Quem defende a teoria do Su-25 explica justamente por um encontro frontal, e aponta os danos observáveis no grande fragmento da cabine de comando, como prova.mmatuso escreveu:Poderia fazer a estratégia do Mig-31 vs Blackbird e interceptar de frente em um ponto futuro.
Mas falando sério também tenho essa dúvida.
UCRÂNIA
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Re: UCRÂNIA
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Re: UCRÂNIA
Sim, com muito esforço e paciência, a pergunta é, por que faria isso? Em uma guerra há alvos muito mais prioritários para uma aeronave de ataque.rodrigo escreveu:Um SU-25 alcançaria um 777 em altitude e velocidade de cruzeiro?
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Re: UCRÂNIA
Olá Adevaldo.Adevaldo escreveu:Caro Leandro, TELAR significa exatamente "radar de unidade de tiro". Os russos denominam unidades de tiro, como TEL, e quando estas possuem radar, TELAR. A incorporação de radar nas unidades de tiro tornou-as mais caras, mas deu flexibilidade ao sistema, que não depende mais de um sensor em especial para lhe prover o guiamento.
Quem emitia naquele espaço era uma brigada antiaérea ucraniana. Por isso o assunto murchou.
Você tem razão quanto à designação do radar, eu confundi TELAR com TAR (Target Acquisition Radar), que é o que possui os sistemas de identificação de alvos. Mas é exatamente ao TELAR que eu me referia como radar da unidade de tiro, que possui modos de operação automática que permitem rápido engajamento de alvos praticamente com o apertar de um botão, mas sem capacidade discriminatória. Veja no texto abaixo:
"Similar to a fighter radar, the Telar radar (known to NATO as Fire Dome) has search, track and illuminator functions and can scan through a 120-deg. arc, independent of the movement of the platform.
This feature may have been a crucial factor in the destruction of MH17. The Fire Dome radar’s main job was to permit simultaneous engagement of more targets – one per Telar – under control of the battery’s 9S18M Snow Drift. But the Soviet military and the designers installed a set of backup modes that would permit the Telars to detect and attack targets autonomously, in the event the Snow Drift was shut down or destroyed by NATO’s rapidly improving anti-radar missiles.
The autonomous modes are intended for last-ditch use by the Telar operators, not the more highly trained crews in the battery command vehicle. According to an experienced analyst of Russian-developed radar, the automatic radar modes display targets within range. The operator can then command the system to lock up the target, illuminate and shoot.
Critically, these backup modes also bypass two safety features built into the 9S18M Snow Drift radar: a full-function identification friend-or-foe (IFF) system and non-cooperative target recognition (NCTR) modes. The IFF system uses a separate interrogator located above the main radar antenna and most likely will have been upgraded to current civilian standards."
Fonte: http://aviationweek.com/defense/buk-mis ... riminating
Dependendo do modo de uso este radar não precisaria estar ligado, ele poderia ter sido ativado logo antes do disparo. Este modo é utilizado justamente para não permitir que o radar seja traqueado e atacado por mísseis anti-radar. Duvido muito que neste modo alguém pudesse identificar se os rebeldes estavam ou não utilizando um Buk capturado ou fornecido pela Rússia para sua defesa.
Um abraço,
Leandro G. Card
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Re: UCRÂNIA
Poroshenko anuncia saída da maioria das tropas russas
Anúncio é feito cinco dias depois do início de um cessar-fogo para acabar com o conflito no leste do país
10/09/2014 17:36
Kiev - O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, afirmou nesta quarta-feira que a maior parte das tropas russas presentes no leste da Ucrânia tinha deixado a região, cinco dias depois do início de um cessar-fogo para acabar com o conflito no leste do país. Enquanto isso, a União Europeia adiou novamente sua decisão sobre a adoção de novas sanções contra a Rússia, enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, acusou as potências ocidentais de aproveitarem a crise na Ucrânia para "reviver" a Otan.
Os países europeus não conseguiram chegar a um acordo em torno da adoção de novas sanções decididas na semana passada contra a Rússia, e uma nova reunião dos embaixadores foi convocada para quinta-feira em Bruxelas, segundo fontes oficiais. De acordo com o site da Presidência ucraniana, Petro Poroshenko declarou que, com base nas últimas informações dos serviços de inteligência ucranianos, "70% das forças russas se retiraram".
O chefe de Estado, que foi convidado a pronunciar um discurso no Congresso americano durante sua visita a Washington em 18 de setembro, considerou que a situação no leste da Ucrânia "mudou radicalmente" desde a entrada em vigor do cessar-fogo entre Kiev e os separatistas pró-russos.
"Isto nos permite confiar na iniciativa de paz", disse Poroshenko, em referência ao "protocolo" de cessar-fogo assinado na sexta-feira entre Kiev e os rebeldes para acabar com cinco meses de um conflito que provocou 2.600 mortes.
"Antes do anúncio do cessar-fogo, a Ucrânia perdia todos os dias dezenas de seus heróis", ressaltou Poroshenko, um dia após uma conversa telefônica com Putin confirmando sua decisão de buscar uma saída pacífica para o conflito.
"A Ucrânia não fez concessões em relação a sua integridade territorial e o leste continuará sendo parte da Ucrânia", garantiu o chefe de Estado em referência ao acordo assinado em Minsk, em Belarus, prevendo um "status especial" às regiões de Donetsk e Lugansk, dois redutos separatistas, para a instauração de um "governo autônomo provisório" e a realização de eleições locais antecipadas.
Poroshenko indicou que apresentará ao Parlamento um projeto de lei garantindo mais autonomia à região leste do país, mas rejeitou qualquer discussão "sobre uma federalização ou qualquer tipo de partição".
Separatistas insistem na independência
Contudo, os separatistas pró-russos exigem a independência de seu território e não aceitam permanecer dentro da Ucrânia, mesmo que com maiores poderes, segundo declarações de um líder separatista à AFP. "Não podemos seguir fazendo parte da Ucrânia", afirmou Andrei Purguin, vice-primeiro-ministro da autoproclamada República Popular de Donetsk.
Por outro lado, a Rússia, acusada de alimentar o conflito, continua a ameaçar Kiev para que não mantenha seu projeto de adesão à Otan.
