Carcará escreveu:O A-29, que hoje é responsável por este tipo de missão, possui radar?
Carcará,
Peço antecipadamente desculpas pelo tom professoral da resposta, porém acredito que seja necessário.
A Doutrina Básica da Força Aérea Brasileira preconiza que a "Missão de Interceptação", dentro da "Tarefa de Superioridade Aérea" (Aplicação da Força Aérea no Domínio do Espaço Aéreo), destina-se a interceptar vetores aéreos, a fim de identificá-los, restringir o seu movimento ou destruí-los.
Essa Missão deverá ser executada,
diuturnamente, em qualquer condição meteorológica.
Portanto, uma aeronave sem o radar de bordo estará impossibilitada de cumprir essa Missão. Assim sendo, a FAB nunca cogitou de utilizar as aeronaves A-1 para cumprir essa Missão.
Nunca mesmo.
A Missão de Interceptação também é aplicada nas Medidas de Policiamento do Espaço Aéreo (MPEA),
também diuturnamente, desde os tempos de paz.
As aeronaves destacadas para essa missão são, atualmente, os F-5 (BACO, BASC, BAAN e BAMN) e os A-29 (BACG, BABV e BAPV).
Como os A-29 não possuem radar, operam com grandes limitações operacionais.
Veja que existe uma grande diferença entre a "Missão de Interceptação", que exige aeronaves de caça, com todas as características que todos conhecem (Radar, mísseis, proteção eletrônica, etc.), e as que são empregadas para a aplicação das MPEA, onde até helicópteros, eventualmente, poderiam ser empregados.
Como no artigo que deu origem a essa saudável discussão o autor afirmou que a FAB, ou alguns oficiais dessa Força, teriam cogitado de empregar as aeronaves A-1 como "interceptadores", i.e., na "Missão de Interceptação" que prevê a Doutrina Básica, tomei a iniciativa de postar que isso jamais ocorreu.
A utilização dessas aeronaves na aplicação das MPEA poderia ser feita, porém com enormes limitações operacionais.
Sabre
PS: Os A-29 não são os responsáveis por essa missão.