A) ALGUNS COMENTÁRIOS ESCOLHIDOS DE LEITORES SOBRE O TEXTO ACIMA:
Anônimo 1 escreveu:rss, teve um comandante do Exército que numa reunião cheia de praças mandou a seguinte pérola: eu tenho sgts que sabem entrar até na internet... eu não sei se eles teem esse pensamento mesmo ou se falam pra diminuir e assim se sentirem superiores...
Anônimo 2 escreveu:O Sistema de promoção dos Praças das Forças Armadas é covarde, injusto e imoral, para não dizer que representa um grande abuso de autoridade. Os aumentos diferenciados citados acima são criminosos, colocando os Praças em situação de enorme constrangimento.
Anônimo 3 escreveu:Meus amigos, se a situação é desmotivadora para quem já está realizando o CHQAO, imagine nós Sgt da Turma de 96 em diante, que passamos a ter interstícios enormes. Só pra ilustrar, enquanto um Sgt de 1998 recebeu sua promoção a 2º Sgt, um aspirante recebeu a de 2º Ten, 1º Ten, Cap e Maj, legal né?
E enquanto temos ombreando Sub e 1º Sgt dos gloriosos interstícios de 5 anos, 6 anos, nós amargamos 8 pra cima. pergunto: Vale a pena se esforçar para ganhar 6 meses a mais ou a menos num espaço de tempo desse?
No começo de 2012, li um BE [* Boletim do Exercito] dizendo que iriam criar um Grupo de Trabalho para valorizar os Sgt, esses dias li outro BE com as perspectivas de nossa carreira, advinhem? E ai quem estudou quando era jovem e teve melhores oportunidades de entrar na AMAN fica o resto da vida sossegado... e o pracinha, pode ter doutorado que vai ser aux e não tá contente pede pra ir embora...não é isso? Srs não tenho recalques, acho que os oficiais merecem ir a General e ter seus privilégios... mais precisa essa diferença toda? ainda estamos no império? nobres e plebeus. Mais digo o seguinte: gosto da profissão, tenho família pra sustentar, já não tenho 20 anos de idade, criei boas oportunidades intelectuais e financeiras e não vou dar baixa agora.... vou continuar frustrado, lamentando anonimamente, não porque sou covarde, mais porque o sistema é, vcs sabem... chega por aqui, vou comer uma costela que ganho mais, abraços a todos e bom domingo...
Anônimo 4 escreveu:Prezado sargento:
Não concordaria totalmente com a tese de que há um "plano velado" para a desmotivação das praças, pois servi a minha vida inteira no corpo de tropa (exceto um curto período como instrutor) e bem sei o valor e a falta que fazem os bons ST e Sgt nas nossas lides diárias. Uma das grandes limitações que temos, atualmente, no meu quartel é a falta de sargentos. Também sentimos falta de oficiais QAO, já que possuímos 05 vagas no nosso QCP [* Quadro de Cargos Previstos], que não são preenchidas. Normalmente os QAO são movimentados para grandes comandos (ou unidades diretamente subordinadas) por esse Brasil afora, não permanecendo muito tempo nos corpos de tropa. Isso é um indício de que são considerados profissionais de valor, pelo menos é como vejo e tenho visto acontecer. Os demais aspectos que você postou, porém, são de uma coerência bem objetiva e também já venho há muito me questionando sobre o porque da Força tratar seus integrantes dessa maneira. Como oficial superior, faço o que está ao meu alcance para apoiar os da minha equipe, e sei que muitos outros oficiais também o fazem. E também nunca tive papas na língua para expor esse entendimento aos meus comandantes. Creio firmemente que qualquer verdade pode ser dita aos chefes, com o devido respeito, educação e dignidade. Aliás, foi exatamente isso que você fez nessa sua reflexão. Mas, como você mesmo disse, as ações passíveis de efetivamente atender à Força e, principalmente, às praças como um todo, têm que vir dos mais altos escalões, aos quais nem eu nem você pertencemos. Não sou um oficial de berço e nem de "linhagem" (não fiz ECEME) e, sinceramente, tenho as mesmas dificuldades para entender as motivações dos "ideúdos" de Brasília, que bem parecem - eu reconheço - estar firmemente obstinados em nos afundar, cada vez mais. Bom, uma coisa é certa... Seria ingenuidade não esperar que os órgãos de inteligência das FA acompanhem o que se posta no presente Blog e em tantos outros existentes... Sendo assim, a sua reflexão (juntamente com este meu comentário) certamente vai galgar os escalões superiores da nossa Força. Espero que tenham hombridade e consideração de a fazer chegar aos nossos comandantes. Provavelmente não irão respondê-la, mas verão, uma vez mais, que a ponta da linha não é composta de "inocentes úteis" e que a cisão poderá surgir. E, quando infelizmente acontecer, não havérá outros a serem responsabilizados, senão eles próprios. Ainda confiamos neles, mas qualquer confiança se fundamenta em merecimento. Um abraço, espero que tudo dê certo para todos nós. Feliz 2013.
Rogério - JF escreveu:Parabéns!
É a primeira vez que leio algo sensato e racional atinente a situação em que se encontra as Praças do EB. O autor traduziu o dilema enfrentado desde o cabo estabilizado até o capitão QAO. Infelizmente nós do Quadro Especial não contamos com essa visão crítica, mas,responsável do autor. Vejo os leões de alojamento dizerem: - Eu não concordo com promoção de QE. Eu sou concursado, tenho tantos anos de serviços e seria injusto para comigo. É como diz a canção do mineiro Zé Geraldo - Milho aos pombos - "Se vem alguém querendo consertar pega esse idiota e enterra." As praças do EB tornaram-se órfãos de pais, a mãe continua sendo a Pátria Amada, mas até quando?
