
S'o uma informacao... o Canberra (um dos 'alvos' para misseis da categoria do M530) era operado na Am. do Sul pelo Chile, Equador, Peru e Argentina.

[]s
CB_Lima
Moderadores: Glauber Prestes, Conselho de Moderação
Olá, Sabre.Sabre escreveu:Justin, permita-me colocar a minha colher de pau nessa feijoada.
Você tem toda a razão quando diz que a comparação do míssil R-530 com o AIM-9B é incabível.
O R-530 pertence às primeiras gerações do que hoje se denomina BVR, possuindo dois sistemas de guiagem, um com sistema autodiretor IR, tipo “fire and forget”, e outro com autodiretor RF semiativo, que necessita que a aeronave lançadora permaneça “iluminando” o alvo com o seu radar até o momento do impacto.
Talvez seja por isso o JL tenha se referido a existência de “duas cabeças”. Elas realmente existiam, porém para serem utilizadas uma de cada vez, não simultaneamente. Porém acho que você já tinha entendido.
A FAB possuía somente “cabeças” IR.
Em relação a sua não utilização por Israel, faz todo sentido terem abandonado o Matra 530, pois o perfil de engajamento naquele cenário levava sempre para o combate WVR, além de o míssil ser pesado e ocupar um local privilegiado para a utilização de tanque externo, o pilone ventral.
Não acredito que o R-530 tenha tido uma PK de 50%, muito menos na PK de 70% para o AIM-9B. Nem nas melhores condições de lançamento um míssil daquela geração atingiria este índice.
A explosão da carga militar antes do alvo é uma regra básica para quase todos os mísseis, e em especial para os que podem ser lançados pelo setor frontal. Sua explicação foi perfeita.
Perfeita também sua explicação a respeito dos canhões. Faltou explicar que os canhões da família Mirage III podiam ser harmonizados segundo a sua missão básica. Os destinados prioritariamente ao ataque ao solo tinham uma harmonização na forma de um “8” deitado, os destinados às missões ar-ar, na forma de um “8” em pé, e os da FAB tinham uma harmonização na forma de um “8” em diagonal, que era uma solução de compromisso entre as duas missões. Não era fácil passar de um tipo de harmonização para outro, pelo menos no nível do operador.
Como você informou, a potência da munição de 30mm compensava a dispersão, que também mitigava os enormes erros de um tiro ar-ar em combate do tipo "dog fight".
A não utilização do radar para regular a visada pelos israelenses também se justifica pela modalidade de combate que normalmente enfrentavam: “dog fight”.
Neste tipo de combate a solução israelense parece ser a mais adequada, pois é mais simples, prática e eficiente, evitando o acoplamento errôneo do radar, o que seria inevitável se deixado no modo ar-ar (espiral).
Soube, sem confirmação, que a IAF retirou os pesados radares Cyrano (somente a antena tinha 80Kg) e colocou lastros um pouco mais leves, melhorando a performance do Mirage III no combate aéreo.
A sua explicação a respeito da utilização do radar para a solução da distância de tiro aplica-se somente aos casos de uma alvo controlado, tal como nos tiros feitos em birutas.
Não acredito que você tenha tido confiança no “tiro cego” do radar Cyrano. As taxas de acerto do Mirage III em condições visuais, e em ambiente controlado, sempre foram muito baixas. Somente com a informação radar um acerto seria um milagre.
O problema da harmonização dos canhões do F-5M não estava na munição que não saía do cano na velocidade prevista no manual. O erro foi ter utilizado o manual de uma munição de outra procedência, sem fazer a necessária correção.
No mais, agradeço as suas informações, sempre úteis, contribuindo para a desejada “não propagação de lendas” pela internet.
Sabre
Justin,Justin Case escreveu:Olá, Sabre.Sabre escreveu:Justin, permita-me colocar a minha colher de pau nessa feijoada.
Você tem toda a razão quando diz que a comparação do míssil R-530 com o AIM-9B é incabível.
O R-530 pertence às primeiras gerações do que hoje se denomina BVR, possuindo dois sistemas de guiagem, um com sistema autodiretor IR, tipo “fire and forget”, e outro com autodiretor RF semiativo, que necessita que a aeronave lançadora permaneça “iluminando” o alvo com o seu radar até o momento do impacto.
Talvez seja por isso o JL tenha se referido a existência de “duas cabeças”. Elas realmente existiam, porém para serem utilizadas uma de cada vez, não simultaneamente. Porém acho que você já tinha entendido.
A FAB possuía somente “cabeças” IR.
Em relação a sua não utilização por Israel, faz todo sentido terem abandonado o Matra 530, pois o perfil de engajamento naquele cenário levava sempre para o combate WVR, além de o míssil ser pesado e ocupar um local privilegiado para a utilização de tanque externo, o pilone ventral.
Não acredito que o R-530 tenha tido uma PK de 50%, muito menos na PK de 70% para o AIM-9B. Nem nas melhores condições de lançamento um míssil daquela geração atingiria este índice.
A explosão da carga militar antes do alvo é uma regra básica para quase todos os mísseis, e em especial para os que podem ser lançados pelo setor frontal. Sua explicação foi perfeita.
