Ucrânia

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Qual esfera de poder deve seguir a Ucrânia?

Rússia
58
46%
União Européia
38
30%
Neutra
29
23%
 
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Francisco Carlos Dutzig
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Re: Ucrânia

#886 Mensagem por Francisco Carlos Dutzig » Seg Mar 10, 2014 10:41 pm

Russia não abre mão de sua saida ao mediterraneo é crucial estratégico, perder seria estar condenado a ser bloqueado ja no estreito de bósforo, ja que no inverno é impraticável a saida pelo norte, o contrário é guerra, e porfavor dizer que só os russos mentem é hipocrisia daqueles que sabendo que a midia ocidental se faz de santa, faz o favor os relatórios das armas de destruição em massa no iraque é o que?
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Re: Ucrânia

#887 Mensagem por hades767676 » Seg Mar 10, 2014 10:56 pm

pt escreveu:
hades767676 escreveu: Tá e de onde você tirou (das leis ucranianas ou da Crimeia) que o sim de qualquer forma vai se sobrepor ao não? Quero apenas uma fonte com base nas leis de lá (e sua imaginação não vale, claro). O fato é que está claro que a maioria quer deixar a Ucrânia falida e ir para Rússia e isso está deixando o ocidente quer ama "democracia" desesperado, principalmente porque não podem fazer nada sem que sejam prejudicados e não falo só da questão do gás, Rússia importa centenas de milhares de carros da UE.
Às vezes eu penso que você não deve existir.

Consulta simples à WIKIPEDIA

There will be two options to choose from on the ballot with voters able to choose only one of them.

(...)
The referendum will be decided by a simple majority with the option with the most votes declared winner.[d] Although the ballot uses question marks to portray the options, answers will not be given in the yes or no format. Instead, voters will be able to mark only one option, with ballots casted for both options declared invalid and therefore removing any possibility of a tie between the two. The ballots will also lack an against all option with voters forced to choose either one option or the other.


Wikipedia? falo mais nada.
Editado pela última vez por hades767676 em Seg Mar 10, 2014 11:07 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Ucrânia

#888 Mensagem por rogertfs » Seg Mar 10, 2014 11:03 pm

É PELO VISTO ESSE NEGOCIO VAI SER RESOLVIDO NA BALA...
OS ARGUMENTOS ACABARAM..
E SO ESPERAR E VER O SANGUE JORRAR...
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Re: Ucrânia

#889 Mensagem por hades767676 » Seg Mar 10, 2014 11:08 pm

rogertfs escreveu:É PELO VISTO ESSE NEGOCIO VAI SER RESOLVIDO NA BALA...
OS ARGUMENTOS ACABARAM..
E SO ESPERAR E VER O SANGUE JORRAR...
Se for isso mesmo a Ucrânia está perdida, mas creio que essa possibilidade ainda é remota.
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Re: Ucrânia

#890 Mensagem por FOXTROT » Ter Mar 11, 2014 8:31 am

http://noticias.terra.com.br/mundo/euro ... aRCRD.html

Presidente ucraniano voltará a kiev!


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Re: Ucrânia

#891 Mensagem por LeandroGCard » Ter Mar 11, 2014 8:33 am

pt escreveu:Bom. O problema é que toda esta situação foi causada exactamente por causa do que os ucranianos estavam a pedir.
Eles pediam basicamente o fim da corrupção que tem vindo a impedir o país de progredir e que o vem enterrando cada vez mais.
Em cada lugar os manifestantes ou quem quer que sejam os que tentam tomar o poder pedem alguma coisa, o quê exatamente pouco interessa aos fazedores da política externa americana. A única coisa que eles se preocupam é se a manifestação é contra ou a favor de seus interesses próprios ou de alguém que eles considerem aliado ou rival. E isso decide se terá apoio ou não, e que tipo de apoio (principalmente militar).

Por isso os EUA apoiaram com tudo que puderam a ascensão do talibã no Afeganistão e ao próprio Bin Laden, os contras da Nicarágua e os esquadrões de extermínio de El Salvador, um monte de ditaduras na América Latina, inclusive no Brasil, as monarquias obscurantistas do golfo, os grupos radicais da Síria e por aí vai. E são sempre rápidos a se meter e interferir onde quer que aconteça qualquer agitação, sem parar para entender o que realmente está acontecendo ou pensar nas consequências de suas ações. Eles já pagaram caro por isso, mas não aprenderam nada e estão repetindo novamente o mesmo padrão na Ucrânia. E ainda mandam se f#$@*! os que não tem tanta ansiedade quanto eles em se meterem onde não foram chamados, sejam amigos ou não.

