Programa de Reaparelhamento da Marinha

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

Moderador: Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
FCarvalho
Sênior
Sênior
Mensagens: 39075
Registrado em: Sex Mai 02, 2003 6:55 pm
Localização: Manaus
Agradeceu: 6009 vezes
Agradeceram: 3377 vezes

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#10441 Mensagem por FCarvalho » Sáb Nov 02, 2013 11:47 am

Cada um se vira como pode. :roll:

abs.




Carpe Diem
Avatar do usuário
Marino
Sênior
Sênior
Mensagens: 15667
Registrado em: Dom Nov 26, 2006 4:04 pm
Agradeceu: 134 vezes
Agradeceram: 630 vezes

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#10442 Mensagem por Marino » Sáb Nov 02, 2013 12:40 pm

FCarvalho escreveu:Cada um se vira como pode. :roll:

abs.
Carvalho, vc leu minha resposta no DAN?
Aqui está:
Projeção de Poder se faz com:
-desembarque anfíbio;
- desembarque ribeirinho;
- aeronaves;
- mísseis;
- canhões;
- mergulhadores de combate;
- etc.
Em Ladário, sede do 6 DN, a MB possui um Grupamento de Fuzileiros Navais que será transformado em Batalhão de Operações Ribeirinhas de Fuzileiros Navais, necessitando meios de transporte fluvial.
Algo que devemos sempre levar em consideração são as lições aprendidas nos anos de operações na Amazônia e no Pantanal. Uma destas lições é a validade da utilização dos meios de transporte locais, perfeitamente adaptados ao cenário, ao ambiente de operação.
Desta maneira, a aquisição do meio citado é perfeitamente válida.
A primeira parte nao foi para vc, e sim a segunda.
Há mais de um século a MB está na Amazônia e desde o fim da Guerra do Paraguai está de forma permanente no Pantanal.
Algo que aprendemos foi que o uso dos meios locais sempre funcionou, sempre, ao contrario de materiais levados de outras regiões.
Assim, repito, a aquisição deste navio para ser um NTrFlu é muito válida.




"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Lord Nauta
Sênior
Sênior
Mensagens: 4579
Registrado em: Dom Jul 15, 2007 4:29 pm
Agradeceram: 455 vezes

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#10443 Mensagem por Lord Nauta » Sáb Nov 02, 2013 2:43 pm

Marino escreveu:
FCarvalho escreveu:Cada um se vira como pode. :roll:

abs.
Carvalho, vc leu minha resposta no DAN?
Aqui está:
Projeção de Poder se faz com:
-desembarque anfíbio;
- desembarque ribeirinho;
- aeronaves;
- mísseis;
- canhões;
- mergulhadores de combate;
- etc.
Em Ladário, sede do 6 DN, a MB possui um Grupamento de Fuzileiros Navais que será transformado em Batalhão de Operações Ribeirinhas de Fuzileiros Navais, necessitando meios de transporte fluvial.
Algo que devemos sempre levar em consideração são as lições aprendidas nos anos de operações na Amazônia e no Pantanal. Uma destas lições é a validade da utilização dos meios de transporte locais, perfeitamente adaptados ao cenário, ao ambiente de operação.
Desta maneira, a aquisição do meio citado é perfeitamente válida.
A primeira parte nao foi para vc, e sim a segunda.
Há mais de um século a MB está na Amazônia e desde o fim da Guerra do Paraguai está de forma permanente no Pantanal.
Algo que aprendemos foi que o uso dos meios locais sempre funcionou, sempre, ao contrario de materiais levados de outras regiões.
Assim, repito, a aquisição deste navio para ser um NTrFlu é muito válida.



Perfeito!

Esta e uma obtenção por oportunidade muito adequada.


BZ para a MB.



Sds


Lord Nauta




Lord Nauta
Sênior
Sênior
Mensagens: 4579
Registrado em: Dom Jul 15, 2007 4:29 pm
Agradeceram: 455 vezes

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#10444 Mensagem por Lord Nauta » Sáb Nov 02, 2013 5:07 pm

Transcrevo o texto abaixo para nossa reflexão por tratar o atual momento de forma objetiva, realista e sem qualquer traço de ufanismo.


OBSTÁCULOS (para o desenvolvimento da indústria de defesa nacional):

“Após mais de um século de ciclos de atrasos crônicos em defesa e tardança em desenvolvimento, mais uma vez tentamos superar essas duas falhas. Outras tentativas houve, e não muito remotas. Convém lembra-las.