Além disso, Putin afirmou que "a crise na Ucrânia, que, no fundo, foi provocada e criada por alguns ocidentais, está sendo utilizada atualmente para reviver este bloco militar", em referência à Aliança Atlântica. A Otan pediu no mês passado a Moscou o fim das "ações militares ilegais" na Ucrânia, depois de afirmar que 1.000 soldados russos combatiam em território ucraniano e que 20.000 estavam posicionados ao longo da fronteira.
A Rússia nega ter enviado tropas à Ucrânia.
Durante uma reunião de cúpula da Otan na semana passada em Newport, País de Gales, os membros dos países da organização se comprometeram a manter uma "presença contínua" no leste europeu, onde a atitude da Rússia preocupa, principalmente através da criação de uma força altamente reativa capaz de ser mobilizada em poucos dias.
Este Plano de Reatividade (Readiness action plan, RAP) tem como objetivo "fortalecer a defesa coletiva", que é a principal missão da Otan criada no início da Guerra Fria, há 65 anos. Enquanto isso, após vários dias de tensão, a situação parece mais tranquila no leste ucraniano, principalmente nos arredores da estratégica cidade portuária de Mariupol.
O porta-voz das operações militares ucraniana, Oleksi Dimitrashkivski, garantiu que as forças ucranianas estão respeitando o cessar-fogo.
Na terça-feira, os Estados Unidos consideraram que o cessar-fogo na Ucrânia "tem sido cumprido de maneira geral". A porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf, disse a jornalistas que seu país está "preparado para impor" sanções à Rússia, mas que o governo "decidirá os próximos passos de acordo com o a situação em campo nos próximos dias."
Fonte: http://exame.abril.com.br/mundo/noticia ... pas-russas
Anúncio é feito cinco dias depois do início de um cessar-fogo para acabar com o conflito no leste do país
10/09/2014 17:36
Kiev - O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, afirmou nesta quarta-feira que a maior parte das tropas russas presentes no leste da Ucrânia tinha deixado a região, cinco dias depois do início de um cessar-fogo para acabar com o conflito no leste do país. Enquanto isso, a União Europeia adiou novamente sua decisão sobre a adoção de novas sanções contra a Rússia, enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, acusou as potências ocidentais de aproveitarem a crise na Ucrânia para "reviver" a Otan.
Os países europeus não conseguiram chegar a um acordo em torno da adoção de novas sanções decididas na semana passada contra a Rússia, e uma nova reunião dos embaixadores foi convocada para quinta-feira em Bruxelas, segundo fontes oficiais. De acordo com o site da Presidência ucraniana, Petro Poroshenko declarou que, com base nas últimas informações dos serviços de inteligência ucranianos, "70% das forças russas se retiraram".
O chefe de Estado, que foi convidado a pronunciar um discurso no Congresso americano durante sua visita a Washington em 18 de setembro, considerou que a situação no leste da Ucrânia "mudou radicalmente" desde a entrada em vigor do cessar-fogo entre Kiev e os separatistas pró-russos.
"Isto nos permite confiar na iniciativa de paz", disse Poroshenko, em referência ao "protocolo" de cessar-fogo assinado na sexta-feira entre Kiev e os rebeldes para acabar com cinco meses de um conflito que provocou 2.600 mortes.
"Antes do anúncio do cessar-fogo, a Ucrânia perdia todos os dias dezenas de seus heróis", ressaltou Poroshenko, um dia após uma conversa telefônica com Putin confirmando sua decisão de buscar uma saída pacífica para o conflito.
"A Ucrânia não fez concessões em relação a sua integridade territorial e o leste continuará sendo parte da Ucrânia", garantiu o chefe de Estado em referência ao acordo assinado em Minsk, em Belarus, prevendo um "status especial" às regiões de Donetsk e Lugansk, dois redutos separatistas, para a instauração de um "governo autônomo provisório" e a realização de eleições locais antecipadas.
Poroshenko indicou que apresentará ao Parlamento um projeto de lei garantindo mais autonomia à região leste do país, mas rejeitou qualquer discussão "sobre uma federalização ou qualquer tipo de partição".
Separatistas insistem na independência
Contudo, os separatistas pró-russos exigem a independência de seu território e não aceitam permanecer dentro da Ucrânia, mesmo que com maiores poderes, segundo declarações de um líder separatista à AFP. "Não podemos seguir fazendo parte da Ucrânia", afirmou Andrei Purguin, vice-primeiro-ministro da autoproclamada República Popular de Donetsk.
Por outro lado, a Rússia, acusada de alimentar o conflito, continua a ameaçar Kiev para que não mantenha seu projeto de adesão à Otan.
Além disso, Putin afirmou que "a crise na Ucrânia, que, no fundo, foi provocada e criada por alguns ocidentais, está sendo utilizada atualmente para reviver este bloco militar", em referência à Aliança Atlântica. A Otan pediu no mês passado a Moscou o fim das "ações militares ilegais" na Ucrânia, depois de afirmar que 1.000 soldados russos combatiam em território ucraniano e que 20.000 estavam posicionados ao longo da fronteira.
A Rússia nega ter enviado tropas à Ucrânia.
Durante uma reunião de cúpula da Otan na semana passada em Newport, País de Gales, os membros dos países da organização se comprometeram a manter uma "presença contínua" no leste europeu, onde a atitude da Rússia preocupa, principalmente através da criação de uma força altamente reativa capaz de ser mobilizada em poucos dias.
Este Plano de Reatividade (Readiness action plan, RAP) tem como objetivo "fortalecer a defesa coletiva", que é a principal missão da Otan criada no início da Guerra Fria, há 65 anos. Enquanto isso, após vários dias de tensão, a situação parece mais tranquila no leste ucraniano, principalmente nos arredores da estratégica cidade portuária de Mariupol.
O porta-voz das operações militares ucraniana, Oleksi Dimitrashkivski, garantiu que as forças ucranianas estão respeitando o cessar-fogo.
Na terça-feira, os Estados Unidos consideraram que o cessar-fogo na Ucrânia "tem sido cumprido de maneira geral". A porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf, disse a jornalistas que seu país está "preparado para impor" sanções à Rússia, mas que o governo "decidirá os próximos passos de acordo com o a situação em campo nos próximos dias."
