Isso é elogio, porque temos serviço de coleta e análise de informações, espionagem mesmo necas.‘Espionagem do Brasil é pobre’, diz diplomata dos EUA
Geopolítica Brasileira
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- rodrigo
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Re: Geopolítica Brasileira
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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Re: Geopolítica Brasileira
Ue mais ele não havia prometido repassar informações e mesmo assim o governo não lhe disse- No thanks.motumbo escreveu:A única razão para o Brasil aceitar esse Swoden é se ele ainda tiver informação para nos dar, do contrário, os russos que fiquem com ele, essa dividida não é nossa, no que nos diz respeito, os americanos já levaram uma bela tungada perdendo o FX do jeito que perderam.
- Bourne
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Re: Geopolítica Brasileira
Ele não tem informação nenhuma. E não trabalha para governos estrangeiros por não ser traidor. Se fosse, a Rússia e China pagaria muito melhor e tem condições de protegê-lo.
Ainda ele volta para os EUA como herói e com perdão presidencial.
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Re: Geopolítica Brasileira
depois de ler isso fiquei pensando, o que será que ele tem a dizer(Thomas Shannon, ou até mesmo o governo Americano) da inteligencia da Índia,e da Turquia???
...
- Bourne
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Re: Geopolítica Brasileira
Snowden mira Brasil e Alemanha como prováveis destinos
Fonte: http://www.dw.de/snowden-mira-brasil-e- ... a-17317209
Em declarações às imprensas dos dois países, delator do caso NSA disse que aceitaria asilo tanto no Brasil como na Alemanha.
O ex-consultor da Agência de Segurança Nacional (NSA) Edward Snowden parece considerar Brasil e Alemanha como seus destinos favoritos depois de sua estada na Rússia, país que lhe concedeu asilo até meados de 2014.
No final de semana, tanto a imprensa brasileira como a alemã divulgaram declarações do delator em que ele afirma que aceitaria asilo nos dois países.
Numa troca de e-mails com o programa Fantástico, da Rede Globo, Snowden afirmou que aceitaria asilo no Brasil, mas sem a condição de fornecer informações sobre o programa de espionagem americano.
Também numa troca de e-mails, só que com a revista alemã Stern, Snowden afirmou que aceitaria ir para a Alemanha se recebesse uma oferta de asilo do país. "Tenho grande respeito pela Alemanha", declarou.
Ele disse ainda não temer uma extradição para os Estados Unidos. "Ninguém no governo alemão realmente acredita que os Estados Unidos iriam penalizar a Alemanha por conceder asilo a um destacado crítico da espionagem ilegal", afirmou. "Isso prejudicaria mais os Estados Unidos do que a Alemanha."
Ao Fantástico, Snowden adeclarou que, "se o governo brasileiro quiser defender os direitos humanos, será uma honra para mim fazer parte disso".
"Mas nunca vou trocar informações por asilo", observou, acrescentando não acreditar que o governo basileiro tenha interesse nisso. Snowden elogiou o Brasil como "uma das mais interessantes e vibrantes democracias do mundo".
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Re: Geopolítica Brasileira
Xôôô Satanás!!!Bourne escreveu:Snowden mira Brasil e Alemanha como prováveis destinos
Fonte: http://www.dw.de/snowden-mira-brasil-e- ... a-17317209
Em declarações às imprensas dos dois países, delator do caso NSA disse que aceitaria asilo tanto no Brasil como na Alemanha.
O ex-consultor da Agência de Segurança Nacional (NSA) Edward Snowden parece considerar Brasil e Alemanha como seus destinos favoritos depois de sua estada na Rússia, país que lhe concedeu asilo até meados de 2014.
No final de semana, tanto a imprensa brasileira como a alemã divulgaram declarações do delator em que ele afirma que aceitaria asilo nos dois países.
Numa troca de e-mails com o programa Fantástico, da Rede Globo, Snowden afirmou que aceitaria asilo no Brasil, mas sem a condição de fornecer informações sobre o programa de espionagem americano.