Em defesa, basta citar as três ultimas tentativas da Marinha:

1) Entre 1930 e 1950, a criação de um moderno estaleiro para navios de guerra, o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), que se edificou e logo construiu contratorpedeiros de projetos americanos e ingleses, tornando-se o sustentáculo de nossa Armada;

2) Entre 1974 e 1980, a construção de duas modernas fragatas de projeto inglês no AMRJ;

3) Entre 1891 e 1995, projeto de quatro corvetas classe Inhaúma na Diretoria de Engenharia Naval, com alto conteúdo nacional, construídas no AMRJ e na Verolne; construção de quatro submarinos de projeto alemão no AMRJ, primeiro projeto básico de uma submarino diesel-elétrico, reprojeto da corveta Inhaúma, gerando a corveta Barroso. Esta, primeiro navio de guerra não protótipo projetado no Brasil em toda a era republicana, só pode ser incorporada em 2008, a4 anos após se iniciar seu projeto.

As três tentativas acima ocorreram num período de 78 anos.
A mais recente terminou há cinco anos, mas seu impulso já se esgotara bem antes. Todas as três, e particularmente a ultima, iniciaram-se com intenso otimismo, prenunciaram evolução constante em nossa defesa e foram bem sucedidas. Porem feneceram. Por quê? Feneceram porque não resistiram a obstáculos sempre presentes, ainda que latentes. Sem os identificar, analisar e reduzir, ficara desprotegida nossa tentativa atual. Faremos essa identificação e analise baseados nas referencias e nas considerações precedentes.

O primeiro obstáculo foi a insuficiente cultura militar nacional, que desvinculava defesa de desenvolvimento, considerava defesa como uma preocupação e atribuição exclusiva de militares e praticamente ignorava a importância de uma Base Logística de Defesa (BLD). Este obstáculo tem-se reduzindo, mais ainda permanece.

O segundo obstáculo foi a frequente instabilidade econômico financeira nacional, que cancelava ou interrompia empreendimentos longos e complexos, totalmente dependentes de continuidade. Não se pode dizer que não mais ocorrerá.

O terceiro obstáculo foi à baixa capacidade de demanda de nossas Forças Armadas, que inviabiliza economicamente obter no Brasil vários produtos. Este obstáculo era agravado pelo anterior, e, portanto permanece. É irrealista supor que o Estado poderá subsidiar suficientemente vários sistemas e produtos de defesa até que tenham demanda economicamente viável. Esta só ocorrerá gradualmente, acompanhando o crescimento econômico.

O quarto obstáculo foi a insuficiente preparação de todo o sistema civil e militar para a missão permanente de desenvolvimento e defesa. Preparação que consiste em dois componentes: conhecimento e experiência. Na Marinha, conhecimento e experiência aumentaram moderadamente na terceira tentativa mencionada parágrafos acima, mas reduziram-se desde então.

O nó górdio em toda a BLD e a insuficiente experiência. Só poderá ser rompido pari passu com o aparelhamento continua das Forças Armadas, vinculado estreitamente ao desenvolvimento nacional.
Na tentativa atual os quatro obstáculos permanecem. Porém outro obstáculo avulta: a correta escolha de prioridades e sequencias de ações tecnológico-industriais que evitem interrupções ou retrocessos diante dos solavancos econômicos e da instável politica mundial.

Este obstáculo cresceu com os propósitos de nossa Estratégia Nacional de Defesa (END), expressos no seu principio balisar. Nela definem-se os grandes rumo, mas não as rotas. Estas terão que ser traçadas por etapas, coerentes com a END, mas diante de cenários nacionais mutáveis. Deverão resultar de conhecimento, basear-se em realismo e buscar prudente e gradual redução de dependências. Diante de recursos escassos cuja continuidade é incerta, concentração em vultosos empreendimentos poderá comprometer o esforço global de desenvolvimento e defesa. ‘’


Vice-almirante (Ref°- EN) Elcio de Sá Freitas.
Diretor de Engenharia Naval de abril de 1985 até agosto de 1990.
[/size]




Avatar do usuário
FCarvalho
Sênior
Sênior
Mensagens: 39075
Registrado em: Sex Mai 02, 2003 6:55 pm
Localização: Manaus
Agradeceu: 6009 vezes
Agradeceram: 3377 vezes

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#10445 Mensagem por FCarvalho » Sáb Nov 02, 2013 11:08 pm

Marino escreveu:
FCarvalho escreveu:Cada um se vira como pode. :roll:
abs.
A primeira parte não foi para vc, e sim a segunda.
Há mais de um século a MB está na Amazônia e desde o fim da Guerra do Paraguai está de forma permanente no Pantanal.
Algo que aprendemos foi que o uso dos meios locais sempre funcionou, sempre, ao contrario de materiais levados de outras regiões. Assim, repito, a aquisição deste navio para ser um NTrFlu é muito válida.
Marino conheço a história da MB na Amazônia, e suas nuances; sei que esta não é a primeira e nem será a última aquisição deste tipo.

