SYRIA
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Re: SYRIA
Brasil tem apenas 35mil seguidores do islã. 25% crescimento entre 2001 e 2011.
Logo o pensamento mais obvio é que os imigrantes árabes abandonaram o islamismo ou nunca seguiram a religião.
Não significa que não haja obras bem chamativas.
Logo o pensamento mais obvio é que os imigrantes árabes abandonaram o islamismo ou nunca seguiram a religião.
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Re: SYRIA
Na wikipédia ( ) diz que as instituições islâmicas defender existir mais de 1,5 milhão.
Se um dia me converter, será ao islã. nada de igreja evangélicas.
Se um dia me converter, será ao islã. nada de igreja evangélicas.
- FCarvalho
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Re: SYRIA
O islamismo no Brasil é um fato recente e muito característico. Em sua maior parte ele ainda é praticado pela grande massa de descendentes árabes que para cá imigrou desde o final do séc XIX, e principalmente no inicio do séc XX, onde as primeiras comunidades foram sendo formadas.
A maior parte da comunidade árabe pratica o islamismo sem maiores problemas com nenhuma outra manifestação religiosa, e tanto sunitas quanto xiitas aqui no Brasil não se imiscuem uns nos negócios dos outros. Esta característica é pertinente ao, digamos, ramo brasileiro do islã, e que de certa forma incorporou ao longo do tempo a mesma tolerância e displicência religiosa que sempre foram características da população brasileira em geral sobre suas práticas religiosas.
Neste sentido, o aumento cito tem menos haver com a expansão da fé de Maomé no Brasil entre os brasileiros autóctones do que com o aumento da imigração árabe que tem-se visto nos últimos vinte e cinco anos, mormente em função do quadro caótico do oriente médio neste mesmo período, quadro este que se repete novamente em virtude das seguidas guerras e conflitos étnico-políticos-religiosos que insistem em castigar aquela região.
Lembrar que a maior comunidade árabe no Brasil continua sendo a sírio-libanesa cujo fluxo de imigração tem sido ao longo dos anos frequente, apesar de certa estabilidade no Líbano. Infelizmente, com a guerra civil na Síria este fluxo novamente reforçou-se em virtude do conflito, que não atinge somente os sírios mulçumanos, mas, e principalmente, os cristãos do rito oriental que lá viviam com certa tranquilidade, sob o regime de Al Assad.
Enfim, ser ou deixar de ser mulçumano não tem absolutamente nenhum problema.
Os problemas reais do oriente médio sempre estiveram muito mais ligados a questões outras fora do âmbito religioso do que por este mesmo; e neste entretempo, a religião sempre acabou sendo levada a rodo para o meio destes conflitos seja por motivos passionais ou por de interesse menor nas disputas. É só mais uma parte do grande e complicado recorte que é o oriente médio.
ps 1: é bem difícil mesmo de ser ver um mulçumano no Brasil andando por aí. Até porque os esteriótipos e rótulos com os quais estamos (mal) acostumados a identificá-los não pegam por aqui. Graças a Deus. E que assim permaneçam.
ps 2: para quem se interessar: http://www.ibge.gov.br/home/mapa_site/m ... #populacao
abs.
A maior parte da comunidade árabe pratica o islamismo sem maiores problemas com nenhuma outra manifestação religiosa, e tanto sunitas quanto xiitas aqui no Brasil não se imiscuem uns nos negócios dos outros. Esta característica é pertinente ao, digamos, ramo brasileiro do islã, e que de certa forma incorporou ao longo do tempo a mesma tolerância e displicência religiosa que sempre foram características da população brasileira em geral sobre suas práticas religiosas.
Neste sentido, o aumento cito tem menos haver com a expansão da fé de Maomé no Brasil entre os brasileiros autóctones do que com o aumento da imigração árabe que tem-se visto nos últimos vinte e cinco anos, mormente em função do quadro caótico do oriente médio neste mesmo período, quadro este que se repete novamente em virtude das seguidas guerras e conflitos étnico-políticos-religiosos que insistem em castigar aquela região.
Lembrar que a maior comunidade árabe no Brasil continua sendo a sírio-libanesa cujo fluxo de imigração tem sido ao longo dos anos frequente, apesar de certa estabilidade no Líbano. Infelizmente, com a guerra civil na Síria este fluxo novamente reforçou-se em virtude do conflito, que não atinge somente os sírios mulçumanos, mas, e principalmente, os cristãos do rito oriental que lá viviam com certa tranquilidade, sob o regime de Al Assad.
Enfim, ser ou deixar de ser mulçumano não tem absolutamente nenhum problema.
Os problemas reais do oriente médio sempre estiveram muito mais ligados a questões outras fora do âmbito religioso do que por este mesmo; e neste entretempo, a religião sempre acabou sendo levada a rodo para o meio destes conflitos seja por motivos passionais ou por de interesse menor nas disputas. É só mais uma parte do grande e complicado recorte que é o oriente médio.
ps 1: é bem difícil mesmo de ser ver um mulçumano no Brasil andando por aí. Até porque os esteriótipos e rótulos com os quais estamos (mal) acostumados a identificá-los não pegam por aqui. Graças a Deus. E que assim permaneçam.
ps 2: para quem se interessar: http://www.ibge.gov.br/home/mapa_site/m ... #populacao
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- LeandroGCard
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Re: SYRIA
Aqui em São Bernardo do Campo a quantidade de imigrantes libaneses e sírios é relativamente grande e é bastante comum ver uma muçulmana com a cabeça coberta e vestido longo de mangas compridas passeando no centro ou em um shopping. Grande parte das lojas de móveis, que formam o principal ramo do comércio no centro da cidade, é de propriedade deles. E da minha varanda a mesquita é visível acerca de 1km de distância.FCarvalho escreveu:ps 1: é bem difícil mesmo de ser ver um mulçumano no Brasil andando por aí. Até porque os esteriótipos e rótulos com os quais estamos (mal) acostumados a identificá-los não pegam por aqui. Graças a Deus. E que assim permaneçam.
E nunca ouvi falar de nenhum problema entre eles, ou entre muçulmanos e membros de qualquer outra igreja local e pessoas em geral.