Também numa troca de e-mails, só que com a revista alemã Stern, Snowden afirmou que aceitaria ir para a Alemanha se recebesse uma oferta de asilo do país. "Tenho grande respeito pela Alemanha", declarou.
Ele disse ainda não temer uma extradição para os Estados Unidos. "Ninguém no governo alemão realmente acredita que os Estados Unidos iriam penalizar a Alemanha por conceder asilo a um destacado crítico da espionagem ilegal", afirmou. "Isso prejudicaria mais os Estados Unidos do que a Alemanha."
Ao Fantástico, Snowden adeclarou que, "se o governo brasileiro quiser defender os direitos humanos, será uma honra para mim fazer parte disso".
"Mas nunca vou trocar informações por asilo", observou, acrescentando não acreditar que o governo basileiro tenha interesse nisso. Snowden elogiou o Brasil como "uma das mais interessantes e vibrantes democracias do mundo".
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Re: Geopolítica Brasileira
Além dos caças.
Merval Pereira, O Globo - 28.12.13.
Eduardo Brick, especialista do Núcleo de Estudos de Defesa, Inovação, Capacitação e Competitividade Industrial da Universidade Federal Fluminense, em vez de comemorar ou criticar a compra dos novos caças Gripen suecos pela Aeronáutica, prefere uma visão pragmática e de longo prazo.
Por mais paradoxal que a afirmação possa parecer, diz ele, essa decisão não será importante para a defesa do Brasil nos próximos 20 anos, e sim para daqui a 30 a 50 anos.
Nesse raciocínio, o país simplesmente não tem no momento recursos humanos, tecnológicos, industriais e financeiros para se opor a eventuais ameaças. Mas pode aproveitar a oportunidade para desenvolver sua Base Logística de Defesa (BLD).
Esse, diz ele, pode ser um dos principais benefícios da escolha do Gripen — a ampliação da capacitação industrial e tecnológica não só da Embraer como de muitas empresas de sua cadeia produtiva em produtos cuja tecnologia o Brasil ainda não domina.
Portanto, Eduardo Brick acha que o planejamento de hoje deve visar, prioritariamente, a um horizonte mais longínquo, não importando se o Gripen não é uma das mais eficazes armas existentes hoje. “O que importa é que essa aquisição pode ser um importante instrumento para o Brasil se capacitar para conceber e desenvolver aeronaves de combate amanhã.”
Do ponto de vista de desenvolvimento econômico e social, a BLD, apesar de sua finalidade precípua não ser essa, ressalta Brick, é instrumento importantíssimo de política industrial, por vários motivos:
a) Atua no limiar do desenvolvimento tecnológico;
b) Políticas industriais de conteúdo nacional para defesa são necessárias por questões de garantia de suprimento de itens críticos (que são cerceados pelos países que detêm essas tecnologias) e não oneram a economia como um todo.
c) A capacitação industrial construída tem uso dual. Ele cita o exemplo da Embraer, que, após décadas procurando se capacitar com produtos de uso militar, conseguiu desenvolver jatos comerciais e ser importante ator no mercado internacional de produtos civis.
Para o especialista da Universidade Federal Fluminense, a defesa nacional na era pós-industrial depende de dois instrumentos fundamentais: as Forças Armadas (FFAA) e a Base Logística de Defesa (BLD). A construção de qualquer uma delas é uma tarefa de décadas, mas a criação da BLD pode ser mais difícil devido à aceleração do desenvolvimento tecnológico, que causa obsolescência rápida de qualquer produto de defesa.
Portanto, diz Brick, não é sensato, nem financeiramente exequível, manter grandes estoques de produtos de defesa, exceto, evidentemente, se houver iminência de conflito, mas, sim, de capacidade industrial para inovar continuamente.
A Estratégia Nacional de Defesa define, muito apropriadamente, diz ele, que a construção e sustentação de uma BLD adequada às necessidades brasileiras são um dos seus eixos fundamentais. Não se pode esquecer, ressalta Eduardo Brick, que o Gripen é apenas um projeto de cerca de R$ 11 bilhões, em um programa de R$ 1 trilhão, valor estimado para o Plano de Articulação e Equipamentos de Defesa (Paed), em 20 anos.
