Geopolítica Brasileira
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Re: Geopolítica Brasileira
Ambiente bem pré revolucionário.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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Re: Geopolítica Brasileira
Brasil, EUA e o “hemisfério ocidental”
“Ao norte do continente, o poder americano foi, é e seguirá sendo incontrastável, garantindo-lhe fronteiras continentais absolutamente seguras. Além disto, a assimetria de poder dentro da América do Norte é de tal ordem que o Canadá e o México tendem a convergir cada vez mais, atraídos pela força gravitacional do poder econômico e militar dos EUA”, escreve José Luís Fiori.
“As terras situadas ao sul do Rio Grande constituem um mundo diferente do Canadá e dos Estados Unidos. E é uma coisa desafortunada que as partes de fala inglesa e latina do continente tenham que ser chamadas igualmente de América, evocando similitudes entre as duas que de fato não existem”. N. Spykman, “America’s Strategy in World Politics, Harcourt, Brace abd Company, New York, 1942, p: 46.
Tudo indica que os Estados Unidos serão o principal contraponto da política externa brasileira, dentro do Hemisfério Ocidental, durante o século XXI. E quase ninguém duvida, também, que os EUA seguirão sendo por muito tempo a principal potência militar e uma das principais economias do mundo. Por isto é fundamental compreender as configurações geopolíticas da região e a estratégia que orienta a política hemisférica americana deste início de século.
Ao norte do continente, o poder americano foi, é e seguirá sendo incontrastável, garantindo-lhe fronteiras continentais absolutamente seguras. Além disto, a assimetria de poder dentro da América do Norte é de tal ordem que o Canadá e o México tendem a convergir cada vez mais, atraídos pela força gravitacional do poder econômico e militar dos EUA. O que não significa, entretanto, que o Canadá e o México ocupem a mesma posição junto aos EUA e dentro do tabuleiro geopolítico e econômico regional, apesar dos três países participarem do “Tratado Norte-Americano de Livre Comercio” (Nafta) desde 1993.
O Canadá ocupa uma posição única, como ex-colônia e ex-domínio britânico, que, depois da sua independência e da Segunda Guerra Mundial, transferiu-se para a órbita de influência direta dos EUA, transformando-se em sócio comercial, aliado estratégico e membro do sistema de defesa e informação militar dos povos de “língua inglesa”, comandado pelos EUA, e composto pela Inglaterra, Austrália e a Nova Zelândia. Neste contexto, o México ocupa apenas a posição de enclave militar dos EUA, uma espécie de “primo pobre”, de “fala latina”, ao lado das potências anglo-saxônicas.
Mais do que isto, o México é hoje um país dividido e conflagrado por uma verdadeira guerra civil que escapa cada vez mais ao controle do seu governo central, mesmo depois do acordo de colaboração militar assinado com os EUA em 2010. E mesmo com relação ao Nafta, a economia mexicana se beneficiou em alguns poucos setores dominados pelo capital americano, como automobilística e eletrônica, mas ao mesmo tempo, nestes últimos vinte anos, o México foi o único dos grandes países latino-americanos em que a pobreza cresceu, atingindo hoje, 51,3% da sua população. Hoje a economia mexicana é inseparável da americana e a política externa do país tem escassíssimos graus de liberdade, atuando quase sempre como ponta de lança da política econômica internacional dos EUA, como no caso explícito da “Aliança do Pacífico”.
Do ponto de vista estritamente geográfico, a América do Norte inclui o istmo centro-americano, que Nicholas Spykman coloca ao lado dos países caribenhos, e da Colômbia e Venezuela, dentro de uma mesma zona de influência americana, “onde a supremacia dos EUA não pode ser questionada. Para todos os efeitos trata-se um mar fechado cujas chaves pertencem aos EUA o que significa que ficarão sempre numa posição de absoluta dependência dos EUA” (N.S, p: 60).
O que explica as 15 bases militares dos EUA, existentes na América Central e no Caribe. Foi uma região central na 2ªGuerra Fria de Ronald Reagan e será muito difícil que se altere a posição americana nas próximas décadas, muito além da das “dissidências” cubana e venezuelana.
Por último, a política externa americana diferencia claramente os países situados ao sul da Colômbia e da Venezuela, onde seu principal objetivo estratégico foi sempre impedir que surgisse um polo alternativo de poder no Cone Sul do continente, capaz de questionar a sua hegemonia hemisférica. Com relação a estes países, os EUA sempre utilizaram a mesma linguagem, com duas tônicas complementares: a dos acordos militares bilaterais e a das zonas de livre comércio.
Os acordos militares começaram a ser assinados no fim do século XIX e a primeira proposta de uma zona pan-americana de livre comércio foi apresentada pelo presidente Grover Cleveland, em 1887, um século antes da Alca, proposta em 1994 e rejeitada em 2005, pelos principais países sul-americanos. Não existe uma relação mecânica entre os fatos, mas chama atenção que pouco depois desta rejeição os EUA tenham reativado sua IV Frota Naval, com objetivo de proteger seus interesses no Atlântico Sul. A este propósito cabe lembrar o diagnóstico e a proposta de Nicholas Spykman (1893-1943), o teórico geopolítico que exerceu maior influência sobre a política externa dos EUA no século XX: “fora da nossa zona imediata de supremacia americana, os grandes estados da América do Sul (Argentina, Brasil e Chile) podem tentar contrabalançar nosso poder através de uma ação comum[...] e uma ameaça à hegemonia americana nesta região do hemisfério (a região do ABC) terá que ser respondida por meio da guerra” (N.S p: 62 e 64).
