ascensão das tensões na Europa
Moderador: Conselho de Moderação
- cabeça de martelo
- Sênior
- Mensagens: 39552
- Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
- Localização: Portugal
- Agradeceu: 1137 vezes
- Agradeceram: 2860 vezes
Re: ascensão das tensões na Europa
Crise na Ucrânia: Desafio à segurança
José Neto Simões
A indiferença da UE para com as complexas questões de segurança é a perturbante premonição da sua própria desintegração. A crise da Ucrânia permitiu a reorientação estratégica da NATO e requer melhor articulação com a UE, cuja segurança comum está fragmentada pela crise financeira.
Documento integral em formato pdf:
http://database.jornaldefesa.pt/crises_ ... crania.pdf
José Neto Simões
A indiferença da UE para com as complexas questões de segurança é a perturbante premonição da sua própria desintegração. A crise da Ucrânia permitiu a reorientação estratégica da NATO e requer melhor articulação com a UE, cuja segurança comum está fragmentada pela crise financeira.
Documento integral em formato pdf:
http://database.jornaldefesa.pt/crises_ ... crania.pdf
-
- Intermediário
- Mensagens: 211
- Registrado em: Qui Dez 19, 2013 10:14 am
- Agradeceu: 11 vezes
- Agradeceram: 36 vezes
Re: ascensão das tensões na Europa
A pior coisa, é que a Europa não parece estar muito com vontade de investir em armas, a impressão que tenho é que esperavam poder contar apenas com o escudo anti-míssil, mas agora, vai saber.
- pt
- Sênior
- Mensagens: 3131
- Registrado em: Qua Out 01, 2003 6:42 pm
- Localização: Setubal - Portugal
- Agradeceu: 1 vez
- Agradeceram: 161 vezes
- Contato:
Re: ascensão das tensões na Europa
Os governos da Europa continuam a apostar tudo no guarda-chuva da NATO e na garantia de que a aliança funcionará em caso de necessidade.
Há também uma tendência para acreditar que a superioridade tecnologica dos exércitos europeus ou do que resta deles, será mais que suficiente para defender os países do continente.
Depois há a excessiva confiança na capacidade dissuasora nuclear.
Tanto França como a Inglaterra, mantêm permanentemente um submarino no mar, que embora tenha apenas um pequeno número de ogivas (resultado de acordos) não deixa de ser algo a considerar.
Até agora os países europeus pareciam acreditar que as relações comerciais são suficientes para impedir guerras.
Esqueceram que não há guerras entre democracias, mas há guerras entre democracias e ditaduras.
À medida que sombra do fascismo crescia na Russia, a Europa olhou para o lado e fingiu que não acontecia nada.
Agora, ainda está em choque, mas acho que as notícias sobre a morte da Europa são um pouquinho exageradas.
Como grupo de países, a Europa tem sofrido com a falta de um inimigo.
Agora, as industrias europeias desencantaram um aliado no Kremlin...
Já se fala em apressar a junção das industrias da Inglaterra da Alemanha da França e da Itália, para criar uma EADS de produtos de defesa, componentes conjuntos entre tanques Leopard, Leclerc e Challenger, a MBDA é uma realidade, e só em termos de aviões de combate existem dois projetos, Eurofighter e Rafale.
Há também uma tendência para acreditar que a superioridade tecnologica dos exércitos europeus ou do que resta deles, será mais que suficiente para defender os países do continente.
Depois há a excessiva confiança na capacidade dissuasora nuclear.
Tanto França como a Inglaterra, mantêm permanentemente um submarino no mar, que embora tenha apenas um pequeno número de ogivas (resultado de acordos) não deixa de ser algo a considerar.
Até agora os países europeus pareciam acreditar que as relações comerciais são suficientes para impedir guerras.
Esqueceram que não há guerras entre democracias, mas há guerras entre democracias e ditaduras.
À medida que sombra do fascismo crescia na Russia, a Europa olhou para o lado e fingiu que não acontecia nada.
Agora, ainda está em choque, mas acho que as notícias sobre a morte da Europa são um pouquinho exageradas.
Como grupo de países, a Europa tem sofrido com a falta de um inimigo.
Agora, as industrias europeias desencantaram um aliado no Kremlin...
Já se fala em apressar a junção das industrias da Inglaterra da Alemanha da França e da Itália, para criar uma EADS de produtos de defesa, componentes conjuntos entre tanques Leopard, Leclerc e Challenger, a MBDA é uma realidade, e só em termos de aviões de combate existem dois projetos, Eurofighter e Rafale.