Na sua avaliação, com a atual estrutura de governança da BLD brasileira, o país corre um sério risco de sofrer um "apagão de gestão" se o orçamento aumentar, e o Paed realmente deslanchar. Há nada menos que seis ministérios envolvidos, “numa estrutura caótica".
No caso de recursos humanos, a necessidade monta a vários milhares de profissionais, principalmente engenheiros, altamente qualificados e experientes em definição de requisitos e especificações, teste e avaliação de sistemas, gestão de projetos complexos, negociação de contratos, entre outras coisas.
Merval Pereira, O Globo - 28.12.13.
Eduardo Brick, especialista do Núcleo de Estudos de Defesa, Inovação, Capacitação e Competitividade Industrial da Universidade Federal Fluminense, em vez de comemorar ou criticar a compra dos novos caças Gripen suecos pela Aeronáutica, prefere uma visão pragmática e de longo prazo.
Por mais paradoxal que a afirmação possa parecer, diz ele, essa decisão não será importante para a defesa do Brasil nos próximos 20 anos, e sim para daqui a 30 a 50 anos.
Nesse raciocínio, o país simplesmente não tem no momento recursos humanos, tecnológicos, industriais e financeiros para se opor a eventuais ameaças. Mas pode aproveitar a oportunidade para desenvolver sua Base Logística de Defesa (BLD).
Esse, diz ele, pode ser um dos principais benefícios da escolha do Gripen — a ampliação da capacitação industrial e tecnológica não só da Embraer como de muitas empresas de sua cadeia produtiva em produtos cuja tecnologia o Brasil ainda não domina.
Portanto, Eduardo Brick acha que o planejamento de hoje deve visar, prioritariamente, a um horizonte mais longínquo, não importando se o Gripen não é uma das mais eficazes armas existentes hoje. “O que importa é que essa aquisição pode ser um importante instrumento para o Brasil se capacitar para conceber e desenvolver aeronaves de combate amanhã.”
Do ponto de vista de desenvolvimento econômico e social, a BLD, apesar de sua finalidade precípua não ser essa, ressalta Brick, é instrumento importantíssimo de política industrial, por vários motivos:
a) Atua no limiar do desenvolvimento tecnológico;
b) Políticas industriais de conteúdo nacional para defesa são necessárias por questões de garantia de suprimento de itens críticos (que são cerceados pelos países que detêm essas tecnologias) e não oneram a economia como um todo.
c) A capacitação industrial construída tem uso dual. Ele cita o exemplo da Embraer, que, após décadas procurando se capacitar com produtos de uso militar, conseguiu desenvolver jatos comerciais e ser importante ator no mercado internacional de produtos civis.
Para o especialista da Universidade Federal Fluminense, a defesa nacional na era pós-industrial depende de dois instrumentos fundamentais: as Forças Armadas (FFAA) e a Base Logística de Defesa (BLD). A construção de qualquer uma delas é uma tarefa de décadas, mas a criação da BLD pode ser mais difícil devido à aceleração do desenvolvimento tecnológico, que causa obsolescência rápida de qualquer produto de defesa.
Portanto, diz Brick, não é sensato, nem financeiramente exequível, manter grandes estoques de produtos de defesa, exceto, evidentemente, se houver iminência de conflito, mas, sim, de capacidade industrial para inovar continuamente.
A Estratégia Nacional de Defesa define, muito apropriadamente, diz ele, que a construção e sustentação de uma BLD adequada às necessidades brasileiras são um dos seus eixos fundamentais. Não se pode esquecer, ressalta Eduardo Brick, que o Gripen é apenas um projeto de cerca de R$ 11 bilhões, em um programa de R$ 1 trilhão, valor estimado para o Plano de Articulação e Equipamentos de Defesa (Paed), em 20 anos.
Na sua avaliação, com a atual estrutura de governança da BLD brasileira, o país corre um sério risco de sofrer um "apagão de gestão" se o orçamento aumentar, e o Paed realmente deslanchar. Há nada menos que seis ministérios envolvidos, “numa estrutura caótica".