Fonte: http://exame.abril.com.br/mundo/noticia ... pas-russas
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Liev Tolstói
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Re: UCRÂNIA
Novos T-64BV-1 (T-64B1M) para a Ucrânia...
http://www.youtube.com/watch?v=DW6ZlAmalDA
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Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: UCRÂNIA
O Plebiscito para a separação da Escócia está chegando. Caso a proposta seja vencedora, pode ser mais um elemento de pressão pela autonomia da região leste da Ucrânia.
Abçs!
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Re: UCRÂNIA
Potências ocidentais endurecem sanções contra a Rússia por conflito na Ucrânia
AFP - Agence France-Presse
Publicação: 11/09/2014 17:07 Atualização:
As potências ocidentais anunciaram nesta quinta-feira a adoção de novas sanções contra a Rússia, depois de Kiev ter reconhecido que perdeu terreno para os rebeldes pró-russos, provocando uma ameaça de resposta de Moscou que as acusa de minar o processo de paz.
No momento em que o acordo de cessar-fogo assinado entre Kiev e os rebeldes tem sido em grande parte respeitado, a União Europeia (UE) e, poucas horas depois, o presidente americano Barack Obama decidiram adotar novas sanções contra a Rússia.
Essas decisões, adotadas após vários dias de hesitação, são anunciadas depois de o governo ucraniano ter reconhecido pela primeira vez que os separatistas pró-russos controlam a fronteira leste com a Rússia até o Mar de Azov.
Além disso, a Otan afirmou que cerca de mil soldados russos continuam mobilizados no leste da Ucrânia, enquanto 20.000 seguem ao longo da fronteira. A Aliança Atlântica afirmou que a "Rússia continua a fornecer equipamentos sofisticados" aos rebeldes pró-russos.
"Uma chance para a paz"
No momento em que a economia russa está à beira da recessão, Moscou, que sempre negou qualquer envolvimento no conflito na Ucrânia, considerou que a "UE praticamente escolheu ir de encontro ao processo de resolução pacífica da crise ucraniana".
"Deem uma oportunidade à paz", lançou o Ministério russo das Relações Exteriores em um comunicado, enquanto o conflito já deixou mais de 2.700 mortos.
Neste contexto de tensão, após vários dias de intensas discussões, os 28 países membros da UE concordaram em reforçar as sanções econômicas contra a Rússia, que devem entrar em vigor já a partir de sexta-feira.
As sanções incluem restringir o acesso aos mercados de capitais e proibir o financiamento da dívida de três grandes empresas russas do setor de defesa e de três outras do de energia.
Entre as companhias afetadas estão as petroleiras Rosneft e Transneft, assim como a filial da gigante de gás Gazprom.
As medidas também preveem a inclusão de 24 nomes às centenas de russos e ucranianos ligados aos rebeldes que já são alvos de sanções, que impõem o congelamento de bens e a proibição de vistos. No total, são 119 pessoas afetadas pelas sanções.
Contudo, a UE poderá "amenizar, suspender ou cancelar" as sanções contra a Rússia tendo em vista os acontecimentos envolvendo o conflito, segundo o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, que afirmou que o grupo fará "uma avaliação exaustiva dos progressos do plano de paz na Ucrânia até o fim de setembro".
Defesa, finanças e energia afetados
Já o presidente Barack Obama afirmou nesta quinta-feira que os Estados Unidos reforçarão as sanções contra os setores russos de defesa, finanças e energia para pressionar esse país por suas "ações ilegais" na Ucrânia.
Obama disse, em um comunicado, que as novas sanções intensificarão o isolamento econômico e político do Kremlin.
Um assessor do Kremlin anunciou prontamente que a Rússia já preparou um novo pacote de medidas em represália às novas sanções ocidentais que afetarão a importação de carros usados e alguns bens de consumo.
"O Ministério da Economia já preparou, até onde eu sei, a lista de produtos" que serão afetados pelas novas medidas, além dos produtos alimentícios sobre os quais já pesa um embargo, declarou Andrei Belousov à agência pública Ria-Novosti.
"Mas espero que o senso comum prevaleça e que não sejamos obrigados a aplicá-las", acrescentou.
Otan preocupada
Mas a situação nas frentes de batalha parece longe de estar resolvida. Segundo a Otan, "ainda há cerca de mil soldados russos" no leste da Ucrânia "com um número substancial de equipamentos", e 20.000 outros continuam mobilizados ao longo da fronteira entre os dois países.
"A Otan continua a pedir que a Rússia encontre uma solução política para a crise, em conjunto com a comunidade internacional e o governo ucraniano", declarou à AFP uma fonte da Aliança Atlântica, indicando que a Otan "continua muito preocupada com a crise entre Rússia e Ucrânia".
Essas informações contradizem as declarações feitas na quarta-feira pelo presidente ucraniano, Petro Poroshenko, de que a maior parte das tropas russas teria se retirado de seu território.
Contudo, jornalistas da AFP em Donetsk relataram ter ouvido confrontos durante a madrugada na região do aeroporto, controlado pelas tropas ucranianas e palco de combates nos últimos meses.
"O aeroporto foi alvo de disparos de morteiro", afirmou um porta-voz militar ucraniano, Oleksii Dmytrachkivski. Segundo a Prefeitura de Donetsk, "a noite foi agitada e rajadas de tiros foram ouvidas na cidade".
Em agosto, os separatistas lançaram uma contra-ofensiva em direção às cidades estratégicas costeiras do sul da região de Donetsk, às margens do Mar de Azov.
Se os rebeldes tomarem o porto de Mariupol, última grande cidade ucraniana ainda sob controle do exército, o avanço permitirá criar uma ligação terrestre entre a fronteira russa e a Crimeia, península ucraniana anexada em março pela Rússia.
http://odia.ig.com.br/noticia/mundoecie ... raque.html
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Re: UCRÂNIA
A Catalunha também está pegando fogo por causa desse plebiscito da Escócia. O separatismo na Europa está voltando a ficar tenso...augustoviana75 escreveu:O Plebiscito para a separação da Escócia está chegando. Caso a proposta seja vencedora, pode ser mais um elemento de pressão pela autonomia da região leste da Ucrânia.
