Argentina lançará primeiro satélite geostacionário de fabricação própria
AFP - Agence France-Presse
Publicação: 31/08/2014 12:25 Atualização:
A Argentina lançará em outubro, a partir da Guiana Francesa, seu primeiro satélite geoestacionário de fabricação própria para serviços de telecomunicações, informou o governo.
"A Argentina soma-se ao seleto clube de países que produzem este tipo de satélites: Estados Unidos, Rússia, China, Japão, Israel, Índia e a Eurozona", afirmou a presidente Cristina Kirchner através de mensagens nas redes sociais Facebook e Twitter.
O Arsat-1 foi fabricado na cidade de San Carlos de Bariloche (1.650 km ao sul de Buenos Aires) pelas estatais Invap e pela empresa Argentina de Soluciones Satelitales (ArSat) com um investimento de 270 milhões de dólares.
Trata-se do primeiro de uma série de três que o país planeja construir.
Este primeiro satélite, de 1.300 quilos, fornecerá serviço de telefonia, televisão, acesso à internet e transmissão de dados para a Argentina e seus países limítrofes.
O Arsat-1, que acredita-se que terá uma vida útil de 15 anos, foi levado no sábado à capital argentina para seu envio iminente à estação de lançamento da Guiana Francesa, de onde será colocado em órbita no dia 16 de ouubro.
Notícias Espaciais (mundo afora)
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Re: Notícias Espaciais (mundo afora)
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Re: Notícias Espaciais (mundo afora)
Lançamento do Foguete Argentino
http://www.youtube.com/watch?v=qPFzaz-fzDA
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Re: Notícias Espaciais (mundo afora)
Espaço | 02/09/2014 09:48
Japão apresenta nova sonda espacial para explorar asteroide
Agência Japonesa de Exploração Espacial apresentou uma nova sonda, com a qual espera repetir o êxito da anterior
Akihiro Ikeshita/AFP
Ilustração de agência japonesa mostra a sonda Hayabusa-2 e um asteroide no espaço
Tóquio - A Agência Japonesa de Exploração Espacial (JAXA) apresentou à imprensa uma nova sonda, a Hayabusa-2, com a qual espera repetir o êxito de sua antecessora, que conseguiu trazer pó de asteroide depois de uma odisseia de sete anos.
"A nova sonda estará terminada muito em breve", afirmou o chefe do projeto, Hitoshi Kuninaka, citado pela agência Jiji.
O lançamento da base de Tanegashima, sul do Japão, está previsto para dezembro.
Hayabusa-2 deve alcançar seu objetivo, o asteroide "1999 JU3", em meados de 2018 e empreenderá regresso no final de 2019 para chegar à Terra um ano mais tarde, se tudo sair bem.
Ao contrário de Itokawa, o asteroide explorado pela primeira sonda Hayabusa, este novo corpo rochoso contém carbono e água.
A Hayabusa-2 será equipada com uma espécie de canhão espacial.
Quando chegar na órbita desejada de "1999 JU3", soltará o artefato e se colocará ao lado do asteroide.
O canhão disparará uma bola metálica contra a superfície do asteroide, onde fará uma cratera de vários metros de diâmetro.
Em seguida, a sonda pousará no buraco e extrairá amostras do subsolo.
Os cientistas da JAXA acreditam que é mais interessante explorar o subsolo do que a superfície do asteroide, que recebe mais impacto de raios cósmicos.
Lançada em maio de 2003, a primeira Hayabusa recolheu mostras do asteroide Itokawa, a 290 milhões de quilômetros da Terra, em setembro de 2005.
Dificuldades de telecomunicações com a sonda, avarias dos motores, baterias e outros equipamentos obrigaram os técnicos usar de inventividade para recuperar o controle e trazê-la de volta com três anos de atraso.
A viagem se transformou numa interminável jornada de sete milhões de quilômetros.