Leandro G. Card
- FCarvalho
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Re: SYRIA
E nem verá Leandro. O arquétipo de intransigentes, intolerantes, incultos, extremistas e terroristas não se aplica à comunidade árabe-muçulmana no Brasil. E sequer a maior parte da população muçulmana no mundo.
No mais, como disse, não se pode ou sabe-se distinguir um cidadão brasileiro de ascendência árabe das outras pessoas do principio do seu reconhecimento a partir de suas práticas religiosas, visto que, ao menos aqui no Brasil, os esteriótipos com os quais são comumente rotulados, e a sua religião, cá não se aplicam.
E quanto as mulheres, que são lindas por natureza, sob todos os aspectos, é bem mais fácil de reconhecê-las tendo em vista a indumentária tradicional com a qual se vestem.
Que diga-se de passagem, opinião pessoal minha, é o que realmente as deixa lindas. A dignidade, o respeito e o decoro com o qual se vestem e se portam as deixam, e fazem, muito mais mulheres, e muito mais femininas, tanto quanto bonitas e sensuais, do que a imensa maioria das ocidentais seminuas e indolentes que se vê por aí no Brasil e no mundo, achando que são mais livres e inteligentes do que aquelas só porque podem andar a mostrar os peitos, a bunda e o que mais couber de si mesmas por aí para todo mundo ver, como se numa vitrine em exposição para consumo estivessem.
Será que não estão mesmo?
abs.
No mais, como disse, não se pode ou sabe-se distinguir um cidadão brasileiro de ascendência árabe das outras pessoas do principio do seu reconhecimento a partir de suas práticas religiosas, visto que, ao menos aqui no Brasil, os esteriótipos com os quais são comumente rotulados, e a sua religião, cá não se aplicam.
E quanto as mulheres, que são lindas por natureza, sob todos os aspectos, é bem mais fácil de reconhecê-las tendo em vista a indumentária tradicional com a qual se vestem.
Que diga-se de passagem, opinião pessoal minha, é o que realmente as deixa lindas. A dignidade, o respeito e o decoro com o qual se vestem e se portam as deixam, e fazem, muito mais mulheres, e muito mais femininas, tanto quanto bonitas e sensuais, do que a imensa maioria das ocidentais seminuas e indolentes que se vê por aí no Brasil e no mundo, achando que são mais livres e inteligentes do que aquelas só porque podem andar a mostrar os peitos, a bunda e o que mais couber de si mesmas por aí para todo mundo ver, como se numa vitrine em exposição para consumo estivessem.
Será que não estão mesmo?
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- LeandroGCard
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Re: SYRIA
Vai começar a confusão toda de novo?
Leandro G. CardKerry exige a saída de Assad do governo para acordo de paz na Síria
Discurso de secretário de Estado deixa claro que o mundo está 'dividido' em relação à guerra
Jamil Chade - O Estado de S. Paulo22 de janeiro de 2014 | 8h 04
MONTREUX - Os Estados Unidos abriram a conferência de paz sobre a Síria nesta quarta-eira, 22, exigindo a saída de Bashar Assad do poder. Nesta manhã, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, alertou que não há como pensar em uma transição política na Síria que inclua a presença de Assad num eventual novo governo. Enquanto as esperanças são de que o evento possa ser o início de uma solução para a guerra que já fez 130 mil mortos, o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, alerta que o mundo está "dividido".
Os primeiros discursos deixaram essa divisão evidente. "Não vamos nos equivocar: não há como pensar que aquele que cometeu crimes possa voltar a ter legitimidade para liderar a Síria", alertou Kerry. "Assad precisa sair", insistiu. "Não é a tortura que dá a legitimidade para alguém governar", alertou.
A posição foi contestada por Sergey Lavrov, o chanceler russo. "A solução precisa ser encontrada pelos sírios, sem a intromissão internacional", alertou. Moscou, um aliado de Assad, deixou claro que não aceitaria que governos estrangeiros possam determinar quem formaria o governo de transição.
Durante os primeiros minutos da conferência, as consequências de três anos de guerra ficaram claras. De um lado, ogoverno sírio acusou países adversários de "tentarem impor democracia pelas bombas", de agirem de forma "estúpida" e como "bárbaros". "Somos nós que representamos o povo", declarou o chanceler sírio Walid Muallem.
O governo de Assad usou sua intervenção para atacar americanos, europeus, sauditas e mesmo a oposição. "Vocês são uma vergonha", disparou.
Brasil. O chanceler sírio ainda elogiou os países dos Brics por serem "amigos sinceros" da Síria e não "terem apoiado a agenda de outros países". "Agradeço os Brics e os países latino-americanos, que ficaram ao nosso lado", disse.
A abertura da conferência ainda viu um bate-boca entre o chanceler e Ban Ki Moon, que tentou cortar seu discurso depois de 20 minutos. O sírio se recusou a parar de falar. "O senhor vive em Nova York", atacou o chanceler.
A conferência não tem prazo para acabar. Mas essa é a primeira vez em três anos que o governo e a oposição se encontram em uma mesma sala.
- LeandroGCard
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Re: SYRIA
Mais sobre a mesma conferência.
E eu que achava que o objetivo da oposição síria era trazer a democracia ao país . Isso poderia perfeitamente ser feito com um período de transição, sem necessidade de que Assad necessariamente saísse imediatamente do poder (antes mesmo que os protestos degenerassem em uma guerra civil ele já havia concordado com isso). Agora parece que o único objetivo da conferência será trazer de novo a questão síria para baixo dos holofotes para mostrar todo o sofrimento dos rebeldes e angariar apoio para uma intervenção em favor deles, mesmo após a destruição do arsenal químico sírio.
Será que esta é mesmo uma conferência de paz, ou será de guerra?
Leandro G. Card
Se o objetivo da conferência é apenas isolar o Assad e bater nele até que ele caia, só lhe resta uma opção: Bater com a máxima força na oposição até que ela deixe de existir.Conversações sobre Síria
Gilles Lapouge - O Estado de S.Paulo 22 de janeiro de 2014
PARIS - Teve início na Suíça a conferência sobre a Síria denominada Genebra 2. O temor é que ela se encerre no momento da sua inauguração. Essa é a situação grotesca a que foi conduzida a diplomacia mundial no caso da Síria.
