FCarvalho escreveu:Boss, eu já aqui no fórum, diversas vezes advoguei que o país, para poder desenvolver e ter um caça realmente digno de um 5a G, não só teria, como tem, uma demanda para a sua defesa aérea em torno de 252 a 336 aeronaves para a FAB. Isto se quisermos observar literalmente o que diz a CF88 sobre a questão. Mas, como de outras vezes, tal número foi acusado de ser/estar completamente fora de nossa realidade e desproporcional a organização de nossas forças.Boss escreveu:Eu concordo então, sobre o PAED. É um projeto que cabe dentro da realidade brasileira, tanto econômica, quanto social, quanto geopolítica.
É que tem gente que exige que o Brasil tenha 1200 caças de primeira linha e 5 porta aviões para enfrentar os EUA em uma guerra mundial, o que já acho lunático.
Eu não sei se alguém chegou a ter a curiosidade de fazer a mesma conta que eu, mas tal número nos daria "apenas" a capacidade de formar 7 grupos de caça a 36 unidades, como requerido pela FAB em seu FX, ou mesmo 14 grupos de caça, se cada um deles for dotado de 24 aeronaves. E isso tudo, eu fiz questão de observar e verificar, sem precisar criar um sem número de novas unidades ou aumentar desproporcionalmente a infra-estrutura existente na FAB. Da infraestrutura atual que está aí poderia-se aproveitar na prática tudo, sem acréscimos desnecessários, seja em termos de bases aéreas, seja em termos logísticos.
Tanto uma como outra opção nos daria a capacidade de dispor de uma cobertura o mais aproximada possível da integralidade do país. E estaria dentro não só de nossas capacidades/competências econômica e financeira, como também, e principalmente, das necessidades de uma eficaz defesa aérea, e da industria nacional para projetar, desenvolver e produzir um caça de 5a G para a FAB e quiçá de caças para a MB, na hipótese de os 4 Nae's que ela tecnicamente entenderia como necessários para uma composição adequada das duas esquadras que se nos propomos ter, a fim de prover-lhes de forma eficaz - não falo nem eficiente - as respectivas defesas aeronaval, fossem construídos.
Mas isso também foi considerado totalmente fora de questão, não só aqui no fórum, mas principalmente por quem de direito deveria correr atrás de implementar tal aporte, e não o fez, e nem fará, acredito, menos por questão orçamentária e/ou técnica, do que por desconhecimento, ignorância, discriminação e/ou ideologismos.
A notar o fato de que vivemos dizendo aqui que temos de nos ater aos 120 caças que a FAB diz que é o suficiente para proteger o país, mas que na verdade, ainda que fossem de 6a G, nos farão continuar simplesmente com os mesmos problemas de sempre em nossa defesa aérea, quer sejam, a falta de massa crítica para o sustento de um conflito que se mostre mais duradouro, e também dos indefectíveis e gigantescos buracos em nossa defesa aérea, existentes desde que a FAB é a FAB, e até hoje não resolvidos, e pior, encarados com a maior naturalidade, enquanto uma questão insolúvel ou fora de nossas possibilidades de resolução. E pronto.
E ninguém, ademais, parece notar também, nesta equação, que do outro lado da cerca, na casa do vizinho, estão a reunir uma frota bem maior do que a nossa várias vezes, e com uma seríssima tendência a aumentar ainda mais esta distância. Mas, infelizmente, no Brasil de hoje, é absolutamente injurioso e absurdo, talvez até ofensivo, tentar fazer constar isso como um fator, não de ameça, mas de composição para o planejamento de nossa própria frota.
O Brasil se pretende uma frota de 126 caças até o fim da próxima década? Ok. A America do Sul, quando lá estivermos, deterá, em tese, entre 250 e 400 novos caças neste mesmo período, através de seus respectivos programas de reaparelhamento de suas forças aéreas. Isso para nós deveria nos dizer alguma coisa. Mas não é o que vemos. Ficamos com o que nos é real e pertinente. Agora e no futuro. As consequências disso? Só Deus e o tempo dirão, se serão boas ou más.
abs.
Fc,
tenha em mente uma coisa: NINGUEM atualmente é capaz de combater os EUA.
Algums são capazes de dissuadi-los, é só! Por mais ideologias que queriam defender, essa é a verdade dos fatos.
Eles estão a frente de todas as outras naçãos do mundo em qualquer aspecto militar que você leve em consideração, EXCETO na guerra cibernetica.
Não é a toa que a China está tão adiantada nisso...
Então se estamos falando de dissuasão de potência estrangeira, vamos dar nome aos bois: se for os EUA, larga o equipamento e vai se esconder na população porque não tem jeito. Simples assim.
Ai vemos, quantas outras "potencias militares" podemos citar além deles: China, Russia, França?
Nenhuma delas tem a minima capacidade de mobilidade dos EUA, basta ver que a França não consegue conduzir uma campanha aérea (Líbia) ou deslocar 2.000 soldados (Mali), sem pedir "penico" para a ajuda americana.
Russia se saiu bem na Georgia, mas em uma campanha curta e proxima.
A China está muito mais preocupada com seus problemas internos do que externos, e se formos olhar a historia de ambas as Nações (beeeeeeeeeemm mais antigas que a nossa), em NENHUM momento eles tiveram pretensões imperialistas ultramarinas.
Muito pelo contrário até, se formos olhar a China do seculo XV.
Então concluimos que eles sempre foram, e aparentemente serão por uma serie de fatores internos, Doutrinados pela linha de Mackinder e a teoria da Heartland (com alguma adaptação para o caso chines, obviamente se tratando da Asia e não da Europa).
Já o Ocidente, em especial a Europa e os EUA, são mais adeptos da teoria do Poder Naval de Mahan, e em tese, seria sim nossos inimigos mais provaveis.
Estando porem a Europa cada vez mais desmilitarizada, acho muito improvavel (para não dizer impossivel), uma aventura no Atlantico sul sem o aval dos EUA.
A história, alias, já demonstrou isso nas Malvinas/Falklands.
Agora vamos para a hipótese real: qual a probabilidade da maior democracia do mundo entrar em guerra com a segunda maior democracia do Ocidente?
Um dos maiores mantras entoados nas FFAA americanas é que "Democracias não entram em guerra contra Democracias"; é historicamente você pode ver que eles estão corretissimos!
Será que ambos os países atuantes na ONU, na OMC, FMI e varios outros organismos internacionais chegariam as vias de fato abrindo mão de TODOS os canais Diplomaticos?
Eu dirai possivel, mas altamente improvável.
Lógico que como militares deveriamos estar preparados para isso, mas será que não existem hipoteses MUITO mais plausiveis de conflito que deveriam ser postas a frente?
Será que não deveriam ser essas nossas prioridades de preparo e aquisição, em um primeiro momento; e se tivermos condições no futuro, partimos para outro nivel de Defesa?
Por isso, como o proprio Lord colocou, existe a importancia da Defesa da Amazonia Azul ( até para podermos reinvidica-la) e da Amazonia Verde (idem); mas dai a partir para se tornar capaz de se defedender de TODAS as hipoteses possiveis de conflito vai uma grande diferença.
Não temos dinheiro e temos outras prioridades antes disso; basta aprendermos com a URSS.