E a Hayabusa se converteu para os japoneses no símbolo de sua perseverânça.
https://www.youtube.com/watch?v=O5d5N9fQt3Y
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Re: Notícias Espaciais (mundo afora)
Vladimir Putin: Russia Will Be A 'Leading Space Superpower'
Sep. 2, 2014, 9:19 AM
REUTERS/Aleksey Nikolskyi/RIA Novosti
Russian President Vladimir Putin holds a communication session with the crew of the International Space Station (ISS) on Cosmonautics Day during his visit to the Amursk Region, April 12, 2013.
VOSTOCHNY Russia (Reuters) - President Vladimir Putin on Tuesday ordered construction sped up on a multi-billion-dollar spaceport in Russia's Far East that he said would break reliance on the Baikonur cosmodrome in Kazakhstan and launch future missions to the Moon and Mars.
Putin flew in a helicopter over the sprawling building site in Vostochny at a time when conflict with Ukraine, maker of Zenit and Dnepr rockets, is highlighting the fragility of Russia's dependence on former Soviet republics in defense and space.
Building a new launchpad on its own soil is central to Putin's effort to reform a once-pioneering space industry hobbled by years of budget cuts and a brain drain in the 1990s.
"Our own space infrastructure and modern network of cosmodromes ... will allow Russia to strengthen its standing as a leading space superpower and guarantee the independence of space activities," Putin said at Vostochny, near Russia's border with China.
Taking to task officials, Putin said construction was lagging behind by up to three months and the 6,000 workers currently at the site was half the number it should be.
"In the future, the capacity of the cosmodrome will be expanded ... to be used to realize program to explore the Moon, Mars and other space objects," he said.
Russia has already ploughed some 100 billion roubles into construction of the new spaceport, Putin said, to replace the Baikonur site that it has leased from Kazakhstan since the collapse of the Soviet Union in 1991.
Another 50 billion roubles is earmarked for the project through 2015, he said, hefty spending for a budget strained by the cost of annexing Ukraine's Crimea region and an economy stuttering under Western sanctions.
Despite Russia's current financial woes, a senior official tasked with overseeing the space industry vowed the country would not back down from investment in space.
"Despite the decrease in budgetary funds and the pressure on Russia from sanctions, this plan is unchangeable," Deputy Prime Minister Dmitry Rogozin told reporters.
In July, Russia launched its first new design of space rocket entirely built within post-Soviet Russia's borders from the northern military cosmodrome of Plesetsk.
A potential commercial rival to Arianespace of France and Californian-based SpaceX, a heavier version of the modular Angara launcher is designed to replace Russia's workhorse Proton rocket, which has suffered an embarrassing litany of failures.
While it is due to be tested at Plesetsk later this year, Russia hopes to launch the new rockets from Vostochny, where proximity to the equator would allow for a 20 percent heavier payload on launch vehicles.
(Writing by Alissa de Carbonnel; Editing by Ralph Boulton)
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Re: Notícias Espaciais (mundo afora)
Atualizado em 01/09/2014 18h29
Lagartixas que foram ao espaço se reproduzir voltam à Terra mortas
Vanessa Daraya, de INFO Online
Em julho, uma cápsula espacial russa que transportava um experimento com lagartixas perdeu o contato com a Terra por alguns dias. Hoje, a nave pousou na superfície terrestre e os pesquisadores descobriram que as lagartixas morreram durante a viagem de quase dois meses.
O satélite Foton M4 foi lançado em 19 de julho. A bordo deste satélite deveriam acontecer várias experiências. Uma delas tinha como objetivo relatar a reprodução de algumas espécies sobre os efeitos da microgravidade.
Os cientistas queriam monitorar como a microgravidade afeta o comportamento sexual e o desenvolvimento embrionário em lagartixas adultas. Infelizmente, elas não sobreviveram à viagem.
A causa da morte ainda é desconhecida. Ainda não está claro se as condições a bordo do satélite apressaram a morte dos animais. Os pesquisadores também não sabem se a morte está relacionada à perda de controle da cápsula.
