LeandroGCard escreveu:Para áreas urbanas os blindados pesados não são a escolha adequada, e sim um VBCI´s com proteção ampliada (com o que concordo totalmente). Evidentemente e por idênticos motivos o mesmo vale para áreas não urbanas mas com terreno altamente irregular ou arborizado, onde os CC´s não tem liberdade de manobrar e suas linhas de progressão podem ser deduzidas de antemão, pois eles tem que se aferrar às estradas e pontes existentes. Mas se os blindados forem usados em campos abertos e planos então as distâncias de detecção e engajamento aumentam consideravelmente, e eles podem ser detectados muito longe por um simples soldado montado em uma moto e com um binóculo postado numa colina alta (nem falemos em Vant´s), e se tornam presas para mísseis AC pesados disparados desde maiores distâncias. Então onde afinal é o terreno de atuação próprio dos CC´s, só em áreas amplas, abertas e planas e ainda assim só quando o inimigo não possuir nem mísseis? Ou vai-se fazer como na época medieval e combinar com o inimigo que ele também só pode usar CC´s pesados, e monta-se assim uma "justa" (como os franceses acreditaram que os ingleses iam fazer em Agincourt
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).
Por que a insistência em áreas com vários km² planas? Áreas assim são raras e, onde existem, raramente são o palco de batalha porque raramente tem qualquer valor, de fato, seriam os piores lugares para qualquer meio que não fossem aviões.
Áreas urbanas são muito comuns, mesmo na 2GM muitas batalhas entre tanques ocorreram em cidades e por mais que falam que o MBT não é o ideal, quem tem não abre mão, nem os russos que criaram o Terminator especificamente para isso abrem mão dos MBTs em cidades, acredito que essa falsa impressão de que eles não são bons nesse ambiente é o efeito youtube*, filma-se o fracasso, não o sucesso.
Florestas densas não são um teatro comum, o que alguém vai fazer lá?
E existem outras áreas, geralmente que dão acesso a cidades e a recursos naturais, com terrenos irregulares, que é o mais comum no planeta Terra, com vegetação, mas não florestas densas como a Amazônia, e solo duro o bastante para MBTs passarem (que alias, nem precisa ser tão duro assim, não pode ser um lamaçal ou chiqueiro que os obrigue - na verdade, que obrigue qualquer coisa que não voe - a se mover devagar, mas também não precisa ser uma estrada, um MBT aplica menos pressão sobre o solo que um carro, talvez menos que um cavalo), e nesses terrenos uma linha de visão com quilômetros é muito rara.
* Não sei se isso tem um nome específico, com certeza é anterior ao youtube, é mais fácil achar fotos de um Tiger II abatido do que dos 20 tanques que ele abateu.
LeandroGCard escreveu:A questão é que o custo para ele fazer qualquer coisa é muito caro, e no final virou sucata do mesmo jeito. Então fica aberta a possibilidade de que o custo poderia ter sido gasto de outra forma mais eficiente.
E os incompetentes dos generais continuam usando MBTs em cidades ao invés de algo mais eficiente...
Talvez esses generais até sejam incompetentes, mas não vejo nenhuma evidência disso, não há números para provar, vamos lá, sabemos mais ou menos quanto o MBT custou, mas quanto esse MBT custou ao inimigo? Quantas vidas?
LeandroGCard escreveu:Quando se coloca que antes de ser destruído o CC acabou com isso ou aquilo não se considera que de um lado estava um exército que gastou bilhões de dólares só para chegar até a linha de frente e que é composto por soldados e oficiais altamente treinados e equipados, com todo o apoio logístico e de C3I disponível (10 homens para cada soldado em campo no caso do exército americano).
Em outras palavras, um exército que escolheu o que levar para o combate e escolheu o MBT.
LeandroGCard escreveu:Já o inimigo era composto por guerrilheiros com um mínimo de treinamento e equipamento (o melhor equipamento que tem são as pick-up´s - brancas

de preferência) e ainda por cima operando praticamente largados no campo, sem suporte algum de ninguém.
Uma força que tem, como único recurso, suas próprias vidas, e mal podem escolher qual arma usar, quanto de seus poucos recursos são usados para destruir cada MBT?
Em relação aos recursos preciso complementar aqui, por exemplo, o que é mais barato na hora que é preciso fazer um sacrifício, um MBT com seus 4 tripulantes ou 20 infantes com seus fuzis?
Se for preciso precificar uma vida eu usaria o raciocínio:
1) Um soldado é um trabalhador que poderia estar produzindo algo mas, ao invés disso está treinando;
2) O que ele deixa de produzir deixou de fazer parte do PIB do país;
3) O que ele produziria pode ser estimado multiplicando o PIB per capita pela expectativa de vida, mas os dois fatores seriam maiores se ele fosse um trabalhador e não um soldado.
4) O PIB per capita dos EUA é mais ou menos US$ 53.000,00, do Brasil US$ 11.000,00, a expectativa de vida 78 para os EUA e 72 para o Brasil, o custo total, US$ 4.134.000,00 por cabeça nos EUA e US$ 792.000,00 no Brasil.
5) Em cima disso coloque o custo dos equipamentos e materiais, inclusive o que foi usado para o treinamento desse soldado.
Mesmo no caso do exército americano se vê decisões que colocam o valor da vida dos soldados muito abaixo disso, mas o ponto é, a perda de uma vida é algo extremamente caro e que pode destruir a economia de um país, por isso acho uma grande estupidez muitas das "economias" que vejo no meio militar feitas em relação a equipamento e treinamento.
Voltando a questão dos guerrilheiros, que se arriscam e perdem muitas vidas para destruir um MBT, qual a alternativa ao MBT? Soldados a pé que morreriam em números semelhantes ao número de guerrilheiros? Não me parece uma decisão sensata.