Todas as "fadas" dessa diplomacia estavam inclinadas sobre o berço da conferência: em primeiro lugar os dois "padrinhos", Estados Unidos e Rússia, que imaginaram este encontro no ano passado, muito inquietos ao ver que a fogueira síria estava em vias de provocar uma guerra civil mundial entre os dois ramos do Islã, os sunitas, apoiados pela Arábia Saudita, e os xiitas (pelo Irã), para a felicidade dos sunitas jihadistas que formigam na Síria.
Mas uma outra "fada" também se inclinou sobre o mesmo berço da conferência de Genebra, a ONU. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que preside a conferência. E que levou seu papel a sério. Tão a sério que na segunda-feira quase fez fracassar a conferência antes mesmo de ela se iniciar.
E o que ele fez para conseguir tal resultado? Muito simples: anunciou que o Irã, líder do clã xiita e aliado indefectível de Bashar Assad, tinha sido convidado para o encontro. Declaração que provocou grande consternação em Genebra. O que ocorreu com ele? Por que a iniciativa de Ban foi tão incongruente, perigosa e condenada ao ridículo?
Simplesmente porque o objetivo das grandes potências, como fora decidido em junho 2012, primeiro encontro de Genebra, era exatamente isolar Assad. Ora, como o Irã é o intransigente aliado de Assad (e inimigo da Arábia Saudita sunita que apoia os rebeldes sírios, incluindo os jihadistas), a presença do Irã na conferência era algo absurdo ou suicida.
A iniciativa barroca do secretário-geral da ONU deixou todo mundo possesso. Primeira consequência: a Coalizão Nacional Síria, principal entidade de oposição a Assad, imediatamente ameaçou não participar das discussões. Segunda consequência: a iniciativa de Ban fez com que nos refinados círculos da diplomacia se ouvissem até algumas expressões não apropriadas. Um diplomata francês, que de repente esqueceu todo o refinamento linguístico de quatro, cinco séculos, exclamou em voz alta: "Ban Ki-moon fez uma besteira!" E então todos tentaram consertar a mancada.
O secretário-geral acabou cedendo: na segunda-feira, retirou o convite feito ao Irã. Vale observar de passagem que os americanos, apesar de também terem criticado Ban, são uns grandes hipócritas. Ao que parece, o secretário-geral só tomou a iniciativa depois de consultar Washington e receber o "sinal verde" dos americanos.
Apesar de tudo, podemos encontrar algumas circunstâncias atenuantes para o infeliz Ban? Sem dúvida ele se lembrou dos princípios que lhe foram ensinados quando fez seus estudos diplomáticos: numa negociação, o objetivo é colocar duas potências inimigas uma diante da outra, de modo que elas dialoguem e se aproximem. Se, por exemplo, para uma conferência são convidados somente os representantes de um mesmo campo e excluídos todos os delegados do campo contrário, ela não tem propósito.
Essa conferência está morta, mesmo aparentando estar viva. Ban ainda tem muito trabalho pela frente se quiser mostrar-se à altura da sua tarefa.
*Gilles Lapouge é correspondente em Paris
E eu que achava que o objetivo da oposição síria era trazer a democracia ao país . Isso poderia perfeitamente ser feito com um período de transição, sem necessidade de que Assad necessariamente saísse imediatamente do poder (antes mesmo que os protestos degenerassem em uma guerra civil ele já havia concordado com isso). Agora parece que o único objetivo da conferência será trazer de novo a questão síria para baixo dos holofotes para mostrar todo o sofrimento dos rebeldes e angariar apoio para uma intervenção em favor deles, mesmo após a destruição do arsenal químico sírio.
Será que esta é mesmo uma conferência de paz, ou será de guerra?
Leandro G. Card
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Re: SYRIA
Já que a oposição também cometeu - e comete - crimes, ela não tem legitimidade para governar. Então, quem vai assumir o governo da Síria? A Confederação Brasileira de Futebol?"Não vamos nos equivocar: não há como pensar que aquele que cometeu crimes possa voltar a ter legitimidade para liderar a Síria", alertou Kerry.
E por um acaso, cortar cabeças, arrancar corações e utilizar homens-bomba dá legitimidade a alguém para ser oposição?"Assad precisa sair", insistiu. "Não é a tortura que dá a legitimidade para alguém governar", alertou.
Então, se a primeira exigência num encontro é que um dos lados, "saia", não é a paz que se procura, e sim a vitória de um lado. É possível culpar o outro lado por se recusar a aceitar a derrota sem lutar?Kerry exige a saída de Assad do governo para acordo de paz na Síria.
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Re: SYRIA
EUA ficam alimentando cobras depois são picados e se fazem de vítima, como aconteceu com seu embaixador na Líbia.
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Re: SYRIA
Hillary Clinton e John Kerry, conquistando mentes e corações no Oriente Médio.
Como bem disse o ministro da defesa de Israel, dêem logo o Nobel pro cara e tirem ele de lá antes que consiga piorar a situação. Com um Nobel nas costas, ele e a Hillary que se matem pela candidatura democrata à próxima presidência.
E o Clermont matou a charada. Ao retirar o Assad das negociações, a diplomacia americana mostra que ainda não aceitou a derrota na questão das armas químicas e está louca pra uma revanche. Boa sorte conseguindo paz na Síria sem envolver o presidente do país.
Como bem disse o ministro da defesa de Israel, dêem logo o Nobel pro cara e tirem ele de lá antes que consiga piorar a situação. Com um Nobel nas costas, ele e a Hillary que se matem pela candidatura democrata à próxima presidência.
E o Clermont matou a charada. Ao retirar o Assad das negociações, a diplomacia americana mostra que ainda não aceitou a derrota na questão das armas químicas e está louca pra uma revanche. Boa sorte conseguindo paz na Síria sem envolver o presidente do país.
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Re: SYRIA
Chamadinha capciosa essa
Ditadura saúda Brics por ‘apoio’ ao seu lado
23 Jan 2014
Brasil critica países que financiam o conflito sírio e ataca tentativa de potências de determinar futuro de Assad
MONTREUX, SUÍÇA
O regime de Bashar Assad referiu-se ontem aos Brics, no primeiro dia de negociação de paz na Suíça, como "amigos sinceros". Índia, China, África do Sul e Rússia argumentaram que não havia como exigir a saída de Assad antes de iniciar uma negociação. O Brasil atacou qualquer tentativa de potências estrangeiras de determinar o futuro do ditador.