Quatro gerações de moscas da espécie Drosophila, outros micro-organismos e algumas plantas também foram enviados para o espaço. As moscas tiveram mais sorte. Elas sobreviveram e se reproduziram no espaço.
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Re: Notícias Espaciais (mundo afora)
China lançará laboratório espacial em 2016
AFP - Agence France-Presse
Publicação: 10/09/2014 22:16 Atualização:
TV mostra o astronauta chinês Nie Haisheng entrando no módulo Tiangong-1. Foto: CCTV/AFP Cctv
A China colocará em órbita seu segundo laboratório espacial em dois anos, indicou nesta quarta-feira um funcionário do alto escalão do ambicioso programa espacial, que inclui levar um astronauta chinês à Lua.
O astronauta Yang Liwei, que em 2003 se converteu no primeiro chinês a ser enviado ao espaço, e que agora é vice-diretor do programa espacial, fez o anúncio em um congresso da Associação de Exploradores do Espaço (ASE) em Pequim.
"Vamos lançar o laboratório espacial Tiangong-2 em 2016, e depois lançaremos o Shenzhu-11 e a nave espacial Tianzhu-1 para que se acoplem ao laboratório espacial", afirmou.
Esta é a primeira vez que a China recebe a reunião anual da ASE, que reuniu em Pequim 100 astronautas de 18 países.
Pequim, que tem grandes atrasos tecnológicos, considera seu programa espacial como um símbolo da ascensão da China entre as potências mundiais.
No ano passado, o pouso sem incidentes do módulo de exploração "Coelho de Jade" - uma façanha que só os Estados Unidos e a URSS realizaram e que não foi repetido em mais de 37 anos - foi motivo de grande orgulho na China, onde a população se entusiasma pelas proezas do robô.
O programa espacial chinês também prevê instalar uma estação permanente em órbita até 2020 para, no futuro, enviar um homem à Lua.
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Re: Notícias Espaciais (mundo afora)
http://www.youtube.com/watch?v=IMwtv4BmbiMA NASA divulgou imagens da tempestade solar que, ainda esta noite, pode ter consequências ligeiras no nosso planeta.
As tempestades solares são, na realidade, banais ejeções de massa coronal. Mas, desta vez, duas tempestades ocorreram num curto lapso de tempo e a Terra está na linha de mira das ejeções, o que levou o Centro de Previsão Climática norte-americano a alertar para o perigo de interferências nos sinais GPS, nas comunicações por rádio e nas transmissões de energia.
Nas latitudes próximas do polo norte, sobretudo no céu norte-americano e no do Canadá, as tempestades solares provocam igualmente espetaculares auroras boreais.
http://pt.euronews.com/2014/09/12/nasa- ... ca-a-terra
"Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo."
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Re: Notícias Espaciais (mundo afora)
A Nasa anunciou que a Boeing e a SpaceX construirão as duas primeiras naves espaciais privadas capazes de transportar astronautas até a Estação Espacial Internacional (ISS) para acabar com a dependência americana das Soyuz russas.
http://www.youtube.com/watch?v=1hONugkigvQ
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Re: Notícias Espaciais (mundo afora)
NASA diz que motor espacial quântico funciona de verdade
Redação do Site Inovação Tecnológica - 05/08/2014
Conceito de um nanossatélite, proposto por Guido Fetta, para testar o seu "motor Cannae", ou QDrive. [Imagem: Cannae LLC]
Motor sem combustível
Um motor espacial capaz de impulsionar uma nave sem consumir combustível, tirando sua energia diretamente do vácuo quântico. Parece bom demais? Ou esquisito demais?
A comunidade acadêmica vinha marcando a segunda opção, achando esquisito o suficiente para nem olhar para os protótipos, classificados como "invenções malucas".
Mas a coisa repentinamente começou a ganhar ares de seriedade. Um dos inventores do "motor espacial quântico" conseguiu convencer uma equipe da NASA a pelo menos testar seu invento. Eles testaram e, para surpresa geral, a coisa funcionou.
