Pergunta de leigo: isso não se aplica, principalmente, a uma ação ofensiva em ambiente urbano, tipo limpeza de aposentos, combate aproximado e coisas do gênero?Túlio escreveu:Mira de ferro, para ser usada com eficiência, exige que se feche um dos olhos e concentre o foco do outro no enquadramento do alvo. Qualquer pessoa com treinamento em Operações Táticas sabe que isso só se faz em ocasiões especialíssimas, pois os Instrutores torram tempo e esforço justamente nos ensinando o oposto, ou seja, disparar com ambos os olhos abertos. E por quê?
Porque, ao fazer o correto enquadramento com iron sight se perde praticamente TODA a visão periférica, ou seja, só se vê o alvo (e meio borrado, pois o foco é no alinhamento alça-massa). É a chamada "visão de túnel" elevada à máxima potência. E nos treinam exatamente para combater este PROBLEMA, temos que manter a maior consciência situacional possível. Sob stress a tendência é criar e manter "túnel", um dos piores efeitos da adrenalina, daí os malditos treinamentos de tiro sob stress. Nos sacaneiam de tudo que é jeito até ficarmos tremendo de tanta adrenalina, então - com arma descarregada e verificada - nos fazem progredir (duplas, a técnica do "buddy" pegou mesmo aqui no RS) de frente para o Instrutor,
(...)
Recomendável só para Caçador (Sniper) que, este sim, deve concentrar-se exclusivamente no enquadramento do alvo. Mas ele tem seu Observador (Spotter) para ficar de olho nos arredores, entre outras funções. Operadores de Mtr idem. Nós, meros mortais, temos de estar atentos a tudo à nossa volta.
Claro, há ocasiões em que se necessita mesmo usar as miras buscando um disparo preciso mas vamos lembrar: a diferença entre o estande e a ação real é que no estande o alvo não responde ao fogo. No mundo real, onde o chumbo está voando, pouca gente se sente confortável para calmamente "dormir na mira"...[/justificar]
As necessidades de um soldado de infantaria numa ação defensiva talvez exijam outro tipo de modalidade de fogo visado. Então, um tal soldado pode estar abrigado num foxhole, com a responsabilidade de integrar o fogo coletivo do GC, por exemplo, que pode ser iniciado com o inimigo já num alcance, vamos chutar, de uns 400 a 500 metros. Então, quando o inimigo chega a uma linha de defesa final, mais ou menos por volta de 200 metros, o soldado começa a atirar de forma individual, nos alvos que estejam na sua mira. Se o inimigo chegar mais perto, aí as coisas ficam realmente pretas e vamos para o combate aproximado com granadas de mão e o que tiver à disposição.
Não entendo dessas tecnologias (EOTECH, e sei lá mais o quê) mas se eu entendi bem o que ABULDOG74 tem escrito, várias vezes, é que a doutrina de combate dos Fuzileiros Navais não preconiza a "mira de ferro" no lugar das novas miras, apenas, salienta que as miras de ferro precisam estar disponíveis em situações de emergência. E que para tanto, elas tem de ser eficientes, e os navais tem de continuar sendo adestrados, de forma intensiva, na utilização delas.
Ou eu entendi errado?