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Re: UCRÂNIA
Se a Europa continuar se fragmentando desse jeito vai se enfraquecer militarmente ao ponto de ser engolida pelo oriente a começar pela Russia entre outros .
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Re: UCRÂNIA
Bem... foram eles mesmos que começaram com esse papo de independência, lá pertinho, no Kosovo, então que se virem...
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Re: UCRÂNIA
Eu não sou do tipo que fica tendo orgasmos pela Europa ou EUA. Eu quero mais que eles se enfraqueçam mesmo. Que pague o preço da hipocrisia e da irresponsabilidade.
O que desperta mais indignação em mim, é o fato da Europa um continente que passou por 2 guerras mundiais e vários genocídios maciços nunca terem aprendido nada com isto. Continuam procurando sarna para se coçar, apoiando movimentos terroristas e embarcando aventuras irresponsáveis com os EUA.
O que é mais comigo é que eles gostam de bancar os superiores, culturalmente mais avançados e etc. Enquanto aqui na America do sul nos esforçamos para evitar qualquer aventura irresponsável e as lideranças latino americanas estão recorrendo as cortes internacionais e se apoiando no direito internacional justamente para evitar aventuras irresponsáveis que não trarão benefícios aos seus países.
O que desperta mais indignação em mim, é o fato da Europa um continente que passou por 2 guerras mundiais e vários genocídios maciços nunca terem aprendido nada com isto. Continuam procurando sarna para se coçar, apoiando movimentos terroristas e embarcando aventuras irresponsáveis com os EUA.
O que é mais comigo é que eles gostam de bancar os superiores, culturalmente mais avançados e etc. Enquanto aqui na America do sul nos esforçamos para evitar qualquer aventura irresponsável e as lideranças latino americanas estão recorrendo as cortes internacionais e se apoiando no direito internacional justamente para evitar aventuras irresponsáveis que não trarão benefícios aos seus países.
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Re: UCRÂNIA
Estranho...os bascos (tanto no lado francês quanto no espanhol) estão quietinhos...Aí tem!
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Re: UCRÂNIA
Alto general russo revela planos de Putin para a Ucrânia
Publicado: 12/09/2014 16:15 BRT Atualizado: 12/09/2014 16:16 BRT
Quando a crise na Ucrânia esquentou dramaticamente em novembro do ano passado e nas semanas seguintes, fiquei impressionado com a capacidade do Estado russo de mobilizar tantas ferramentas diferentes em sua tentativa de desestabilizar seu vizinho. Logo ficou claro que os políticos, jornalistas, supostas organizações não-governamentais, empresas estatais, think tanks, militares, cortes, agências governamentais russos e a Duma estavam todos trabalhando com as mesmas instruções e com os mesmos objetivos. Na época, notei no Twitter que a crise mostrava a eficácia da tática do "estado unitário" que o presidente russo, Vladimir Putin, vem construindo desde 1999.
Em junho, deparei com um artigo relativamente obscuro do general Valery Gerasimov, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Federação Russa, e fiquei surpreso com o quanto o texto espelhava minhas observações sobre a crise que se desenrola na Ucrânia.
Gerasimov escreve como "um estado perfeitamente próspero pode, em questão de meses ou mesmo dias, transformar-se numa arena de um feroz conflito armado, tornar-se vítima de intervenção externa e cair numa teia de caos, catástrofe humanitária e guerra civil".
Isso se consegue, escreve Gerasimov, com o "uso extensivo de medidas políticas, econômicas, informacionais, humanitárias e outras medidas não-militares aplicadas em coordenação com o potencial de protestos da população". O objetivo é "criar um front permanentemente operante por todo o território do estado inimigo".
O artigo de Gerasimov é de grande interesse para especialistas militares, mas também tem interesse geral. Ele revela muito da visão da Rússia sobre o Ocidente - particularmente os Estados Unidos. O Kremlin acredita que o Ocidente realize tais operações regularmente ao redor do mundo. A visão de temas globais apresentada nesse artigo, acredito, reflete precisamente uma linha de pensamento importante do Kremlin. Afinal de contas, ela é apresentada em uma publicação obscura, e sua exposição a audiências estrangeiras não poderia ter sido prevista.
O artigo também apresenta uma avaliação cândida e relativamente negativa da ciência militar russa. Gerasimov nota que o campo foi frustrado no passado por uma "atitude de desdém em relação a novas ideias", pela qual a União Soviética pagou "com grandes quantidades de sangue" durante a Segunda Guerra Mundial. Lendo as entrelinhas, pode-se aprender muito sobre as relações entre os militares e o governo e sobre as escolas concorrentes dentro da própria estrutura de segurança.
Finalmente, acredito que este artigo oferece uma lição para o Ocidente. O governo russo é intencionalmente cheio de segredos, mas está longe de ser tão inescrutável quanto o governo soviético. Há uma quantidade enorme de informações reveladoras e importantes no texto. Elas precisam ser investigadas, traduzidas e trazidas para a discussão maior das relações da Rússia com o Ocidente e de seu papel no mundo. Mas muito pouco dessa informação circula além de um pequeno grupo de especialistas. E isso tem-se provado um erro custoso.
Eis minha tradução de trechos chave do artigo do general Gerasimov, que apareceu no "Military-Industrial Kurier", em 27 de fevereiro de 2013.
No século 21 temos visto uma tendência de embaralhamento das fronteiras entre os estados de guerra e paz. As guerras não são mais declaradas e, uma vez iniciadas, procedem de acordo com um modelo não-familiar.
A experiência de conflitos militares - incluindo aqueles ligados às chamadas revoluções coloridas no Norte da África e no Oriente Médio - confirmam que um estado perfeitamente próspero pode, em questão de meses ou mesmo dias, se transformar numa arena de um feroz conflito armado, tornar-se vítima de intervenção externa e cair numa teia de caos, catástrofe humanitária e guerra civil.
As Lições da "Primavera Árabe"
Seria fácil, é claro, dizer que os eventos da "Primavera Árabe" não foram guerras e portanto não oferecem lições para nós - homens militares. Mas talvez o oposto seja verdade - que esses eventos são precisamente típicos da guerra no século 21.
Em termos da escala das baixas e da destruição - as consequências catastróficas políticas, econômicas e sociais --, tais novos tipos de conflitos são comparáveis com as consequências de qualquer guerra real.