Estes são os termos da equação, e a posição americana foi sempre muito clara. O mesmo não se pode dizer da política externa brasileira.
Fonte: ihu.unisinos
http://www.defesaaereanaval.com.br/?p=36817
“Ao norte do continente, o poder americano foi, é e seguirá sendo incontrastável, garantindo-lhe fronteiras continentais absolutamente seguras. Além disto, a assimetria de poder dentro da América do Norte é de tal ordem que o Canadá e o México tendem a convergir cada vez mais, atraídos pela força gravitacional do poder econômico e militar dos EUA”, escreve José Luís Fiori.
“As terras situadas ao sul do Rio Grande constituem um mundo diferente do Canadá e dos Estados Unidos. E é uma coisa desafortunada que as partes de fala inglesa e latina do continente tenham que ser chamadas igualmente de América, evocando similitudes entre as duas que de fato não existem”. N. Spykman, “America’s Strategy in World Politics, Harcourt, Brace abd Company, New York, 1942, p: 46.
Tudo indica que os Estados Unidos serão o principal contraponto da política externa brasileira, dentro do Hemisfério Ocidental, durante o século XXI. E quase ninguém duvida, também, que os EUA seguirão sendo por muito tempo a principal potência militar e uma das principais economias do mundo. Por isto é fundamental compreender as configurações geopolíticas da região e a estratégia que orienta a política hemisférica americana deste início de século.
Ao norte do continente, o poder americano foi, é e seguirá sendo incontrastável, garantindo-lhe fronteiras continentais absolutamente seguras. Além disto, a assimetria de poder dentro da América do Norte é de tal ordem que o Canadá e o México tendem a convergir cada vez mais, atraídos pela força gravitacional do poder econômico e militar dos EUA. O que não significa, entretanto, que o Canadá e o México ocupem a mesma posição junto aos EUA e dentro do tabuleiro geopolítico e econômico regional, apesar dos três países participarem do “Tratado Norte-Americano de Livre Comercio” (Nafta) desde 1993.
O Canadá ocupa uma posição única, como ex-colônia e ex-domínio britânico, que, depois da sua independência e da Segunda Guerra Mundial, transferiu-se para a órbita de influência direta dos EUA, transformando-se em sócio comercial, aliado estratégico e membro do sistema de defesa e informação militar dos povos de “língua inglesa”, comandado pelos EUA, e composto pela Inglaterra, Austrália e a Nova Zelândia. Neste contexto, o México ocupa apenas a posição de enclave militar dos EUA, uma espécie de “primo pobre”, de “fala latina”, ao lado das potências anglo-saxônicas.
Mais do que isto, o México é hoje um país dividido e conflagrado por uma verdadeira guerra civil que escapa cada vez mais ao controle do seu governo central, mesmo depois do acordo de colaboração militar assinado com os EUA em 2010. E mesmo com relação ao Nafta, a economia mexicana se beneficiou em alguns poucos setores dominados pelo capital americano, como automobilística e eletrônica, mas ao mesmo tempo, nestes últimos vinte anos, o México foi o único dos grandes países latino-americanos em que a pobreza cresceu, atingindo hoje, 51,3% da sua população. Hoje a economia mexicana é inseparável da americana e a política externa do país tem escassíssimos graus de liberdade, atuando quase sempre como ponta de lança da política econômica internacional dos EUA, como no caso explícito da “Aliança do Pacífico”.
Do ponto de vista estritamente geográfico, a América do Norte inclui o istmo centro-americano, que Nicholas Spykman coloca ao lado dos países caribenhos, e da Colômbia e Venezuela, dentro de uma mesma zona de influência americana, “onde a supremacia dos EUA não pode ser questionada. Para todos os efeitos trata-se um mar fechado cujas chaves pertencem aos EUA o que significa que ficarão sempre numa posição de absoluta dependência dos EUA” (N.S, p: 60).
O que explica as 15 bases militares dos EUA, existentes na América Central e no Caribe. Foi uma região central na 2ªGuerra Fria de Ronald Reagan e será muito difícil que se altere a posição americana nas próximas décadas, muito além da das “dissidências” cubana e venezuelana.
Por último, a política externa americana diferencia claramente os países situados ao sul da Colômbia e da Venezuela, onde seu principal objetivo estratégico foi sempre impedir que surgisse um polo alternativo de poder no Cone Sul do continente, capaz de questionar a sua hegemonia hemisférica. Com relação a estes países, os EUA sempre utilizaram a mesma linguagem, com duas tônicas complementares: a dos acordos militares bilaterais e a das zonas de livre comércio.
Os acordos militares começaram a ser assinados no fim do século XIX e a primeira proposta de uma zona pan-americana de livre comércio foi apresentada pelo presidente Grover Cleveland, em 1887, um século antes da Alca, proposta em 1994 e rejeitada em 2005, pelos principais países sul-americanos. Não existe uma relação mecânica entre os fatos, mas chama atenção que pouco depois desta rejeição os EUA tenham reativado sua IV Frota Naval, com objetivo de proteger seus interesses no Atlântico Sul. A este propósito cabe lembrar o diagnóstico e a proposta de Nicholas Spykman (1893-1943), o teórico geopolítico que exerceu maior influência sobre a política externa dos EUA no século XX: “fora da nossa zona imediata de supremacia americana, os grandes estados da América do Sul (Argentina, Brasil e Chile) podem tentar contrabalançar nosso poder através de uma ação comum[...] e uma ameaça à hegemonia americana nesta região do hemisfério (a região do ABC) terá que ser respondida por meio da guerra” (N.S p: 62 e 64).
