O DDG 1000 foi concebido especificamente para operações próximas ao litoral, com o armamento principal constituído pelos dois canhões de 155mm avançados de enorme alcance e capazes de utilizar munição guiada. O objetivo é dar apoio aos marines e enfrentar forças assimétricas em regiões próximas à costa, mas estes canhões tem pouca utilidade no combate a ameaças aéreas, de superfície ou submarinas. Ele pode também levar mísseis Tomahawk, como praticamente qualquer navio americano.Luís Henrique escreveu:Li que o sonar do bicho será realmente muito poderoso.
Portanto, é de se esperar que somente submarinos muito modernos poderão chegar perto do bicho e sobreviver.
Estas frases do tipo: vence 4, etc. dão muito superficiais e não temos dado nenhum para comprovar nada.
Mas, polêmico ou não, caríssimo ou não, ninguém pode negar que se trata de um navio poderosíssimo.
Não sou baba ovo dos americanos, mas também não sou cego.
Os sistemas de mísseis são basicamente 20 células VLS de múltiplo emprego, capazes cada uma de lançar 1 Standard SM-3 ou 4 ESSM além de mísseis para outras aplicações como o Harpoon e o ASROC. A título de comparação, cada AB possui nada menos que 90 destas células, mas no DDG-1000 elas estão espalhadas pela periferia do casco e não concentradas em blocos. Não há mísseis de defesa antimíssil, embora provavelmente o RAM possa ser instalado (talvez às expensas da furtividade do navio).
O sonar de casco é o mais avançado já construído nos EUA, mas existem limitações físicas que afetam a capacidade de qualquer sonar de casco (a potência de emissão é restrita pelo ponto de ebulição da água e a propagação do som vindo da superfície é limitada pelas camadas térmicas do mar). Já o sonar rebocado será o padrão que equipará todos os navios da frota americana nos próximos anos. E o armamento anti-submarino é o mesmo de qualquer navio da USN desde a década de 50, helicópteros com torpedos leves e mísseis ASROC. Não me parece um conjunto de capacidades AS particularmente impressionante, nada mais é do que o sistema padrão americano que não tem se mostrado lá tão eficiente assim com um novo sonar de casco, mais sofisticado porém ainda sujeito aos limites do tipo.
O casco é construído para obter os mais altos índices de furtividade ao radar e a menor assinatura térmica possíveis. Mas é um navio grande, difícil de esconder visualmente e o mais fácil de identificar a singrar os mares, devido a sua silhueta característica. O formato da proa se encaixa neste esforço de redução da assinatura radar, mas recebe críticas por prejudicar as qualidades de navegação do navio.
É sem dúvida um navio bastante inovador e com características próprias, com elevado índice de furtividade e uma bateria de canhões muito poderosos como não se colocam em um navio desde a SGM. Mas em termos de combate de superfície e AAe é menos impressionante que qualquer destróier ou cruzador recente da marinha americana, e no setor AS só acrescenta o novo sonar de casco que tem que provar valer realmente mais do que os demais já mostraram. Mesmo que sua furtividade e seus canhões se mostrem úteis e seu sonar de casco seja mesmo melhor do que os que já existem por aí, não é um navio que eu classificaria como poderosíssimo, estando mais para uma plataforma especializada para guerra litorânea em ambientes de baixa intensidade.
Leandro G. Card