Na unidade onde sirvo tem um 1º Sgt que possui 2 cursos superiores - Administração e Direito -, e é obrigado a fazer esse CHQAO. Em suma, o caldeirão do inferno não precisa de guardas, pois um tende a puxa o outro para o fundo do poço.
Ainda que amiúde, meus parabéns pela belíssima reflexão, fico extremamente feliz em ver que nem tudo está perdido.
STen Reis escreveu:Parabéns ao autor do tópico, que é a mais pura verdade. O Alto-Comando do EB não tem a mínima consideração com seus "praças". Um subtenente, por exemplo, com mais de 25 anos de serviço, e uma carreira incerta, é submetido a uma Comissão de Promoções ridícula (CP-QAO) e excelentes profissionais não conseguem ser promovidos ao QAO, e vão para a reserva com 4 minguados vencimentos, enquanto isso garotos formados nos NPOR da vida, com 10 meses de meio-expediente, no final chegam facilmente ao oficialato, e quando vão embora ainda recebem bem mais que um profissional que dedicou toda sua vida a Força...para piorar, agora inventaram esse ridículo CHQAO, que só serve para menosprezar ainda mais o praça.
Anônimo 5 escreveu:Em relação a adoção do CHQAO pelo Exército, e motivo de reclamações dos ST e Sgt pela criação do referido curso, o fato é que foi imposição do TCU, pois todo ano as contas do Exército eram aprovadas com restrição tendo em vista que o QAO era promovido sem uma formação superior. Outro motivo, é a promoção do QE, motivo de observação daquele tribunal, pois o mesmo não faz um curso de formação para ser promovido, apesar de sua formação prática ser de mais de 15 anos. Outra observação que faço, é que somente o Exército não existia tal Curso para ingresso no Quadro Auxiliar. As demais Forças a muito tempo tem esse tipo de Curso de Habilitação. Na Marinha, inclusive, o Sargento pode se inscrever desde 3º Sgt. Quando chega a Capitão-Tenente, se possuir formação superior civil pode tentar a passagem para o Quadro Técnico, (QCO [* Quadro Complementar de Oficiais] no EB), podendo alcançar os postos de Oficial Superior. Seria uma boa opção futura para o Exército também adotar essa opção, pois, hoje é grande o numero de ST e Sgt com nível superior.
Anônimo 6 escreveu:Meu amigo, a instituição está fazendo economia. Quanto a maior parte do efetivo estiver nas graduações inferiores mais economia para o exército. Faça a conta anteriormente um 3º Sgt ficava em torno de 5 anos e agora são em torno de 8 anos, veja a economia nos 3 anos que não se promove a 2º Sgt e assim sucessivamente.
A maior diferença de soldo ocorre no posto de capitão para major, isso porque os sargentos de carreira atingem o máximo o posto de capitão e não existe mais a melhoria da remuneração ou posto acima quando passa para a reserva. Veja a economia são poucos capitães que são promovidos para major.
Outro aspecto são achatados os soldos abaixo de major, até o posto de 2º tenente ou seja, impedem que os praças recebam uma remuneração maior, os Subtenentes, mais economia. E a grande maioria dos oficiais são subalternos, 1º/2º Tenentes temporários, quando são licenciados ex-officio recebem uma remuneração por ano de serviço, se a remuneração deles é baixa logo receberam menos, mais economia.
O CHQAO foi para transferir a responsabilidade da instituição para os militares. Atualmente o exército é obrigado a promover os subtenentes ao oficialato, pelo menos a maioria. Como a instituição errou, não quer admitir e a solução encontrada foi convencer que o final da promoção dos sargentos de carreira é como suboficial, podendo ser equalizada em 30 anos, e para a promoção a oficial é uma "gratificação" e não faz parte da carreira. Os oficiais possuem a lei 5821/72 que regula as promoções de aspirante-a-oficial a general e os praças não possuem lei, dependendo apenas de decretos e portarias.
Os estatuto prevê as promoções como um modo a obter-se um fluxo regular e equilibrado de carreira para os militares, mas não explica como obter o fluxo regular, equilibrado e o tempo máximo para atingir o última graduação (30 anos) ou se todos poderão ou terão direito de atingí-la.
A instituição transferiu a responsabilidade da promoção para os subtenentes da seguinte maneira, se você quiser ser promovido a oficial você dever ser aprovado na prova e no curso, se não fizer não será promovido, desta forma diminui consideravelmente a quantidade de subtenentes para a promoção, a promoção é agora problema seu.
Até a responsabilidade dos problemas decorrentes da movimentação é problema seu, se não tem moradia é problema seu, não esqueça foi você que preencheu o plano de movimentação e pediu para ser movimentado, tudo foi feito por você e para você, agora o problema é seu.
Existe mais mas por enquanto é só. Pense bem tudo pela economia.
Anônimo 7 escreveu:Sou da turma de 98 da ESA (e não sou c... de turma e não tenho deméritos), ainda sou 2°Sgt. Capitães sem ESAO que chegaram junto comigo na minha primeira OM já são Ten Cel, os Aspirantes que também chegaram comigo na mesmo OM hoje já são Majores os 1°Sgt que já estavam na minha OM hoje são Capitães QAO.
Agora pergunto a todos os visitantes do blog: VOCÊS ACHAM QUE EU DAREI O MESMO GÁS NO MEU TRABALHO DIÁRIO DIANTE DESTA DISCREPÂNCIA DE BENEFÍCIOS ENTRE A MINHA GERAÇÃO E A GERAÇÃO ANTERIOR?