No caso de recursos humanos, a necessidade monta a vários milhares de profissionais, principalmente engenheiros, altamente qualificados e experientes em definição de requisitos e especificações, teste e avaliação de sistemas, gestão de projetos complexos, negociação de contratos, entre outras coisas.
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Re: Geopolítica Brasileira
28 de dezembro de 2013
Inventores de guerras
A LINGUAGEM DO ‘CONFLITO ÉTNICO’ É ARMA EFICIENTE NO ARSENAL DE ELITES POLÍTICAS COM INTERESSES PRÓPRIOS
Demétrio Magnoli
Clipping “Eu não acredito em conflito étnico! Os grupos que atuam no Congo agem como criminosos por interesses próprios de poder e dinheiro.” Carlos Alberto dos Santos Cruz não é antropólogo, mas general. Contudo, a sentença do comandante brasileiro das forças de paz no leste do Congo, proferida dois meses atrás perante 15 embaixadores das potências do Conselho de Segurança da ONU num morro exposto ao sol escaldante, deveria ser inscrita, como um alerta, nos manuais universitários. Nela, encontra-se a chave para decifrar a violência não apenas no Congo, mas também no Sudão do Sul.
Segundo a narrativa convencional, o país é vítima de um conflito étnico entre os nuers, liderados pelo vice-presidente afastado Riek Machar, e os dinkas, representados pelo presidente Salva Kiir. Nessa forma de contar a tragédia, as noções de “tensão étnica” e “ódio étnico” emergem como dados da natureza: no fim das contas, imaginamos, as coisas são assim mesmo nesses lugares bárbaros… Ninguém registrou, entretanto, que os protagonistas principais do conflito –os dinkas– foram inventados como etnia separada menos de um século atrás, pela engenharia social do colonialismo britânico.
Tudo começou como um equívoco de um explorador europeu que, incapaz de entender a língua local, tomou o nome de um dos chefes tribais por denominação genérica de um povo, reunindo clãs distintos na “etnia” dinka. Depois, na década de 1920, enquanto missionários cristianizavam os nativos, regulamentos da autoridade britânica organizaram o Sudão Meridional em distritos administrativos de base étnica. A política colonial tinha a finalidade de separar fisicamente a população islamizada do norte sudanês dos grupos agropastoralistas do sul, traçando um limite para a influência árabe-muçulmana no vale do Nilo. Nela, encontram-se as sementes das duas guerras civis sudanesas que devastaram o país durante meio século, até a secessão negociada do sul, em 2011.
Os dinkas passaram a agir como uma comunidade étnica na hora da independência sudanesa, em 1956, por oposição ao regime pró-egípcio instalado em Cartum, e continuaram a fazê-lo nas guerras civis subsequentes. Nesse curto intervalo histórico, inventaram-se tradições imemoriais, descreveu-se uma cultura étnica específica e cultivou-se a crença de que Deus atribuiu aos dinkas a missão de governar a porção meridional do Sudão. O conceito de “identidade étnica”, estranho aos grupos que habitavam essa região do Nilo Branco no momento da colonização, converteu-se em ferramenta de coesão de uma elite que almeja controlar o aparelho estatal do Sudão do Sul.
Max Weber, que morreu em 1920, compartilhava o dogma de sua época sobre a existência de raças humanas. Contudo, não caiu no conto naturalista da etnicidade. Seu argumento era que a etnia origina-se da crença numa ascendência comum. Essa abordagem abriu-lhe a vereda para examinar as consequências de tal crença sobre as ações políticas individuais e coletivas. Mais tarde, sociólogos e antropólogos analisaram os processos de construção política da etnicidade em diferentes contextos sociais. O general Santos Cruz está certo: a linguagem do “conflito étnico” é uma arma eficiente no arsenal de elites políticas com “interesses próprios de poder e dinheiro”.
