Programa Espacial Brasileiro

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jeanscofield
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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

#136 Mensagem por jeanscofield » Qua Dez 04, 2013 2:44 am

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LeandroGCard
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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

#137 Mensagem por LeandroGCard » Sex Dez 06, 2013 12:40 pm

Vejam que pretensão :roll: :
Programa prevê dez lançamentos e R$ 900 mi/ano até 2020

Para muitos, plano é irrealista, uma vez que a agência espacial não tem nem quadro próprio de funcionários

O Estado de S.Paulo - 01 de dezembro de 2013 | 2h 07


O lançamento do CBERS-3 é uma peça fundamental do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), um ambicioso plano da Agência Espacial Brasileira (AEB), que prevê o lançamento de outros dez satélites até 2020. Tão ambicioso que, para muitos, chega a ser irrealista, considerando as óbvias limitações e fragilidades crônicas do sistema.

Prestes a completar 20 anos, em fevereiro do ano que vem, a AEB não tem nem quadro próprio de recursos humanos. A agência tem apenas sete funcionários: dois motoristas, três assistentes administrativos, um datilógrafo e um auxiliar de serviços gerais. Todos os outros (cerca de 80) são servidores emprestados de outros órgãos, incluindo o presidente da agência, o matemático José Raimundo Braga Coelho.

"Precisamos de um corpo permanente. Se o programa não tem recursos humanos próprios, como é que pode ter sustentabilidade?", disse ele ao Estado. Uma lei aprovada em junho deste ano autorizou a contratação de servidores na AEB, mas o concurso até agora não foi aberto. "Aguardamos ansiosamente", afirma Coelho.

Para ser executado, o PNAE prevê a necessidade de R$ 900 milhões em investimento por ano, em média, na área espacial até 2020 - cerca de três vezes mais do que o orçamento real da AEB nos últimos anos. "Orçamento e resultados andam juntos. Quando você tem resultados, o governo reage com orçamento, e isso ajuda a trazer mais resultados. Estamos em busca disso", diz Coelho. / H.E.
Comparem o valor solicitado (eles nem sabem para quê) pela Agência Espacial Brasileira e os gastos da empresa Space-X, que em cerca de 10 anos desenvolveu um excelente foguete na classe das 10 toneladas em órbita baixa e que deverá em breve estar capacitado a levar cargas e talvez até astronautas para a ISS.

http://www.spacenews.com/article/letter ... penditures

O pessoal da AEB quer R$5,4 bilhões (cerca de 2,5 bilhões de dólares) até 2020. A maior parte disso acabaria sendo gasta para lançar pequenos satélites experimentais usando foguetes comprados da Ucrânia, e mais uma pequena parte para desenvolver foguetinhos nacionais com capacidade de colocar menos de meia tonelada em órbita, que serviriam ninguém sabe dizer para quê. Sem esquecer é claro de pagar o lançamento de um satélites de comunicações adquirido, projetado, construído e lançado na Europa. Até mesmo um engenheiro antigo do IAE já deu declarações afirmando que nem adiantaria colocar mais dinheiro no PEB, pois não há gente capacitada para gastá-lo de forma produtiva :? .

Por comparação, a Space-X gastou na casa de 1 bilhão de dólares em 10 anos, e com seu foguete atual que pode colocar mais de 13 ton em órbita já efetuou 6 lançamentos bem sucedidos e espera pedidos somando o valor de US$ 5 bilhões até 2017. É claro que eles contam com a base tecnológica, industrial e comercial já existente no setor espacial americano, mas nós também não começamos a trabalhar em atividades espaciais ontem.

http://money.cnn.com/2013/06/05/investi ... ace-x-ipo/

Por estas e outras é que eu já disse antes e volto a afirmar: A única solução viável para o Programa Espacial Brasileiro é ENCERRAR SUAS ATIVIDADES IMEDIATAMENTE, redistribuir o pessoal técnico que quiser por universidades e centros de pesquisa que se proponham a recebê-los, dispensar sumariamente todo o resto e esquecer o assunto por pelo menos 4 ou 5 anos. E depois recomeçar tudo do zero, com outro pessoal que não traga vícios (podemos inclusive contratá-los no exterior como consultores) e que tome como referência o que se faz no mundo hoje em termos de atividades espaciais, e não o que o Brasil planejava fazer 30 anos atrás e ainda se sinta comprometido em um abraço de afogados com uma país da antiga URSS que hoje enfrenta sérias dificuldades em todos os níveis.