Estes são os termos da equação, e a posição americana foi sempre muito clara. O mesmo não se pode dizer da política externa brasileira.
Fonte: ihu.unisinos
http://www.defesaaereanaval.com.br/?p=36817
Carpe Diem
Re: Geopolítica Brasileira
Aeronáutica e Marinha estudam vender terrenos ao setor privado
A Aeronáutica voltou a discutir a desativação das bases aéreas de Fortaleza (CE), Santos (SP), Florianópolis (SC) e a mais famosa, a de Campos dos Afonsos, no Rio de Janeiro. Oficialmente a Força Aérea Brasileira nega, mas veladamente o alto comando estuda um plano antigo, da gestão do então ministro Nelson Jobim: a venda das bases para o setor privado, com o inevitável redirecionamento dos caças para as bases de Anápolis e Brasília. Se o plano vingar, sob autorização da presidente Dilma e com o cuidado de não deixar os céus desguarnecidos, a Aeronáutica resolve dois problemas de interesse nacional. Reforça o caixa, com o orçamento minguado que faz os militares darem piruetas contábeis para manter a Força, enquanto abre possibilidade para o setor privado investir em terminais, com a demanda crescente para voos comerciais nestas cidades. E a Aeronáutica não está só neste plano. Com orçamento também pingado, o Comando do Exército não descarta, na esteira do plano Jobimniano, privatizar conhecidos fortes históricos para angariar fundos. São as joias da coroa, os do Leblon, de Copacabana e Leme. Na onda, entra a Marinha, com estudos para a base de Marambaia (RJ) e terrenos de Salvador.
O plano de Jobim é estratégico e uma boa ideia: levantar fundos além do orçamento para reequipar as Forças, otimizar custos e operações. Comenta-se na praça que o esboço, anos atrás, era envolver o UCB – União dos Bancos Suíços, num aporte de US$ 15 bilhões para empresas que disputariam os eventuais leilões das áreas das três Forças. Jobim saiu mas, pelo visto, o plano não.
Fonte: Correio da Bahia – Coluna Esplanada – Maurício Nogueira e Luana Lopes
Fonte:http://www.defesaaereanaval.com.br/?p=36830
Esses US$ 15 bilhões serião oque as forças armadas iriam receber nesse leilão?
A Aeronáutica voltou a discutir a desativação das bases aéreas de Fortaleza (CE), Santos (SP), Florianópolis (SC) e a mais famosa, a de Campos dos Afonsos, no Rio de Janeiro. Oficialmente a Força Aérea Brasileira nega, mas veladamente o alto comando estuda um plano antigo, da gestão do então ministro Nelson Jobim: a venda das bases para o setor privado, com o inevitável redirecionamento dos caças para as bases de Anápolis e Brasília. Se o plano vingar, sob autorização da presidente Dilma e com o cuidado de não deixar os céus desguarnecidos, a Aeronáutica resolve dois problemas de interesse nacional. Reforça o caixa, com o orçamento minguado que faz os militares darem piruetas contábeis para manter a Força, enquanto abre possibilidade para o setor privado investir em terminais, com a demanda crescente para voos comerciais nestas cidades. E a Aeronáutica não está só neste plano. Com orçamento também pingado, o Comando do Exército não descarta, na esteira do plano Jobimniano, privatizar conhecidos fortes históricos para angariar fundos. São as joias da coroa, os do Leblon, de Copacabana e Leme. Na onda, entra a Marinha, com estudos para a base de Marambaia (RJ) e terrenos de Salvador.
O plano de Jobim é estratégico e uma boa ideia: levantar fundos além do orçamento para reequipar as Forças, otimizar custos e operações. Comenta-se na praça que o esboço, anos atrás, era envolver o UCB – União dos Bancos Suíços, num aporte de US$ 15 bilhões para empresas que disputariam os eventuais leilões das áreas das três Forças. Jobim saiu mas, pelo visto, o plano não.
Fonte: Correio da Bahia – Coluna Esplanada – Maurício Nogueira e Luana Lopes
Fonte:http://www.defesaaereanaval.com.br/?p=36830
Esses US$ 15 bilhões serião oque as forças armadas iriam receber nesse leilão?
- Sterrius
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Re: Geopolítica Brasileira
Eu particurlamente não vejo problema em fazer concessão dos museus e centros históricos, passa a parte do custeio e recebe parte dos lucros.
Quanto as bases provavelmente no mesmo estilo. È mais fácil remanejar bases militares pra locais isolados do que aeroportos e portos civis. Obviamente a concessão tem que ajudar a pagar os custos dessa troca.
Quanto as bases provavelmente no mesmo estilo. È mais fácil remanejar bases militares pra locais isolados do que aeroportos e portos civis. Obviamente a concessão tem que ajudar a pagar os custos dessa troca.
- Bourne
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Re: Geopolítica Brasileira
Em Curitiba e Ponta Grossa conheço bases que são no meio da cidade e quase centro. As cidades brasileiras cresceram tanto que engoliram essas áreas que era rurais e de pouco valor. Agora é possível remanejar as bases para lugares mais afastados com menor valor de compra, melhor infraestrutura de transporte e ação. Pode ser na mesma cidade, mas em áreas que possam ser preservadas de adensamento imobiliário.