O que aqui é irrelevante, é a interpretação que um militante do PCUS, que continua comunista e admirador da União Soviética e fanatico anti-americano pensa.

Para um russo deste tipo, se um ucraniano dá um traque, eles escutam logo os acordes de «America the Beautifull». Se dá dois, acha que é o hino da América.
Se o ucraniano tem diarreia, é sinal de completa submissão ao capitalismo malvado.
Ele pode ter vindo de onde vier e ser fanático pelo que for, não é o autor da carta que está em julgamento mas o conteúdo dela. E seu conteúdo toca sim em um ponto importante, que é esta atitude reiterada dos EUA de interferir onde e quando querem, do jeito que querem, sem sequer parar para raciocinar. Isto está tornando o mundo um lugar muito mais complicado e perigoso justamente quando o fim da guerra fria poderia permitir que ocorresse o contrário, inclusive por dar o mau exemplo a outros governos e mesmo indivíduos que podem apontar as ações americanas como justificativas para as suas próprias.

Esta é a mensagem da carta, e ela é pertinente e importante. Se você tem críticas ao autor ótimo, pode apresentá-las o quanto quiser, mas não distorça nem denigra por isso o conteúdo do texto em si.


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Re: Ucrânia

#892 Mensagem por FOXTROT » Ter Mar 11, 2014 9:11 am

Maldito erro, me impedindo de postar!

Vai assim mesmo:

http://noticias.terra.com.br/mundo/euro ... aRCRD.html


Precedente "Kosovo" :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:


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Re: Ucrânia

#893 Mensagem por Bourne » Ter Mar 11, 2014 9:22 am

LeandroGCard escreveu:Ele pode ter vindo de onde vier e ser fanático pelo que for, não é o autor da carta que está em julgamento mas o conteúdo dela. E seu conteúdo toca sim em um ponto importante, que é esta atitude reiterada dos EUA de interferir onde e quando querem, do jeito que querem, sem sequer parar para raciocinar. Isto está tornando o mundo um lugar muito mais complicado e perigoso justamente quando o fim da guerra fria poderia permitir que ocorresse o contrário, inclusive por dar o mau exemplo a outros governos e mesmo indivíduos que podem apontar as ações americanas como justificativas para as suas próprias.

Esta é a mensagem da carta, e ela é pertinente e importante. Se você tem críticas ao autor ótimo, pode apresentá-las o quanto quiser, mas não distorça nem denigra por isso o conteúdo do texto em si.


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Meu jovem,

As relações internacionais são construídas em cima de interferências em países interessantes.

O direito internacional, defesa da soberania e autodeterminação dos povos servem para ter alguma justificativa para as ações da da política externa e negociação com outros países e potencia. Nenhum país é isolado e faz o que quer sem dar satisfações. Ou melhor, buscar argumentos que lhe proporcionem legitimidade e justifiquem intervenções internas políticas ou militares. É o padrão de como funciona as relações internacionais desde meados do século XIX, quando o conceito de estado nação começou a ter força e fazer sentido. Os países agem de forma semelhante aquele advogado habilidosos que usa uma lei confusa para beneficiar o cliente. Com a vantagem de não ter uma entidade superior que digo o que pode ou não, mas sim nasce das negociações entre os membros.

Os americanos, como franceses, russos, ingleses, sauditas, sabem muito bem o que fazem quando financiam governos, oposição, distúrbios e ações políticas e milita. O mundo da Pollyana ou do Rambo se restringe a quem olha de fora. Dois exemplos.

A ocupação americana no oriente médio foi planejada para evitar as monarquias árabes saíssem do controle e perdessem o principal fornecedor de gás/petróleo. Isso é fato que serve como base para qualquer análise de qualquer livro sério que ache na Amazon.com ou artigo de qualquer revista minimamente respeitável. O que se discute são as repercussões e implicações como a relação entre EUA e Arabia Saudita, equilíbrio de poder no oriente médio, terrorismo e insurgência.

No Afeganistão, não tinha problemas morais em apoiar um saudita que se mostrava aliado dos interesses americanos. Além disso, a URSS invadiu o país declarando que estava dentro do direito internacional. Lembra a Ucrânia, não? Ou a Síria, Líbia, Sudeste Asiático...