Mas é óbvio que eu não me esforçarei!!! Eu não tive os mesmos aumentos por meio de promoções que eles tiveram. Não sou mercenário, mas certamente, assim como qualquer ser humano, eu devo me sentir motivado para executar o meu trabalho a contento e, os interstícios da geração anterior foram muito mais benéficos do que os da minha geração, logo, acho que eles devem mais ao Exército do que eu pois foram mais beneficiados. Os "antigões" devem mais ao exército do que os "moderninhos" de hoje. Ser militar não é sacerdócio, é uma profissão apenas. Portanto, tentarei me aproveitar ao máximo dos benefícios diretos e indiretos (dispensas, meio expediente, dispensa médica etc) em prol dos meus interesses pessoais, pois a instituição está dando provas ano a ano que os interesses dela são na direção de apenas me diminuir cada vez mais dentro da pirâmide institucional. Eu trabalho e trabalharei na proporção inversa da desvalorização que o EB me inflige (maior desvalorização, menor aplicação ao trabalho).
Anônimo 8 escreveu:Concordo plenamente com o texto, pois, temos distorções absurdas na carreira militar e todos sabem, mas ninguém faz absolutamente nada. VEJO CIVIS COM 19 ANOS entrarem pela janela e sairem Oficiais em apenas três meses de formação. VEJO O QUADRO DE SAÚDE ter direito a meio expediente, com a desculpa de que se não for assim não teremos médicos ( pura desculpa, pois médicos e dentistas fazem concurso para trabalharem em Prefeituras para ganharem R$ 1500,00 por mês) . VEJO A FAB E A MARINHA TEREM CONCURSO INTERNO PARA QCO, sendo que qualquer praça com curso superior pode fazê-lo, com duração de apenas três meses.
Vai acontecer algo, podem esperar...
Anônimo 9 escreveu:Acho que as Forças Armadas estão ruim tanto para as praças como para os oficiais, essa mania que temos de segregar os oficias dos praças é um erro que persiste entre nós os praças,um grande erro.
Em Minas Gerais um subtenente da Policia Militar ganha R$ 12.000,00, [*equívoco: o salário em 2013 estava na faixa dos R$ 5.000,00] imagina um Tenente Coronel quanto deve receber? Creio que um Ten Cel do Exército não recebe R$ 12.000,00 mês.
Sou subtenente e recebo R$ 4,200.00 liquidos, 5.500,00 brutos mensais, valor insuficientes para manter minha família em condições condizentes, com a minha capacidade fisica e intelectual, fazer o quê? A propósito alguém conhece a voz do Comandante do Exército? Eu não conheço. Reflexões pertinentes, nunca considerei oficial inimigo, eles estão tão mal quanto nós, Ou alguém acha que R$ 7.000,00 pagos a um Capitão é um bom salário? Sinceramente esse salário estaria razoável a um 1º Sargento.
Ainda acredito que as coisas irão melhorar, pois pior que está não poderá ficar ou poderá?
Anônimo 10 escreveu:Um Ten Cel do EB recebendo R$ 12.000,00? Quem me dera, companheiro. Meu contracheque deste mês, após a cascata de descontos e consignados, somou R$ 5.600,00. Nem mesmo um Gen Bda recebe R$ 12.000,00 líquidos. E também não existem ainda Ten Cel da turma de 98, isso eu garanto. De qualquer forma, concordo que a carreira das praças precisa de uma reestruturação urgente. Sou a favor da equiparação de soldos e da criação de 02 graduações adicionais, para que tanto oficiais como praças tenham 06 promoções ao longo da carreira. Considero também que o concurso para a ESA [* Escola de Sargentos das Armas] e EsFCEx [* Escola de Formação Complementar do Exército] (antiga EsAEx [* Escola de Administração do Exército) deveria contemplar vagas internas, ainda que em parte.
O Exército dos EUA saiu na frente há muito tempo, inicialmente acabando com a distinção entre "oficiais" e "praças", que só gera divisão interna. Se organizaram em Oficiais "Comissionados" e "Não Comissionados", sendo que os comissionamentos (comandos de tropa e outras funções) são preenchidos por qualificação. Foram criadas as figuras do "Staff Sergeant", "Drill Sergeant" e "Sergeant Major", com funções específicas (equivalentes à de certos oficiais no EB) e permitindo igual número de promoções em cada quadro. Nas unidades formadoras, por exemplo, toda a instrução básica é conduzida pelos "Drill Sergeants", supervisionados pelo "Sergeant Major". O S/3, nesse caso, cuida tão somente do emprego tático e não se envolve com a formação dos soldados. Quem nunca viu nos filmes o sargentão cara de mau com o característico chapéu de aba larga, gritando no ouvido da recrutada? Pois é, não critiquemos tanto os Yankees, pois eles souberam evoluir, enquanto a estrutura do nosso EB ainda é bem parecida com a da 2a Guerra Mundial.
A mudança é urgentíssima e tenho certeza que nossos generais, que podem ter muitos defeitos mas burros não são, já perceberam isso há muito tempo. Aliás, essa divisão entre "oficiais e praças", que se tenta incutir nas Forças Armadas nem sempre com objetivos muito dignos, já nos causou efeitos catastróficos, como os acontecimentos de 1935 e 1964, por exemplo. Isso não leva a nada, a não ser à corrosão interna, ao enfraquecimento.
É necessária a mudança, mas ela não virá dos generais, pois não está ao alcance deles, mesmo que quisessem. Devemos cobrar dos parlamentares - isso sim. Qualquer melhoria estrutural nas carreiras tem que passar pelo Congresso Nacional, não tem jeito. Uma luz no fim do túnel, talvez, seja a recente estruturação do Partido Militar Brasileiro. Se não instituirmos uma voz dentro do Congresso Nacional, qualquer melhoria virá (se vier) a passos de tartaruga. Um abraço a todos.
Anônimo 11 escreveu:Anônimo 10 escreveu:Um Ten Cel do EB recebendo R$ 12.000,00?..."
Muito bom comentário. Só discordo quando fala que as mudanças "...ela não virá dos generais, pois não está ao alcance deles, mesmo que quisessem." Discordo pois os Generais tem a meu ver quase toda culpa pelas privações que temos passado.