Por exemplo, centro de Curitiba nos anos 1960s.
http://www.curitibaantiga.com.br/rua-ma ... ada-de-60/
Porém, um crime, é jogar fora imóveis históricos que poderiam ser usados como museus ou centros culturais. Por exemplo, o exército deixou o centro da cidade, vendeu um imóvel centenário para transformar em um shopping. É o patrimônio histórico jogado no lixo.
Outra coisa é usar o possível dinheiro para custeio e rearmamento é um tiro no pé. Os recursos vão desaparecer e não vão virar nova infraestrutura e bases.
Por exemplo, centro de Curitiba nos anos 1960s.
http://www.curitibaantiga.com.br/rua-ma ... ada-de-60/
Porém, um crime, é jogar fora imóveis históricos que poderiam ser usados como museus ou centros culturais. Por exemplo, o exército deixou o centro da cidade, vendeu um imóvel centenário para transformar em um shopping. É o patrimônio histórico jogado no lixo.
Outra coisa é usar o possível dinheiro para custeio e rearmamento é um tiro no pé. Os recursos vão desaparecer e não vão virar nova infraestrutura e bases.
- Sterrius
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Re: Geopolítica Brasileira
Eu visitei esse shopping bourne, realmente o predio é lindo e podia ter sido poupado, ainda mais uma cidade como curitiba que tem muita coisa pra olhar.
No fim tudo depende como vão fazer. Precisa ser feito, a questão é a confiança que ta sempre em falta quando se trata de construir coisas no Brasil.
No fim tudo depende como vão fazer. Precisa ser feito, a questão é a confiança que ta sempre em falta quando se trata de construir coisas no Brasil.
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Re: Geopolítica Brasileira
Sinceramente, duvido que um único centavo de um negócio como esse vá parar nos cofres das ffaa's.
O MPOG simplesmente não deixa. E o Planalto não estaria nem aí para isso.
Se as ffaa's querem mais dinheiro para se manter, tem mais é que pressionar o congresso e o MD para a aprovação dos 'PL's' sobre o financiamento e manutenção orçamentária das ffaa's.
Sem isso, se quiserem podem até vender a cueca do todos os oficiais-generais 4 estrelas das ffaa's que continuarão a ver navios em termos de recursos.
Sorte a nossa que a CF não permite um país sem ffaa's. Porque do contrário. já estaríamos sem há muito tempo.
abs.
O MPOG simplesmente não deixa. E o Planalto não estaria nem aí para isso.
Se as ffaa's querem mais dinheiro para se manter, tem mais é que pressionar o congresso e o MD para a aprovação dos 'PL's' sobre o financiamento e manutenção orçamentária das ffaa's.
Sem isso, se quiserem podem até vender a cueca do todos os oficiais-generais 4 estrelas das ffaa's que continuarão a ver navios em termos de recursos.
Sorte a nossa que a CF não permite um país sem ffaa's. Porque do contrário. já estaríamos sem há muito tempo.
abs.
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Re: Geopolítica Brasileira
03 de Fevereiro, 2014 - 10:00 ( Brasília )
Geopolítica
BRASIL CUIDADOSO COM EUA E ARGENTINA
Estados Unidos e Argentina estão, ambos, no topo da prioridade de política externa de Dilma Rousseff. E, com isso, o Itamaraty tem o desafio de evitar qualquer passo em relação a esses dois países sem cuidadosa consulta prévia à mandatária. É nesse contexto que deve ser entendida a declaração do ministro de Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, ao deixar, na semana passada, o encontro com a conselheira da Casa Branca para a Segurança Nacional, Susan Rice. "Saio igual", disse, ao lhe perguntarem se saía mais otimista ou pessimista. Tradução: saiu com a missão de relatar o encontro a Dilma para decidirem entre o otimismo ou pessimismo...
http://www.defesanet.com.br/geopolitica ... Argentina/
Geopolítica
BRASIL CUIDADOSO COM EUA E ARGENTINA
Estados Unidos e Argentina estão, ambos, no topo da prioridade de política externa de Dilma Rousseff. E, com isso, o Itamaraty tem o desafio de evitar qualquer passo em relação a esses dois países sem cuidadosa consulta prévia à mandatária. É nesse contexto que deve ser entendida a declaração do ministro de Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, ao deixar, na semana passada, o encontro com a conselheira da Casa Branca para a Segurança Nacional, Susan Rice. "Saio igual", disse, ao lhe perguntarem se saía mais otimista ou pessimista. Tradução: saiu com a missão de relatar o encontro a Dilma para decidirem entre o otimismo ou pessimismo...
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Re: Geopolítica Brasileira
Informação furada, Brasília não pode receber caças de forma definitiva. Se alguma base pode fazê-lo seriam Manaus, Canoas e Anápolis, que possuem área atual e expansível para qualquer operação futura.com o inevitável redirecionamento dos caças para as bases de Anápolis e Brasília
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Re: Geopolítica Brasileira
Nosso governo tem que acordar, nossa influência cultural no mundo esta decaindo:
Depilação pubiana total 'exportada' pelo Brasil perde espaço nos EUA
fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrio ... -eua.shtml
Manequins em loja da American Apparel em Nova York Têm pelos pubianos aparentes
Muito "broxante" estes manequins...
Depilação pubiana total 'exportada' pelo Brasil perde espaço nos EUA
fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrio ... -eua.shtml
Manequins em loja da American Apparel em Nova York Têm pelos pubianos aparentes
Muito "broxante" estes manequins...