David Brady e seus colegas do Centro Espacial Johnson testaram o motor quântico em 2013, mas só agora apresentaram um artigo descrevendo os testes durante o evento 50th Joint Propulsion Conference, que terminou na sexta-feira em Cleveland, nos Estados Unidos.
O evento não chamou a atenção de muita gente, exceto de David Hambling, que escreveu um artigo para a revista Wired neste final de semana relatando a apresentação.
Conceito de uma sonda espacial para voos mais longos, explorando o conceito do motor quântico, que não depende de tanques de combustível. [Imagem: Cannae LLC]
Motores quânticos
Tudo começa com o cientista britânico Roger Shawyer, que vem tentando há vários anos chamar a atenção da comunidade científica e das agências espaciais para o seu EmDrive, um motor eletromagnético, que provê empuxo sem disparar massa para o lado oposto.
O conceito é revolucionário, já que transformar diretamente eletricidade em empuxo significa que as naves não precisarão mais levar combustível. O problema é que isso rompe com a lei clássica da conservação de energia, o que tem feito a comunidade científica torcer o nariz para a ideia.
Em 2011, uma equipe da Universidade Politécnica do Noroeste da China testou o conceito, e obteve resultados espantosos. Eles construíram seu próprio motor sem combustível, que alcançou um empuxo de 720 micronewtons, mais do que suficiente para equipar um satélite de verdade.
Mas o que os pesquisadores da NASA testaram agora foi um outro dispositivo, chamado de QDrive, criado por um cientista norte-americano chamado Guido Fetta, que aparentemente teve mais sucesso em convencer a agência espacial em dar crédito à sua invenção.
Nos testes, o motor quântico - o nome completo é Propulsor de Plasma do Vácuo Quântico - gerou entre 30 e 50 micronewtons de força em um equipamento com sensibilidade de 10 micronewtons, ou seja, bem acima da margem de erro.
O propulsor consiste em uma cavidade ressonante, no interior da qual micro-ondas ficam refletindo de um lado para o outro, eventualmente capturando a energia do vácuo.
Shawyer disse que o dispositivo de Fetta que foi testado não é tão eficiente quanto o seu, o que eventualmente poderia explicar porque a equipe chinesa, usando um desenho similar ao seu EmDrive, aferiu um empuxo dezenas de vezes maior.
Este é o EmDrive, construído por Roger Shawyer, que é similar ao modelo testado por uma equipe chinesa, obtendo resultados dezenas de vezes superiores ao agora obtido pela NASA. [Imagem: EmDrive]
Energia do vácuo quântico
Um motor sem propelente é revolucionário em relação aos motores atuais, incluindo os motores iônicos, que também são acionados eletricamente, mas disparam partículas carregadas.
Aparentemente o motor quântico tira sua energia do vácuo quântico, que nada tem de vazio. Em lugar do "nada", o vácuo quântico é um constante "borbulhar" de partículas virtuais que aparecem e decaem constantemente, desaparecendo em frações de tempo tão curtas que são difíceis de medir.
Apesar disso, vários experimentos já mostraram a realidade do vácuo quântico e suas energias, incluindo a geração de luz a partir desse "nada" virtual - hoje já é largamente aceito na comunidade científica que a matéria é resultado de flutuações do vácuo quântico.
Para testar se o vácuo quântico pode ser explorado para gerar trabalho, os pesquisadores da NASA submeteram o motor a um pêndulo de torção muito sensível, procurando tomar o maior número de precauções possíveis para evitar erros de medição.
"Os resultados dos testes indicam que o projeto do propulsor de cavidade ressonante de radiofrequências, que é um dispositivo de propulsão elétrica único, está produzindo uma força que não é atribuível a qualquer fenômeno eletromagnético clássico e, portanto, está potencialmente demonstrando uma interação com o plasma virtual do vácuo quântico," concluiu a equipe.
Agora é só esperar que outras equipes se dignem a testar os motores quânticos para ajudar a eliminar as dúvidas. E então começar a sonhar com viagens espaciais que durem anos ou décadas, e não mais séculos.