Para melhorar nossa situação esses senhores não precisam ser indisciplinados com o Executivo e Legislativo, basta apenas propor as mudanças, que a tropa vai apoiar, apoiar com disciplina e responsabilidade, vide manifesto pela revisão de nossa remuneração no Portal da Cidadania do Congresso Nacional que atingiu mais de 10.000 apoios em poucos dias.
Sirvo em um Comando de Área onde tem um General 4 estrelas, ele nunca se dignou a fazer uma reunião com seus subordinados para tratar da situação da tropa, pelo menos dar uma satisfação, dizer o que o Alto Comando tem proposto para nos, a fim de melhorar e valorizar a profissão de militar. Passa uma imagem de completo abandono e mais, passa a ideia, errada ou não, de que o EB está se lixando sobre o sofrimento da tropa.
Finalizando, nós, digo, a maioria de nós jamais pediu que nossos Generais se insurgissem contras as autoridades constituídas, apenas esperamos deles a lealdade e a verdade
Sgt Yerik escreveu:De qualquer forma, foram muito lúcidos todos os comentários até agora emitidos....Para colaborar, gostaria de acrescentar algumas "pseudo-valorizações" que o nosso exército (minúsculo mesmo) deu aos praças...(digo pseudo, não pelas "benesses" em sí, mas pela forma alusiva como foram apresentadas aos militares...)
- Distintivo de "Brigada" ao sargento-ajudante
- Aos ST/Sgt com CAS a realização de sindicâncias
- Porta-estandartes aos 3º Sgts
- Utilização dos praças formados em direito como "assessores"
- Queima de bandeiras para os Subtenentes
- Divisas em tamanhos "maiores" nas fardas de passeio
- Aumento do tempo de formação nas Escolas de sargentos (EsSA, EsIe [* Escola de Instrução Especializada] , 10º BI; 23º BI, etc...) (e olha que em anos anteriores todos os sargentos sempre foram muito bem formados com 08 meses...)
- Aumento dos índices do TAF (esse tópico recai mais sobre os nossos 1ºSgt/ST que precisam da "valorização" ao contrário dos Of)
- Reconhece a equivalência como técnicos e pós-técnicos os cursos de formação (EsSA, EsCom, etc...) e pós-formação (Comandos, PQD, Mth, etc...) ministrados aos Sargentos, de acordo com a Port. 146 - Decex de 15 Out 12
- Determinadas punições de St/Sgt não podem mais ser publicadas em BI Ostensivo (apenas no reservado)
....e por aí vai...como diz o provérbio: "Enquanto houver cavalos, São Jorge não andará a pé."
Anônimo 12 escreveu:Eu não concordo com aqueles que atribuem nossos problemas aos governos. Na verdade acho que quando a cúpula das Forças tentam de forma velada, através dos Clubes Militares, atribuir os baixos soldos e o desaparelhamento aos governos, na verdade querem é tirar o "seu da reta", pois eles são os principais responsáveis por tudo isso.
Foi no Governo FHC que foi editada a famigerada MP que retirou nosso posto acima na passagem para a reserva, LE [Licença Especial], gratificação por tempo de serviço, dentre outras vantagens. Tenho informação de fonte segura que naquela época FHC deixou nas mãos das FA a redação da MP, porém disseram que foi tanta discussão e incompetência que o governo avocou para si a responsabilidade pelo texto da MP. Quando o "molusco" assumiu já estavamos na "m". Não tô defendendo o Governo Lula não, muito pelo contrário, porém atribuir a ele e a Dilma nossos problemas e livrar a cara dos Generais é, no mínimo, ingenuidade.
Na verdade os Generais vivem de status, pois poder e salário não existe mais. A única coisa que lhes resta é manter o status, usando carros oficiais, moradia gratuita, telefone com faturas pagas pelo erário, avião da FAB e helicópteros do EB, para fazerem suas visitas de inspeção, que na verdade são pretextos para receberem diárias polpudas a fim de melhorar os salários.
Infelizmente o que nos resta a melhorar a consciência política e se possível melhorar nosso capital intelectual como disse o autor do texto, e dessa forma tentar mudar algo de dentro para fora e de baixo para cima, pois se dependermos do Alto Comando não conseguiremos melhorar nossa condição social.
A proposito o Alto Comando se não me engano é composto por 14 generais 4 estrelas, que se reunem para decidir que cor de capacete o militar deve usar quando fardado em motocicleta, se praça pode prestar continência para oficial-general em movimento, etc., como acreditar que algo pode melhorar?
João Candido Almirante escreveu:Concordo inteiramente com o texto original e com todos os comentários, gostaria apenas de acrescentar algumas opiniões:
1º) Pessoal QE, cabos e 3º sargentos: conheço muitos QE, atribuir a condição atual a eles é no mínimo covardia, o EB incorporou, estabilizou, sugou e não ofereceu oportunidade deles progredirem internamente igual a Marinha, porque não criou concursos internos para possibilitar a ascenção? Ora achar que alguém vai passar 30 anos em uma Instituição e receber uma promoção é no mínimo ingenuidade, com o passar do tempo o QE ficou insatisfeito com razão e o EB só esta se mexendo agora porque um político comprou a causa, pois se dependesse do nosso Comando nada seria feito. Com relação a promoção a 2º Sgt e a ST, muitos militares de carreira tem se manifestado contra, pois como promover o QE a St se eu que fiz concurso e ESA também só chego a ST? Como disse não podemos atribuir a situação do QE a eles e sim a Instituição, porque não criou um plano de carreira para eles lá atrás?
