Carlos Lima escreveu:FCarvalho escreveu:Dificilmente, na minha opinião, os americanos irão tentar nos barrar em alguma coisa neste projeto do Gripen NG, porque isso indiretamente significaria, também, atingir a já grande participação de peças e componentes de fornecedores americanos deste caça. E eu não creio que por estes tempos de economias tão integradas quanto possível, esta atitude tenha algum valor, seja econômico ou comercial/industrial. Enfim, em termos práticos, eles não tem nada a ganhar com isso, a não ser mais antipatia e mais um tremendo imbróglio diplomático para resolver.
Eles podem ser arrogantes como forem, e estritamente zelosos de seus interesses, ao ponto de passar por cima de qualquer um, até de seus próprios cidadãos, para conseguirem o que querem. Mas uma coisa definitivamente eles não são: burros.
Os USA tem interesses muito maiores no Brasil que um simples processo de aquisição de caças. É só ver o tom da nota da Boeing. Se até mesmo nós mesmo, apesar da alienação geral do brasileiro médio, estamos começando a nos reconhecer como atores mais destacados e importantes no cenário mundial, quiçá os americanos, que não são bobos e nem iniciantes nesta área não o fariam.
É preciso agora medir os impactos deste projeto nos vários espaços de influência que ele terá sobre nossas capacidades, e não somente as militares. O Gripen NG irá nos levar para um novo patamar, independente das limitações impostas a ele por atores externos e/ou internos. E como vamos nos aproveitar disso deve ser o norte das discussões agora. E os americanos sabem disso, talvez até melhor do que nós.
Então é preciso objetividade e celeridade nas negociações que serão feitas ao longo deste ano, a fim de que o resultado delas seja-nos a melhor possível, e o mais próximos das promessas e garantias dadas pelos suecos. Afinal, com tantos interesses econômicos envolvidos neste projeto, entre fabricantes, fornecedores e projetistas, certamente não haverá muitos espaços e/ou tolerância para meias soluções e nem soluções de continuidade.
A ver.
Eu espero que você esteja coberto de razão.
Espero mesmo.
Para eles não é assim que a coisa funciona, cristalina e preto no branco. É bem mais cinza do que qualquer outra coisa. Exemplos não faltam... dá para escrever um livro só sobre exemplos.
Mas em todo o caso eu realmente espero que você esteja certo e que eles não nos vejam como antes.
Aí tudo bem...
Uma maneira de validar isso é prestar atenção quando o momento chegar de como os contratos serão negociados e a posição sueca caso recebamos alguma negativa.
Passou desse estágio, ainda existem riscos, mas a coisa melhora e muito sem dúvida.
[]s
CB_Lima
A GE no FX2 assinou um contrato de parceria para o overhaul e produção de componentes de maior atrito com a Avio do Brasil tanto das F-414 quanto das F-414G.
Ou seja, em plena competição, uma forte empresa americana, em busca de seus próprios interesses estava colocando azeitona na empada de um rival do país deles, sem distinção.
Aliás isso se encontra detalhado numa matéria sobre a Avio do Brasil na RFA de 1 ano e meio atrás.
O Brasil não é uma Venezuela, um Irã, onde não vale a pena eles lucrarem com negócios desse tipo.
Os americanos tem uma excelente
visão capitalista: se eles tivessem " sabotado" o GripenNG no FX2, nós simplesmente teríamos optado pelo Rafale agora, onde eles não ganhariam nada, ou encerrado o processo. Com o caça sueco, eles vão ganhar, e bastante.