A ucrânia e dos países da ex-URSS trazem problemas do plano de construção do homem soviética de Stalin, Com o fim do nacionalismo e das minorias, sem problemas em usar deportações e transferências em massa de população. Criou tantas tensões que foi fundamental implodir a URSS. Não sumiu por não gostem do nome. Hoje em dia tem países como ucrânia com minorias russas que se acham e são russos, uma aversão dos nacionalistas sobre qualquer coisa russa, tensão social e institucional elevada.

Da forma que a Rússia trata os vizinhos não ajuda em nada. Aprofunda o potencial de conflito, impulsionar o nacionalismo e se aliar a qualquer um que se mostre inimigo da Rússia. Dar uma rambo como o Puttin está fazem ajuda a fortace o sentimento anti-russo na Ucrânia e vizinhos. A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas tinha esse nome para enterrar o império russo e os sentimentos anti-russos, com cidadãos de todas as repúblicas tratados como iguais, sem discriminação ou atos imperiais como no passado. Hoje os russos não são os soviéticos, a atual está mais para a Rússia do imperial do século XIX, que cria aversão e trás péssimas lembranças dos vizinhos. Nem comparem com o anti-americanismo latino-americano que é birra de criança comparado com eles.

Falar que a Rússia intervém dentro da legalidade é mentir ou desconhecer totalmente o que é direito internacional. É o mesmo que achar a invasão do Iraque pelos EUA foi legal. Nem a derrubada do Kadafi e conflitos na Síria. Todas representam a implosão da ideia de soberania nacional e que não pode atacar outro país por que sim. Não que a ideia seja respeitada e válida, mas abrem margem a todo mundo fazer o que quiser. O resultado é que o mundo se tornou extremamente perigoso.

Esse é o mundo real. Não a visão de pollyana do Itamaraty ou encantado da América do Sul.
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Re: Ucrânia

#894 Mensagem por LeandroGCard » Ter Mar 11, 2014 10:13 am

Certo,

E com tudo isso no mundo real as torres gêmeas foram derrubadas pelos asseclas do Bin Laden (com tudo o que isso implicou para as liberdades americanas e a evolução de sua política interna), o Iraque pós Saddam caminha para se tornar aliado do Irã, o diplomata americano na Líbia foi morto, e por aí vai... .

É claro que os governos dos mais diversos países interferem em outros sempre que podem e acham que seus mais chegados podem ganhar alguma coisa com isso (ou que seus desafetos podem perder), mas ninguém, nem eles, são perfeitos e oniscientes, sabendo antecipar sem errar todos os desenvolvimentos posteriores de suas ações, e a história está repleta de exemplos em que o tiro saiu pela culatra. Só isso já deveria fazer com que estes governantes pensassem vinte vezes antes de tomarem ações precipitadas se metendo em caldeirões que não conhecem e que não sabem se e como podem explodir. Mas justamente a que deveria ser a mais avançada potência do planeta dá repetidamente o exemplo de ação intempestiva e irresponsável que e muitos casos se revela contra-producente no prazo mais longo, e isso muitas vezes mesmo contra o conselho de seus próprios especialistas. E não sejamos ingênuos de achar que eles tem o controle do futuro e que "todos os seus movimentos são friamente calculados", eles são tão humanos quanto qualquer um e cometer erros é da natureza humana, por isso tantas vezes depois tem que lidar com problemas muito maiores do que os que a intervenção inicial tentava impedir ou resolver.

Este é o ponto que o analista russo levanta na carta. Aparentemente embriagada pelo poder militar do seu país boa parte da elite política americana tem atuado como cowboys desde o fim da guerra fria, sempre querendo atirar primeiro e fazer perguntas depois, e isso tem contribuído para um mundo muito mais atribulado, complexo e perigoso do que deveria ser dado o nível de desenvolvimento que a humanidade já alcançou. E este mau exemplo incentiva outros ainda menos preparados do que eles a agir do mesmo jeito, o que piora em muito a situação. É claro que a Rússia está também agindo muito mal nesta situação toda da Ucrânia (leia os meus posts e veja se em qualquer lugar eu justifiquei as ações de Moscou), mas ela não foi a primeira a agir assim e teve muitos exemplos para seguir. E como ela a China, a Arábia Saudita, Israel e muitos outros estão também achando que podem sair por aí executando ações do mesmo tipo, pois o exemplo "vem de cima", já que quem está na melhor condição de dar o bom exemplo manda todo mundo se f@#$*! e faz justamente o contrário. E o resultado é o que estamos vendo, um mundo muito mais confuso, perigoso e infeliz do que os já amplos conhecimentos da humanidade neste século XXI permitiriam imaginar.