Quando coloco que cada um se vira como pode é no sentido de ressaltar a nossa onipresente condição sobre a ausência de recursos e de premência em relação ao planejamento institucional da MB, que teve e continua tendo de lançar mão de soluções de continuidade para manter a sua operacionalidade em dia, e da melhor maneira possível, significando, não poucas vezes, adquirir meios civis e adaptá-los a funções militares, para os quais obviamente não foram projetados/construídos.

Isto torna a solução inválida? Claro que não. Mas também não se pode afirmar categoricamente que seja, de forma a deixar transparecer que não haja uma outra, qual seja, a chamada à responsabilidade do poder público pelo pronto reequipamento de forma regular e contínua da MB.

Sem isso, seremos obrigados invariavelmente a lançar mão de soluções de continuidade, como esta, que acabarão se tornando, mesmo que a prática as recomende tão somente em situações específicas e atemporais, permanentes.

Será que é isso que queremos?

Eu acho que não. :|

abs.




Carpe Diem
Avatar do usuário
Marino
Sênior
Sênior
Mensagens: 15667
Registrado em: Dom Nov 26, 2006 4:04 pm
Agradeceu: 134 vezes
Agradeceram: 630 vezes

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#10446 Mensagem por Marino » Dom Nov 03, 2013 12:22 pm

Entendi.




"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Avatar do usuário
LeandroGCard
Sênior
Sênior
Mensagens: 8754
Registrado em: Qui Ago 03, 2006 9:50 am
Localização: S.B. do Campo
Agradeceu: 69 vezes
Agradeceram: 812 vezes

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#10447 Mensagem por LeandroGCard » Dom Nov 03, 2013 9:30 pm

Lord Nauta escreveu:Transcrevo o texto abaixo para nossa reflexão por tratar o atual momento de forma objetiva, realista e sem qualquer traço de ufanismo.


OBSTÁCULOS (para o desenvolvimento da indústria de defesa nacional):

“Após mais de um século de ciclos de atrasos crônicos em defesa e tardança em desenvolvimento, mais uma vez tentamos superar essas duas falhas. Outras tentativas houve, e não muito remotas. Convém lembra-las.

Em defesa, basta citar as três ultimas tentativas da Marinha:

1) Entre 1930 e 1950, a criação de um moderno estaleiro para navios de guerra, o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), que se edificou e logo construiu contratorpedeiros de projetos americanos e ingleses, tornando-se o sustentáculo de nossa Armada;

2) Entre 1974 e 1980, a construção de duas modernas fragatas de projeto inglês no AMRJ;

3) Entre 1891 e 1995, projeto de quatro corvetas classe Inhaúma na Diretoria de Engenharia Naval, com alto conteúdo nacional, construídas no AMRJ e na Verolne; construção de quatro submarinos de projeto alemão no AMRJ, primeiro projeto básico de uma submarino diesel-elétrico, reprojeto da corveta Inhaúma, gerando a corveta Barroso. Esta, primeiro navio de guerra não protótipo projetado no Brasil em toda a era republicana, só pode ser incorporada em 2008, a4 anos após se iniciar seu projeto.

As três tentativas acima ocorreram num período de 78 anos.
A mais recente terminou há cinco anos, mas seu impulso já se esgotara bem antes. Todas as três, e particularmente a ultima, iniciaram-se com intenso otimismo, prenunciaram evolução constante em nossa defesa e foram bem sucedidas. Porem feneceram. Por quê? Feneceram porque não resistiram a obstáculos sempre presentes, ainda que latentes. Sem os identificar, analisar e reduzir, ficara desprotegida nossa tentativa atual. Faremos essa identificação e analise baseados nas referencias e nas considerações precedentes.

O primeiro obstáculo foi a insuficiente cultura militar nacional, que desvinculava defesa de desenvolvimento, considerava defesa como uma preocupação e atribuição exclusiva de militares e praticamente ignorava a importância de uma Base Logística de Defesa (BLD). Este obstáculo tem-se reduzindo, mais ainda permanece.