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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

#138 Mensagem por Duka » Seg Dez 09, 2013 1:09 am

Talvez, a médio prazo, a solução para nosso programa espacial passe pela Visiona.




Abraços
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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

#139 Mensagem por Sterrius » Seg Dez 09, 2013 6:37 am

Fracassa lançamento de satélite brasileiro em parceria com a China
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MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL A KELAN (CHINA)

Ouvir o texto
Fracassou nesta segunda-feira a tentativa de colocar em órbita o satélite CBERS-3, o quarto lançado pelo programa de observação da Terra que o Brasil mantém em parceria com a China.

Informações preliminares apontam uma falha no foguete que efetuou o lançamento. Ainda não se sabe o que provocou o problema.

O lançamento, realizado na base de Taiyuan, no sul da China, aconteceu no horário previsto, à 1h26 desta segunda-feira, no horário de Brasília.

Inicialmente, as informações eram de que tudo ocorrera bem. Mas cerca de uma hora depois do lançamento, os responsáveis chineses informaram que o satélite não entrou em órbita.

O clima é de frustração na delegação brasileira que viajou para acompanhar o lançamento. Entre eles, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e o ministro de Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp.

O custo do lançamento foi de US$ 15 milhões. O modelo do foguete chinês utilizado foi o Longa Marcha 4B. Esse modelo já fez 34 lançamentos de satélites com 100% de sucesso.

34 lançamentos bem sucedidos e falha na 35º :?

Meu problema não são os 160milhões caindo no chão.

È a demora que vai levar pra botar um substituto no ar :(




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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

#140 Mensagem por Skyway » Seg Dez 09, 2013 10:23 am

Esse CBERS-3 não era pra ter existido mesmo, projeto todo cagado do início ao fim! :?

Tomara que o CBERS-4 tenha mais sorte.




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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

#141 Mensagem por Viktor Reznov » Seg Dez 09, 2013 11:42 am

Skyway escreveu:Esse CBERS-3 não era pra ter existido mesmo, projeto todo cagado do início ao fim! :?

Tomara que o CBERS-4 tenha mais sorte.
Não tenho acompanhado a situação. Em que sentido ele foi "cagado"?




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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

#142 Mensagem por Viktor Reznov » Seg Dez 09, 2013 11:46 am

irlan escreveu:Alguém anda acompanhando a licitação sobre a compra do satélite que levará internet a todos o municípios do Brasil?, porque a internet aqui no RJ tá cara pra caramba.¬¬
Um satélite sozinho pra dar conta de uma demanda imensa como essa? Todos os municípios brasileiros? Isso tem cheiro de lorota ou promessa de alguem que nem sequer parou pra considerar as tecnicalidades da situação.




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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

#143 Mensagem por Skyway » Seg Dez 09, 2013 12:36 pm

Cross escreveu:
Skyway escreveu:Esse CBERS-3 não era pra ter existido mesmo, projeto todo cagado do início ao fim! :?

Tomara que o CBERS-4 tenha mais sorte.
Não tenho acompanhado a situação. Em que sentido ele foi "cagado"?
Ele era pra ter sido lançado em 2010, mas o Brasil teve muita dificuldade em desenvolver alguns componentes e também em adquirir outros. Aí estava com lançamento previsto para o final do ano passado...mas uma falha no sistema elétrico atrasou mais ainda. Conseguiram deixar o bicho pronto pra operação agora no final desse ano, e ai o buscapé chinês engasga pela primeira vez e acaba de vez com essa novela.

Fico bolado só de ver a dificuldade do Brasil de fazer um satélite relativamente "simples"...

O desenvolvimento foi conjunto, mas as dificuldades foram quase que exclusivamente do nosso lado.




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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

#144 Mensagem por Skyway » Seg Dez 09, 2013 12:40 pm

LeandroGCard escreveu:Vejam que pretensão :roll: :
Programa prevê dez lançamentos e R$ 900 mi/ano até 2020

Para muitos, plano é irrealista, uma vez que a agência espacial não tem nem quadro próprio de funcionários

O Estado de S.Paulo - 01 de dezembro de 2013 | 2h 07


O lançamento do CBERS-3 é uma peça fundamental do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), um ambicioso plano da Agência Espacial Brasileira (AEB), que prevê o lançamento de outros dez satélites até 2020. Tão ambicioso que, para muitos, chega a ser irrealista, considerando as óbvias limitações e fragilidades crônicas do sistema.