Re: ascensão das tensões na Europa
Na verdade, essa indiferença da UE é, na minha opinião, reflexo de sua hesitação em relação à defesa dos interesses norte-americanos. De uma vez por todas, a Europa tem que decidir: ou se alinha-se totalmente aos EUA, assumindo sua posição de subalterna e priorizando os interesses americanos, ainda que em detrimento dos seus próprios; ou assume uma postura mais independente e, nesse caso, precisará criar forças armadas próprias e não mais confiar a sua defesa aos Estados Unidos.cabeça de martelo escreveu:Crise na Ucrânia: Desafio à segurança
A indiferença da UE para com as complexas questões de segurança é a perturbante premonição da sua própria desintegração.
Documento integral em formato pdf:
Ambos os lados tem prós e contras. Se a Europa decidir tornar-se independente, terá que arcar com os seus próprios custos com defesa, aumentando muito seu orçamento militar; mas por outro lado, poderá ter uma estratégia independente e que vise em primeiro lugar os interesses europeus. Nesse sentido, seria muito proveitoso estabelecer uma relação de parceria e amizade com a Rússia, o que faria com que o mundo se tornasse mais seguro e pacífico. O único lado a perder nesse caso, seriam as ambições imperialistas dos EUA de tornarem-se a única e exclusiva nação a dominar e ditar as regras para todo o mundo. Não obstante, os EUA poderiam, se abdicassem desse status, continuar a ser uma grande nação, já que dispõem de muitos recursos naturais, um parque industrial moderno, tecnologia de ponta, infra-estrutura avançada, bom nível educacional, etc. Além disso, o direcionamento dos enormes gastos militares que os EUA sustentam para o aumento do conforto de sua população seria muito benéfico à população dos EUA. Da mesma forma, ocorreria o mesmo do lado russo: o direcionamento de sua enorme estrutura militar para o setor civil refletiria de forma positiva no desenvolvimento do IDH e do nível de vida do povo russo.
Porém, acho que é só quimera da minha parte; infelizmente, eu sinceramente tenho quase certeza de que as nações escolherão o caminho do confronto, não da paz. Essa é a vida real, infelizmente.
Esse reorientação estratégica da NATO era tudo o que os EUA queriam; quando meteram a mão na Ucrânia, o pensamento norte-americano no fundo era esse. Porque, sendo evidente que a Rússia jamais permitiria tamanha intervenção do Ocidente na Ucrânia e jamais permitiria a adesão da Ucrânia à NATO, não sem uma guerra nuclear, é claro que os EUA, na última hora, recuariam; pórem, teriam atingido seu objetivo maior, que é isolar e demonizar a Rússia. (Claro que estou a imaginar que os EUA não querem guerra com a Rússia; afinal, se quisessem isso, poderiam facilmente ter uma desculpa para já ter começado).cabeça de martelo escreveu: A crise da Ucrânia permitiu a reorientação estratégica da NATO e requer melhor articulação com a UE, cuja segurança comum está fragmentada pela crise financeira.
No fim, os EUA conseguiram um importante vitória estratégica, que é a reorganização da NATO e a elevação das tensões na Europa, com vistas a impedir o comércio entre Europa e Rússia. E conseguiram.
Resta saber se compensará o preço que os EUA vão pagar por isso (azedamento das relações com os Europeus, aproximação entre Rússia e China, etc)
Abraços,
chris
- urss
- Júnior
- Mensagens: 117
- Registrado em: Dom Mai 29, 2011 2:24 pm
- Agradeceu: 4 vezes
- Agradeceram: 18 vezes
Re: ascensão das tensões na Europa
na minha opiniao que vale o que vale(nada) nunca vao desenvolver os seus pontos mais sensiveis juntos porque os ingleses desconfiam dos franceses e dos alemaes, os franceses desconfiam dos ingleses e dos alemaes e os alemaes desconfiam dos ingleses e dos franceses, escrevi desconfiam para ser simpatico e nao escrever detestam, quanto aos italianos esses sao vira casacas por naturezapt escreveu:Os governos da Europa continuam a apostar tudo no guarda-chuva da NATO e na garantia de que a aliança funcionará em caso de necessidade.
a que governos te estas a referir? aos que fazem parte da nato, da uniao europeia ou do continente europeu?
assim fica dificil perceber a quem te estas a referir
Há também uma tendência para acreditar que a superioridade tecnologica dos exércitos europeus ou do que resta deles, será mais que suficiente para defender os países do continente.
defender de quem?
a historia diz que deles mesmos
Depois há a excessiva confiança na capacidade dissuasora nuclear.
Tanto França como a Inglaterra, mantêm permanentemente um submarino no mar, que embora tenha apenas um pequeno número de ogivas (resultado de acordos) não deixa de ser algo a considerar.
Até agora os países europeus pareciam acreditar que as relações comerciais são suficientes para impedir guerras.