As próprias "regras da guerra" mudaram. O papel dos meios não-militares para atingir objetivos políticos e estratégicos aumentou e, e muitos casos, excede o poder da força das armas em sua efetividade.
O foco dos métodos de conflitos aplicados se alterou em direção a um uso extensivo de medidas políticas, econômicas, informacionais, humanitárias e outras medidas não-militares -- aplicadas em coordenação com o potencial de protestos da população.
Tudo isso é suplementado por meios militares de caráter oculto, incluindo a realização de ações de conflito de informação e de ações de forças especiais. O uso aberto de forças - muitas vezes sob a aparência externa de forças de manutenção de paz e regulação de crises - só ocorre em certo estágio, primordialmente para que se atinja o sucesso final no conflito.
Disso advêm questões lógicas: O que é a guerra moderna? Para que o exército deve estar preparado? Como ele deveria ser armado? Só depois de responder a essas questões podemos determinar as direções da construção e do desenvolvimento das forças armadas no longo prazo. Para isso, é essencial ter um entendimento claro das formas e dos métodos do uso da aplicação da força.
Hoje em dia, planos não-tradicionais têm se desenvolvido juntamente com os tradicionais. Tem se fortalecido o papel de grupos de forças mistas e móveis que agem num espaço único de inteligência-informação por causa do uso das novas possibilidades dos sistemas de comando-e-controle. Ações militares estão se tornando mais dinâmicas, ativas e frutíferas. Pausas táticas e operacionais que poderia ser exploradas pelo inimigo estão desaparecendo. Novas tecnologias da informação diminuem os espaços temporais, informacionais e espaciais entre as forças e os órgãos de controle. Enfrentamentos diretos de grandes formações de forças nos níveis estratégico e operacional estão gradualmente se tornando coisa do passado. Ações à distância, sem contato com o inimigo, estão se tornando o principal meio de atingir objetivos de combate e de operações.
A derrota dos objetos dos inimigos se conduz em toda a profundidade de seu território. As diferenças entre os níveis estratégico, operacional e tático, assim como as diferenças entre operações ofensivas e defensivas, estão desaparecendo. A aplicação de armas de alta precisão está se massificando. Armas baseadas em novos princípios físicos e sistemas automatizados estão sendo ativamente incorporados à atividade militar.
Ações assimétricas têm sido usadas amplamente, permitindo a anulação de vantagens do inimigo em conflitos armados. Entre tais ações encontram-se o uso de forças especiais e oposição interna para criar um front permanentemente operante por todo o território do estado inimigo, assim como ações informacionais, planos e meios em constante aperfeiçoamento.
Essas mudanças em andamento são refletidas nas visões doutrinárias dos estados líderes e estão sendo usadas em conflitos militares.
Já em 1991, durante a operação Tempestade no Deserto, no Iraque, os militares americanos puseram em prática o conceito de "varrição global, poder global" e "operações terra-ar". Em 2003, na operação Liberdade Iraquiana, as operações militares foram conduzidas de acordo com a chamada Perspectiva Única 2020.
Agora, os conceitos de "ataque global" e "defesa antimísseis global" foram definidos, o que prevê a derrota de forças e objetos inimigos em questão de horas a partir de praticamente qualquer ponto do globo, ao mesmo tempo em que se garante a prevenção de danos inaceitáveis causados por um contra-ataque inimigo. Os Estados Unidos também estão adotando os princípios da doutrina da integração global de operações, visando criar grupos de forças altamente móveis e mistos em períodos muito curtos.
Em conflitos recentes, surgiram novas maneiras de conduzir operações militares que não podem ser consideradas puramente militares. Um exemplo disso é a operação na Líbia, onde foram criados uma zona de exclusão de voos, um bloqueio naval e onde prestadores de serviços militares foram amplamente utilizados, em interações próximas com as formações armadas da oposição.
Devemos reconhecer que, apesar de entendermos a essência das ações militares tradicionais conduzidas por forças armadas regulares, temos apenas um entendimento superficial das formas e meios assimétricos. Nessa conexão, a importância da ciência militar - que deve criar uma teoria abrangente de tais ações - está crescendo. O trabalho e as pesquisas da Academia de Ciência Militar pode nos ajudar.
As Tarefas da Ciência Militar
Em uma discussão sobre as formas e meios dos conflitos militares, não podemos nos esquecer da nossa própria experiência. Falo sobre o uso de partisans durante a Grande Guerra Patriótica e da luta contra formações irregulares no Afeganistão e no Cáucaso Norte.
Eu enfatizaria que durante a Guerra do Afeganistão foram desenvolvidos formas e meios específicos de condução de operações militares. Na essência, eles envolvem velocidade, movimentos rápidos, o uso inteligente de forças táticas e forças de cerco, que, juntos, permitem a ruptura dos planos do inimigo e causam perdas significativas.
Outro fator que influencia os meios modernos dos conflitos armados é o uso de complexos modernos e automatizados de equipamentos militares e as pesquisas na área de inteligência artificial. Hoje temos drones, amanhã os campos de batalha estarão repletos de robôs capazes de andar, rastejar, pular e voar. No futuro próximo, é possível que sejam criadas unidades inteiramente robotizadas, capazes de conduzir operações militares de forma independente.
Como devemos lutar sob tais condições? Que formas e meios devem ser usados contra um inimigo robotizado? De que tipos de robôs precisamos e como podemos desenvolvê-los? Nossas cabeças militares devem pensar sobre essas questões desde já.
O conjunto de problemas mais importante, que requer atenção intensa, está ligado ao aperfeiçoamento das formas e meios de aplicar grupos de forças. É necessário repensar o conteúdo das atividades estratégicas das Forças Armadas da Federação Russa. As questões já estão surgindo: É necessário esse número de operações estratégicas? De quais delas e de quantas vamos precisar no futuro? Por enquanto, não existem respostas.
Há outros problemas que encontramos em nossas atividade diárias.
Estamos na fase final da formação de um sistema de defesa do espaço aéreo (VKO). Por isso, a questão do desenvolvimento de formas e meios de ação usando forças e ferramentas do VKO se tornaram reais. O Estado-Maior já está trabalhando nisso. Proponho que a Academia de Ciência Militar também tome parte ativamente.