Prestes a completar 20 anos, em fevereiro do ano que vem, a AEB não tem nem quadro próprio de recursos humanos. A agência tem apenas sete funcionários: dois motoristas, três assistentes administrativos, um datilógrafo e um auxiliar de serviços gerais. Todos os outros (cerca de 80) são servidores emprestados de outros órgãos, incluindo o presidente da agência, o matemático José Raimundo Braga Coelho.

"Precisamos de um corpo permanente. Se o programa não tem recursos humanos próprios, como é que pode ter sustentabilidade?", disse ele ao Estado. Uma lei aprovada em junho deste ano autorizou a contratação de servidores na AEB, mas o concurso até agora não foi aberto. "Aguardamos ansiosamente", afirma Coelho.

Para ser executado, o PNAE prevê a necessidade de R$ 900 milhões em investimento por ano, em média, na área espacial até 2020 - cerca de três vezes mais do que o orçamento real da AEB nos últimos anos. "Orçamento e resultados andam juntos. Quando você tem resultados, o governo reage com orçamento, e isso ajuda a trazer mais resultados. Estamos em busca disso", diz Coelho. / H.E.
Comparem o valor solicitado (eles nem sabem para quê) pela Agência Espacial Brasileira e os gastos da empresa Space-X, que em cerca de 10 anos desenvolveu um excelente foguete na classe das 10 toneladas em órbita baixa e que deverá em breve estar capacitado a levar cargas e talvez até astronautas para a ISS.

http://www.spacenews.com/article/letter ... penditures

O pessoal da AEB quer R$5,4 bilhões (cerca de 2,5 bilhões de dólares) até 2020. A maior parte disso acabaria sendo gasta para lançar pequenos satélites experimentais usando foguetes comprados da Ucrânia, e mais uma pequena parte para desenvolver foguetinhos nacionais com capacidade de colocar menos de meia tonelada em órbita, que serviriam ninguém sabe dizer para quê. Sem esquecer é claro de pagar o lançamento de um satélites de comunicações adquirido, projetado, construído e lançado na Europa. Até mesmo um engenheiro antigo do IAE já deu declarações afirmando que nem adiantaria colocar mais dinheiro no PEB, pois não há gente capacitada para gastá-lo de forma produtiva :? .

Por comparação, a Space-X gastou na casa de 1 bilhão de dólares em 10 anos, e com seu foguete atual que pode colocar mais de 13 ton em órbita já efetuou 6 lançamentos bem sucedidos e espera pedidos somando o valor de US$ 5 bilhões até 2017. É claro que eles contam com a base tecnológica, industrial e comercial já existente no setor espacial americano, mas nós também não começamos a trabalhar em atividades espaciais ontem.

http://money.cnn.com/2013/06/05/investi ... ace-x-ipo/

Por estas e outras é que eu já disse antes e volto a afirmar: A única solução viável para o Programa Espacial Brasileiro é ENCERRAR SUAS ATIVIDADES IMEDIATAMENTE, redistribuir o pessoal técnico que quiser por universidades e centros de pesquisa que se proponham a recebê-los, dispensar sumariamente todo o resto e esquecer o assunto por pelo menos 4 ou 5 anos. E depois recomeçar tudo do zero, com outro pessoal que não traga vícios (podemos inclusive contratá-los no exterior como consultores) e que tome como referência o que se faz no mundo hoje em termos de atividades espaciais, e não o que o Brasil planejava fazer 30 anos atrás e ainda se sinta comprometido em um abraço de afogados com uma país da antiga URSS que hoje enfrenta sérias dificuldades em todos os níveis.


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10º lançamento em 2020:

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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

#145 Mensagem por Boss » Seg Dez 09, 2013 4:22 pm

Duka escreveu:Talvez, a médio prazo, a solução para nosso programa espacial passe pela Visiona.
Quanto mais o setor privado participar, melhor.




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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

#146 Mensagem por LeandroGCard » Seg Dez 09, 2013 7:55 pm

Duka escreveu:Talvez, a médio prazo, a solução para nosso programa espacial passe pela Visiona.
A Visiona tem um propósito muito específico, coordenar a aquisição do SGB. Fora isso ela tem muito pouco a acrescentar ao panorama espacial brasileiro, pois nem sequer produziremos satélites deste tipo no horizonte previsível.

Caso em um futuro hoje também imprevisível ela passe a executar alguma outra atividade que possa ter relevância para o desenvolvimento do programa espacial brasileiro, pode ser que passe a ter alguma importância. Mas no momento pode-se dizer a mesma coisa de praticamente qualquer outra empresa brasileira, e até imaginar empresas que hoje nem sequer existem (sonhar é de graça).