"Agradeço aos Brics e aos países latino-americanos, que ficaram ao nosso lado e protegem o povo sírio", disse o chanceler sírio Walid Muallem.
O Itamaraty criticou países que têm financiado e enviado armas para a Síria e alertou que não há chances de um acordo de paz se potências internacionais tentarem definir de que forma a transição política deve ocorrer.
"Não haverá solução para o conflito na Síria enquanto ambos os lados continuarem a receber recursos financeiras e armas do exterior", disse o embaixador Eduardo dos Santos, secretário-geral do Itamaraty. "Os países e organizações reunidos aqui deveriam apoiar fortemente o diálogo político liderado pelos sírios", completou.
No início da semana, o Palácio do Planalto cancelou a ida do chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, ao evento e a representação ficou para Santos - substituição criticada por ONGs de direitos humanos. Mais cedo, o secretário de Estado americano, John Kerry, havia exigido a saída de Assad para um acordo de paz. Seu apelo foi apoiado por Turquia, Grâ-Bretanha e Arábia Saudita. "Esse é um processo sírio com o apoio da comunidade internacional, e não um processo internacional com participação síria", disse o diplomata do Itamaraty.
Para as negociações diretas, a partir de amanhã, o Brasil sugere acesso humanitário às áreas afetadas, um cessar-fogo regional e pede que os responsáveis pela violência sejam levados à Justiça. / j.c.
Ditadura saúda Brics por ‘apoio’ ao seu lado
23 Jan 2014
Brasil critica países que financiam o conflito sírio e ataca tentativa de potências de determinar futuro de Assad
MONTREUX, SUÍÇA
O regime de Bashar Assad referiu-se ontem aos Brics, no primeiro dia de negociação de paz na Suíça, como "amigos sinceros". Índia, China, África do Sul e Rússia argumentaram que não havia como exigir a saída de Assad antes de iniciar uma negociação. O Brasil atacou qualquer tentativa de potências estrangeiras de determinar o futuro do ditador.
"Agradeço aos Brics e aos países latino-americanos, que ficaram ao nosso lado e protegem o povo sírio", disse o chanceler sírio Walid Muallem.
O Itamaraty criticou países que têm financiado e enviado armas para a Síria e alertou que não há chances de um acordo de paz se potências internacionais tentarem definir de que forma a transição política deve ocorrer.
"Não haverá solução para o conflito na Síria enquanto ambos os lados continuarem a receber recursos financeiras e armas do exterior", disse o embaixador Eduardo dos Santos, secretário-geral do Itamaraty. "Os países e organizações reunidos aqui deveriam apoiar fortemente o diálogo político liderado pelos sírios", completou.
No início da semana, o Palácio do Planalto cancelou a ida do chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, ao evento e a representação ficou para Santos - substituição criticada por ONGs de direitos humanos. Mais cedo, o secretário de Estado americano, John Kerry, havia exigido a saída de Assad para um acordo de paz. Seu apelo foi apoiado por Turquia, Grâ-Bretanha e Arábia Saudita. "Esse é um processo sírio com o apoio da comunidade internacional, e não um processo internacional com participação síria", disse o diplomata do Itamaraty.
Para as negociações diretas, a partir de amanhã, o Brasil sugere acesso humanitário às áreas afetadas, um cessar-fogo regional e pede que os responsáveis pela violência sejam levados à Justiça. / j.c.
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Re: SYRIA
Presidente Bashar al-Assad: Entrevista
27.01.2014
Presidente Bashar al-Assad: Entrevista. 19672.jpeg
O presidente Bashar al-Assad deve ser coroado "Campeão Mundial de Paciência, Moderação e Boa Educação para a Convivência Democrática": hoje, já é incontável o número de jornalistas ocidentais perfeitamente imbecis que o entrevistaram, e aos quais ele sempre respondeu com bons modos.
Presidente Bashar al-Assad: Entrevista à Agência France Press
IMPRESSIONANTE o tom enviesado-vicioso, quando não é completamente tolo, das perguntas do jornalista da AFP (o que também chamou a atenção de Global Research).
O presidente Bashar al-Assad deve ser coroado "Campeão Mundial de Paciência, Moderação e Boa Educação para a Convivência Democrática": hoje, já é incontável o número de jornalistas ocidentais PERFEITAMENTE IMBECIS que o entrevistaram, e aos quais ele sempre respondeu com bons modos.
Em http://blogs.afp.com/correspondent/?pos ... uPwXNJTsrg
o jornalista entrevistador, da AFP, escreve três laudas sobre os passos prévios à entrevista. Dentre outros comentários imbecis, diz que o presidente Assad, em pessoa, "não parece um déspota sanguinário; parece mais 'um gerentão'" [sic]; e o jornalista apresenta-se como personagem importantíssimo, naquele encontro, o que ele, evidentemente, não é.
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Esperemos que, pelo menos na última linha, tenha feito justiça aos fatos, sem opinionismo 'jornalístico' tosco: "O palácio grava a entrevista e nos entrega transcrições em árabe, inglês e francês. Verificamos atentamente: nada foi cortado."
Aqui, a tradução da versão em inglês.
Nenhum jornal-empresa, no Brasil inteirinho, publicou a íntegra dessa entrevista.
______________________________________________________
AFP: Sr. Presidente, o que o senhor espera da Conferência Genebra-2?
Presidente Assad: O elemento mais básico, ao qual nos referimos continuamente, é que a Conferência de Genebra produza resultados claros no que diz respeito à luta contra o terrorismo na Síria. Em particular, é preciso pressionar os países que estão exportando terrorismo - enviando terroristas, dinheiro e armas a organizações terroristas -, especialmente Arábia Saudita e Turquia. E, claro, os países ocidentais que fornecem cobertura política para essas organizações terroristas. Esta é a decisão mais importante ou o mais importante resultado que a Conferência de Genebra poderia produzir. Qualquer solução política que seja alcançada e não preveja o combate contra o terrorismo, não terá valor algum. Não pode haver qualquer ação política, enquanto o terrorismo estiver em todos os lugares, não só na Síria, mas em países vizinhos também. Do lado político, Genebra-2 pode contribuir para construir um processo de diálogo entre os sírios. Tem que haver um processo sírio dentro Síria. E Genebra poderia apoiar isso. De nada servirá, se tentar pôr-se como substituto desse processo.