Esqueceram que não há guerras entre democracias, mas há guerras entre democracias e ditaduras.
À medida que sombra do fascismo crescia na Russia, a Europa olhou para o lado e fingiu que não acontecia nada.
na minha opiniao quem esta a criar o fascismo na russia sao os eua e alguns países europeus
Agora, ainda está em choque, mas acho que as notícias sobre a morte da Europa são um pouquinho exageradas.
morte da europa vai ser dificil, quase impossivel
Como grupo de países, a Europa tem sofrido com a falta de um inimigo.
Agora, as industrias europeias desencantaram um aliado no Kremlin...
Já se fala em apressar a junção das industrias da Inglaterra da Alemanha da França e da Itália, para criar uma EADS de produtos de defesa, componentes conjuntos entre tanques Leopard, Leclerc e Challenger, a MBDA é uma realidade, e só em termos de aviões de combate existem dois projetos, Eurofighter e Rafale.
- pt
- Sênior
- Mensagens: 3131
- Registrado em: Qua Out 01, 2003 6:42 pm
- Localização: Setubal - Portugal
- Agradeceu: 1 vez
- Agradeceram: 161 vezes
- Contato:
Re: ascensão das tensões na Europa
Quando se fala de Europa, fala-se naturalmente de União Europeia. O resto, é basicamente a Suiça a Noruega e a Islândia, que não fazem parte porque não querem. Os outros não fazem parte porque não podem.
Os mísseis dos navios dos países europeus, a artilharia, os radares, são na maioria resultado de programas de cooperação.
Bastaria perguntar a um republicano do Texas o que ele acha de um democrata do Massashussets, para perceber o que é desconfiança. No entanto os vários estados americanos digladiam-se por causa dos contratos de defesa, com guerras intestinas em Washington em favor de uma ou outra solução militar, que tem por detrás o apoio do estado onde a fábrica do equipamento vai ser instalada...
Evidentemente que os países europeus têm muito mais diferenças entre si, e possuem uma História que condiciona muita coisa. Mas não deixa de ser verdade que falamos dos países que formaram o mundo como ele é conhecido, lutando entre si.
Achar que de repente, esses países, que afinal representam a maior economia do mundo e mais de 500 milhões de habitantes, que têm um modelo de cooperação que há 60 anos atrás todos julgavam absolutamente impossível de atingir, deixará de ter capacidade de defesa, é viajar na Mayonese.
Achar que os americanos mandam na defesa europeia também é viagem
Até um país ridiculamente pequeno como Portugal, comprou submarinos quando os americanos pressionaram para que não comprasse. Nem em Portugal os americanos conseguiram determinar a política de defesa, agora imagine-se em países muito maiores...
A situação chegou ao ponto de os franceses terem criado o seu próprio sistema de dissuasão nuclear afrontando claramente os americanos, que para evitar o confronto com os ingleses, acabaram aceitando a colaboração com eles.
Dito isto, e embora possam ser independentes, fica mais barato confiar no guarda-chuva colectivo.
Mas se a Europa realmente se sentir ameaçada ...
Nesse caso, como é que tantos países que desconfiam uns dos outros, conseguem utilizar quase todos a mesma moeda? Como conseguem colocar no ar, com toda essa rivalidade, a única empresa capaz de enfrentar o dominio americano na aviação civil ?urss escreveu:na minha opiniao que vale o que vale(nada) nunca vao desenvolver os seus pontos mais sensiveis juntos porque os ingleses desconfiam dos franceses e dos alemaes, os franceses desconfiam dos ingleses e dos alemaes e os alemaes desconfiam dos ingleses e dos franceses, escrevi desconfiam para ser simpatico e nao escrever detestam, quanto aos italianos esses sao vira casacas por natureza
Os mísseis dos navios dos países europeus, a artilharia, os radares, são na maioria resultado de programas de cooperação.
Bastaria perguntar a um republicano do Texas o que ele acha de um democrata do Massashussets, para perceber o que é desconfiança. No entanto os vários estados americanos digladiam-se por causa dos contratos de defesa, com guerras intestinas em Washington em favor de uma ou outra solução militar, que tem por detrás o apoio do estado onde a fábrica do equipamento vai ser instalada...
Evidentemente que os países europeus têm muito mais diferenças entre si, e possuem uma História que condiciona muita coisa. Mas não deixa de ser verdade que falamos dos países que formaram o mundo como ele é conhecido, lutando entre si.
Achar que de repente, esses países, que afinal representam a maior economia do mundo e mais de 500 milhões de habitantes, que têm um modelo de cooperação que há 60 anos atrás todos julgavam absolutamente impossível de atingir, deixará de ter capacidade de defesa, é viajar na Mayonese.