O espaço da informação abre enormes possibilidades assimétricas para a redução do potencial de combate do inimigo. No Norte da África, testemunhamos o uso de tecnologias para influenciar estruturas de estado e a população com a ajuda de redes de informação. É necessário aperfeiçoar as atividades no espaço da informação, incluindo a defesa de nossos próprios objetos.
A operação para forçar a Geórgia à paz expôs a falta de abordagens unificadas para o uso de formações das Forças Armadas fora da Federação Russa. O ataque de setembro de 2012 no consulado americano na cidade líbia de Benghazi, a ativização da pirataria e a recente tomada de reféns na Argélia - tudo isso confirma a importância de criar um sistema de defesa armada dos interesses do estado fora das fronteiras de seu território.
Apesar de as adições à lei federal "Sobre a Defesa" adotadas em 2009 permitirem o uso operacional das Forças Armadas da Rússia fora de suas fronteiras, as formas e meios de sua atividade não estão definidos. Além disso, questões de facilitamento do seu uso operacional não foram decididos no nível interministerial. Isso inclui simplificar o procedimento para o cruzamento de fronteiras estatais, o uso de espaço aéreo e de águas territoriais de estados estrangeiros, os procedimentos para interagir com as autoridades do estado-destino e assim por diante.
Em tais questões, é necessário convocar um trabalho conjunto de organizações de pesquisa dos ministérios pertinentes e das agências.
Uma das formas de usar a força militar fora do país são as missões de manutenção da paz. Além de tarefas tradicionais, a atividade de tais missões pode incluir tarefas mais específicas, como resgate, evacuações, saneamento e outras tarefas. No presente, a classificação, a essência e o conteúdo dessas missões não foram definidos.
Além disso, as tarefas complexas e multifacetadas das missões de paz que, possivelmente, tropas regulares terão de realizar presumem a criação de um sistema fundamentalmente novo para a sua preparação. A tarefa das missões de paz, afinal de contas, é desengajar lados conflitantes, proteger e salvaguardar a população civil, cooperar para a redução de violência em potencial e restabelecer uma vida pacífica. Tudo isso exige preparação acadêmica.
Controlando Território
Está se tornando cada vez mais importante em conflitos modernos a capacidade de defender a população, os objetos e as comunicações da atividade das forças especiais, à luz de sua crescente utilização. Resolver esse problema exige organização e a introdução da defesa territorial.
Antes de 2008, quando o exército tem tempos de guerra contava com mais de 4,5 milhões de homens, essas tarefas cabiam exclusivamente às forças armadas. Mas as condições mudaram. Agora, só é possível opor-se a forças diversionárias, de reconhecimento e terroristas com o envolvimento complexo de todas as forças policiais e de segurança do país.
O Estado-Maior começou este trabalho. Ele se baseia em definir abordagens para a organização da defesa territorial que foram refletidas nas mudanças na lei federal "Sobre a Defesa". Desde a adoção dessa lei, é necessário definir o sistema de gerenciamento da defesa territorial e impor legalmente o papel e a locação das outras forças, formações militares e órgãos de outras estruturas estatais nesse sistema.
Precisamos de recomendações sólidas sobre o uso de meios e de forças interagências para a execução da defesa territorial, métodos para combater as forças terroristas e diversionistas do inimigo sob condições modernas.
A experiência das operações militares no Afeganistão e no Iraque mostraram a necessidade de definir - junto com órgãos de pesquisa de outros ministérios e agências da Federação Russa - o papel e o nível de participação na regulação pós-conflito, decidindo a prioridade das tarefas, os métodos de ativação das forças e estabelecendo os limites para o uso da força armada.
[...]
Você Não Pode Gerar Ideias No Campo
O estado da ciência militar russa hoje não pode ser comparado com o florescimento do pensamento militar-teórico em nosso país às vésperas da Segunda Guerra Mundial.
Há motivos objetivos e subjetivos para isso, é claro, e não é possível culpar ninguém em particular por isso. Não sou eu a pessoa que disse que não é possível gerar ideias a partir quando se está no campo.
Concordo com isso, mas também devo reconhecer algo mais: na época, não havia pessoas com formação superior e não havia escolas acadêmicas ou departamentos. Havia personalidades extraordinárias, com ideias brilhantes. Os chamaria de fanáticos, no melhor sentido da palavra. Hoje talvez simplesmente não tenhamos gente suficiente desse tipo.
Gente, por exemplo, como Georgy Isserson, que, apesar das visões que formou nos anos anteriores à guerra, publicou o livro "Novas Formas de Combate". Nele, o teórico militar soviético previu:
"A guerra, em geral, não se declara. Ela simplesmente começa com forças militares já desenvolvidas. Mobilização e concentração não são parte do período após o início do estado de guerra, como foi o caso em 1914, mas sim despercebidas, iniciadas muito antes."
O destino desse "profeta da Pátria" se desenrolou tragicamente. Nosso país pagou com grandes quantidades de sangue por não dar ouvidos às conclusões desse professor da Academia do Estado-Maior.
O que podemos concluir? Uma atitude de desdém para com novas ideias, abordagens não-tradicionais e outros pontos de vista é inaceitável na ciência militar. Ela é ainda mais inaceitável se praticantes tiverem essa mesma atitude com relação à ciência.
Concluindo, gostaria de dizer que não importa que forças tenha o inimigo, não importa o quão desenvolvidos sejam seus meios de conflito armado e suas forças, formas e métodos para superá-lo podem ser encontradas. Ele sempre terá vulnerabilidades, e isso significa que existem meios adequados de opor-se a ele.
Não devemos copiar a experiência estrangeira e correr atrás de países líderes. Devemos ultrapassá-los e ocupar as posições de liderança nós mesmos. É aí que a ciência militar tem um papel crucial.
O formidável estudioso militar soviético Aleksandr Svechin escreveu:
"É extraordinariamente difícil prever as condições da guerra. Para cada guerra é necessário decidir uma linha particular para sua condução estratégica. Cada guerra é um caso único, exigindo o estabelecimento de uma lógica particular e não a aplicação de um modelo."