AFP: Depois de quase três anos de guerra devastadora e do grande desafio de reconstrução do país, é provável que o senhor não venha a ser candidato à presidência?
Presidente Assad: Isso depende de duas coisas. Depende de aspirações pessoais, de uma decisão pessoal minha, por um lado; e depende também da opinião pública síria, por outro. Pessoalmente, penso nisso e não vejo motivo algum pelo qual não devesse pensar. E vale o mesmo para a opinião pública síria. Mas ainda temos quatro meses antes do início do processo eleitoral. Se nesse momento houver sinal de desejo público a favor de minha candidatura, eu, pessoalmente, não hesitarei nem por um momento em concorrer à eleição. Pode-se dizer, em resumo, que há chances significativas de eu me candidatar à eleição.
AFP: Nestes últimos anos, o senhor alguma vez pensou sobre perder a batalha? Já pensou em um cenário alternativo para o senhor e sua família?
Presidente Assad: Em qualquer batalha, sempre se pode ou ganhar ou perder. Mas quando você luta para defender seu país, é óbvio que a única opção é vencer. Se a Síria perder esta batalha, significará que o terrorismo se disseminará, que o caos se disseminará, para todo o Oriente Médio. Esta batalha não está confinada à Síria. Não é, como a propaganda ocidental a pinta, uma revolta popular contra um regime que reprime seu povo, uma revolução que estaria clamando por democracia e liberdade. Agora, muita gente já está vendo que essas mentiras são o que são, mentiras. Nenhuma revolução popular duraria três anos para, no final, fracassar. E tampouco alguma revolução nacional poderia seguir agenda estrangeira.
Se o senhor está perguntando por cenários que eu tenha considerado, sim, naturalmente, há vários cenários possíveis, 1º, 2º, 3º... 10º, mas todos estão focados em defender a Síria, não em fugir da luta. Fugir não é opção a considerar nestas circunstâncias. Estou e tenho de permanecer na vanguarda dos que defendem a Síria. Tem sido assim, desde o primeiro dia.
AFP: O senhor acredita que esteja vencendo essa guerra?
Presidente Assad: Essa guerra não é minha, para que eu a ganhe. É guerra nossa, dos sírios. Acho que esta guerra tem, por assim dizer, duas fases. A primeira fase, que tomou a forma de projetos elaborados no início, visou a derrubar o estado sírio em questão de semanas ou meses. Agora, três anos depois, podemos dizer com segurança que esse projeto fracassou. Nesse sentido, o povo venceu. Havia países que não queriam só derrubar o estado: também queriam dividir o país em vários "miniestados". Esse projeto também falhou; consequentemente, é mais uma a vitória para o povo sírio. Agora estamos noutra fase da batalha, que é a luta contra o terrorismo, que nós estamos vivendo diariamente. Como o senhor sabe, esta fase ainda não acabou. Assim sendo, não posso falar sobre ter ganhado, antes de eliminar os terroristas. O que podemos dizer é que estamos progredindo e avançando. Isso não significa que a vitória esteja próxima. Esse tipo de guerra é complicado, difícil e exige tempo, muito tempo. Mas, como eu disse, e repito, estamos avançando. Mas ainda não vencemos o terrorismo.
AFP: De volta a Genebra-2, o senhor apoia uma decisão da conferência no sentido de todos os combatentes estrangeiros deixarem a Síria, incluindo o Hezbollah?
Presidente Assad: É evidente que o trabalho de defender a Síria é responsabilidade do povo sírio, das instituições da Síria e em particular do exército sírio. Assim, não há razão para que combatentes não sírios envolverem-se aqui; e, aqui, antes, nunca houve estrangeiros atacando civis. O Hezbollah não se inclui nessa lista, não ataca civis e está exclusivamente na fronteira sírio-libanesa. Quando se fala de combatentes estrangeiros que tenham de sair da Síria, a decisão teria de vir como parte de um pacote maior, que incluiria que todos os grupos armados - inclusive sírios - entregassem suas armas ao estado sírio. Assim, consequentemente, se poderia pensar em estabilidade. Mas, sem isso, eu não diria que nosso objetivo é que todos os combatentes não sírios deixem a Síria. O enfoque não é esse.
AFP: Além da troca de prisioneiros e um cessar-fogo em Aleppo, que iniciativas o senhor disposto a apresentar em Genebra-2?
Presidente Assad: A iniciativa síria já foi apresentada há exatamente um ano, em janeiro do ano passado. É uma iniciativa completa, que abrange tanto os aspectos políticos e de segurança como outras dimensões que levariam a estabilidade. Todos esses detalhes fazem parte da iniciativa que a Síria já apresentou há um ano. Mas qualquer iniciativa, seja essa ou qualquer outra, tem de ser o resultado de um diálogo entre os sírios. A essência de tudo o que seja proposto, seja a própria crise, o combate ao terrorismo ou alguma futura visão política e um sistema político para a Síria, é que tem de ser aprovado pelos sírios. Nossa iniciativa foi baseada em um processo para facilitar esse diálogo. Não foi processo que visasse a manifestar o ponto de vista do governo. Sempre foi nossa opinião que qualquer iniciativa tem de ser coletiva e produzida por todos os atores políticos na Síria e pelo povo sírio em geral.
AFP: A oposição que vai participar em Genebra-2 está dividida em muitas facções em confronto em campo e muitos dizem que não representam ninguém. Se não se chegar a um acordo, o que acontecerá em campo?