Achar que os americanos mandam na defesa europeia também é viagem
Até um país ridiculamente pequeno como Portugal, comprou submarinos quando os americanos pressionaram para que não comprasse. Nem em Portugal os americanos conseguiram determinar a política de defesa, agora imagine-se em países muito maiores...
A situação chegou ao ponto de os franceses terem criado o seu próprio sistema de dissuasão nuclear afrontando claramente os americanos, que para evitar o confronto com os ingleses, acabaram aceitando a colaboração com eles.
Dito isto, e embora possam ser independentes, fica mais barato confiar no guarda-chuva colectivo.
Mas se a Europa realmente se sentir ameaçada ...
- Wingate
- Sênior
- Mensagens: 5130
- Registrado em: Sex Mai 05, 2006 10:16 am
- Localização: Crato/CE
- Agradeceu: 819 vezes
- Agradeceram: 239 vezes
Re: ascensão das tensões na Europa
pt escreveu:Quando se fala de Europa, fala-se naturalmente de União Europeia. O resto, é basicamente a Suiça a Noruega e a Islândia, que não fazem parte porque não querem. Os outros não fazem parte porque não podem.
Nesse caso, como é que tantos países que desconfiam uns dos outros, conseguem utilizar quase todos a mesma moeda? Como conseguem colocar no ar, com toda essa rivalidade, a única empresa capaz de enfrentar o dominio americano na aviação civil ?urss escreveu:na minha opiniao que vale o que vale(nada) nunca vao desenvolver os seus pontos mais sensiveis juntos porque os ingleses desconfiam dos franceses e dos alemaes, os franceses desconfiam dos ingleses e dos alemaes e os alemaes desconfiam dos ingleses e dos franceses, escrevi desconfiam para ser simpatico e nao escrever detestam, quanto aos italianos esses sao vira casacas por natureza
Os mísseis dos navios dos países europeus, a artilharia, os radares, são na maioria resultado de programas de cooperação.
Bastaria perguntar a um republicano do Texas o que ele acha de um democrata do Massashussets, para perceber o que é desconfiança. No entanto os vários estados americanos digladiam-se por causa dos contratos de defesa, com guerras intestinas em Washington em favor de uma ou outra solução militar, que tem por detrás o apoio do estado onde a fábrica do equipamento vai ser instalada...
Evidentemente que os países europeus têm muito mais diferenças entre si, e possuem uma História que condiciona muita coisa. Mas não deixa de ser verdade que falamos dos países que formaram o mundo como ele é conhecido, lutando entre si.
Achar que de repente, esses países, que afinal representam a maior economia do mundo e mais de 500 milhões de habitantes, que têm um modelo de cooperação que há 60 anos atrás todos julgavam absolutamente impossível de atingir, deixará de ter capacidade de defesa, é viajar na Mayonese.
Achar que os americanos mandam na defesa europeia também é viagem
Até um país ridiculamente pequeno como Portugal, comprou submarinos quando os americanos pressionaram para que não comprasse. Nem em Portugal os americanos conseguiram determinar a política de defesa, agora imagine-se em países muito maiores...
A situação chegou ao ponto de os franceses terem criado o seu próprio sistema de dissuasão nuclear afrontando claramente os americanos, que para evitar o confronto com os ingleses, acabaram aceitando a colaboração com eles.
Dito isto, e embora possam ser independentes, fica mais barato confiar no guarda-chuva colectivo.
Mas se a Europa realmente se sentir ameaçada ...
Mas por favor - senhores da UE - por via das dúvidas não deixem que qualquer arquiduque (mesmo falido) visite a Sérvia neste ano da (des)graça de 2014. Lá se vai um século, vai que...
Wingate
- pt
- Sênior
- Mensagens: 3131
- Registrado em: Qua Out 01, 2003 6:42 pm
- Localização: Setubal - Portugal
- Agradeceu: 1 vez
- Agradeceram: 161 vezes
- Contato:
Re: ascensão das tensões na Europa
Acho que os arquiduques agora estão de férias na Riviera francesa, na costa del Sol ou no Algarve. Na verdade ninguém pensa em matar nenhum
A Angela Merkel não é muito bem vista (nenhum politico é) mas não existe na Europa a tensão nacionalista que existia no inicio do século XX. E essa tensão nacionalista resulta da União Europeia.
No inicio do século XX, dizia-se que a guerra na Europa não era viável, porque havia demasiada interligação entre os vários países. Isso era verdade mas mesmo assim houve guerra, por causa da pressão dos nacionalismos imperiais.
Hoje, não só não existem esses nacionalismos, como a integração é umas 100 vezes mais significativa que em 1914 e há outra diferença. A interligação das industrias de defesa.