Essa abordagem segue correta. Cada guerra se apresenta como um caso único, exigindo a compreensão de sua lógica particular, de sua peculiaridade. É por isso que é difícil prever o caráter de uma guerra em que a Rússia ou seus aliados possam se envolver. De qualquer modo, é nosso dever. Quaisquer pronunciamentos acadêmicos da ciência militar não têm valor se a teoria militar não for apoiada pela função da predição.
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Re: UCRÂNIA
Exército russo leva terror a tropas ucranianas
Por Roman Olearchyk e Neil Buckley | Financial Times, de Kiev
Para os 400 soldados de uma unidade do Exército ucraniano perto de Stepanivka, um vilarejo no sudeste do país, meados de agosto foi o momento em que suas vidas viraram um horror.
Durante algumas semanas, a unidade havia se envolvido em escaramuças com os rebeldes separatistas pró-russos. Mas os soldados tinham cumprido sua missão de impedir a chegada de suprimentos provenientes da Rússia pela fronteira e ao longo da estrada que leva ao reduto rebelde de Donetsk, 100 km a noroeste.
"Então os russos invadiram", relatou um soldado da unidade ao "Financial Times", apertando seus dedos queimados e inchados.
Dezenas de tanques sem identificação, veículos blindados de transporte de tropas, lança-mísseis e caminhões militares, disse ele, apareceram na estrada, provenientes da fronteira. De repente, a unidade não estava apenas diante de rebeldes, mas enfrentando tropas regulares russas e barragens de artilharia disparadas de território russo que transformaram a área no que outro sobrevivente chamou de "fornalha, um verdadeiro inferno".
Quando surgiram rumores de que mercenários tchetchenos - que têm a reputação de torturar prisioneiros - estavam para chegar, para uma operação de "limpeza", o que restava da unidade ucraniana entrou em pânico.
"Alguns de nossos rapazes deram um tiro na cabeça, bem na minha frente", disse o soldado, que pediu para não ser identificado por não estar autorizado a falar à imprensa. "Outros largaram as armas e fugiram a pé, perseguidos pelos campos. Um punhado de nós tivemos a sorte de sairmos vivos."
A entrada de soldados regulares russos virou a maré no conflito de quatro meses no leste da Ucrânia, revertendo a sorte das forças ucranianas que pareciam prestes a derrotar os rebeldes.
O episódio provou que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, estava disposto a fazer tudo o que fosse necessário para evitar uma derrota dos rebeldes, e transformou o que era, em princípio, um conflito interno ucraniano numa guerra não declarada entre Rússia e Ucrânia.
O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, foi encurralado, pressionado a aceitar um cessar-fogo, que agora já dura uma semana, e firmar um acordo com Putin - mesmo que, com isso, os rebeldes fiquem com o controle de partes do leste do país, o que dará a Moscou influência sobre a Ucrânia durante anos.
O mundo exterior soube da extensão do acúmulo de forças russas na Ucrânia somente no dia 28 de agosto, quando a Otan disse que "bem mais de mil" soldados russos foram enviados para lá. Há cerca de dez dias, a Otan (aliança militar ocidental) estimou o número em 3.000; autoridades ucranianas dizem que o total pode ter ultrapassado 10 mil.
Apesar das repetidas negações de Moscou, as autoridades de Kiev e soldados ucranianos alegam que forças especiais russas e agentes de inteligência militar, em pequeno número, vêm orientando a insurgência no leste desde o início de abril.
Mas o acúmulo de forças regulares russas, diz Oleksandr Danylyuk, conselheiro do ministro da Defesa da Ucrânia, começou cerca de um mês atrás. Naquele momento, um comboio russo de ajuda humanitária formado por 280 caminhões partiu dos arredores de Moscou com destino ao leste da Ucrânia, missão que, sugere Danylyuk, era uma manobra para desviar a atenção.
Colunas militares russas começaram a cruzar a fronteira em vários locais, rapidamente superando unidades de fronteira ucranianas, como a de Stepanivka.
Ao mesmo tempo, disse um soldado de outra unidade de fronteira ucraniana, perto Amvrosiivka, ataques de artilharia partindo do outro lado da divisa criaram uma zona de matança. "Estávamos sendo constantemente bombardeados de solo russo, sem o direito de reagir disparando", disse ele.
Soldados ucranianos disseram que as forças separatistas estavam mal equipadas e eram mal disciplinadas. As forças russas, ao contrário, eram bem organizadas, com armas muito melhores do que as tropas pobremente financiadas da Ucrânia.
Os russos empregaram os temíveis foguetes Uragan, que podem fazer chover estilhaços em brasa em ataques de precisão a 35 km de distância. "Nossos soldados estavam sendo exterminados, e eles nunca sequer viam o inimigo", disse o assessor presidencial. "Foi como um moedor de carne".
Algumas forças russas cruzaram a fronteira perto de Lugansk, outra importante cidade controlada pelos rebeldes, forçando as forças ucranianas a deixar o aeroporto local. Outras criaram um front no sul, ajudando os rebeldes a tomar a cidade de Novoazovsk, na costa do mar de Azov. Isso intensificou o temor, em Kiev, de que eles pudessem avançar rumo ao porto estratégico de Mariupol e abrir um corredor por terra, rumo oeste, até a Crimeia, anexada pela Rússia em março.
As tropas russas também rumaram para Donetsk, retomando cidades que forças ucranianas haviam reconquistado poucas semanas antes. Acredita-se que algumas forças russas que esmagaram as unidades ucranianas em Stepanivka e Amvrosiivka acabaram indo para Ilovaisk, 20 km a sudeste de Donetsk, para uma batalha feroz e decisiva.
Depois que um batalhão pró-Kiev tomou parte da cidade, em meados de agosto, e pediu reforços, disse Danylyuk, cerca de 3.000 soldados do Exército ucraniano foram enviados em apoio. Eles rapidamente cercaram e bombardearam as recém-chegadas forças russas.
Quando soldados e voluntários ucranianos negociaram com os comandantes russos o que eles acreditavam ser um "corredor" seguro para deixar Ilovaisk, em 29 de agosto, e começaram a sair, foram emboscados. Mais de 200 ucranianos morreram na carnificina, elevando o número oficial de soldados de Kiev mortos no conflito para quase mil - embora muitos soldados que vivenciaram os combates acreditem que o total verdadeiro é bem maior.