2º) Militares de Carreira, ESA, EsIE, EsSLog [Escola de Sargentos de Logística] e outras: o raciocínio é parecido com o anterior, como disse o texto, na década de 1980 e 1990, os editais dos concursos previam que o Sgt chegaria a Cap na ativa e iria para a reserva como os proventos de Maj. Com o passar dos anos a carreira regrediu, passamos a chegar a Cap somente, hoje para chegar a Cap só com 32 anos de serviço e olhe lá, proventos de Maj nem pensar.
Com o passar dos anos, novo século seria ideal a valorização da carreira, hoje temos praças graduadas em diversos cursos superiores e como a força não permite ascensão interna o que resta são os concursos públicos ou aguardar a ida para a reserva para passar a outras atividades.
O DIAGNÓSTICO É O SEGUINTE: Hoje existem dois tipos de praças de carreira.
O primeiro é aquele que já tem mais de 20 anos de serviço e chegou a conclusão que tem que aguardar os 30 anos e posteriormente ter outra atividade, se possível levar uma atividade paralela.
O segundo é aquele que já sabe que a carreira não tem futuro, esta estudando e os que já estão formados estão realizando concursos para outras áreas, inclusive estão fazendo prova para Sd PM, vejam bem a que ponto chegamos Sargentos fazendo concurso para Sd PM.
A proposito, não sei se vocês tem notado, nosso recrutas não fazem mais concursos da ESA, por que será?
Infelizmente para a Instituição, hoje a maioria dos Sgt esta aqui so como trampolim para algo melhor e menos sofrido.
3º) Oficiais de Carreira: muitos oficiais também já chegaram as mesmas conclusões dos “Militares de Carreira, ESA, EsIE, EsSLog e outras”, acredito que a eles se aplicam o mesmo diagnóstico. Com agravante eles estão mais perto da cúpula e chegaram a conclusão da nossa situação a muito tempo. Basta ver Oficiais QEMA. Existe Cel pedindo reserva, muitos não querem comandar, por que será?
1º Sgt Inf Jorge escreveu:Respeitosas saudações aos colegas praças e aos Srs Oficiais! Muito pertinente e instigante o texto referência e respectivos comentários dos participantes do Blog, sobre eles algumas considerações: mesmo sendo diretamente interessado julgo constitucionalmente inviável a criação de vagas na EsFCEx (antiga EsAEx) exclusivas para praças do EB, por tratar-se de concurso público de caráter nacional, sendo, no caso, discriminatório para com os demais cidadãos brasileiros (por analogia,seria tão nefasto quanto criar-se reserva de vagas em concurso público para seleção de juiz ou promotor, em que metade das vagas ofertadas fossem direcionadas aos funcionários das respectivas instituições), portanto, no caso em tela, a solução e graduar-se em alguma área de interesse do EB e estudar (muito) para passar neste concurso,visto que é de altíssima e qualificada concorrência,com mais de 100 candidatos/vaga, o que por sí dá ideia do seu grau de dificuldade. O caminho está em uma melhor e maior representação política em Brasília, por que é lá que as coisas acontecem, nos escaninhos do poder político e administrativo, o demais são apenas elocubrações e vãs esperanças, visto que dos nossos "chefes" muito pouco será apresentado.
Por fim, a divisão interna entre oficiais e praças (e isso acontece, lamentavelmente) e respectivas "subcategorias" tipo sou de escola, fulano é QE; somos de escola mas sou melhor por ter tal curso; sou Of da Academia, o fulano é do IME ou QAO; sou da EsFCEx, beltrano é temporário; sou da escola de saúde, sicrano é capelão; são posicionamentos mesquinhos e egoístas que de nada servem a uma causa maior - a valorização da carreira militar -, ao contrário, só nos dividem e enfraquecem... Resumindo: "A união faz a força" e juntos certamente somos mais fortes do que qualquer um isoladamente, do contrário estaremos fazendo o jogo dos poderosos, que é dividir para enfraquecer, por consequência sobrepujar os orgulhosos e incautos. Cumprimentos ao moderador do Blog e Saudações a todos os irmãos de armas. 1 ºSgt Inf Jorge.
Anônimo 13 escreveu:É por conta dessa desvalorização que eu só faço o básico, não dou mais ideias e nem me aplico nas questões militares do dia a dia da caserna. Vejo as merdas acontecerem e faço vista grossa, pois se eu der solução o meu chefe ficará sempre dependendo de mim e pagando missão. Dedico-me a apenas aos meus estudos para concurso, mesmo dentro do quartel, e para resolver os meus problemas pessoais. E tem mais, não engulo comando que fica querendo "apertar", pois todos esses comandantes tem telhado de vidro (falcatruas, dispensas ilegais de licitação, poda de árvores sem autorização, usam carro funcional para fins particulares etc) e, tal qual um passarinho, se me apertarem muito eu cago, se me soltarem eu vôo.
Essa é a minha atual filosofia de vida dentro da caserna, gostem ou não. Eu sou um produto do meio, sou o reflexo dos meus comandantes e chefes diretos, me espelho neles.
Anônimo 14 escreveu:Existem 3 tipos de MILITARES:
- OS QUE GOSTAM E NÃO NECESSITAM. Esse tipo é aquele que vem de uma família rica ou de classe média alta, filhos de Generais, etc... mas está na Força porque gosta. Atualmente acho que é minima a quantidade.
- OS QUE GOSTAM E NECESSITAM. Esse tipo é aquele que permanece na Força porque gostam do que fazem, amam a Instituição acima de tudo, não reclamam, tem consciencia que o militar não ficará rico e também precisa do pouco que ganha mas com lisura, para o sustento de sua familia.
- POR FIM, OS QUE PRECISAM MAS NÃO GOSTAM. Esse é o pior tipo de militar. Ficam esperando o expediente terminar para fazer o que gosta lá fora, e não estão nem aí para o que acontece dentro de sua OM e a até no local de trabalho. Reclamam de tudo mas não tem CORAGEM MORAL, para sair, somente se tiver algo já certo para substituir a carreira das armas. Acho que deve ser muita tortura ser um desses.