O segundo obstáculo foi a frequente instabilidade econômico financeira nacional, que cancelava ou interrompia empreendimentos longos e complexos, totalmente dependentes de continuidade. Não se pode dizer que não mais ocorrerá.

O terceiro obstáculo foi à baixa capacidade de demanda de nossas Forças Armadas, que inviabiliza economicamente obter no Brasil vários produtos. Este obstáculo era agravado pelo anterior, e, portanto permanece. É irrealista supor que o Estado poderá subsidiar suficientemente vários sistemas e produtos de defesa até que tenham demanda economicamente viável. Esta só ocorrerá gradualmente, acompanhando o crescimento econômico.

O quarto obstáculo foi a insuficiente preparação de todo o sistema civil e militar para a missão permanente de desenvolvimento e defesa. Preparação que consiste em dois componentes: conhecimento e experiência. Na Marinha, conhecimento e experiência aumentaram moderadamente na terceira tentativa mencionada parágrafos acima, mas reduziram-se desde então.

O nó górdio em toda a BLD e a insuficiente experiência. Só poderá ser rompido pari passu com o aparelhamento continua das Forças Armadas, vinculado estreitamente ao desenvolvimento nacional.
Na tentativa atual os quatro obstáculos permanecem. Porém outro obstáculo avulta: a correta escolha de prioridades e sequencias de ações tecnológico-industriais que evitem interrupções ou retrocessos diante dos solavancos econômicos e da instável politica mundial.

Este obstáculo cresceu com os propósitos de nossa Estratégia Nacional de Defesa (END), expressos no seu principio balisar. Nela definem-se os grandes rumo, mas não as rotas. Estas terão que ser traçadas por etapas, coerentes com a END, mas diante de cenários nacionais mutáveis. Deverão resultar de conhecimento, basear-se em realismo e buscar prudente e gradual redução de dependências. Diante de recursos escassos cuja continuidade é incerta, concentração em vultosos empreendimentos poderá comprometer o esforço global de desenvolvimento e defesa. ‘’


Vice-almirante (Ref°- EN) Elcio de Sá Freitas.
Diretor de Engenharia Naval de abril de 1985 até agosto de 1990.
[/size]
Texto extremamente lúcido. Fico muito contente que gente de dentro de nossas FA´s reconheça os problemas (alguns inclusive internos das FA´s) e perceba que devemos nos preparar para superá-los enquanto se constrói nossa indústria nacional de defesa, sob pena de vermos apenas mais tentativas fracassadas.


Leandro G. Card




Lord Nauta
Sênior
Sênior
Mensagens: 4579
Registrado em: Dom Jul 15, 2007 4:29 pm
Agradeceram: 455 vezes

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#10448 Mensagem por Lord Nauta » Seg Nov 04, 2013 8:29 pm

LeandroGCard escreveu:
Lord Nauta escreveu:Transcrevo o texto abaixo para nossa reflexão por tratar o atual momento de forma objetiva, realista e sem qualquer traço de ufanismo.


OBSTÁCULOS (para o desenvolvimento da indústria de defesa nacional):

“Após mais de um século de ciclos de atrasos crônicos em defesa e tardança em desenvolvimento, mais uma vez tentamos superar essas duas falhas. Outras tentativas houve, e não muito remotas. Convém lembra-las.

Em defesa, basta citar as três ultimas tentativas da Marinha:

1) Entre 1930 e 1950, a criação de um moderno estaleiro para navios de guerra, o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), que se edificou e logo construiu contratorpedeiros de projetos americanos e ingleses, tornando-se o sustentáculo de nossa Armada;

2) Entre 1974 e 1980, a construção de duas modernas fragatas de projeto inglês no AMRJ;

3) Entre 1891 e 1995, projeto de quatro corvetas classe Inhaúma na Diretoria de Engenharia Naval, com alto conteúdo nacional, construídas no AMRJ e na Verolne; construção de quatro submarinos de projeto alemão no AMRJ, primeiro projeto básico de uma submarino diesel-elétrico, reprojeto da corveta Inhaúma, gerando a corveta Barroso. Esta, primeiro navio de guerra não protótipo projetado no Brasil em toda a era republicana, só pode ser incorporada em 2008, a4 anos após se iniciar seu projeto.