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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

#147 Mensagem por akivrx78 » Ter Dez 10, 2013 3:22 pm

Lançamento Brasileiro – Eu falei pra você não se animar.
Por Carlos Cardoso em 9 de dezembro de 2013

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Dramática reconstituição do lançamento

Se há algo que podemos nos orgulhar é que o Brasil é um país à prova de Snowdens e Wikileaks. Somos excelentes em guardar segredos. Conseguimos ocultar um lançamento espacial de quase 200 milhões de brasileiros. Ontem o site do INPE e o da AEB mostraram uma contagem regressiva para o lançamento do Longa Marcha 4B com o satélite CBERS-3. Quando o contador chegou a zero, sabem o que aconteceu?

Nada. Nadica de nada. Não havia transmissão ao vivo, o twitter do INPE permaneceu calado (a última postagem tinha sido feito 2 dias atrás) e NENHUM LUGAR estava transmitindo o lançamento. O lançamento do satélite secreto do NRO semana passada foi mais divulgado e transmitido ao vivo do que o brasileiro.

A gente tenta dar uma força, mas é muito complicado fazer divulgação científica quando a Melhor Coréia transmite seus lançamentos, quando empresas privadas como a SpaceX e a Orbital transmitem seus lançamentos, e quando a China Comunista transmite com ângulos inéditos sua missão pra Lua. Outro dia falaram que é triste perceber que uma bebida energética tem um programa espacial melhor do que o do seu país, mas a comédia de erros de ontem foi o pior.

Logo após o lançamento, começaram a pipocar notícias sobre o sucesso. Segundo o G1:

“O sucesso da operação só foi confirmado à 01:41, cerca de 15 minutos depois do início do procedimento, quando foi concluída a abertura do painel solar do equipamento.”

Uau, yay, Vai Brasil!

O MSN concorda:

“Satélite brasileiro CBERS-3 é lançado com sucesso da China”

Portal Brasil, oficial, do Governo:

“Satélite sino-brasileiro CBers-3 é lançado com sucesso”

Beleza, finalmente, quase 4 anos sem satélites, agora vai, né? O próprio release oficial do INPE fala que deu tudo certo.

Como bom brasileiro você sabe que não é assim que a banda toca.

AVISO: se você é um dos SETE funcionários da Agência Espacial Brasileira (incluindo um datilógrafo) pare de ler, ou vou magoar seu coraçãozinho.

Todo mundo já viu imagens das salas de controle dos países de verdade, e até da Melhor Coréia. Quer ver de onde o INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, com 50 anos e “criado para ser a NASA Brasileira” acompanhou o lançamento?

Imagem
Desta repartição aqui abaixo. (note que o tiozinho está com os dois monitores desligados)

O resultado é que eles estavam tão às cegas quanto nós, mas saíram chutando e soltaram um release descrevendo uma operação ideal, perfeita, mas não foi o que aconteceu.

SEGUNDO o INPE depois de 12,5 minutos o satélite, já em órbita, foi liberado do lançador. Aos 15 min o painel solar foi aberto e travado em posição. Perfeito, mas nada do bicho se comunicar. Aí foi hora de ver que ao contrário dos fogos Caramuru, lançamento brasileiro dá chabu, e publicaram um release explicando que o sucesso foi um tanto prematuro.

Aqui entram as informações conflitantes. SEGUNDO as informações brasileiras havia sido tudo perfeito, MAS o satélite não entrou em órbita. Com a precisão científica que lhe é peculiar o INPE informa:

“Avaliações preliminares sugerem que o CBERS-3 tenha retornado ao planeta.”

Bem, podemos dizer que acertaram em 100% a área de pouso.

O Globo é mais preciso ainda:

“Avaliações preliminares sugerem que o CBERS 3 tenha retornado ao planeta”, isto é, que ele caiu em algum lugar da Terra.”

Aí fica a dúvida: nos lançamentos decentes, inclusive os da própria China, acompanhamos a telemetria mostrando informações essenciais do foguete, com direito a curvas projetadas, posicionamento real, etc, etc. Sabemos a velocidade, altitude e inclinação das órbitas. Quem está trabalhando nisso por anos conhece ou deveria conhecer esses dados de cor. Não faz sentido um lançamento que deu errado ser anunciado como sucesso, tão tarde.

Segundo a agência de notícias oficial da China, uma falha no foguete impediu a entrada em órbita do satélite. Consequentemente ele permaneceu em trajetória balística.