Isso pura e simplesmente não existia em 1914.
O perigo dos nacionalimos ainda existe, mas está no leste da Europa, com exatamente os mesmos contornos que em 1914. Aí sim reside o problema. E a Europa não entendeu ainda esse perigo.
O perigo mais grave de todos, surge com a questão do respeito pelas fronteiras.
É sempre aí que começam os problemas.
A Europa Ocidental tem muito poucos problemas de fronteiras.
Os ingleses estão em Gibraltar, os espanhóis em Olivença, mas esses problemas são mínimos.
Os nacionalismos existem, mas não aparentam ter um potêncial bélico.
Mais graves são as mudanças de territórios no leste e centro da Europa.
Há conflitos ou pretensões territoriais entre:
Sérvia e a Bulgária
Hungria e Romenia
Romenia e Moldova
Russia e Georgia
Russia e Ucrânia
Russia e Moldova
Depois há ainda as feridas da II guerra
A Russia ocupa territórios históricamente finlandeses
A Russia ocupa Koenigsberg, num enclave
A Polónia ocupa a antiga Prussia Oriental
A Bielorussia ocupa parte da Polónia oriental
A Ucrânia ocupa parte da Polonia oriental
A ocidente existe uma situação consolidada.
O problema é o leste.
A Angela Merkel não é muito bem vista (nenhum politico é) mas não existe na Europa a tensão nacionalista que existia no inicio do século XX. E essa tensão nacionalista resulta da União Europeia.
No inicio do século XX, dizia-se que a guerra na Europa não era viável, porque havia demasiada interligação entre os vários países. Isso era verdade mas mesmo assim houve guerra, por causa da pressão dos nacionalismos imperiais.
Hoje, não só não existem esses nacionalismos, como a integração é umas 100 vezes mais significativa que em 1914 e há outra diferença. A interligação das industrias de defesa.
Isso pura e simplesmente não existia em 1914.
O perigo dos nacionalimos ainda existe, mas está no leste da Europa, com exatamente os mesmos contornos que em 1914. Aí sim reside o problema. E a Europa não entendeu ainda esse perigo.
O perigo mais grave de todos, surge com a questão do respeito pelas fronteiras.
É sempre aí que começam os problemas.
A Europa Ocidental tem muito poucos problemas de fronteiras.
Os ingleses estão em Gibraltar, os espanhóis em Olivença, mas esses problemas são mínimos.
Os nacionalismos existem, mas não aparentam ter um potêncial bélico.
Mais graves são as mudanças de territórios no leste e centro da Europa.
Há conflitos ou pretensões territoriais entre:
Sérvia e a Bulgária
Hungria e Romenia
Romenia e Moldova
Russia e Georgia
Russia e Ucrânia
Russia e Moldova
Depois há ainda as feridas da II guerra
A Russia ocupa territórios históricamente finlandeses
A Russia ocupa Koenigsberg, num enclave
A Polónia ocupa a antiga Prussia Oriental
A Bielorussia ocupa parte da Polónia oriental
A Ucrânia ocupa parte da Polonia oriental
A ocidente existe uma situação consolidada.
O problema é o leste.
- urss
- Júnior
- Mensagens: 117
- Registrado em: Dom Mai 29, 2011 2:24 pm
- Agradeceu: 4 vezes
- Agradeceram: 18 vezes
Re: ascensão das tensões na Europa
pt escreveu:Quando se fala de Europa, fala-se naturalmente de União Europeia. O resto, é basicamente a Suiça a Noruega e a Islândia, que não fazem parte porque não querem. Os outros não fazem parte porque não podem.
Nesse caso, como é que tantos países que desconfiam uns dos outros, conseguem utilizar quase todos a mesma moeda? Como conseguem colocar no ar, com toda essa rivalidade, a única empresa capaz de enfrentar o dominio americano na aviação civil ?urss escreveu:na minha opiniao que vale o que vale(nada) nunca vao desenvolver os seus pontos mais sensiveis juntos porque os ingleses desconfiam dos franceses e dos alemaes, os franceses desconfiam dos ingleses e dos alemaes e os alemaes desconfiam dos ingleses e dos franceses, escrevi desconfiam para ser simpatico e nao escrever detestam, quanto aos italianos esses sao vira casacas por natureza
apenas por interesses financeiros
Os mísseis dos navios dos países europeus, a artilharia, os radares, são na maioria resultado de programas de cooperação.
sim, mas a franca continua a manter uma grande independencia e digamos que a grandes custos,
os submarinos ingleses tem como passatempo perseguir os franceses e viceversa, a alemanha evita confusoes pelo seu recente passado
Bastaria perguntar a um republicano do Texas o que ele acha de um democrata do Massashussets, para perceber o que é desconfiança. No entanto os vários estados americanos digladiam-se por causa dos contratos de defesa, com guerras intestinas em Washington em favor de uma ou outra solução militar, que tem por detrás o apoio do estado onde a fábrica do equipamento vai ser instalada...
