Comparem o valor solicitado (eles nem sabem para quê) pela Agência Espacial Brasileira e os gastos da empresa Space-X, que em cerca de 10 anos desenvolveu um excelente foguete na classe das 10 toneladas em órbita baixa e que deverá em breve estar capacitado a levar cargas e talvez até astronautas para a ISS.Programa prevê dez lançamentos e R$ 900 mi/ano até 2020
Para muitos, plano é irrealista, uma vez que a agência espacial não tem nem quadro próprio de funcionários
O Estado de S.Paulo - 01 de dezembro de 2013 | 2h 07
O lançamento do CBERS-3 é uma peça fundamental do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), um ambicioso plano da Agência Espacial Brasileira (AEB), que prevê o lançamento de outros dez satélites até 2020. Tão ambicioso que, para muitos, chega a ser irrealista, considerando as óbvias limitações e fragilidades crônicas do sistema.
Prestes a completar 20 anos, em fevereiro do ano que vem, a AEB não tem nem quadro próprio de recursos humanos. A agência tem apenas sete funcionários: dois motoristas, três assistentes administrativos, um datilógrafo e um auxiliar de serviços gerais. Todos os outros (cerca de 80) são servidores emprestados de outros órgãos, incluindo o presidente da agência, o matemático José Raimundo Braga Coelho.
"Precisamos de um corpo permanente. Se o programa não tem recursos humanos próprios, como é que pode ter sustentabilidade?", disse ele ao Estado. Uma lei aprovada em junho deste ano autorizou a contratação de servidores na AEB, mas o concurso até agora não foi aberto. "Aguardamos ansiosamente", afirma Coelho.
Para ser executado, o PNAE prevê a necessidade de R$ 900 milhões em investimento por ano, em média, na área espacial até 2020 - cerca de três vezes mais do que o orçamento real da AEB nos últimos anos. "Orçamento e resultados andam juntos. Quando você tem resultados, o governo reage com orçamento, e isso ajuda a trazer mais resultados. Estamos em busca disso", diz Coelho. / H.E.
http://www.spacenews.com/article/letter ... penditures
O pessoal da AEB quer R$5,4 bilhões (cerca de 2,5 bilhões de dólares) até 2020. A maior parte disso acabaria sendo gasta para lançar pequenos satélites experimentais usando foguetes comprados da Ucrânia, e mais uma pequena parte para desenvolver foguetinhos nacionais com capacidade de colocar menos de meia tonelada em órbita, que serviriam ninguém sabe dizer para quê. Sem esquecer é claro de pagar o lançamento de um satélites de comunicações adquirido, projetado, construído e lançado na Europa. Até mesmo um engenheiro antigo do IAE já deu declarações afirmando que nem adiantaria colocar mais dinheiro no PEB, pois não há gente capacitada para gastá-lo de forma produtiva .
Por comparação, a Space-X gastou na casa de 1 bilhão de dólares em 10 anos, e com seu foguete atual que pode colocar mais de 13 ton em órbita já efetuou 6 lançamentos bem sucedidos e espera pedidos somando o valor de US$ 5 bilhões até 2017. É claro que eles contam com a base tecnológica, industrial e comercial já existente no setor espacial americano, mas nós também não começamos a trabalhar em atividades espaciais ontem.
http://money.cnn.com/2013/06/05/investi ... ace-x-ipo/
Por estas e outras é que eu já disse antes e volto a afirmar: A única solução viável para o Programa Espacial Brasileiro é ENCERRAR SUAS ATIVIDADES IMEDIATAMENTE, redistribuir o pessoal técnico que quiser por universidades e centros de pesquisa que se proponham a recebê-los, dispensar sumariamente todo o resto e esquecer o assunto por pelo menos 4 ou 5 anos. E depois recomeçar tudo do zero, com outro pessoal que não traga vícios (podemos inclusive contratá-los no exterior como consultores) e que tome como referência o que se faz no mundo hoje em termos de atividades espaciais, e não o que o Brasil planejava fazer 30 anos atrás e ainda se sinta comprometido em um abraço de afogados com uma país da antiga URSS que hoje enfrenta sérias dificuldades em todos os níveis.
Leandro G. Card