Bibliografia:
Anomalous Thrust Production from an RF Test Device Measured on a Low-Thrust Torsion Pendulum
David Brady, Harold G. White, Paul March, James T. Lawrence, Frank J. Davies
50th AIAA/ASME/SAE/ASEE Joint Propulsion Conference Proceedings
http://ntrs.nasa.gov/search.jsp?R=20140006052
http://www.inovacaotecnologica.com.br/n ... BskZlfgWnQ
Redação do Site Inovação Tecnológica - 05/08/2014
Conceito de um nanossatélite, proposto por Guido Fetta, para testar o seu "motor Cannae", ou QDrive. [Imagem: Cannae LLC]
Motor sem combustível
Um motor espacial capaz de impulsionar uma nave sem consumir combustível, tirando sua energia diretamente do vácuo quântico. Parece bom demais? Ou esquisito demais?
A comunidade acadêmica vinha marcando a segunda opção, achando esquisito o suficiente para nem olhar para os protótipos, classificados como "invenções malucas".
Mas a coisa repentinamente começou a ganhar ares de seriedade. Um dos inventores do "motor espacial quântico" conseguiu convencer uma equipe da NASA a pelo menos testar seu invento. Eles testaram e, para surpresa geral, a coisa funcionou.
David Brady e seus colegas do Centro Espacial Johnson testaram o motor quântico em 2013, mas só agora apresentaram um artigo descrevendo os testes durante o evento 50th Joint Propulsion Conference, que terminou na sexta-feira em Cleveland, nos Estados Unidos.
O evento não chamou a atenção de muita gente, exceto de David Hambling, que escreveu um artigo para a revista Wired neste final de semana relatando a apresentação.
Conceito de uma sonda espacial para voos mais longos, explorando o conceito do motor quântico, que não depende de tanques de combustível. [Imagem: Cannae LLC]
Motores quânticos
Tudo começa com o cientista britânico Roger Shawyer, que vem tentando há vários anos chamar a atenção da comunidade científica e das agências espaciais para o seu EmDrive, um motor eletromagnético, que provê empuxo sem disparar massa para o lado oposto.
O conceito é revolucionário, já que transformar diretamente eletricidade em empuxo significa que as naves não precisarão mais levar combustível. O problema é que isso rompe com a lei clássica da conservação de energia, o que tem feito a comunidade científica torcer o nariz para a ideia.
Em 2011, uma equipe da Universidade Politécnica do Noroeste da China testou o conceito, e obteve resultados espantosos. Eles construíram seu próprio motor sem combustível, que alcançou um empuxo de 720 micronewtons, mais do que suficiente para equipar um satélite de verdade.
Mas o que os pesquisadores da NASA testaram agora foi um outro dispositivo, chamado de QDrive, criado por um cientista norte-americano chamado Guido Fetta, que aparentemente teve mais sucesso em convencer a agência espacial em dar crédito à sua invenção.
Nos testes, o motor quântico - o nome completo é Propulsor de Plasma do Vácuo Quântico - gerou entre 30 e 50 micronewtons de força em um equipamento com sensibilidade de 10 micronewtons, ou seja, bem acima da margem de erro.
O propulsor consiste em uma cavidade ressonante, no interior da qual micro-ondas ficam refletindo de um lado para o outro, eventualmente capturando a energia do vácuo.
Shawyer disse que o dispositivo de Fetta que foi testado não é tão eficiente quanto o seu, o que eventualmente poderia explicar porque a equipe chinesa, usando um desenho similar ao seu EmDrive, aferiu um empuxo dezenas de vezes maior.
Este é o EmDrive, construído por Roger Shawyer, que é similar ao modelo testado por uma equipe chinesa, obtendo resultados dezenas de vezes superiores ao agora obtido pela NASA. [Imagem: EmDrive]
Energia do vácuo quântico
Um motor sem propelente é revolucionário em relação aos motores atuais, incluindo os motores iônicos, que também são acionados eletricamente, mas disparam partículas carregadas.