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Vossos peitos, vossos braços,
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Re: Geopolítica Brasileira
Está simplesmente cada dia pior. Esse desgoverno de merda. acompanhado por este supermercado chamado congresso nacional, na falta de fazer o que lhes é devido, quer seja, prover melhores condições de trabalho e salário para os médicos militares, e servidores médicos civis, aprova isto.
PQP 3X...
07 de Fevereiro, 2014 - 11:00 ( Brasília )
Defesa
CÂMARA APROVA PEC QUE AUTORIZA MÉDICO MILITAR A ACUMULAR CARGOS
O Plenário aprovou ontem, em dois turnos de votação, a Proposta de Emenda à Constituição ( PEC) 293/13, do Senado, que garante aos militares da área da saúde a acumulação de dois cargos públicos. A matéria será promulgada em sessão do Congresso a ser convocada para esse fim. Nas duas votações, a aprovação foi unânime, com 374 votos na primeira e 396 na segunda.
Atualmente, a Constituição permite o acúmulo de cargos apenas para os servidores civis, mas a constante evasão de profissionais das Forças Armadas devido à impossibilidade de exercício de outro cargo tem preocupado o governo. Segundo o texto da PEC, o exercício da atividade militar deverá prevalecer sobre as demais.
Fronteira - A evasão de profissionais de saúde militares prejudica principalmente a população de regiões de fronteira, inclusive os indígenas. Para o relator da comissão especial que analisou a PEC, deputado Mauro Benevides (PMDB--CE), o esvaziamento dos quadros de saúde das Forças Armadas pode enfraquecer a capacidade operacional de atendimento a missões de paz, operações de garantia da lei e da ordem, operações de fronteira e outras.
"A diminuição de profissionais para atender em unidades próprias aumentará os encaminhamentos de militares e seus dependentes para atendimento de saúde em unidades conveniadas, o que pode representar um aumento de até 500% no custo médio do atendimento, segundo os dados hoje disponíveis", argumentou o relator.
http://www.defesanet.com.br/defesa/noti ... ar-cargos/
PQP 3X...
07 de Fevereiro, 2014 - 11:00 ( Brasília )
Defesa
CÂMARA APROVA PEC QUE AUTORIZA MÉDICO MILITAR A ACUMULAR CARGOS
O Plenário aprovou ontem, em dois turnos de votação, a Proposta de Emenda à Constituição ( PEC) 293/13, do Senado, que garante aos militares da área da saúde a acumulação de dois cargos públicos. A matéria será promulgada em sessão do Congresso a ser convocada para esse fim. Nas duas votações, a aprovação foi unânime, com 374 votos na primeira e 396 na segunda.
Atualmente, a Constituição permite o acúmulo de cargos apenas para os servidores civis, mas a constante evasão de profissionais das Forças Armadas devido à impossibilidade de exercício de outro cargo tem preocupado o governo. Segundo o texto da PEC, o exercício da atividade militar deverá prevalecer sobre as demais.
Fronteira - A evasão de profissionais de saúde militares prejudica principalmente a população de regiões de fronteira, inclusive os indígenas. Para o relator da comissão especial que analisou a PEC, deputado Mauro Benevides (PMDB--CE), o esvaziamento dos quadros de saúde das Forças Armadas pode enfraquecer a capacidade operacional de atendimento a missões de paz, operações de garantia da lei e da ordem, operações de fronteira e outras.
"A diminuição de profissionais para atender em unidades próprias aumentará os encaminhamentos de militares e seus dependentes para atendimento de saúde em unidades conveniadas, o que pode representar um aumento de até 500% no custo médio do atendimento, segundo os dados hoje disponíveis", argumentou o relator.
http://www.defesanet.com.br/defesa/noti ... ar-cargos/
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Re: Geopolítica Brasileira
12 de Fevereiro, 2014 - 17:00 ( Brasília )
Geopolítica
COM DILMA, O BRASIL PERDEU FORÇA NA POLÍTICA INTERNACIONAL?
http://www.defesanet.com.br/geopolitica ... nacional-/
_______________________________________________________________________________________________
12 de Fevereiro, 2014 - 17:05 ( Brasília )
Geopolítica
DILMA REDUZ PELA METADE VIAGENS INTERNACIONAIS
http://www.defesanet.com.br/geopolitica ... nacionais/
abs.
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Re: Geopolítica Brasileira
A política externa da Dona Dilma não existe. Descontinuou os grandes projetos do Governo Lula como a integração sul-americana, aliança estratégia com os emergentes e voz ativa nas grandes questões internacionais. Ou seja, retornou ao patamar de insignificância que tem desde os anos 1960, tocada por burocratas do Itamataty sem vontade e disposição de se estressar.
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Re: Geopolítica Brasileira
Falastes bem. 'Burrocratas' do Itamarati reforçados pela 'burrocrata-mor' do Planalto.
Vamos levar outros 10 anos para retomar a perda de espaço que estamos tendo agora, e com a continuidade da mediocridade no MRE e da passionalidade do Palácio do Planalto.
abs,
Vamos levar outros 10 anos para retomar a perda de espaço que estamos tendo agora, e com a continuidade da mediocridade no MRE e da passionalidade do Palácio do Planalto.
abs,
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Re: Geopolítica Brasileira
Depois ainda tem uns e outros aqui que pensam que podem fazer diplomacia só com flores nas mãos...