O leste do Congo não é Ruanda, que não é o Sudão do Sul –e, evidentemente, nenhum desses lugares se parece com o Brasil. Mas deveríamos prestar maior atenção nesses conflitos distantes, aprendendo alguma coisa com a “pedagogia da etnia” que, aplicada ao longo de décadas, ensinou as lições da identidade, da diferença e do ódio aos dinkas, aos hutus e aos tutsis. Sob o influxo das políticas de raça, nossas universidades e escolas incorporaram a linguagem envenenada dos inventores de guerras. O MEC tem razão: precisamos olhar mais para a África.
FONTE: Folha de São Paulo, via resenha do EB
http://www.forte.jor.br/2013/12/28/inve ... e-guerras/
Inventores de guerras
A LINGUAGEM DO ‘CONFLITO ÉTNICO’ É ARMA EFICIENTE NO ARSENAL DE ELITES POLÍTICAS COM INTERESSES PRÓPRIOS
Demétrio Magnoli
Clipping “Eu não acredito em conflito étnico! Os grupos que atuam no Congo agem como criminosos por interesses próprios de poder e dinheiro.” Carlos Alberto dos Santos Cruz não é antropólogo, mas general. Contudo, a sentença do comandante brasileiro das forças de paz no leste do Congo, proferida dois meses atrás perante 15 embaixadores das potências do Conselho de Segurança da ONU num morro exposto ao sol escaldante, deveria ser inscrita, como um alerta, nos manuais universitários. Nela, encontra-se a chave para decifrar a violência não apenas no Congo, mas também no Sudão do Sul.
Segundo a narrativa convencional, o país é vítima de um conflito étnico entre os nuers, liderados pelo vice-presidente afastado Riek Machar, e os dinkas, representados pelo presidente Salva Kiir. Nessa forma de contar a tragédia, as noções de “tensão étnica” e “ódio étnico” emergem como dados da natureza: no fim das contas, imaginamos, as coisas são assim mesmo nesses lugares bárbaros… Ninguém registrou, entretanto, que os protagonistas principais do conflito –os dinkas– foram inventados como etnia separada menos de um século atrás, pela engenharia social do colonialismo britânico.
Tudo começou como um equívoco de um explorador europeu que, incapaz de entender a língua local, tomou o nome de um dos chefes tribais por denominação genérica de um povo, reunindo clãs distintos na “etnia” dinka. Depois, na década de 1920, enquanto missionários cristianizavam os nativos, regulamentos da autoridade britânica organizaram o Sudão Meridional em distritos administrativos de base étnica. A política colonial tinha a finalidade de separar fisicamente a população islamizada do norte sudanês dos grupos agropastoralistas do sul, traçando um limite para a influência árabe-muçulmana no vale do Nilo. Nela, encontram-se as sementes das duas guerras civis sudanesas que devastaram o país durante meio século, até a secessão negociada do sul, em 2011.
Os dinkas passaram a agir como uma comunidade étnica na hora da independência sudanesa, em 1956, por oposição ao regime pró-egípcio instalado em Cartum, e continuaram a fazê-lo nas guerras civis subsequentes. Nesse curto intervalo histórico, inventaram-se tradições imemoriais, descreveu-se uma cultura étnica específica e cultivou-se a crença de que Deus atribuiu aos dinkas a missão de governar a porção meridional do Sudão. O conceito de “identidade étnica”, estranho aos grupos que habitavam essa região do Nilo Branco no momento da colonização, converteu-se em ferramenta de coesão de uma elite que almeja controlar o aparelho estatal do Sudão do Sul.
Max Weber, que morreu em 1920, compartilhava o dogma de sua época sobre a existência de raças humanas. Contudo, não caiu no conto naturalista da etnicidade. Seu argumento era que a etnia origina-se da crença numa ascendência comum. Essa abordagem abriu-lhe a vereda para examinar as consequências de tal crença sobre as ações políticas individuais e coletivas. Mais tarde, sociólogos e antropólogos analisaram os processos de construção política da etnicidade em diferentes contextos sociais. O general Santos Cruz está certo: a linguagem do “conflito étnico” é uma arma eficiente no arsenal de elites políticas com “interesses próprios de poder e dinheiro”.