Evidentemente que os países europeus têm muito mais diferenças entre si, e possuem uma História que condiciona muita coisa. Mas não deixa de ser verdade que falamos dos países que formaram o mundo como ele é conhecido, lutando entre si.
Achar que de repente, esses países, que afinal representam a maior economia do mundo e mais de 500 milhões de habitantes, que têm um modelo de cooperação que há 60 anos atrás todos julgavam absolutamente impossível de atingir, deixará de ter capacidade de defesa, é viajar na Mayonese.
claro que sim, o problema que se poe pt é que a russia nao possui mais a capacidade de invadir a europa e o norte de africa tambem nao , entao a europa acha que pode poupar um pouco na defesa, por exemplo aqui na austria a forca aerea ja avisou que nao tem dinheiro para voar com os eurofighters, o que é ridiculo, parece mais um protesto em relacao aos cortes na defesa
Achar que os americanos mandam na defesa europeia também é viagem
Até um país ridiculamente pequeno como Portugal, comprou submarinos quando os americanos pressionaram para que não comprasse. Nem em Portugal os americanos conseguiram determinar a política de defesa, agora imagine-se em países muito maiores...
claro que nao mandam, mas influenciam e tetao influenciar ao maximo, tem acesso a muita informacao e mandam na nato que é quase composta por países europeus
A situação chegou ao ponto de os franceses terem criado o seu próprio sistema de dissuasão nuclear afrontando claramente os americanos, que para evitar o confronto com os ingleses, acabaram aceitando a colaboração com eles.
Dito isto, e embora possam ser independentes, fica mais barato confiar no guarda-chuva colectivo.
Mas se a Europa realmente se sentir ameaçada ...
sinceramente pt, eu nao vejo nenhuma ameaca para a europa num futuro proximo, alias eu e todos os governos europeus visto que todos cortaram na defesa e nao se corta na defesa com ameacas externas
- pt
- Sênior
- Mensagens: 3131
- Registrado em: Qua Out 01, 2003 6:42 pm
- Localização: Setubal - Portugal
- Agradeceu: 1 vez
- Agradeceram: 161 vezes
- Contato:
Re: ascensão das tensões na Europa
Com a Russia a colocar armas na fronteira, a ameaçar com bloqueios, a jogar a velha carta do isolamento e do cerco, a invadir países vizinhos. Se isso não é uma ameaça para a Europa o que é ?sinceramente pt, eu nao vejo nenhuma ameaca para a europa num futuro proximo, alias eu e todos os governos europeus visto que todos cortaram na defesa e nao se corta na defesa com ameacas externas
O principal problema dos nacionalismos europeus é o nacionalismo russo, e não é preciso provas, está à vista.
A Europa está careca de ver o mesmo tipo de problemas criados pelos eslavos.
Os grandes pensadores russos, como o Aleksandr Dugin, clamam pela invasão da Ucrânia e pela reconstituição da União Soviética. E isto não são malucos a pregar no deserto, são conselheiros do próprio presidente. O Zhirinovski, lider nazista russo que tem 12% dos votos já pediu a invasão do Alaska, para mandar para lá todos os ucranianos e ainda recentemente defendeu e ameaçou arrasar a Polonia com bombardeamentos.
São os mesmos discursos de Hitler. E no inicio ninguém os levava a sério.
Por isso, é preciso não cometer o mesmo erro.
- urss
- Júnior
- Mensagens: 117
- Registrado em: Dom Mai 29, 2011 2:24 pm
- Agradeceu: 4 vezes
- Agradeceram: 18 vezes
Re: ascensão das tensões na Europa
comparar a alemanha nazista com a russia actual acho que nao é uma Boa comparacaopt escreveu:Com a Russia a colocar armas na fronteira, a ameaçar com bloqueios, a jogar a velha carta do isolamento e do cerco, a invadir países vizinhos. Se isso não é uma ameaça para a Europa o que é ?sinceramente pt, eu nao vejo nenhuma ameaca para a europa num futuro proximo, alias eu e todos os governos europeus visto que todos cortaram na defesa e nao se corta na defesa com ameacas externas
quem comecou a colocar armas na fronteira foi a NATO e nao a russia, a russia apenas respondeu
quem comecou com bloqueios foi os USA e a EU, nao vamos Inverter os factos, a velha carta é a mais pura das verdades a NATO expandiu-se em direcao a russia, se fores ver o mapa do continente europeu vais ver que o cerco segue o seu rumo, quanto as invasoes, invadiu a Georgia e saiu de la, anexou a crimeia e que eu saiba ainda nao invadiu a ucrania, esse tipo de frases na minha opiniao sao pura demagogia, as industrias de defesa Sem inimigo nao teem utilidade e a russia esta condenda a ser o vilao que precisao, alias os Russos estavam por la nas siberias bastante sossegados, quem foi por la meter o nariz e procurar encrenca foi o ocidente
O principal problema dos nacionalismos europeus é o nacionalismo russo, e não é preciso provas, está à vista.