COBERTURA ESPECIAL - AMERICA LATINA - GEOPOLÍTICA
14 de Fevereiro, 2014 - 14:13 ( Brasília )
A OTAN ENTRA NA AMÉRICA DO SUL
Roberto Lopes
Aconteceu em 2010.
Amparados em um estudo intitulado Shoulder to Shoulder: Forging a Strategic U.S.-EU Partnership (“Ombro a Ombro: Forjando uma Parceria Estratégica Estados Unidos-União Européia”), produzido por um casal de funcionários do governo americano – Daniel S. Hamilton (ex-Secretário-Assistente Adjunto para Assuntos da Aliança Atlântica dentro do Departamento de Estado) e Frances G. Burwell –, primeiro dirigentes da Secretaria da Defesa americana e depois autoridades da Organização do Atlântico Norte (Otan), tentaram arrancar do então ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim, um indício que fosse de concordância acerca de uma certa “Iniciativa da Bacia do Atlântico”: o plano de riscar do mapa o conceito básico de divisão entre Atlântico Norte e Atlântico Sul.
A manobra permitiria expandir a influência do pacto militar ocidental pelo formidável corredor de massa líquida – 106,4 milhões de quilômetros quadrados – margeado pela costa oriental do continente americano e pelo litoral ocidental africano – acesso natural aos Oceanos Índico e Pacífico, e ainda à Antártida.
Não deu certo. Firmemente instruído, em Brasília, pelo Ministério das Relações Exteriores – guardião de uma política externa que privilegiava (e ainda privilegia) os contatos Sul-Sul –, Jobim mostrou-se inflexível em negar acolhimento à “Iniciativa da Bacia do Atlântico”.
A investida sobre o país-gigante da América do Sul foi um desdobramento da expansão da OTAN pós queda do Muro de Berlim, em 1989.
Depois que a União Soviética ruiu, a Aliança Atlântica moveu os seus tentáculos para os Balcãs, e acabou arrebanhando vários exércitos do Leste Europeu que foram seus inimigos no Pacto de Varsóvia e haviam acabado de ficar órfãos... Em 1º de abril de 2009, a entidade sediada em Bruxelas acolheu os governos da Albânia e da Croácia, fechando uma “família” de 28 nações-membros.
Dias atrás, até o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, defendeu o plano de agilizar a transformação da Palestina em um Estado independente – o que, segundo ele, poderia ser alcançado no prazo de cinco anos – à sombra da Otan. Por esse estratagema o território palestino seria desmilitarizado, repartido entre Gaza e Cisjordânia e patrulhado por tropas do pacto militar ocidental liderado pelos Estados Unidos e as principais potências militares européias (Inglaterra, França e Alemanha entre outras).
Outro governo que foi buscar a cooperação com a OTAN foi o de Bogotá.
Ano passado, o ministro da Defesa colombiano, Juan Pinzón, visitou o quartel-general da capital belga e ofereceu cooperação – gesto, a princípio, recebido com cautela. Militares e dirigentes civis europeus temem (não sem razão) que a aproximação com a Colômbia possa emprestar um aval à política anti-guerrilha das Forças Armadas do país sul-americano, acusadas, nas últimas décadas, de inúmeras violações dos direitos humanos.
Apenas o governo de Londres estendeu o tapete vermelho para Pinzón, mas por um motivo bem particular. Os britânicos deduzem que o estreitamento da parceria com os militares colombianos enfraquece a solidariedade da administração Juan Manuel Santos com a luta dos argentinos pela soberania das Ilhas Malvinas.
Diante de tais acenos, a Aliança Atlântica mudou de estratégia e decidiu penetrar na América do Sul pela costa do Pacífico.
Bogotá acaba de receber a visita do vice-ministro da Defesa do Reino Unido, Andrew Murrison – um antigo médico da Marinha Real que serviu na 1ª Guerra do Golfo e no Iraque –, encarregado dos assuntos da Estratégia de Segurança Internacional da Grã-Bretanha; e a Força Naval colombiana aproximou-se decisivamente da Marinha Real e da indústria naval britânica. O Chile – país sul-americano de melhor reputação no Velho Continente – também se move rápido na direção da União Européia.
A OTAN serve-se, para obter seus propósitos expansionistas, da independência e da agilidade do bloco comercial conhecido como Aliança do Pacífico, entidade que reúne Chile, Peru, Colômbia e México, está prestes a filiar mais nove países – Paraguai inclusive –, e mantém um relacionamento muito mais franco com a União Européia do que o protecionista, burocratizado, politizado e confuso Mercosul.
Em Buenos Aires, o notório estreitamento de laços de Chile e Colômbia com a União Européia e a Otan não é ignorado – e nem as possíveis conseqüências desse processo para o esforço diplomático que os argentinos fazem, objetivando rotular a presença militar britânica nas Falklands (denominação que o arquipélago das Malvinas tem no Reino Unido) como desestabilizadora da paz no Atlântico Sul.
Nos últimos três anos o governo Cristina Kirchner fez uma série de démarches no sentido de reforçar a ligação com Bogotá, culminando com uma visita de Estado da presidenta à capital colombiana, a 18 de julio do ano passado. Mas ampliar essa parceria não é tarefa fácil. E, o que é pior, sequer encontra justificativa no comércio bilateral.