Presidente Assad: Esta é a mesma pergunta que nós também estamos fazendo, como governo: quando eu negociar, com quem estarei negociando? Não se espera que haja muitos lados em Genebra-2. Ainda nem se sabe quem irá, mas haverá vários partidos, inclusive o governo sírio. É claro para todos que alguns dos grupos que talvez estejam presentes à conferência sequer existiam há pouco tempo. Na verdade, são grupos que foram criados durante a crise, por agências de inteligência estrangeiras, no Qatar, na Arábia Saudita, na França, nos EUA ou em outros países. Então, quando nos sentamos com esses grupos, na verdade estamos negociando com esses países. Então... Que lógica há em a França ser parte a ser ouvida para solucionar o conflito sírio? Ou o Qatar, ou os EUA, ou a Arábia Saudita ou a Turquia? Não faz sentido.
O que se vê é que, quando negociamos com esses partidos, estamos na verdade a negociar com os países que estão por trás deles, os mesmos que apóiam o terrorismo na Síria. Há outras forças de oposição na Síria que têm uma agenda nacional - e que são as partes com as quais faz sentido negociarmos.
Sobre a questão de uma visão para o futuro da Síria, estamos abertos para estes partidos sírios interessados em participar no governo do estado sírio, no governo e em outras instituições. Mas, como já disse antes: tudo o que for acordado com qualquer partido, seja em Genebra ou na Síria, tem de ser aprovado pelos próprios sírios, mediante um referendo.
AFP: Neste contexto, os acordos de cessar-fogo iniciados em Moadimiya e Barzeh podem ser alternativa a Genebra-2?
Presidente Assad: A verdade é que essas iniciativas podem ser até mais importantes que Genebra, porque a maioria dos terroristas que agem em solo não têm nenhuma agenda política. Alguns deles tornaram-se ladrões armados profissionais, e outros, como você sabe, são organizações takfiri que lutam por um emirado islâmico extremista e coisas desse tipo. Genebra não significa coisa alguma, para esses grupos. Por esta razão, a ação direta e os modelos que foram alcançados em Moadamiyeh, em Barzeh e em outros lugares na Síria têm-se provado muito eficazes. Mas isso é parte do processo político, que tem a ver com o futuro político da Síria. Estas reconciliações ajudaram a estabilidade, o que ajuda a pavimentar o caminho para o diálogo político que mencionei anteriormente.
AFP: O senhor está preparado para ter um primeiro-ministro da oposição em um governo futuro?
Presidente Assad: Isso depende do que essa oposição represente. Quando se representa a maioria, digamos, no Parlamento, naturalmente essa maioria deve levar ao governo. Mas nomear um primeiro-ministro da oposição sem que a oposição tenha qualquer maioria, não faz qualquer sentido político, em nenhum país do mundo. No seu país, por exemplo, ou na Grã- Bretanha ou em outro lugar, você jamais terá primeiro-ministro de minoria parlamentar. Isso tudo vai depender das próximas eleições, de que falamos na iniciativa síria. Elas é que podem mostrar o tamanho real do apoio que têm as várias forças da oposição. Quanto à participação da oposição, como princípio, sim, é claro que apoiamos, é claro que é uma coisa boa.
AFP: O senhor está preparado para ter, por exemplo, Ahmed Jarba ou Moaz Khatib, como seu primeiro-ministro?
Presidente Assad: Estamos voltando à pergunta anterior. Quem garante que alguma dessas pessoas representa o povo sírio ou maioria significativa do povo sírio ou, mesmo, uma pequena parte do povo sírio? E se representarem só eles mesmos ou os estados que os criaram e sustentam? Já respondi essa pergunta. Cada um desses grupos só representa o país que os criou. A participação de cada um desses indivíduos significaria participação desses vários estados no governo sírio. Não faz sentido. Este é o primeiro ponto.
Em segundo lugar, suponhamos que aceitemos a participação deles no governo da Síria. O senhor acredita que teriam coragem de vir viver na Síria, para trabalhar no governo? É claro que não. Ano passado, diziam que controlavam 70% da Síria. Mas jamais tiveram coragem, sequer, de pôr os pés nas áreas que diziam controlar. Vieram até a fronteira, posaram para uma foto e, em seguida, já fugiram dali. Como poderiam ser ministros no governo? Por que um estrangeiro teria de ser ministro sírio? Essas ideias são irrealistas. No máximo, são uma boa piada.
AFP: Sr. Presidente, o senhor disse que isso depende dos resultados das eleições. Mas como organizar eleições, se parte do território da Síria está nas mãos de insurgentes?
Presidente Assad: Durante esta crise, depois de essa agitação começar na Síria, já tivemos duas eleições: primeiro, as eleições municipais; depois, eleições parlamentares. Claro, nem tudo se pode fazer como se houvesse circunstâncias normais, mas as estradas entre as regiões da Síria estão abertas, e as pessoas podem deslocar-se livremente entre diferentes regiões. Aqueles que vivem em áreas de difícil acesso podem deslocar-se para áreas vizinhas para votar. Haverá dificuldades, mas não é um processo impossível.
AFP: O senhor vê alguma diferença entre os combatentes da oposição política e os jihadistas, agora que estão lutando juntos?
Presidente Assad: Se o senhor me perguntasse no início da crise, ou nas fases anteriores, minha resposta seria uma. Hoje, minha resposta é diferente: já não há dois grupos, contra o estado sírio.
Nós todos sabemos que durante os últimos meses, os grupos terroristas extremistas que lutam na Síria já dizimaram as últimas posições restantes das forças que o ocidente ainda pinta como se fossem moderadas, do Exército Sírio Livre. Não existe mais Exército Sírio Livre. Agora só há extremistas, divididos em várias facções. Os combatentes que o ocidente chama de 'moderados', esses, na maioria, já se fundiram àquelas forças extremistas, seja por medo ou voluntariamente, estimulados por incentivos financeiros. Em resumo, independentemente dos rótulos que se leiam na mídia ocidental, nós agora estamos em luta contra um grupo terrorista extremista composto de várias facções.
AFP: Seria possível, para o exército e a oposição, lutarem lado a lado com jihadistas [contra outros jihadistas]?
Presidente Assad: Nós cooperamos com qualquer partido que se queira juntar ao exército na luta contra os terroristas. E já aconteceu antes. Há muitos militantes que deixaram essas organizações e se juntaram ao exército. É possível. Mas são casos individuais. Não implica que se faça uma aliança entre jihadistas 'moderados' e o exército, contra terroristas. Essa representação é falsa. É uma fantasia que o ocidente tem usado, para tentar justificar o apoio que tem dado aos terroristas na Síria. O ocidente apoia o terrorismo sob o pretexto de que estaria apoiando algum terrorismo 'moderado' contra outro terrorismo extremista. É ilógico. Não faz sentido algum. É falso.