Em 1o de setembro, os rebeldes voltaram a controlar Ilovaisk. No início da manhã de 3 de setembro, Poroshenko telefonou para Putin para discutir um possível acordo de paz.
Por Roman Olearchyk e Neil Buckley | Financial Times, de Kiev
Para os 400 soldados de uma unidade do Exército ucraniano perto de Stepanivka, um vilarejo no sudeste do país, meados de agosto foi o momento em que suas vidas viraram um horror.
Durante algumas semanas, a unidade havia se envolvido em escaramuças com os rebeldes separatistas pró-russos. Mas os soldados tinham cumprido sua missão de impedir a chegada de suprimentos provenientes da Rússia pela fronteira e ao longo da estrada que leva ao reduto rebelde de Donetsk, 100 km a noroeste.
"Então os russos invadiram", relatou um soldado da unidade ao "Financial Times", apertando seus dedos queimados e inchados.
Dezenas de tanques sem identificação, veículos blindados de transporte de tropas, lança-mísseis e caminhões militares, disse ele, apareceram na estrada, provenientes da fronteira. De repente, a unidade não estava apenas diante de rebeldes, mas enfrentando tropas regulares russas e barragens de artilharia disparadas de território russo que transformaram a área no que outro sobrevivente chamou de "fornalha, um verdadeiro inferno".
Quando surgiram rumores de que mercenários tchetchenos - que têm a reputação de torturar prisioneiros - estavam para chegar, para uma operação de "limpeza", o que restava da unidade ucraniana entrou em pânico.
"Alguns de nossos rapazes deram um tiro na cabeça, bem na minha frente", disse o soldado, que pediu para não ser identificado por não estar autorizado a falar à imprensa. "Outros largaram as armas e fugiram a pé, perseguidos pelos campos. Um punhado de nós tivemos a sorte de sairmos vivos."
A entrada de soldados regulares russos virou a maré no conflito de quatro meses no leste da Ucrânia, revertendo a sorte das forças ucranianas que pareciam prestes a derrotar os rebeldes.
O episódio provou que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, estava disposto a fazer tudo o que fosse necessário para evitar uma derrota dos rebeldes, e transformou o que era, em princípio, um conflito interno ucraniano numa guerra não declarada entre Rússia e Ucrânia.
O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, foi encurralado, pressionado a aceitar um cessar-fogo, que agora já dura uma semana, e firmar um acordo com Putin - mesmo que, com isso, os rebeldes fiquem com o controle de partes do leste do país, o que dará a Moscou influência sobre a Ucrânia durante anos.
O mundo exterior soube da extensão do acúmulo de forças russas na Ucrânia somente no dia 28 de agosto, quando a Otan disse que "bem mais de mil" soldados russos foram enviados para lá. Há cerca de dez dias, a Otan (aliança militar ocidental) estimou o número em 3.000; autoridades ucranianas dizem que o total pode ter ultrapassado 10 mil.
Apesar das repetidas negações de Moscou, as autoridades de Kiev e soldados ucranianos alegam que forças especiais russas e agentes de inteligência militar, em pequeno número, vêm orientando a insurgência no leste desde o início de abril.
Mas o acúmulo de forças regulares russas, diz Oleksandr Danylyuk, conselheiro do ministro da Defesa da Ucrânia, começou cerca de um mês atrás. Naquele momento, um comboio russo de ajuda humanitária formado por 280 caminhões partiu dos arredores de Moscou com destino ao leste da Ucrânia, missão que, sugere Danylyuk, era uma manobra para desviar a atenção.
Colunas militares russas começaram a cruzar a fronteira em vários locais, rapidamente superando unidades de fronteira ucranianas, como a de Stepanivka.
Ao mesmo tempo, disse um soldado de outra unidade de fronteira ucraniana, perto Amvrosiivka, ataques de artilharia partindo do outro lado da divisa criaram uma zona de matança. "Estávamos sendo constantemente bombardeados de solo russo, sem o direito de reagir disparando", disse ele.
Soldados ucranianos disseram que as forças separatistas estavam mal equipadas e eram mal disciplinadas. As forças russas, ao contrário, eram bem organizadas, com armas muito melhores do que as tropas pobremente financiadas da Ucrânia.
Os russos empregaram os temíveis foguetes Uragan, que podem fazer chover estilhaços em brasa em ataques de precisão a 35 km de distância. "Nossos soldados estavam sendo exterminados, e eles nunca sequer viam o inimigo", disse o assessor presidencial. "Foi como um moedor de carne".
Algumas forças russas cruzaram a fronteira perto de Lugansk, outra importante cidade controlada pelos rebeldes, forçando as forças ucranianas a deixar o aeroporto local. Outras criaram um front no sul, ajudando os rebeldes a tomar a cidade de Novoazovsk, na costa do mar de Azov. Isso intensificou o temor, em Kiev, de que eles pudessem avançar rumo ao porto estratégico de Mariupol e abrir um corredor por terra, rumo oeste, até a Crimeia, anexada pela Rússia em março.
As tropas russas também rumaram para Donetsk, retomando cidades que forças ucranianas haviam reconquistado poucas semanas antes. Acredita-se que algumas forças russas que esmagaram as unidades ucranianas em Stepanivka e Amvrosiivka acabaram indo para Ilovaisk, 20 km a sudeste de Donetsk, para uma batalha feroz e decisiva.
Depois que um batalhão pró-Kiev tomou parte da cidade, em meados de agosto, e pediu reforços, disse Danylyuk, cerca de 3.000 soldados do Exército ucraniano foram enviados em apoio. Eles rapidamente cercaram e bombardearam as recém-chegadas forças russas.
Quando soldados e voluntários ucranianos negociaram com os comandantes russos o que eles acreditavam ser um "corredor" seguro para deixar Ilovaisk, em 29 de agosto, e começaram a sair, foram emboscados. Mais de 200 ucranianos morreram na carnificina, elevando o número oficial de soldados de Kiev mortos no conflito para quase mil - embora muitos soldados que vivenciaram os combates acreditem que o total verdadeiro é bem maior.
Em 1o de setembro, os rebeldes voltaram a controlar Ilovaisk. No início da manhã de 3 de setembro, Poroshenko telefonou para Putin para discutir um possível acordo de paz.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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