Dilacerada por uma guerra civil que já dura meio século, a nação de Santos tem sido incapaz de exportar mercadorias industrializadas para o território argentino, de forma a compensar a importação de commodities argentinas. O resultado desse desequilíbrio é um saldo comercial favorável a Buenos Aires que, em 2012, superou a marca de 1,8 bilhão de dólares, e em 2013 não teria sido significativamente reduzido (os números do ano passado devem estar disponíveis a partir de março).
Em contraposição a isso, a Europa afigura-se um parceiro especialmente valioso para os militares colombianos – especialmente diante do fortalecimento das Forças Armadas venezuelanas, que vem incorporando tanques, aviões, radares e mísseis fabricados na Rússia e na China. A Marinha da Colômbia comprou dois submarinos de segunda mão na Alemanha, e agora deve anunciar a importação de equipamentos militares produzidos pelo grupo BAE Systems.
A indústria de material de Defesa britânica é também uma tradicional fornecedora das Forças Armadas do Chile (a ligação tem mais de cem anos), e os militares chilenos têm a expectativa de serem convidados a integrar, de forma mais intensa, as missões de Paz organizadas pelas Nações Unidas e pela própria União Européia.
Pelo Acordo Berlin Plus, de dezembro de 2002, a União Européia foi autorizada a utilizar tropas de países-membros da Otan – e exercer um “direito de preferência” – caso, na eventualidade de uma crise, o próprio comando da Aliança Atlântica não se interesse pelo engajamento formal da entidade.
Agora, até o governo do Chile vai se beneficiar das ações previstas no Berlin Plus.
No fim de janeiro deste ano, o embaixador chileno em Bruxelas, Carlos Appelgren, firmou com o secretário-geral executivo do Serviço de Ação Externa da União Europeia, Pierre Vimont, um convênio que prevê a presença de soldados chilenos entre as forças de intervenção formadas pelos europeus.
Falando à imprensa local, Appelgren enfatizou, inclusive, que a contribuição das Forças Armadas de seu país já existe, e citou como exemplo o destacamento sul-americano que serve na força internacional militar incumbida de ocupar a localidade de Althea, na Bosnia-Herzegovina, palco de sangrentos conflitos étnicos.
Por meio desse tipo de cooperação com as principais potências militares do Velho Mundo, os chilenos esperam ganhar familiaridade com equipamentos e táticas sofisticadas, além de uma experiência única – rara, para um país da América do Sul – em missões expedicionárias reais.
Os militares do Chile estão associados aos argentinos na Força de Paz Binacional Cruz del Sur, colocada à disposição das Nações Unidas em dezembro de 2011, mas esse contingente nunca foi requisitado. Em Santiago existe a desconfiança de que o desprezo pela Cruz del Sur tem a ver com a política de ostensiva hostilidade do governo argentino à presença militar britânica em proteção à população das Malvinas.
fonte: www.defesanet.com.br
COBERTURA ESPECIAL - AMERICA LATINA - GEOPOLÍTICA
14 de Fevereiro, 2014 - 14:13 ( Brasília )
A OTAN ENTRA NA AMÉRICA DO SUL
Roberto Lopes
Aconteceu em 2010.
Amparados em um estudo intitulado Shoulder to Shoulder: Forging a Strategic U.S.-EU Partnership (“Ombro a Ombro: Forjando uma Parceria Estratégica Estados Unidos-União Européia”), produzido por um casal de funcionários do governo americano – Daniel S. Hamilton (ex-Secretário-Assistente Adjunto para Assuntos da Aliança Atlântica dentro do Departamento de Estado) e Frances G. Burwell –, primeiro dirigentes da Secretaria da Defesa americana e depois autoridades da Organização do Atlântico Norte (Otan), tentaram arrancar do então ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim, um indício que fosse de concordância acerca de uma certa “Iniciativa da Bacia do Atlântico”: o plano de riscar do mapa o conceito básico de divisão entre Atlântico Norte e Atlântico Sul.
A manobra permitiria expandir a influência do pacto militar ocidental pelo formidável corredor de massa líquida – 106,4 milhões de quilômetros quadrados – margeado pela costa oriental do continente americano e pelo litoral ocidental africano – acesso natural aos Oceanos Índico e Pacífico, e ainda à Antártida.
Não deu certo. Firmemente instruído, em Brasília, pelo Ministério das Relações Exteriores – guardião de uma política externa que privilegiava (e ainda privilegia) os contatos Sul-Sul –, Jobim mostrou-se inflexível em negar acolhimento à “Iniciativa da Bacia do Atlântico”.
A investida sobre o país-gigante da América do Sul foi um desdobramento da expansão da OTAN pós queda do Muro de Berlim, em 1989.
Depois que a União Soviética ruiu, a Aliança Atlântica moveu os seus tentáculos para os Balcãs, e acabou arrebanhando vários exércitos do Leste Europeu que foram seus inimigos no Pacto de Varsóvia e haviam acabado de ficar órfãos... Em 1º de abril de 2009, a entidade sediada em Bruxelas acolheu os governos da Albânia e da Croácia, fechando uma “família” de 28 nações-membros.
Dias atrás, até o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, defendeu o plano de agilizar a transformação da Palestina em um Estado independente – o que, segundo ele, poderia ser alcançado no prazo de cinco anos – à sombra da Otan. Por esse estratagema o território palestino seria desmilitarizado, repartido entre Gaza e Cisjordânia e patrulhado por tropas do pacto militar ocidental liderado pelos Estados Unidos e as principais potências militares européias (Inglaterra, França e Alemanha entre outras).