Aparentemente o motor quântico tira sua energia do vácuo quântico, que nada tem de vazio. Em lugar do "nada", o vácuo quântico é um constante "borbulhar" de partículas virtuais que aparecem e decaem constantemente, desaparecendo em frações de tempo tão curtas que são difíceis de medir.
Apesar disso, vários experimentos já mostraram a realidade do vácuo quântico e suas energias, incluindo a geração de luz a partir desse "nada" virtual - hoje já é largamente aceito na comunidade científica que a matéria é resultado de flutuações do vácuo quântico.
Para testar se o vácuo quântico pode ser explorado para gerar trabalho, os pesquisadores da NASA submeteram o motor a um pêndulo de torção muito sensível, procurando tomar o maior número de precauções possíveis para evitar erros de medição.
"Os resultados dos testes indicam que o projeto do propulsor de cavidade ressonante de radiofrequências, que é um dispositivo de propulsão elétrica único, está produzindo uma força que não é atribuível a qualquer fenômeno eletromagnético clássico e, portanto, está potencialmente demonstrando uma interação com o plasma virtual do vácuo quântico," concluiu a equipe.
Agora é só esperar que outras equipes se dignem a testar os motores quânticos para ajudar a eliminar as dúvidas. E então começar a sonhar com viagens espaciais que durem anos ou décadas, e não mais séculos.
Bibliografia:
Anomalous Thrust Production from an RF Test Device Measured on a Low-Thrust Torsion Pendulum
David Brady, Harold G. White, Paul March, James T. Lawrence, Frank J. Davies
50th AIAA/ASME/SAE/ASEE Joint Propulsion Conference Proceedings
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Re: Notícias Espaciais (mundo afora)
NettoBR escreveu:NASA diz que motor espacial quântico funciona de verdade
Redação do Site Inovação Tecnológica - 05/08/2014
Conceito de um nanossatélite, proposto por Guido Fetta, para testar o seu "motor Cannae", ou QDrive. [Imagem: Cannae LLC]
Se for realmente possível acelerar uma nave sem ejetar massa por um tempo longo em teoria seria possível atingir qualquer velocidade, inclusive muito próximo da velocidade da luz. Isso tornaria possível a colonização de outros sistemas solares com esforços relativamente pequenos, mesmo que fosse em naves gigantes que levariam anos ou décadas para alcançar seus objetivos.
E o Paradoxo de Fermi seria mais enigmático do que nunca.
Leandro G. Card
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Re: Notícias Espaciais (mundo afora)
Desculpe a ignorância, mas a velocidade nesse caso sofreria aceleração continua ou seria uma constante.
Pq se for constante, acredito que seria uma viagem muito demorada, como as voyagers, por exemplo mandarmos uma sonda pra Plutão, essa chegaria em 20 ou 30 anos???
Sds Coloradas
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Pq se for constante, acredito que seria uma viagem muito demorada, como as voyagers, por exemplo mandarmos uma sonda pra Plutão, essa chegaria em 20 ou 30 anos???
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Re: Notícias Espaciais (mundo afora)
A aceleração é constante, então a velocidade sobe continuamente.MAJOR FRAGUAS escreveu:Desculpe a ignorância, mas a velocidade nesse caso sofreria aceleração continua ou seria uma constante.
Pq se for constante, acredito que seria uma viagem muito demorada, como as voyagers, por exemplo mandarmos uma sonda pra Plutão, essa chegaria em 20 ou 30 anos???
Enquanto houver energia a velocidade pode continuar aumentando, já que não existe massa propulsiva para gastar. O limite teórico é a velocidade da luz.
Se for possível construir um motor (ou vários) deste tipo com empuxo total mesmo de uns poucos décimos de newton, sondas para o sistema solar exterior poderiam fazer a viagem em meses ao invés de anos.
Leandro G. Card
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Re: Notícias Espaciais (mundo afora)
"capturar energia do vácuo" acho que essa é a expressão chave, uma propulsão que rompe a conservação do momento significaria energia infinita e, porque não, nesse caso, velocidades maiores que a da luz?