As três tentativas acima ocorreram num período de 78 anos.
A mais recente terminou há cinco anos, mas seu impulso já se esgotara bem antes. Todas as três, e particularmente a ultima, iniciaram-se com intenso otimismo, prenunciaram evolução constante em nossa defesa e foram bem sucedidas. Porem feneceram. Por quê? Feneceram porque não resistiram a obstáculos sempre presentes, ainda que latentes. Sem os identificar, analisar e reduzir, ficara desprotegida nossa tentativa atual. Faremos essa identificação e analise baseados nas referencias e nas considerações precedentes.

O primeiro obstáculo foi a insuficiente cultura militar nacional, que desvinculava defesa de desenvolvimento, considerava defesa como uma preocupação e atribuição exclusiva de militares e praticamente ignorava a importância de uma Base Logística de Defesa (BLD). Este obstáculo tem-se reduzindo, mais ainda permanece.

O segundo obstáculo foi a frequente instabilidade econômico financeira nacional, que cancelava ou interrompia empreendimentos longos e complexos, totalmente dependentes de continuidade. Não se pode dizer que não mais ocorrerá.

O terceiro obstáculo foi à baixa capacidade de demanda de nossas Forças Armadas, que inviabiliza economicamente obter no Brasil vários produtos. Este obstáculo era agravado pelo anterior, e, portanto permanece. É irrealista supor que o Estado poderá subsidiar suficientemente vários sistemas e produtos de defesa até que tenham demanda economicamente viável. Esta só ocorrerá gradualmente, acompanhando o crescimento econômico.

O quarto obstáculo foi a insuficiente preparação de todo o sistema civil e militar para a missão permanente de desenvolvimento e defesa. Preparação que consiste em dois componentes: conhecimento e experiência. Na Marinha, conhecimento e experiência aumentaram moderadamente na terceira tentativa mencionada parágrafos acima, mas reduziram-se desde então.

O nó górdio em toda a BLD e a insuficiente experiência. Só poderá ser rompido pari passu com o aparelhamento continua das Forças Armadas, vinculado estreitamente ao desenvolvimento nacional.
Na tentativa atual os quatro obstáculos permanecem. Porém outro obstáculo avulta: a correta escolha de prioridades e sequencias de ações tecnológico-industriais que evitem interrupções ou retrocessos diante dos solavancos econômicos e da instável politica mundial.

Este obstáculo cresceu com os propósitos de nossa Estratégia Nacional de Defesa (END), expressos no seu principio balisar. Nela definem-se os grandes rumo, mas não as rotas. Estas terão que ser traçadas por etapas, coerentes com a END, mas diante de cenários nacionais mutáveis. Deverão resultar de conhecimento, basear-se em realismo e buscar prudente e gradual redução de dependências. Diante de recursos escassos cuja continuidade é incerta, concentração em vultosos empreendimentos poderá comprometer o esforço global de desenvolvimento e defesa. ‘’


Vice-almirante (Ref°- EN) Elcio de Sá Freitas.
Diretor de Engenharia Naval de abril de 1985 até agosto de 1990.
[/size]
Texto extremamente lúcido. Fico muito contente que gente de dentro de nossas FA´s reconheça os problemas (alguns inclusive internos das FA´s) e perceba que devemos nos preparar para superá-los enquanto se constrói nossa indústria nacional de defesa, sob pena de vermos apenas mais tentativas fracassadas.


Leandro G. Card


Prezado Colega,


Esta visão do problema apresentada pelo Ilmº vice-almirante (Refº - EN) Elcio de Sá Freitas e observada com relativa intensidade entre os membros da MB comparativamente com aqueles das Forças congêneres. E este fato causa grande entusiasmo naqueles que conhecem com maior profundidade a Instituição.

Sds

Lord Nauta




Avatar do usuário
FCarvalho
Sênior
Sênior
Mensagens: 39075
Registrado em: Sex Mai 02, 2003 6:55 pm
Localização: Manaus
Agradeceu: 6009 vezes
Agradeceram: 3377 vezes

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#10449 Mensagem por FCarvalho » Sáb Dez 14, 2013 5:13 pm

Home | Internacional | Europa | Primeira fragata F125 é batizada
Primeira fragata F125 é batizada
Por Leonardo Jones Müller 4 hours 5 minutes ago