Pode ser esta a realidade, mas os simples fato de ser verdade não implica em ser correto, bom e nem mesmo recomendável. E qualquer aviso sobre os perigos que traz este tipo de comportamento político internacional é importante e muito bem vindo, pelo menos para mostrar que nem todos estão felizes e contentes em ver o mundo transformado em um faroeste onde só o que importa é a velocidade do saque, e pontaria e o calibre do colt.


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Re: Ucrânia

#895 Mensagem por FOXTROT » Ter Mar 11, 2014 10:57 am

http://noticias.terra.com.br/mundo/crim ... aRCRD.html

Crimeia fecha espaço aéreo e obriga voo de kiev a voltar!

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Re: Ucrânia

#896 Mensagem por pt » Ter Mar 11, 2014 11:31 am

O engraçado, é que mesmo com um referendo em que as opções são votar SIM ou votar SIM, mesmo assim os nazistas russos querem jogar pelo seguro, declarando a independência antes do referendo ocorrer.
(grande parte da população não vai votar e estima-se que apenas 10% dos eleitores possam exercer o direito de voto).

A questão da legitimidade existirá sempre, mas não podemos deixar de considerar outros fatores.

A coisa mais estapafurdia nesta situação, é que o regime russo, não quer sequer saber de qualquer regra internacional, viola essas regras sem qualquer problema e depois olha espantado quando alguém o acusa.

O problema principal, é que a Russia nunca deixou de ter uma visão imperial de si própria.
Quando certos setores nos Estados Unidos propuseram pura e simplesmente acabar com aquilo de uma vez por todas, eles tinham em consideração este problema. O imperialismo russo só deixaria de existir se os vários povos russos se libertassem das grilhetas da velha nação da Moscóvia, os russos do norte, que são hoje o cimento que consegue garantir a existência do país [1]

Mas foram pesados os prós e os contras e por isso a opção foi a de manter a Russia mais ou menos intacta.
Os europeus e principalmente os alemães opuseram-se à fragmentação da Russia e os argumentos foram pesados. Eles argumentaram que não seria possível desnuclearizar todos os países que sairiam da federação russa e que inevitavelmente eles entrariam em guerra uns com os outros.
Guerra dos países da federação entre si e com os países da antiga URSS. E esses países tinham quase todos armas atómicas.
Alguns desses países acabariam por cair rapidamente na esfera de influência da China e outros cairiam na esfera de influência dos iranianos, algo que Washington não queria nem ouvir falar.

Portanto, a solução foi ficar com uma Russia demasiado grande, e ao mesmo tempo acenar com um acordo de aliança com a União Europeia.
Os russos, recusaram.
Eles recusaram porque a UE não queria a Russia dentro, porque isso daria demasiado poder aos russos no parlamento europeu e porque isso implicaria custos estratosféricos.

A partir daí, os russos decidiram seguir o seu próprio caminho fora da União Europeia. Mas nessa altura eles perceberam que as coisas nunca mais seriam como antes. Logo em 1999 países como a Polónia a República Checa ou a Hungria juntaram-se à NATO. Pior e impensável, os bálticos entram na NATO em 2004, junto com o resto dos países da Europa de Leste.

Nos últimos dez anos, a Russia tem tentado lutar contra esse movimento, baseando-se na tradicional paranoia russa do cerco, e esquecendo que todas as reações por parte dos países ocidentais, foram sempre resultado de uma ação russa.

Portanto, nós não estamos perante uma resposta russa. Nos estamos perante a ação russa que inevitavelmente levará a uma reação.
O problema é que a reação das democracias será lenta porque será essencialmente economica.

Temos vindo a assistir a uma sucessão de disparates por parte dos russos, que são típicas de uma potência agressiva, mas extremamente desconfiada e assustada.
Bastaria ver o pânico dos russos, quando um só dos quase 70 contra-torpedeiros de defesa aérea americanos entra no Mar Negro.

E a Russia não vai pagar de imediato, vai pagar a médio e longo prazo.
A instabilidade vai voltar e isso vai ter repercussões dramáticas.

Chego a pensar que talvez agora os líderes europeus acordem e percebam que a continua politica de desinvestimento na defesa tem consequências.