AFP: O estado acusa os rebeldes de usar civis como escudos humanos em áreas sob seu controle. Mas quando o exército ataca bolsões de jihadistas, pode também matar inocentes, não?
Presidente Assad: O exército não ataca bairros onde haja moradores. Só atacamos bairros onde só há terroristas. O que acontece é que os terroristas entram em áreas residenciais e forçam a saída dos moradores. Por que você acha que há tantos refugiados? A maioria dos milhões de sírios refugiados fora da Síria ou longe de suas áreas residenciais deixaram as casas porque os bairros foram invadidos por terroristas. Se há civis entre esses grupos armados, por que atacariam seus próprios bairros? O exército está lutando contra terroristas armados, e em alguns casos, os terroristas usaram civis como escudos humanos. As mortes de civis são, infelizmente, efeito de qualquer guerra. Não existe guerra limpa, sem mortes entre civis. Essa é a natureza infeliz de guerra. Por isso temos de pôr fim à guerra.
AFP: Sr. Presidente, algumas organizações internacionais têm acusado o governo e a oposição de cometer abusos. Após o fim da guerra, o senhor aceitaria que se investiguem esses abusos?
Presidente Assad: O que muitas dessas organizações dizem não tem lógica alguma. Não estaríamos até hoje no governo da Síria, se estivéssemos matando nosso próprio povo, e depois de três anos de guerra, e em luta contra dezenas de países interessados em derrubar o governo da Síria. Se o estado sírio estivesse matando seu povo, os sírios já o teriam derrubado há muito tempo. Continuamos onde estamos, porque temos, sim, o apoio do povo sírio. O que essas organizações dizem mostra a ignorância delas sobre a real situação na Síria, ou é prova de que obedecem a agendas políticas dos estados que mantêm essas organizações. Não pode haver dúvida - e há centenas de provas - de que os terroristas cometem massacres e matam civis. Até hoje, por mais que tenham procurado, essas organizações que o senhor cita não encontraram sequer uma prova de que o governo sírio tenha cometido massacre contra civis, seja onde for.
AFP: Sr. Presidente, sabemos de jornalistas estrangeiros que foram sequestrados por grupos terroristas. Há jornalistas estrangeiros nas prisões do Estado?
Presidente Assad: Melhor o senhor perguntar às agências especializadas relevantes, sobre este assunto. Com certeza lhe responderão.
AFP: Será que é possível, algum dia, uma reconciliação entre a Síria por um lado, e Arábia Saudita, Qatar e Turquia, por outro?
Presidente Assad: A política muda constantemente, mas essa mudança depende de dois fatores: princípios e interesses. Nós não compartilhamos princípios com os estados que você menciona; esses estados apoiam o terrorismo e têm contribuído para o derramamento de sangue na Síria. Quanto aos interesses, precisamos nos perguntar: será que o povo sírio concordará com ter interesses comuns com esses países, depois de tudo o que aconteceu e de tanto sangue sírio derramado? Não quero responder em nome do povo sírio. Se as pessoas acreditam que compartilham interesses com estes estados, e se esses estados abandonarem a política de apoiar o terrorismo, é plausível que o povo sírio venha a concordar com restaurar as relações. Eu não posso individualmente, nem como Presidente, responder em nome de todo o povo da Síria, hoje. É decisão que o povo tomará.
AFP: Sr. Presidente, o senhor foi convidado para cerimônias do 14 de Julho (Dia da Bastilha, na França), no Palácio do Eliseu, em Paris.[1] A posição da França hoje surpreende o senhor? O senhor acha que França pode ter algum tipo de papel na Síria, algum dia?
Presidente Assad: Não, não me surpreende, porque aquele convite aconteceu durante um período, 2008-2011, quando tentavam seduzir a Síria e a política síria. A França foi acusada por isso, pelos Estados Unidos, quando Sarkozy se tornou presidente. Houve um acordo entre a França e a administração Bush sobre isso, já que a França é tida como velha amiga dos árabes e da Síria e, como tal, pareceu mais adequada para desempenhar o papel. Naquele tempo, tentavam usar a Síria contra o Irã e o Hezbollah, e puxar a Síria para longe de qualquer apoio que pudesse dar a organizações da Resistência na região. Esta política francesa falhou, porque o seu objetivo 'oculto' estava por demais evidente. Em seguida, a chamada Primavera Árabe começou, e a França voltou-se contra a Síria, depois de não ter conseguido fazer o que os EUA a mandaram fazer. Esta é a razão daquela posição francesa naquele momento. E entende-se também por que mudou em 2011.
Quanto a algum papel da França no futuro, falemos francamente. Desde 2001 e os ataques terroristas em Nova York, já nem se pode falar de nenhum europeu, em matéria de decisão política (e isso, sem olhar para a década dos 1990). Em todo o ocidente, só há uma política, e é a política dos EUA, sempre implementada por alguns países europeus. E tem sido exatamente assim em todas as questões da nossa região, na última década. Hoje, vemos a mesma coisa: ou a política europeia é formulada com as bênçãos dos EUA, ou a política americana é adotada pelos europeus como se fossem políticas suas.
Assim sendo, não acredito que a Europa, e especialmente a França, que costumava liderar a política europeia no passado, consiga chegar a ter qualquer papel importante no futuro da Síria, ou nos países vizinhos.
Há outra razão também: as autoridades políticas ocidentais perderam completamente a credibilidade. Já nem se pode falar de 'dois pesos e duas medidas', porque os padrões agora são triplos e quádruplos. Eles têm todos e quaisquer padrões, para cada situação política. Eles perderam a credibilidade, porque já venderam todos os seus princípios em troca de interesses. Daí que, hoje, já é impossível cogitar de construir alguma política consistente com os europeus. Dizem uma coisa hoje e, amanhã, estarão fazendo exatamente o oposto do que disseram e fizeram hoje. Por isso, não me parece que a França terá qualquer papel no futuro imediato, a menos que mude completamente suas políticas, e a política do núcleo do governo, e volte a ser o estado politicamente independente que já foi.