Anônimo 15 escreveu:Ao comentário de 8Jan13 19:30, que definiu três tipos de militares, cujo trecho destaco abaixo:
(...)"amam a instituição acima de tudo"(...)
Ah, fala sério meu amigo, eu amo é a minha família acima de tudo, não amo e nunca amarei instituição alguma, no máximo nutrirei alguma simpatia por uma ou outra enquanto ela(s) atender(em) aos meus anseios. Amor é um sentimento incondicional e, certamente a minha permanência nas Forças Armadas é uma situação condicional assim como a de 99% dos militares. Vamos parar com essa hipocrisia de falar de "amor pela pátria", "amor pelo Exército", pois ninguém aqui se propõe a trabalhar como militar sem receber remuneração, só por amor! Ao menos não em tempo de paz! Ou existe alguém que mesmo sem receber permaneceria nas Forças Armadas com o peito estufado e tecendo elogios e fazendo afirmações moralistas.
Por favor, tire o seu coturno extraleve de 4cm de solado e pise no chão, militar!!!!!!! Pare de romantizar aquilo que já há muito tempo deixou de possuir romantismo ou garbo.
OBS.: SÓ SAIREI QUANDO ME FOR CONVENIENTE E POSSÍVEL, POIS TENHO OS PÉS NO CHÃO, MAS NEM POR ISSO DEIXAREI DE APONTAR OS ERROS QUE A ALTA ADMINISTRAÇÃO DO EXÉRCITO COMETEU/COMETE AO LONGO DESSES ANOS. NÃO SÃO SITUAÇÕES EXCLUDENTES (PERMANECER E RECLAMAR), OU VC ACHA QUE QUEM ESTÁ DENTRO DA FORÇA NÃO TEM O DIREITO DE RECLAMAR SOBRE QUESTÕES ÓBVIAS QUE ESTÃO NA CARA DE TODO MUNDO?
Anônimo 16 escreveu:Algumas considerações sobre a conjuntura do EB:
PROBLEMA A: Em 2012, 50 Cb/Sd NB [* Núcleo-Base, os soldados que se voluntariam para engajamento após o ano de Serviço Militar Obrigatório] da OM em que sirvo pediram baixa antes de completarem os 7 anos. Neste ano, aproximadamente 80 vão pedir. Ano que vem, a baixa terá que ser depois do tiro dos recrutas pois não haverá antigos para concorrerem às escalas.
PROBLEMA B: Falta de Cb/Sd motoristas carteira D (não entrarei no mérito das demais QM´s [* Qualificações Militares] por questão de tempo). Hoje um motorista carteira D mal remunerado está recebendo o salário de um 3º Sgt. Como segurar um Cb/Sd carteira D?
PROBLEMA C: Regulamentos ultrapassados contrariando a Constituição; amadorismo irrestrito; pessoal sem qualificação; apadrinhamento; chefia incompetente; falta de assessoramento; falta de conhecimento técnico; má vontade; soberba; a famosa desculpa "se não está satisfeito pede para sair"; esses são alguns dos vícios presentes na Oficialidade.
No Exército, se você colocar uma estrela em um jegue, este já serve para comandar.
Para se formar um Sgt Combatente Temporário você precisa de um militar que já passou pelo serviço militar obrigatório com CFC [* Curso de Formação de Cabos] e CFST [* Curso de Formação de Sargentos Temporários], com no mínimo 1 ano e seis meses de quartel. Já um comandante de pelotão com 10 meses no meio expediente e voilà, cá temos o Senhor do Universo. Não vou nem citar o EST [* Estágio de Serviço Técnico] porque aí sim seria covardia.
PROBLEMA D: A falta de planejamento. Você recebe uma missão em cima da hora com direito ao "se vira negão" de praxe e tem que correr atrás de viatura, contato com a OM de destino, catanho [* lanche fornecido a militares em serviço] e tudo mais, quando para isso deveria haver uma ordem de serviço determinando as ordens aos elementos subordinados, aqueles que deveriam fazer em tempo hábil o que você teve que fazer em tempo recorde. E o mais legal que é que quando existe algum arremedo de planejamento, ele não corresponde à execução da tarefa. Resposta minha a um of superior me arrochando por causa do atraso no cumprimento da missão:
- Major, estou aqui para realizar todos os seus desejos, para isso só preciso saber o que o Sr quer, coisa que nem o Sr sabe.
Eles estão perdidos, sem saber de onde vieram, onde estão e para onde vão. E isso não os preocupa pois o importante não é onde estou, mas como estou. É cada parasita bem nutrida que vejo aqui na OM.
Caro Montedo, agradeço a oportunidade desta catarse, ciente que nada vai mudar neste sistema de castas indianas e que a sargentada vai ficar cada dia mais revoltada (ou recalcada como dizem os Of). Talvez assim poderemos ter um EB nos moldes da novela das 8, só com Oficiais, aí sim eu gostaria de saber quem é que iria limpar as latrinas.
PS: essa exigência do TCU para o curso de habilitação do QAO é balela pois o CFO dos NPOR/CPOR não é de nível superior e nem os alunos têm como pré-requisito possuírem diploma de nível superior para tal. Tenham a hombridade de assumirem isso como medida tapa-buraco (o EB é pós-doutor nisso) para filtrar a promoção das turmas "gigantes".
PS 2: o CHQAO só vai conseguir formar o subão QE, aquele que não se habilitou, não tem perspectiva de promoção e vai pôr o dedo na cara de Of e mandar enfiar TAT, TAF, marcha e o que vier naquele lugar.