Imagem

Evento ocorreu em Hamburg no dia 12.
Do Rio de Janeiro

Foi realizada na última quinta-feira, dia 12, nas instalações ThyssenKrupp Marine em Hamburg a 250km de Berlin a cerimônia de batismo da primeira Fragata da classe F125, nomeada Baden-Württemberg.
Com sua construção iniciada em 2011, a primeira das 4 fragatas desta classe encomendadas pela Marinha Alemã tem previsão de entrada em serviço no final de 2016.
Com um deslocamento de 7,100 toneladas e medindo 149 metros, a classe F125 é maior que qualquer outra fragata alemã, e será dedicada a missões de projeção de força, intervenção e estabilização de conflitos em qualquer parte do mundo alem de apoio a missões humanitárias.
Com velocidade máxima em torno de 26 nós, e armada com um canhão principal de 127mm, mísseis Harpoon e sistema de defesa RAM, uma fragata da classe F125 pode permanecer até 2 anos em operação em um mesmo cenário, com um total de 5,000 horas por ano com um número muito reduzido de tripulantes, cerca de 120.
Podendo operar com dois helicópteros orgânicos, e 4 lanchas rápidas, a Baden-Württemberg pode deflagrar até 50 militares de forças especiais completamente equipados.
Com um custo previsto de US$ 2.75 Bilhões, os quatro navios da Classe F125 substituirão as seis fragatas Classe F122 Bremen.

http://portaldefesa.com/site/index.php/ ... izada.html

obs: com esta estimativa de custos, e sendo este projeto embasado nas F124, que concorrem no PROSUPER, e levando em consideração que a composição da esquadra deve observar uma flexibilidade natural de seus meios, tendo em vista o melhor atendimento das missões que lhe aprouver, fico imaginado que este navio seria, caso a proposta alemã seja a vencedora, ama evolução natural do processo de maturidade do PROSUPER.

abs.




Carpe Diem
Avatar do usuário
BrasilPotência
Sênior
Sênior
Mensagens: 1390
Registrado em: Ter Jul 17, 2012 5:04 pm
Localização: São Paulo - SP
Agradeceu: 268 vezes
Agradeceram: 82 vezes

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#10450 Mensagem por BrasilPotência » Sáb Dez 14, 2013 7:37 pm

A MB não estava interessada na F-124?




Brava Gente, Brasileira!!!
Avatar do usuário
FCarvalho
Sênior
Sênior
Mensagens: 39075
Registrado em: Sex Mai 02, 2003 6:55 pm
Localização: Manaus
Agradeceu: 6009 vezes
Agradeceram: 3377 vezes

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#10451 Mensagem por FCarvalho » Sáb Dez 14, 2013 8:02 pm

A F-124 é o navio que nos foi oferecido na proposta alemã para o Prosuper.

abs.




Carpe Diem
Avatar do usuário
alex
Sênior
Sênior
Mensagens: 2433
Registrado em: Sáb Ago 30, 2003 8:49 pm
Agradeceu: 10 vezes
Agradeceram: 79 vezes

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#10452 Mensagem por alex » Sáb Dez 14, 2013 8:39 pm

Acho que com esta noticia podemos tentar as F122 :D




Avatar do usuário
irlan
Sênior
Sênior
Mensagens: 2757
Registrado em: Qua Out 08, 2008 8:26 pm
Agradeceu: 4 vezes
Agradeceram: 40 vezes

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#10453 Mensagem por irlan » Sáb Dez 14, 2013 9:19 pm

Os alemães sabem fazer blindados, e navios?

Tivemos algum problema com a nossa família de submarinos com eles?




Na União Soviética, o político é roubado por VOCÊ!!
Lord Nauta
Sênior
Sênior
Mensagens: 4579
Registrado em: Dom Jul 15, 2007 4:29 pm
Agradeceram: 455 vezes

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#10454 Mensagem por Lord Nauta » Dom Dez 15, 2013 9:11 pm

FCarvalho escreveu:A F-124 é o navio que nos foi oferecido na proposta alemã para o Prosuper.

abs.

A TKS atualizou a proposta com a custonização da F-124 em atendimento aos requisitos da MB. O navio proposto e chamada de Meko 6.000. A principio a proposta alemã tinha preferencia. Os estaleiros germânicos tem longa tradição na construção de belonaves.


Sds


Lord Nauta




Avatar do usuário
Boss
Sênior
Sênior
Mensagens: 4136
Registrado em: Ter Ago 10, 2010 11:26 pm
Agradeceu: 103 vezes
Agradeceram: 356 vezes

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#10455 Mensagem por Boss » Dom Dez 15, 2013 9:43 pm

Se o Prosuper estiver mesmo preso no FX-2, só em 2015 para ter chance de sair. :roll:




REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Responder