As teorias conspiratórias vão abundar, claro, mas a única realidade é que ciência no Brasil é tratada com desprezo pelas autoridades E pelos envolvidos. Enquanto nos EUA, durante o blecaute de orçamento que praticamente fechou a NASA, cientistas ficavam tuitando de contas pessoais e ajudando a divulgar pesquisas até de outros países, além de manter em funcionamento alguns projetos essenciais, aqui justificaram que não havia ninguém tuitando do INPE o lançamento, pois “ganham mal e não recebem hora-extra”.

Se o governo não se importa com ciência, se quem a faz não se importa com divulgação disso, só lamento. Vamos continuar sendo motivo de piadas SIM. Temos uma “NASA Brasileira”, uma agência espacial com 7 funcionários e para nós lançamento bem-sucedido é a bosta do foguete não explodir na plataforma.

http://meiobit.com/273368/cbers-3-lanca ... etumbante/




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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

#148 Mensagem por LeandroGCard » Ter Dez 10, 2013 3:32 pm

E ainda temos que ler artigos como este... .

Em princípio poderia dar-se um desconto por ser um texto do Godoy, mas infelizmente este tipo de visão está disseminado não apenas entre os formadores de opinião mas também entre os tomadores de decisão e a classe dirigente do Brasil. Parece que tudo poderia ser resolvido bastando que o dinheiro fosse liberado. As incongruências do planejamento, defasagem das idéias, inadequação dos objetivos, incapacidade técnica e etc... nunca são mencionadas, havendo dinheiro estaríamos no paraíso (ué, mas não somos uma das 10 maiores potências econômicas do planeta?). Mesmo com as evidências sendo esfregadas na cara de todo mundo diariamente não se percebe (ou não se quer perceber) que quanto mais dinheiro se aplica maiores são os desperdícios, os desvios, as falcatruas e os "ralos" por onde as verbas escoam sem produzir nada além de infelizes remendos geralmente inúteis que pouco ou nada contribuem para o desenvolvimento nacional.

O Programa Espacial Brasileiro é apenas um reflexo da situação atual do Brasil em todos os setores e não apenas no da conquista do espaço. Coloca-se sempre a culpa de tudo na falta de investimentos, quando as verdadeiras carências são de seriedade e competência. Lamentável.
Dependência ameaça o Brasil no espaço

Análise: Roberto Godoy - O Estado de S.Paulo - 10 de dezembro de 2013

O Programa Espacial Brasileiro, maduro de 53 anos, sofre com a falta de recursos. Com as dotações adequadas, as agências do País construiriam seus próprios veículos lançadores, ofereceriam serviços e ganhariam dinheiro em um mercado internacional estimado em US$ 30 bilhões. Com dinheiro curto, resta amargar por 10 anos a tragédia de agosto de 2003, quando a explosão de um dos motores do VLS-1/V03 na plataforma da base de Alcântara, no Maranhão, matou 21 técnicos e transformou em metal esturricado o objetivo de uma geração inteira de pesquisadores. De 1994 até o desastre de 2003, o governo havia investido magros R$ 73 milhões no projeto do foguete de quatro estágios, 50 toneladas e possibilidade de colocar sua carga útil no espaço a até mil quilômetros de distância. O caso da China era visto ontem à noite, no meio da Defesa, como alerta para os riscos da dependência. Militares assinalaram que a área é prioritária na agenda de assuntos estratégicos da presidente Dilma Rousseff.
Então tá então... :roll: .


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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

#149 Mensagem por Brasileiro » Sáb Jan 04, 2014 5:02 pm

Amigos, 2014 está aí, e tudo indica que será um ano bem ativo no nosso programa espacial.

-Lançamento do VS-30/SAMF, que testará o motor foguete de propelente líquido L5.
-SARA suborbital
-Operação Santa Bárbara: Último teste de integração com maquete antes do lançamento do VLS-1.
-Lançamento do VLS-1 para certificação da parte baixa.
-Teste estático do S50, que equipará o VLM-1.



abraços]




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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

#150 Mensagem por BrasileiroBR » Qui Abr 03, 2014 11:11 am

Srs(a),

Petição online promovida pelo maior blog aeroespacial do Brasil, que será levada ao congresso (caso alcance o número de assinaturas requeridas), cobrando o comprometimento dos responsáveis com o lançamento do foguete VLM na data de 07 de Setembro de 2015.

Basta colocar nome completo e email:


http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2013N37568

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