Mas o que é "capturar energia do vácuo"? Talvez, esses motores não rompam as teorias existentes, só afetem a velocidade de massas externas, assim, o princípio de conservação de energia não é violado.
Mas o que é "capturar energia do vácuo"? Talvez, esses motores não rompam as teorias existentes, só afetem a velocidade de massas externas, assim, o princípio de conservação de energia não é violado.
"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
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Re: Notícias Espaciais (mundo afora)
Porque segundo as equações de Einstein o aumento da energia cinética de um corpo é assintótico com a velocidade da luz ou seja, tende para infinito quando a velocidade do corpo se aproxima à da luz. Assim não tem jeito, mesmo que se consiga energia infinita a velocidade máxima atingível seria a da luz, e não sobraria energia para ultrapassá-la. Fora outros probleminhas, como o da massa também ir para infinito (ou seja, para obter qualquer aceleração, por mínima que fosse, seria necessário exercer uma força infinita) e o tempo tender para zero (ou seja, mesmo que se tivesse energia infinita e força infinita não haveria tempo para acelerar, pois para o corpo em questão o tempo estaria parado). E como se isso não fosse o bastante, o comprimento também tende a zero (ou seja, a nave se reduziria a uma fatia de espessura zero, uma impossibilidade prática, provavelmente efeitos quânticos entrariam em cena e transformariam tudo em quarks).Marechal-do-ar escreveu:"capturar energia do vácuo" acho que essa é a expressão chave, uma propulsão que rompe a conservação do momento significaria energia infinita e, porque não, nesse caso, velocidades maiores que a da luz?
É, a relatividade de Einstein é uma m&#$@ mesmo .
Na verdade hoje se sabe que o espaço, mesmo vazio, flutua em um nível altíssimo de energia, e não existe energia zero. Normalmente não se nota nada, porque tudo está no mesmo nível de energia então ela não flui para lado nenhum e não realiza nenhum trabalho (como uma pedra no topo de um planalto, que embora tenha grande energia potencial não rola para lado algum). Mas nas condições adequadas esta energia pode se manifestar (veja Efeito Casimir e a Radiação de Hawking). Este sistema propulsivo aproveitaria este tip de fenômeno, provavelmente gerando empuxo à partir da movimentação das partículas virtuais geradas pelas flutuações quânticas do vácuo (é, a mecânica quântica é uma m&#$@ ainda maior que a relatividade ).Mas o que é "capturar energia do vácuo"? Talvez, esses motores não rompam as teorias existentes, só afetem a velocidade de massas externas, assim, o princípio de conservação de energia não é violado.
Leandro G. Card
Editado pela última vez por LeandroGCard em Sex Set 19, 2014 11:37 am, em um total de 1 vez.
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Re: Notícias Espaciais (mundo afora)
A m&#$@ é definir qual o maior infinito, energia não é infinita, se for, massa também é, e se ambas forem a recíproca do comprimento também é.LeandroGCard escreveu:Porque segundo as equações de Einstein o aumento da energia cinética de um corpo é assintótico com a velocidade da luz ou seja, tende para infinito quando a velocidade do corpo se aproxima à da luz. Assim não tem jeito, mesmo que se consiga energia infinita a velocidade máxima atingível seria a da luz, e não sobraria energia para ultrapassá-la. Fora outros probleminhas, como o da massa também ir para infinito (ou seja, para obter qualquer aceleração, por mínima que fosse, seria necessário exercer uma força infinita) e o tempo tender para zero (ou seja, mesmo que se tivesse energia infinita e força infinita não haveria tempo para acelerar, pois para o corpo em questão o tempo estaria parado). E como se isso não fosse o bastante, o comprimento também tende a zero (ou seja, a nave se reduziria a uma fatia de espessura zero, uma impossibilidade prática, provavelmente efeitos quânticos entrariam em cena e transformariam tudo em quarks).
É, a relatividade de Einstein é uma m&#$@ mesmo .
"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)