Anônimo 17 escreveu:Acho interessante alguns praças atacando oficiais...lembro que voces são "praças" porque querem, porque tiveram preguiça de se preparar para um concurso para a AMAN ou para a EsAEX, e preferiram prestar um concurso bem mais light para EsSA. Portanto senhores, ponham a mão na consciencia e parem de atacar os oficiais, pois, se quizessem voces poderiam ser um deles. Existe sim, uma grande desvalorização dos praças, onde oficiais R2 com menos de um ano de 2 nos de serviço são muito mais valorizados que um praça com mais de 20 anos. O sistema de promoções é injusto, o interstício e o sistema muda praticamente todo ano, o salário é péssimo, e não temos nenhuma perspectiva de melhora, pelo contrário. Lembro que abaixo dos generais e Comandantes de OM que são cobertos por inúmeras regalias TODOS os demais estão na merda.
Anônimo 18 escreveu:Sou Oficial Superior de Intendência e anos atrás enviei a seguinte sugestão ao EME:
1) Que se acabasse com a figura do "Fiscal Administrativo", pois este efetivamente não fiscaliza nada (controle interno é função das ICFEx [* Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército]), pelo contrário, é um executor com o nome no ROL de RESPONSÁVEIS! Além do mais, dificilmente vemos um Oficial de Intendência na função, que normalmente é confiada a um leigo (oficial de Arma).
2) Propus, então, que a função passasse a ser chamada de "Oficial de Administração", responsável pela Administração no Quartel e confiada ao Oficial de Intendência.
3) Este Oficial de Administração coordenaria a Tesouraria, o Rancho, o Almoxarifado, a SALC [* Seção de Aquisições, Licitações e Contratos], a SPP [* Seção de Pagamento de Pessoal], o suporte documental e demais funções administrativas.
4) Para não haver necessidade de aumento de efetivo, propus que a Tesouraria (o CPR [* subsistema de Contas a Pagar e a Receber] hoje funciona quase sozinho, basta praticamente ligar o computador), o Rancho, o Almox, e as outras funções adm fossem confiadas a praças, que se reportariam ao Oficial de Intendência.
5) Hoje em dia a formação do Of de Intendência deveria focar em planejamento, gerenciamento de projetos, de atividades, logística (atual, não aquela da II Guerra). E este Oficial estaria capacitado a gerenciar muito bem a Administração, e não ser sub-empregado na qualidade de um executor, e a praça deixaria de ser apenas auxiliar para exercer uma chefia, o que já seria um avanço e uma valorização).
6) Nem sei qual foi o fim que deram ao texto que enviei. Possivelmente esteja no triturador, ou guardado na gaveta da mesa de algum QEMA [* Quadro do Estado-Maior da Ativa] para ele apresentar na hora certa para ganhar os créditos, tal como aconteceu com outro trabalho de minha autoria...
7) Concordo com muito do que foi dito no texto do companheiro, eu sinceramente entendo, após mais de 28 anos de serviço, que muitas das dificuladades que enfrentamos poderiam ao menos ser amenizadas na própria esfera administrativa, mas parece que nego em Brasília só consegue pensar em como PIORAR a situação, já crítica.
8) Nem todos Of Superiores têm PNR garantido, apenas aqueles funcionais (normalmente comandantes/Diretores), os demais ficam na briga de um PNR que folgue (quando há na guarnição), e sinceramente preferiria morar fora de PNR, recebendo o auxílio-moradia, pois já tive stress sério de convivência em vila quando morei em PNR, pq alguns "companheiros" não conseguem entender que PNR, quando ocupado, é a CASA do SUJEITO DE INVIOLABILIDADE PROTEGIDA PELA CONSTITUIÇÂO, e não uma extensão do quartel (hoje moro em casa própria graças aos céus, comprada a muito custo).
Abs e boa sorte a todos em 2013 (vamos precisar).
Anônimo 18 escreveu:Prezados companheiros,
Sou Oficial, porém fui praça (soldado, cabo, etc, etc). A vida de oficial não é um mar de rosas como dito por alguns companheiros. Aliás, onde sirvo está cheio de companheiros que fazem corpo mole (oficiais e praças). Porém, quando um companheiro finge que trabalha, ele sobrecarrega outros, que estão na mesma situação.
Essa coisa de CASA GRANDE E SENZALA, me desculpem, é um discurso alienado.
Como disse, a grande maioria dos oficiais tb estão sem PNR, não recebem auxílio-transporte, muitos ficam depois do término do expediente, enquanto 99% das praças, antes do toque de ordem, já estão prontos para vazar, não interessa se tem pendências na seção. Esses companheiros ficam depois da hora não pq gostem, mas pq são profissionais e são conscientes de suas responsabilidades; pois, quem será cobrado o oficial ou a praça da seção? Certamente, o oficial.
Desde qdo incorporei acho que essa divisão entre oficiais e praças é ridícula. Esta divisão fere qq método de gestão de pessoas.
Quem ainda recebe algum benefício diferenciados são os oficiais QEMA, não por uma questão de falta de isonomia, mas pq a coisa tá feia mesmo. Até para os QEMA o negócio tá ruim. Ninguém quer comandar e quem comanda, comanda com o c... na mão. Não tem como a instituição tratar todos de forma igual. Lógico que poderia ser mais razoável. O restante, que não é QEMA, tá no mesmo barco.
Acho que valorizar o profissional é atribuir responsabilidade tb, mas parece que alguns companheiros não entendem assim; para alguns, valorizar é só proporcionar bônus, nada de impor ônus. Por isso concordo com a opinião do companheiro de intendência. Aliás, não entendo pq os OD são Oficiais de Arma!!! Para quem trabalha na administração é uma sofrimento. As vezes vc tem que passar para a seu chefe aquilo que vc demorou 5 anos para aprender em 5 minutos.
Outra alienação é achar que um Soldado tem que ter os mesmos benefícios que um General tem. Isso não acontece nem na iniciativa privada.