AFP: Quanto tempo o senhor estima que seja necessário para a Síria livrar-se completamente de seus arsenais de armas químicas?
Presidente Assad: Depende do que a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) fará, do equipamento que nos dê, para fazer o processo. Até agora, o processo de fabricação deste material tem sido bastante lento. Por outro lado, como você sabe, o desmonte e a neutralização dos materiais químicos não estão sendo feitos na Síria, nem pelo Estado sírio. Vários países em diferentes partes do mundo aceitaram realizar esse processo; alguns concordaram com lidar com os materiais menos perigosos; outros se recusaram. O prazo, portanto, depende desses dois fatores - da OPAQ e dos países que aceitam neutralizar os materiais em seus territórios. Não cabe à Síria definir prazos. A Síria fez sua parte, na preparação e coleta de dados, e demos pleno acesso aos inspetores que verificaram esses dados e inspecionaram os agentes químicos. O resto, como eu disse, é com os demais envolvidos.
AFP: Sr. Presidente, o que mudou na sua vida pessoal, diária, na vida de sua família? Os seus filhos entendem o que está acontecendo? O senhor conversa com eles sobre isso?
Presidente Assad: Algumas coisas não mudaram. Saio todos os dias para trabalhar, como de costume, e moramos na mesma casa, como antes; e as crianças vão à escola, isso não mudou. Por outro lado, há coisas que afetaram todos os lares sírios, inclusive o meu: a tristeza vive conosco, todos os dias - porque todos sabemos das vítimas feridas e mortas, da dor das famílias. E eu, pessoalmente, sei também da infraestrutura destruída, das dificuldades da economia. Todas as famílias sírias foram afetadas, inclusive a minha. Não há dúvida de que as crianças são afetadas mais profundamente que os adultos, nestas circunstâncias. Esta geração provavelmente vai crescer mais depressa e amadurecer muito mais rápido, como efeito da crise. Há perguntas que as crianças fazem, por causa do que está acontecendo, que normalmente os pais não ouvem com tanta frequência. Por que há pessoas tão más? Por que há vítimas? Não é fácil de explicar essas coisas para as crianças, mas são perguntas cotidianas persistentes e um tema de discussão em todas as casas, inclusive na minha.
AFP: Ao longo desses anos, qual a situação mais difícil que o senhor enfrentou?
Presidente Assad: Não é necessariamente uma situação, em particular, mas um conjunto de coisas. Sempre houve coisas difíceis de enfrentar, e continuam difíceis. A primeira, creio eu, é o terrorismo, o grau de selvageria e desumanidade que os terroristas atingiram nos lembra do que acontecia na Idade Média na Europa, há mais de 500 anos. Em tempos mais recentes, modernos, nos lembra os massacres perpetrados pelos otomanos contra os armênios, quando foram mortos 1,5 milhão de armênios e meio milhão siríacos ortodoxos na Síria e em território turco.
Outra coisa sempre difícil de entender é superficialidade dos funcionários ocidentais, na incapacidade de entender o que aconteceu na região e, depois, na incapacidade para propor uma visão, sequer para o presente, muito menos para o futuro. Sempre demoram demais a perceber as coisas, os processos, às vezes só compreendem uma situação passada, quando já passou e já há outra, nova realidade, completamente diferente.
Outra coisa difícil de entender é a extensão da influência dos petrodólares, na mudança de papéis, na arena internacional. Por exemplo: como explicar que o Qatar tenha-se transformado, de estado marginal, em estado poderosíssimo, ao mesmo tempo em que a França converteu-se em estado comandado de fora, por procuração, para implementar políticas que interessam ao Qatar? É também o que se vê acontecer agora, entre França e Arábia Saudita. Como é possível que petrodólares levem a França, dentre outras potências ocidentais, mas sobretudo a França, a vender seus princípios, os princípios da Revolução Francesa, em troca de alguns bilhões de dólares? Aí está. São algumas das coisas, dentre outras, sempre difíceis, para mim, de compreender e aceitar.
AFP: O julgamento dos acusados pelo assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri começou. O senhor acha que será julgamento justo?
Presidente Assad: Nove anos se passaram, desde o início do processo. Atendeu-se à justiça? A acusação foi, do começo ao fim, feita por razões políticas. Até recentemente, não se viu nenhuma prova tangível apresentada contra as partes envolvidas no caso. A verdadeira pergunta deveria ser: por que demorou tanto? Por que agora? Este tribunal foi criado há nove anos. Houve recentemente alguma descoberta importante? Por que, de repente, começa o julgamento? Minha opinião é que tudo, aí, está muito fortemente politizado, e o julgamento visa a pressionar o Hezbollah no Líbano, assim como, no início, tudo foi feito para pressionar a Síria e envolvê-la no assassinato de al-Hariri.
AFP: O senhor disse que a guerra vai acabar quando o terrorismo for erradicado. Mas os sírios e todo mundo querem saber quando esta guerra acabará? Alguns meses? Um ano? Nos próximos anos?
Presidente Assad: Esperamos que a conferência de Genebra seja capaz de dar uma resposta a parte dessa sua pergunta, pressionando aqueles países, na direção da paz. Nada disso tem a ver com a Síria, porque, se tivesse, aqueles mesmos estados teriam sido pressionados desde o início, o que poderia ter impedido que o terrorismo entrasse na Síria. Do nosso lado, se Genebra-2 conseguir impedir que o terrorismo continue a ser financiado, alimentado e armado, o fim da guerra pode não tardar mais que alguns meses.
Global Research (SANA e AFP) SANA e AFP
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Re: SYRIA
Amadores na política externa norte americana, hoje cedo o Kerry ameaçou invadir a síria, depois que o engove fez efeito, "pediu" à Rússia que pressione Al Assad!
http://noticias.terra.com.br/mundo/esta ... aRCRD.html
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Re: SYRIA
No começo desta guerra achava que o Assad deveria sair o quanto antes, hoje acho isso seria o pior para a Síria... sem ele a Síria corre o grande risco de virar um Afeganistão governado por Talibans...
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!