[1] - Da mesma maneira que a Nação Castelhana é o cimento que une a Espanha e quase da mesma maneira que a Prussia era o cimento da Alemanha até à I guerra mundial
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Re: Ucrânia

#897 Mensagem por hades767676 » Ter Mar 11, 2014 12:35 pm

Entrevista com Angela Stent, escritora de vários livros sobre diplomacia, ex consultora da OTAN e professora universitária.
http://g1.globo.com/globo-news/noticia/ ... -otan.html
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Re: Ucrânia

#898 Mensagem por P44 » Ter Mar 11, 2014 3:20 pm

Crimeia declara independência e Ucrânia começa a juntar tropas

João Ruela Ribeiro

11/03/2014 - 14:04

(actualizado às 14:50)

Vai ser formada a Guarda Nacional para suprir as carências do Exército ucraniano. EUA iniciam exercícios militares no mar Negro e na Polónia.





O Parlamento regional da Crimeia aprovou nesta terça-feira a independência da península em relação à Ucrânia, uma etapa prevista rumo ao referendo de domingo. As autoridades de Kiev já afirmaram que não vão reconhecer a decisão de um parlamento que consideram ilegal e preparam-se para defender o território.

Os deputados reunidos no Parlamento na capital da Crimeia, Simferopol, utilizaram o precedente do Kosovo para defenderem o seu propósito e invocaram a Carta das Nações Unidas, bem como “toda uma série de outros documentos internacionais que estabelecem o direito dos povos à autodeterminação”, segundo o texto aprovado.

A declaração de independência da península do mar Negro é um passo prévio para a integração da Crimeia na Federação Russa. A vitória do “sim” no referendo de 16 de Março – o resultado mais esperado – será seguida de um pedido formal “à Federação Russa para [a Crimeia] ser admitida, tendo por base um acordo intergovernamental idóneo, como novo sujeito da federação”, lê-se na declaração, aprovada por 78 dos 81 deputados presentes.

Moscovo já mostrou abertura para aceder ao pedido das autoridades da Crimeia. Logo após o anúncio da marcação do referendo, na semana passada, os presidentes das duas câmaras legislativas da Federação Russa garantiram que a Rússia “apoiará a decisão do povo da Crimeia”.

EUA em exercícios militares
Bem perto do foco da tensão, os Estados Unidos iniciam esta terça-feira um conjunto de exercícios militares em coordenação com aliados regionais da NATO.

Apesar de o Pentágono ter sublinhado que as manobras estavam previstas ainda antes do início da crise na Crimeia, a resposta dos EUA não deixa de ser vista como uma tentativa para acalmar os países da Europa de Leste, intranquilos pela instabilidade na região.

O ministro da Defesa polaco, Tomasz Siemoniak, afirmou que estava previsto que os exercícios conjuntos fossem mais reduzidos, mas que a tensão na Ucrânia levou Varsóvia a solicitar aos EUA o envio de caças. Washington acedeu ao pedido e pelo menos 12 caças F-16 deverão chegar à Polónia esta semana, segundo a AFP.

Para além dos exercícios com a Polónia, os Estados Unidos vão enviar o navio USS Truxtun, com 300 militares, para patrulhar o mar Negro, onde se vão coordenar com unidades da Marinha búlgara e romena. As manobras vão ter lugar perto da cidade portuária romena de Constanta, a apenas 350 quilómetros de Sebastopol, onde está estacionada a Frota Russa no Mar Negro.

“O objectivo do exercício é o de aumentar a compatibilidade operacional dos navios da Marinha dos membros da NATO, melhorar o entendimento mútuo e aumentar o nível de preparação no mar”, segundo o Ministério da Defesa búlgaro.

A NATO iniciou, entretanto, um conjunto de voos de reconhecimento sobre a Polónia e a Roménia para monitorizar a situação no território ucraniano. Esta terça-feira, o espaço aéreo da Crimeia foi fechado a todos os voos comerciais, excepto os provenientes ou com direcção a Moscovo, segundo a AFP.

Nova força de segurança
As novas autoridades da Ucrânia negam-se a reconhecer legitimidade à consulta popular e não estão dispostas a abrir mão de nenhuma parte do território. O primeiro-ministro interino, Arseni Iatseniuk, disse recentemente que não vai ceder “um centímetro que seja do território ucraniano”.

Iatseniuk é recebido na quarta-feira na Casa Branca e na quinta vai discursar ao Conselho de Segurança da ONU sobre a intervenção russa na Crimeia.