A Europa está careca de ver o mesmo tipo de problemas criados pelos eslavos.
sinceramente nos aqui na Europa central temos mais nacionalismos com que nos preocupar do que com o russo
Os grandes pensadores russos, como o Aleksandr Dugin, clamam pela invasão da Ucrânia e pela reconstituição da União Soviética. E isto não são malucos a pregar no deserto, são conselheiros do próprio presidente. O Zhirinovski, lider nazista russo que tem 12% dos votos já pediu a invasão do Alaska, para mandar para lá todos os ucranianos e ainda recentemente defendeu e ameaçou arrasar a Polonia com bombardeamentos.
invadir o alasca e mandar para la os ucranianos? isso nao merece credibilidade nenhuma, é o mesmo que alguns politicos no USA costumam dizer, sao frases infelizes que nao devem ser levadas a serio, nao passam de piadas infelizes que tu nao devias levar a serio
São os mesmos discursos de Hitler. E no inicio ninguém os levava a sério.
Por isso, é preciso não cometer o mesmo erro.
- Wingate
- Sênior
- Mensagens: 5130
- Registrado em: Sex Mai 05, 2006 10:16 am
- Localização: Crato/CE
- Agradeceu: 819 vezes
- Agradeceram: 239 vezes
Re: ascensão das tensões na Europa
Quanto a ideologias, não vou entrar no mérito, mas parece-me, tendo em vista a situação da Ucrânia, que a tradição de expansionismo do império russo não morreu...urss escreveu:comparar a alemanha nazista com a russia actual acho que nao é uma Boa comparacaopt escreveu:Com a Russia a colocar armas na fronteira, a ameaçar com bloqueios, a jogar a velha carta do isolamento e do cerco, a invadir países vizinhos. Se isso não é uma ameaça para a Europa o que é ?
quem comecou a colocar armas na fronteira foi a NATO e nao a russia, a russia apenas respondeu
quem comecou com bloqueios foi os USA e a EU, nao vamos Inverter os factos, a velha carta é a mais pura das verdades a NATO expandiu-se em direcao a russia, se fores ver o mapa do continente europeu vais ver que o cerco segue o seu rumo, quanto as invasoes, invadiu a Georgia e saiu de la, anexou a crimeia e que eu saiba ainda nao invadiu a ucrania, esse tipo de frases na minha opiniao sao pura demagogia, as industrias de defesa Sem inimigo nao teem utilidade e a russia esta condenda a ser o vilao que precisao, alias os Russos estavam por la nas siberias bastante sossegados, quem foi por la meter o nariz e procurar encrenca foi o ocidente
O principal problema dos nacionalismos europeus é o nacionalismo russo, e não é preciso provas, está à vista.
A Europa está careca de ver o mesmo tipo de problemas criados pelos eslavos.
sinceramente nos aqui na Europa central temos mais nacionalismos com que nos preocupar do que com o russo
Os grandes pensadores russos, como o Aleksandr Dugin, clamam pela invasão da Ucrânia e pela reconstituição da União Soviética. E isto não são malucos a pregar no deserto, são conselheiros do próprio presidente. O Zhirinovski, lider nazista russo que tem 12% dos votos já pediu a invasão do Alaska, para mandar para lá todos os ucranianos e ainda recentemente defendeu e ameaçou arrasar a Polonia com bombardeamentos.
invadir o alasca e mandar para la os ucranianos? isso nao merece credibilidade nenhuma, é o mesmo que alguns politicos no USA costumam dizer, sao frases infelizes que nao devem ser levadas a serio, nao passam de piadas infelizes que tu nao devias levar a serio
São os mesmos discursos de Hitler. E no inicio ninguém os levava a sério.
Por isso, é preciso não cometer o mesmo erro.
Wingate
- pt
- Sênior
- Mensagens: 3131
- Registrado em: Qua Out 01, 2003 6:42 pm
- Localização: Setubal - Portugal
- Agradeceu: 1 vez
- Agradeceram: 161 vezes
- Contato:
Re: ascensão das tensões na Europa
Nas democracias quando alguns politicos dizem disparates desse calibre, normalmente não recebem votos.invadir o alasca e mandar para la os ucranianos? isso nao merece credibilidade nenhuma, é o mesmo que alguns politicos no USA costumam dizer, sao frases infelizes que nao devem ser levadas a serio, nao passam de piadas infelizes que tu nao devias levar a serio
Pergunte aos russos, porque é que mais de 12% deles votam no homem que quer invadir o Alaska e quer mandar para lá os ucranianos.