Outro governo que foi buscar a cooperação com a OTAN foi o de Bogotá.
Ano passado, o ministro da Defesa colombiano, Juan Pinzón, visitou o quartel-general da capital belga e ofereceu cooperação – gesto, a princípio, recebido com cautela. Militares e dirigentes civis europeus temem (não sem razão) que a aproximação com a Colômbia possa emprestar um aval à política anti-guerrilha das Forças Armadas do país sul-americano, acusadas, nas últimas décadas, de inúmeras violações dos direitos humanos.
Apenas o governo de Londres estendeu o tapete vermelho para Pinzón, mas por um motivo bem particular. Os britânicos deduzem que o estreitamento da parceria com os militares colombianos enfraquece a solidariedade da administração Juan Manuel Santos com a luta dos argentinos pela soberania das Ilhas Malvinas.
Diante de tais acenos, a Aliança Atlântica mudou de estratégia e decidiu penetrar na América do Sul pela costa do Pacífico.
Bogotá acaba de receber a visita do vice-ministro da Defesa do Reino Unido, Andrew Murrison – um antigo médico da Marinha Real que serviu na 1ª Guerra do Golfo e no Iraque –, encarregado dos assuntos da Estratégia de Segurança Internacional da Grã-Bretanha; e a Força Naval colombiana aproximou-se decisivamente da Marinha Real e da indústria naval britânica. O Chile – país sul-americano de melhor reputação no Velho Continente – também se move rápido na direção da União Européia.
A OTAN serve-se, para obter seus propósitos expansionistas, da independência e da agilidade do bloco comercial conhecido como Aliança do Pacífico, entidade que reúne Chile, Peru, Colômbia e México, está prestes a filiar mais nove países – Paraguai inclusive –, e mantém um relacionamento muito mais franco com a União Européia do que o protecionista, burocratizado, politizado e confuso Mercosul.
Em Buenos Aires, o notório estreitamento de laços de Chile e Colômbia com a União Européia e a Otan não é ignorado – e nem as possíveis conseqüências desse processo para o esforço diplomático que os argentinos fazem, objetivando rotular a presença militar britânica nas Falklands (denominação que o arquipélago das Malvinas tem no Reino Unido) como desestabilizadora da paz no Atlântico Sul.
Nos últimos três anos o governo Cristina Kirchner fez uma série de démarches no sentido de reforçar a ligação com Bogotá, culminando com uma visita de Estado da presidenta à capital colombiana, a 18 de julio do ano passado. Mas ampliar essa parceria não é tarefa fácil. E, o que é pior, sequer encontra justificativa no comércio bilateral.
Dilacerada por uma guerra civil que já dura meio século, a nação de Santos tem sido incapaz de exportar mercadorias industrializadas para o território argentino, de forma a compensar a importação de commodities argentinas. O resultado desse desequilíbrio é um saldo comercial favorável a Buenos Aires que, em 2012, superou a marca de 1,8 bilhão de dólares, e em 2013 não teria sido significativamente reduzido (os números do ano passado devem estar disponíveis a partir de março).
Em contraposição a isso, a Europa afigura-se um parceiro especialmente valioso para os militares colombianos – especialmente diante do fortalecimento das Forças Armadas venezuelanas, que vem incorporando tanques, aviões, radares e mísseis fabricados na Rússia e na China. A Marinha da Colômbia comprou dois submarinos de segunda mão na Alemanha, e agora deve anunciar a importação de equipamentos militares produzidos pelo grupo BAE Systems.
A indústria de material de Defesa britânica é também uma tradicional fornecedora das Forças Armadas do Chile (a ligação tem mais de cem anos), e os militares chilenos têm a expectativa de serem convidados a integrar, de forma mais intensa, as missões de Paz organizadas pelas Nações Unidas e pela própria União Européia.
Pelo Acordo Berlin Plus, de dezembro de 2002, a União Européia foi autorizada a utilizar tropas de países-membros da Otan – e exercer um “direito de preferência” – caso, na eventualidade de uma crise, o próprio comando da Aliança Atlântica não se interesse pelo engajamento formal da entidade.
Agora, até o governo do Chile vai se beneficiar das ações previstas no Berlin Plus.
No fim de janeiro deste ano, o embaixador chileno em Bruxelas, Carlos Appelgren, firmou com o secretário-geral executivo do Serviço de Ação Externa da União Europeia, Pierre Vimont, um convênio que prevê a presença de soldados chilenos entre as forças de intervenção formadas pelos europeus.
Falando à imprensa local, Appelgren enfatizou, inclusive, que a contribuição das Forças Armadas de seu país já existe, e citou como exemplo o destacamento sul-americano que serve na força internacional militar incumbida de ocupar a localidade de Althea, na Bosnia-Herzegovina, palco de sangrentos conflitos étnicos.
Por meio desse tipo de cooperação com as principais potências militares do Velho Mundo, os chilenos esperam ganhar familiaridade com equipamentos e táticas sofisticadas, além de uma experiência única – rara, para um país da América do Sul – em missões expedicionárias reais.
Os militares do Chile estão associados aos argentinos na Força de Paz Binacional Cruz del Sur, colocada à disposição das Nações Unidas em dezembro de 2011, mas esse contingente nunca foi requisitado. Em Santiago existe a desconfiança de que o desprezo pela Cruz del Sur tem a ver com a política de ostensiva hostilidade do governo argentino à presença militar britânica em proteção à população das Malvinas.
fonte: www.defesanet.com.br
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