Numa derradeira tentativa, o Parlamento ucraniano alertou as autoridades da Crimeia que o parlamento regional poderá enfrentar a dissolução caso o referendo vá em frente.

No mesmo dia em que a Crimeia declara a independência, o Presidente interino da Ucrânia anunciou a fundação de uma nova força de segurança, com o objectivo de “defender os cidadãos dos criminosos e de agressões internas ou externas”.

A Guarda Nacional terá por base as forças existentes do Ministério do Interior e será totalmente composta depois de ser concluída a mobilização de voluntários com experiência militar. Oleksander Turchinov sublinhou a necessidade de reconstruir as Forças Armadas ucranianas, numa altura em que tem subido a tensão com a Rússia, que Kiev acusa de ter invadido a Crimeia.

A nova administração ucraniana tem tido mão pesada para conter qualquer ameaça de separatismo. O ex-governador da região de Kharkov (Leste), Mikhail Dobkin, foi detido na segunda-feira e pode ser condenado a uma pena de cinco anos de prisão por "ataques à integridade territorial e à independência da Ucrânia", segundo um comunicado da Procuradoria, citado pela RIA Novosti.

Dobkin, que abandonou o cargo para se candidatar às eleições presidenciais de 25 de Maio, terá defendido a federalização da Ucrânia durante uma mesa redonda em Kharkov, a 12 de Fevereiro, segundo o jornal ucraniano de língua inglesa Kyiv Post.

A detenção de Dobkin, que é muito popular junto das populações russófonas do Leste do país, pode fazer aumentar a desconfiança sobre as novas autoridades ucranianas. Rinat Akhmetov, o homem mais rico do país e um dos oligarcas mais influentes na vida política ucraniana, mostrou-se disponível para pagar a fiança de Dobkin.

"Quando as autoridades detêm um dos líderes do Leste da Ucrânia, isso não acalma a situação an região, mas sim inflama. Deve ser um tribunal independente a decidir, depois de uma investigação profunda, se Mikhail Dobkin é culpado ou não", afirmou Akhmetov, através de um comunicado. Akhmetov é considerado o homem por trás da ascensão de Ianukovich, mas desde a sua fuga do país que tem apoiado os novos governantes.

http://www.publico.pt/mundo/noticia/cri ... as-1627857
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Re: Ucrânia

#899 Mensagem por pt » Ter Mar 11, 2014 3:24 pm

Russia não abre mão de sua saida ao mediterraneo é crucial estratégico, perder seria estar condenado a ser bloqueado ja no estreito de bósforo, ja que no inverno é impraticável a saida pelo norte, o contrário é guerra, e porfavor dizer que só os russos mentem é hipocrisia daqueles que sabendo que a midia ocidental se faz de santa, faz o favor os relatórios das armas de destruição em massa no iraque é o que?
Como ?
A Russia não abre mão dos estreitos turcos ? :shock:

Desde a guerra fria, que os russos consideram que em caso de guerra, o estreito do Bósforo seria automaticamente fechado.

Por isso, a sua organização militar naval era basicamente constituida por navios Kamikaze. Eles colocariam um navio lança-mísseis apoiado por algumas fragatas junto a cada Task Force americana.
O intuito era garantir a destruição dos porta-aviões americanos para que depois eles não pudessem apoiar a movimentação russa na Europa do Sul.

Há muito poucas dúvidas que os russos e os marinheiros russos não soubessem que os seus navios no mediterrâneo seriam destruidos em poucas horas (embora caso tudo corresse como planeado, os porta-aviões americanos já tivessem sido colocados fora de combate).

Por esta razão, os russos mantiveram uma curiosa prática para garantir em qualquer momento o direito de passar nos estreitos turcos sem precisar de autorização.
Eles apresentavam dezenas de pedidos diariamente às autoridades turcas, e depois esses pedidos perdiam a validade porque os russos não os utilizavam.

A tática russa, era sair para o Mar Mediterrâneo com um grande número de navios para actuar contra os grupos da esquadra americana. Quando começasse o conflito o bósforo estaria fechado, mas a esquadra também já não existiria.

Se há país que os russos não querem hostilizar é a Turquia.
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Re: Ucrânia

#900 Mensagem por P44 » Ter Mar 11, 2014 3:27 pm

acabo de descobrir que quando o iushenko e a timochenko estavam no poder não existia corrupção na Ucrânia.

Até parece que essa não foi uma das razões para a eleição do Ianukovitch.

o que vale é que o forum não é em 3D, havia narizes que já não cabiam no ecrã...
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