Entendo que a melhor forma de ascender profissionalmente é por meio de concurso. Podemos discutir os métodos, mas acho justo a promoção ao QAO por mérito intelectual. Pq não adotar o método da Marinha? O CHQAO tem que existir sim.
Outro ponto que gostaria de alertar é que, mesmo com mudanças na gestão de pessoas na Força, vai ter que existir o 1º Sgt e o ST, No fundo o nosso problema é falta de dinheiro no bolso.
A MP do mal foi uma...não tem adjetivos possíveis para classificá-la. Até a Polícia Militar do Estado de São Paulo tem posto superior quando da passagem para a reserva remunerada. Na PMSP, quando vc é instrutor (oficiais e praças) vc recebe uma gratificação.
O auxílio-moradia quebra a paridade entre ativos e inativos? Quebra pq a proposta não é de R$ 50,00 para cada militar da ativa.
O pré-escolar quebra a paridade?
O auxílio-transporte quebra a paridade?
A gratificação de fronteira quebra a paridade?
A compensação orgânica quebra a paridade?
Ou alguém acha que a União vai construir PNR em qualquer guarnição de São Paulo, ou do Rio Grande do Sul, ou de Santa Catarina, ou da Bahia?
A única valorização que a instituição patrocinou, pasmem, pq eu fiquei boquiaberto, foi a REVITALIZAÇÃO DO SERVIÇO DE SAÚDE; sem comentários.
Com o meu vencimento de oficial e com três filhos em idade escolar, tendo que pagar aluguel, escola, comida, vestuário, colocar gasolina do meu bolso para ir para o quartel, tá difícil. Não consigo trocar os pneus do meu carro!!! Sério.
Grato.
Anônimo 19 escreveu:Como Oficial eu lhe digo: tropa é um Exército, Alto Comando (tapetão de gabinete) é outro completamente distinto.
E Cmt OM (QEMA) só quer saber de uma coisa: que os seus dois anos de comando passem voando sem alteração para ele voltar aos tapetões e não ficar mais na berlinda (inclusive tem muito QEMA pedindo para não comandar).
O que eu posso lhe falar é o seguinte: há um distanciamento enorme do dia-a-dia da tropa e dos tapetões, e o que se anseia na tropa muito raramente chega aos ouvidos de quem está no tapetão (e tem o poder de decisão), sendo que estes que vivem no tapetão vivem uma outra realidade BEM off line em relação ao que acontece na tropa.
Ou seja, Cmt de OM, por mais bem intencionado que seja, quando muito, mal tem o poder de mudar alguma coisa em sua Unidade. Grandes mudanças, como o CH QAO, são decididas nos cafezinhos dos Generais em Brasília (acredite se quiser, mas já vi muita decisão importantíssima ser tomada nestes "intervalos"). Apenas esclareço isto pq muita praça tem uma visão equivocada de que o Major SubCmt, o TC Cmt poderia se "mexer", e tal... grande ilusão... esses mal conseguem resolver a própria vida, podem acreditar... a cobrança deveria recair muito mais sobre os gabinetes de Brasília...esta é a realidade da oficialidade...
Anônimo 20 escreveu:Concordo que nem todos os oficiais estão em um mar de rosa, mas discordo veementemente de que praças e oficiais estão no mesmo barco furado. Existem diferenças gritantes no tratamento, no dia a dia que não nos permitem estar no mesmo barco.
Veja um oficial com 25 anos de serviço, será tenente-coronel, mesmo que não seja QEMA, terá um tratamento completamente diferente dos aspirantes a oficial em início de carreira, no que tange a alojamento, formaturas, tratamento nem se fala, atendimento médico, tudo. Veja agora um praça com 25 anos de serviço, Subtenente. Qual a diferença do dia a dia dele para um 3º Sgt, início da carreira? Mesmo alojamento, tratamento idêntico, função até pior no que tange a desgaste físico (encarregado de material), tratamento, etc etc etc.
Não estamos no mesmo barco meu amigo. Só se alguns estiverem tomando vinho no convés e outros remando e levando chicotadas.
Eu como subtenente em final de carreira, era encarregado de material, com apenas um soldado como auxiliar, tinha inúmeras missões que me exigiam imensamente tanto física quanto mentalmente, desde embarque de material de toda a subunidade, cozinha, montagem de acampamento, com melhoramentos, sem equipe. E obviamente que ao reivindicar isso para poder trabalhar era visto como um criador de problema. Pergunto se um oficial em final de carreira é tratado desta maneira? Precisa estar em todas as formaturas? Divide o alojamento com os oficiais lobinhos? Nâo que isso seja demérito, mas recebem o retorno que a antiguidade lhes proporciona. Enquanto para praça a antiguidade não serve para absolutamente nada. Já fui escalado para missões só porque o meu comandante de subunidade era o mais moderno, mas eu era o subtenente mais antigo de todos, então minha antiguidade não vale nada, vale a do oficial que me comanda. Estamos em barcos muito distintos. Mesmo no que tange a salário defasado, nós ainda amargamos a diferença dos 28,86%. Só temos em comum usarmos a mesma farda. Falta realmente sermos tratados todos como militares.
S Ten França escreveu:Parei de ler na metade...isso é papo de praça recalcado e endividado (endividado por que quer, assim como a maioria dos que tem problemas finaceiros ) e se é que foi escrito mesmo por algum militar.
S Ten Marcos Pinto de Oliveira França - 25º BLog - RJ
Anônimo 21 escreveu:S Ten França escreveu:Parei de ler na metade...isso é papo de praça recalcado e endividado ( endividado por que quer, assim como a maioria dos que tem problemas finaceiros ) e se é que foi escrito mesmo por algum militar.
S Ten Marcos Pinto de Oliveira França - 25º BLog - RJ
E por militar como você que estamos como estamos.
Como você se identificou e colocou a OM, no mínimo deve estar fazendo média para sair QAO.
Lamentável!
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(continua...)