deve questionar judicialmente a medida e que vai "fazer o que for possível" para impedir a realização da consulta.
O repórter da BBC Tom Burridge, em Madri, disse que a dúvida é quão longe Madri pode ir para alcançar esse objetivo.
Os separatistas catalães se sentem encorajados pelo plebiscito de independência da Escócia que, apesar de resultar na permanência do país no Reino Unido, permitiu aos escoceses escolher seu próprio destino nas urnas.
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Re: GEOPOLÍTICA
Xisto põe os EUA no topo da produção de petróleo
Por Ed Crooks e Anjli Raval | Financial times, de Nova York e Londres
Os EUA estão superando a Arábia Saudita como maior produtor mundial de petróleo e subprodutos. A tendência mostra como a alta da produção no país redesenhou o mundo da energia.
A produção dos EUA de petróleo e subprodutos, como etano e propano, foi equivalente à da Arábia Saudita em junho e em agosto, em cerca de 11,5 milhões de barris/dia, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), o órgão de vigilância do mercado petrolífero sustentado pelos países ricos.
Se esse boom da produção americana continuar no mesmo ritmo, o país deverá ultrapassar a Arábia Saudita neste mês ou no próximo, pela primeira vez desde 1991.
Riad enfatizou que a crescente participação dos EUA não deverá ofuscar o papel decisivo da Arábia Saudita nos mercados de petróleo. O país diz ter capacidade para aumentar sua produção em 2,5 milhões de barris/dia, se necessário, para equilibrar oferta e demanda.
O príncipe Abdulaziz Bin Salman Bin Abdulaziz, vice-ministro saudita do Petróleo, disse no início do mês que o reino era "o único país com capacidade ociosa utilizável de produção de petróleo".
Mas mesmo as autoridades sauditas não negam que a ascensão dos EUA a maior produtor mundial de petróleo - com uma dianteira ainda maior se se contar também sua produção de biocombustíveis, de cerca de 1 milhão de b/d - desempenhou um papel decisivo na estabilização dos mercados.
Os preços mundiais do petróleo caíram nos últimos dois anos, apesar dos combates na Síria, no Iraque e na Líbia e do conflito entre Rússia e Ucrânia. O petróleo tipo Brent atingiu na semana passada a sua menor cotação em dois anos, a US$ 95,60 o barril, abaixo do pico de mais de US$ 125 do início de 2012. Nesse período, a expansão da produção dos EUA, de mais de 3,5 milhões de b/d, quase se equiparou ao aumento da oferta mundial de petróleo como um todo.
O setor petrolífero americano sofreu uma transformação radical com a revolução do xisto. Avanços nas técnicas de fratura hidráulica e de prospecção horizontal permitiram a exploração de campos, especialmente no Texas e na Dakota do Norte, há muito tempo considerados comercialmente inviáveis.
Os preços do petróleo, que estão elevados pelos padrões de uma década ou mais atrás, tornaram lucrativo o emprego dessas técnicas para extrair o óleo. A produção americana de petróleo alcançou 8,87 milhões de b/d no início deste mês, ante os 5 milhões de b/d de 2008, e deve romper a marca de 9 milhões de b/d até o fim do ano.
A produção americana de agosto ainda era inferior à da Arábia Saudita, de cerca de 9,7 milhões de b/d, e à da Rússia, de 10,1 milhões de b/d. A liderança geral dos EUA se deve à sua maior produção de gases naturais decorrentes da extração de petróleo, como o etano e o propano, que têm um teor energético menor e são frequentemente empregados como matéria-prima para a indústria petroquímica.
Ainda assim, pela tendência atual, os EUA poderão alcançar a Arábia Saudita e a Rússia em produção unicamente de petróleo no fim da década.
Por Ed Crooks e Anjli Raval | Financial times, de Nova York e Londres
Os EUA estão superando a Arábia Saudita como maior produtor mundial de petróleo e subprodutos. A tendência mostra como a alta da produção no país redesenhou o mundo da energia.
A produção dos EUA de petróleo e subprodutos, como etano e propano, foi equivalente à da Arábia Saudita em junho e em agosto, em cerca de 11,5 milhões de barris/dia, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), o órgão de vigilância do mercado petrolífero sustentado pelos países ricos.
Se esse boom da produção americana continuar no mesmo ritmo, o país deverá ultrapassar a Arábia Saudita neste mês ou no próximo, pela primeira vez desde 1991.
Riad enfatizou que a crescente participação dos EUA não deverá ofuscar o papel decisivo da Arábia Saudita nos mercados de petróleo. O país diz ter capacidade para aumentar sua produção em 2,5 milhões de barris/dia, se necessário, para equilibrar oferta e demanda.
O príncipe Abdulaziz Bin Salman Bin Abdulaziz, vice-ministro saudita do Petróleo, disse no início do mês que o reino era "o único país com capacidade ociosa utilizável de produção de petróleo".
Mas mesmo as autoridades sauditas não negam que a ascensão dos EUA a maior produtor mundial de petróleo - com uma dianteira ainda maior se se contar também sua produção de biocombustíveis, de cerca de 1 milhão de b/d - desempenhou um papel decisivo na estabilização dos mercados.
Os preços mundiais do petróleo caíram nos últimos dois anos, apesar dos combates na Síria, no Iraque e na Líbia e do conflito entre Rússia e Ucrânia. O petróleo tipo Brent atingiu na semana passada a sua menor cotação em dois anos, a US$ 95,60 o barril, abaixo do pico de mais de US$ 125 do início de 2012. Nesse período, a expansão da produção dos EUA, de mais de 3,5 milhões de b/d, quase se equiparou ao aumento da oferta mundial de petróleo como um todo.
O setor petrolífero americano sofreu uma transformação radical com a revolução do xisto. Avanços nas técnicas de fratura hidráulica e de prospecção horizontal permitiram a exploração de campos, especialmente no Texas e na Dakota do Norte, há muito tempo considerados comercialmente inviáveis.
Os preços do petróleo, que estão elevados pelos padrões de uma década ou mais atrás, tornaram lucrativo o emprego dessas técnicas para extrair o óleo. A produção americana de petróleo alcançou 8,87 milhões de b/d no início deste mês, ante os 5 milhões de b/d de 2008, e deve romper a marca de 9 milhões de b/d até o fim do ano.
A produção americana de agosto ainda era inferior à da Arábia Saudita, de cerca de 9,7 milhões de b/d, e à da Rússia, de 10,1 milhões de b/d. A liderança geral dos EUA se deve à sua maior produção de gases naturais decorrentes da extração de petróleo, como o etano e o propano, que têm um teor energético menor e são frequentemente empregados como matéria-prima para a indústria petroquímica.
Ainda assim, pela tendência atual, os EUA poderão alcançar a Arábia Saudita e a Rússia em produção unicamente de petróleo no fim da década.
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Re: GEOPOLÍTICA
O que acontece quando a comunidade internacional e as ONGs ficam gritando "Vamos cuidar do meio-ambiente, P%$@!!!" para os EUA? Eles dão uma banana pra todo mundo e continuam extraindo tudo o que podem.
Depois é só ir na ONU e fazer um discursinho mole dizendo para pensarmos no planeta e protegermos nossas "ricas" florestas tropicais...
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"Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo."
Liev Tolstói
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Re: GEOPOLÍTICA
O maior medo das pessoas ao redor do mundo...
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Re: GEOPOLÍTICA
A extração do xisto só vale a pena com o preço do petróleo alto. Ao forçar a queda a Arabia Saudita também joga areia nas engrenagens norteamericanas.