O leste do Congo não é Ruanda, que não é o Sudão do Sul –e, evidentemente, nenhum desses lugares se parece com o Brasil. Mas deveríamos prestar maior atenção nesses conflitos distantes, aprendendo alguma coisa com a “pedagogia da etnia” que, aplicada ao longo de décadas, ensinou as lições da identidade, da diferença e do ódio aos dinkas, aos hutus e aos tutsis. Sob o influxo das políticas de raça, nossas universidades e escolas incorporaram a linguagem envenenada dos inventores de guerras. O MEC tem razão: precisamos olhar mais para a África.
FONTE: Folha de São Paulo, via resenha do EB
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Re: Geopolítica Brasileira
Clermont escreveu:Além dos caças.
Merval Pereira, O Globo - 28.12.13.
Eduardo Brick, especialista do Núcleo de Estudos de Defesa, Inovação, Capacitação e Competitividade Industrial da Universidade Federal Fluminense, em vez de comemorar ou criticar a compra dos novos caças Gripen suecos pela Aeronáutica, prefere uma visão pragmática e de longo prazo.
O Senhor Brick não é torcedor para comemorar. O papel dele é realizar uma analise critica com a construção de uma argumentação a respeito das implicações e possíveis interpretações. O que deveria ser uma posição generalizada entre os especialistas, podendo ou não ser assimilada ou rechaçada pelas instituições e formuladores das políticas de planejamento.
Em outros países, os críticos entram e saem das instituições, de alguma forma influenciando os rumos das decisões. Afinal quem está na estrutura de estado não é iluminado e infalível, precisa ouvir gente de fora que introduzem posicionamentos que merecem atenção. Não só em defesa e política industrial, mas em todas as áreas. Os especialistas de fora tem uma discussão mais vibrante e evoluem rapidamente do que quem está preso na estrutura de estado e precisa seguir normas e pesar politicamente posicionamentos.
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Re: Geopolítica Brasileira
Informação pra que??motumbo escreveu:A única razão para o Brasil aceitar esse Swoden é se ele ainda tiver informação para nos dar, do contrário, os russos que fiquem com ele, essa dividida não é nossa, no que nos diz respeito, os americanos já levaram uma bela tungada perdendo o FX do jeito que perderam.
É bem capaz dos nossos agentes secretos da ABIN, contratados por concurso publico e que andam com crachá com nome, CPF e RG, postarem no facebook pra galera "dá" um like
"Xiu Galera! To trocando idéia com o Snowdem aqui, cara gente fina, tá me contando aqui que os EUA colaboraram com a aquela explosão em Alcantara aquela vez, lembram??? Então...phodda né??? Ainda bem que o brother ta do nosso lado agora. Curtam e compartilhem ai galera."
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Re: Geopolítica Brasileira
Gravação revela que Kennedy pensava em invadir o Brasil
Elio Gaspari divulga na internet documentos sobre a ditadura militar no Brasil
Chico Otávio
Publicado: 6/01/14 - 11h12
Atualizado: 6/01/14 - 17h03
(...)
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/gravacao-r ... z2peRvVAHz
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Re: Geopolítica Brasileira
Imperialismo tupiniquim em Angola.
[/quote]O poder político pôs-se de joelhos perante a elite angolana"
RITA BRANDÃO GUERRA 14/01/2014 - 21:13
Fonte: http://www.publico.pt/politica/noticia/ ... na-1619692
Têm sido limadas arestas para que o poder angolano não se irrite com as elites portuguesas. A ideia foi defendida pelo jornalista Nicolau Santos na apresentação do livro Os Donos Angolanos de Portugal.
Vinte e sete ex-governantes portugueses da era democrática, de ministros dos Negócios Estrangeiros a ministros da Presidência e secretários de Estado, assumem protagonismo nas relações económicas entre Portugal e Angola. "O poder político pôs-se de joelhos perante a elite angolana", resumiu esta terça-feira o jornalista Nicolau Santos, na apresentação do livro Os Donos Angolanos de Portugal, na Fnac Chiado, em Lisboa.