Pergunte na Duma, porque é que esse homem, é vice-presidente do parlamento...
Se não é sério, é esquisito porque continua. Será que os russos são palhaços ?
A Alemanha nazista era um estado fascista.comparar a alemanha nazista com a russia actual acho que nao é uma Boa comparacao
Um estado fascista, com uma diferenciação clara no que respeita ao original italiano, no fator racial. Até o Mussolini chamava o Hitler de perigoso racista.
A designação Nazista (nacionalista) é normalmente utilizada para exemplificar o exagero do nacionalismo racista e xenófobo, face ao nacionalismo não racista e não xenófobo,
A Russia é um estado fascista.
Não é comparável à Alemanha enquanto regime racista e xenófobo (ainda que muitos russos sejam mais racistas que os alemães)
É fascista a partir do momento em que copia praticamente todas as características do sistema inventado pelos italianos.
Governo forte, controlo da economia pelo estado, mas mantendo a economia privada, controlo completo e total do parlamento (em que todos são livres para criticar, desde que ninguém critique o grande líder), controlo férreo da comunicação social, regime de propaganda absolutamente fanática, contra todos os opositores.
Criação de inimigos externos para justificar as privações da população e esquecer a incompetência interna, facilitanto a guerra contra o inimigo interior.
E até, invasão de territórios estrangeiros, para acirrar o espirito nacionalista.
A comparação entre o Anschluss da Crimeia e da Áustria é tão evidente quanto é evidente que o preto é diferente do branco.
Com a diferença de que o Hitler autorizou um boletim de voto com a opção SIM ou NÃO. Na Ucrânia era só SIM ou SIM.
Na Europa, todos olharam para o lado, fingindo que não se passava nada, enquanto o regime fascista ganhava uma expressão absolutamente clara. Agora, que o fascismo mostrou as garras e já não é possível esconder, os europeus estão espantados e sem saber o que fazer.
Não vão chamar abertamente a Russia de regime fascista, porque isso só daria mais argumentos a Putin, para fechar as portas da fortaleza russa e criar a impressão tão típica dos regimes totalitários, de que o país está cercado de potências hostis que querem atacar e invadir o próprio país.
Mas nada muda, só porque o mundo ainda não começou a chamar o regime russo pelo seu nome adequado: Regime fascista russo.
Se a Russia não é democracia, se não é um regime comunista, se não é um regime socialista, se não é uma monarquia absoluta ou parlamentar, tudo o que resta são eufemismos, «Democracia autocrática», «Democracia não liberal» e outros disparates inventados por quem não quer chamar os bois pelos nomes.
Chamar a Russia de estado fascista, ou proto-fascista não tem que ver com ideologias, é apenas a aplicação de regras de ciencia politica básica para identificar um regime.
E é esse estado fascista, que utiliza os mesmos métodos da Alemanha de Hitler para invadir países vizinhos e o mesmo tipo de argumento para manter uma guerra de ocupação e invasão, que mostra ser o principal problema dos nacionalismos europeus.
O extremismo nacionalista russo, levou a Russia a invadir países, coisa que da última vez que aconteceu na Europa, foi feito por dois países:
A Alemanha nazista e a Russia comunista (Não contando com a Itália fascista que invadiu a Albânia).
- Túlio
- Site Admin
- Mensagens: 61522
- Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
- Localização: Tramandaí, RS, Brasil
- Agradeceu: 6323 vezes
- Agradeceram: 6674 vezes
- Contato:
Re: ascensão das tensões na Europa
Discordo de boa parte do que o PT escreveu mas em algo creio que devo concordar de modo enfático: me parece que a atual Rússia - e sem entrar em detalhes das razões, tipo pressões militares e econômicas dos EUA/UE e necessidades internas Russas - está entre sua Munique e sua Polônia, mantendo a analogia com a 2GM.
Estão a jogar um joguinho bastante perigoso por lá. Basta alguém ficar nervoso ou com medo de se ferrar e, bueno, abre-se a Caixa de Pandora...
Estão a jogar um joguinho bastante perigoso por lá. Basta alguém ficar nervoso ou com medo de se ferrar e, bueno, abre-se a Caixa de Pandora...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
- cabeça de martelo
- Sênior
- Mensagens: 39552
- Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
- Localização: Portugal
- Agradeceu: 1137 vezes
- Agradeceram: 2860 vezes