Quando Francisco Louçã, Jorge Costa e João Teixeira Lopes começaram a desenrolar o novelo da burguesia portuguesa para um próximo livro, concluíram que as ligações económicas entre Portugal e Angola justificavam um volume isolado. A investigação, parte de um trabalho mais amplo dos mesmos autores sobre a burguesia portuguesa e que dará origem a outra publicação ainda este ano, permitiu aos três dirigentes do BE concluir que não há praticamente nenhum empresário português "relevante" que não esteja ligado a Angola. E que Portugal tem sido uma espécie de "offshore" ou sector estratégico para os capitais angolanos.
Na apresentação do livro, Nicolau Santos, que nasceu na ex-colónia, tal como João Teixeira Lopes, descreveu um Portugal "permissivo e complacente" com regras de mercado "flexíveis" para os capitais angolanos, sem paralelo com outro investimento estrangeiro realizado no país. "Há uma grande ligação, para não dizer uma grande subserviência da elite portuguesa. O poder político pôs-se de joelhos perante a elite angolana", disse.
A "hipersensibilidade" do poder de Luanda tem sido assim tratada com pinças, até pela comunicação social portuguesa, que "já pensa duas vezes" antes de publicar uma notícia que envolva as altas esferas angolanas. A ideia de que se têm limado arestas para que o poder de Luanda não se irrite com as elites em Portugal foi ilustrada pelo jornalista do Expresso com o recente pedido de desculpas do ministros dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete. “Angola tem explorado isto de maneira quase exemplar”, disse. E Portugal tem evitado qualquer incidente diplomático que comprometa o nosso "quarto maior parceiro económico e, no último ano, provavelmente o maior" .
Este não é, no entanto, dizem, um livro sobre Angola. É uma tentativa de explorar o poder angolano em Portugal. Jorge Costa explicou o peso dos interesses angolanos sobre recursos essenciais da economia portuguesa focados na energia, telecomunicações e banca. “Não há outro caso de um país que tenha entregue a sua soberania económica como Portugal fez com Angola”, disse. Mas as ligações têm rostos e, segundo o dirigente do Bloco, se analisados os currículos empresariais de todos os ministros e secretários de Estado desde o 25 de Abril, há 27 ex-governantes, “alguns de altíssimo peso político”, com um protagonismo muito importante. São do PS, do PSD e do CDS. E foram ministros ou secretários de Estado. Estão lá Ângelo Correia, Miguel Relvas, Nogueira Leite, Armando Vara, António Vitorino ou Nuno Thomaz. E o destaque vai para a banca. Trinta e dois membros de governos portugueses estão na CGD ou 18 no BCP. “Essa lista nunca foi elaborada, mas é essencial para compreender a profundidade das relações políticas e empresariais estabelecidas entre os capitais portugueses e angolanos”, defendem os autores.
Francisco Louçã, dos três o mais comedido nas palavras, preferiu sublinhar Os Donos Angolanos de Portugal como o contributo que escolheria dar para o debate democrático do que é hoje Portugal. “Será muito polémico, mas dará muita informação”, disse o economista e ex-líder do Bloco.
No fundo, disse, Teixeira Lopes, resume-se sempre a “saber quem manda”.
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Re: Geopolítica Brasileira
Até nisso o testa de ferro do Lula esta envolvido... é uma podridão só...
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: Geopolítica Brasileira
E eu fico cá pensando comigo até hoje, se os americanos tivessem mesmo se arvorado a intrometer-se em nossos negócios naquele março de 64, se haveria ainda um país chamado Brasil, ou até um Vietnã para os americanos, ou mesmo se não teríamos sido nós uma espécie de Brattnã para os americanos...Rodrigoiano escreveu:Gravação revela que Kennedy pensava em invadir o Brasil
Elio Gaspari divulga na internet documentos sobre a ditadura militar no Brasil
Chico Otávio Publicado: 6/01/14 - 11h12
Atualizado: 6/01/14 - 17h03
(...)
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Não sei. Mas coisa boa é que não teria acontecido.
abs.
Carpe Diem