Perfeita também sua explicação a respeito dos canhões. Faltou explicar que os canhões da família Mirage III podiam ser harmonizados segundo a sua missão básica. Os destinados prioritariamente ao ataque ao solo tinham uma harmonização na forma de um “8” deitado, os destinados às missões ar-ar, na forma de um “8” em pé, e os da FAB tinham uma harmonização na forma de um “8” em diagonal, que era uma solução de compromisso entre as duas missões. Não era fácil passar de um tipo de harmonização para outro, pelo menos no nível do operador.
Como você informou, a potência da munição de 30mm compensava a dispersão, que também mitigava os enormes erros de um tiro ar-ar em combate do tipo "dog fight".
A não utilização do radar para regular a visada pelos israelenses também se justifica pela modalidade de combate que normalmente enfrentavam: “dog fight”.
Neste tipo de combate a solução israelense parece ser a mais adequada, pois é mais simples, prática e eficiente, evitando o acoplamento errôneo do radar, o que seria inevitável se deixado no modo ar-ar (espiral).
Soube, sem confirmação, que a IAF retirou os pesados radares Cyrano (somente a antena tinha 80Kg) e colocou lastros um pouco mais leves, melhorando a performance do Mirage III no combate aéreo.
A sua explicação a respeito da utilização do radar para a solução da distância de tiro aplica-se somente aos casos de uma alvo controlado, tal como nos tiros feitos em birutas.
Não acredito que você tenha tido confiança no “tiro cego” do radar Cyrano. As taxas de acerto do Mirage III em condições visuais, e em ambiente controlado, sempre foram muito baixas. Somente com a informação radar um acerto seria um milagre.
O problema da harmonização dos canhões do F-5M não estava na munição que não saía do cano na velocidade prevista no manual. O erro foi ter utilizado o manual de uma munição de outra procedência, sem fazer a necessária correção.
No mais, agradeço as suas informações, sempre úteis, contribuindo para a desejada “não propagação de lendas” pela internet.
Sabre
Grato sobre a contribuição.
Dois detalhes sobre o que você comentou e que merecem esclarecimento.
1. A harmonização dos canhões do Mirage III era paralela (não havia convergência entre os eixos de tiro) devido à pouca distância lateral entre eles.
Ao ser verificada no solo, ela realmente formava a figura de um oito inclinado. Essa era a posição de repouso dos canhões.
Quando os canhões estavam em regime de tiro estabilizado (após o terceiro tiro da mesma rajada), a posição média do canhão em funcionamento já estava deslocada de forma a constituir um oito vertical. Isso era possível porque os canhões eram instalados com um giro em torno do seu eixo. Essa harmonização em oito vertical foi idealizada para tentar distribuir os tiros em uma área de retângulo vertical, lembrando que o erro mais comum na visada era justamente a identificação precisa da distância e da razão de curva (que influenciavam no tempo de voo da bala ou na arfagem do avião).
2. Quem voou o avião e utilizou o modo "tiro cego" do radar/visor contra um avião em voo nivelado, pode perceber (em caso de operação visual) que, na distância prevista de tiro (600 metros), o avião inimigo estava exatamente na posição prevista de concentração dos tiros. Esse modo não era usado só para tiro. Em caso de operação a qualquer tempo (noturno ou dentro de nuvens, por exemplo) o sistema conduzia o caçador, por ordens de pilotagem no visor, em perseguição ao alvo, até uma distância de 600 metros, quando este podia encontrar visualmente o alvo e cumprir sua missão de policiamento do espaço aéreo. Ao computar uma distância inferior a 600 m, o sistema comandava um "break" para evitar colisão.
Essa era a tecnologia (muitas vezes superior à existente nos caças F-5 de exportação) que muitos hoje desprezam sem ter sequer jamais conhecido teoricamente ou experimentado em voo.
Abraço,
Justin
Edit II, em tempo: As probabilidades de sucesso que eu citei não são o resultado de combates reais. São dados de projeto de cada míssil e consideram mísseis em condições perfeitas de funcionamento e lançamentos realizados em um cenário IDEAL.
Podemos concluir que o resultado real, para ambos os mísseis, seria muito inferior. O motivo é que os lançamentos reais sempre seriam feitos em condições distantes da ideal, como citam os exemplos da operação pelos israelenses.
Edit II: O fato de retirar o peso do nariz leva o CG para trás, reduzindo a margem estática e aumentando significativamente a manobrabilidade (embora isso adicione algum risco à operação em alto ângulo de ataque). Eventualmente, alguns esquadrões de F-5 da FAB usavam artifícios semelhantes para aumentar sua vantagem no combate dissimilar contra Mirage. Entre as ações que levavam o CG do F-5 para trás estavam: combater com o avião sem munição e retirar a sonda de reabastecimento em voo. Mas isso era só para competição, pois todos sabiam que, em situação real, ninguém iria retirar do avião a capacidade de reabastecer nem de combater/abater.
Só para dar uma proporção, o AIM-9 no Vietnã obteve um índice de acertos na faixa de 11 a 18% (dependendo da fonte e da forma de avaliação). E isso porque foram utilizadas diversas versões mais avançadas que a B.Sabre escreveu: Edit I, em tempo: As probabilidades de sucesso que eu citei não são o resultado de combates reais. São dados de projeto de cada míssil e consideram mísseis em condições perfeitas de funcionamento e lançamentos realizados em um cenário IDEAL.
Podemos concluir que o resultado real, para ambos os mísseis, seria muito inferior. O motivo é que os lançamentos reais sempre seriam feitos em condições distantes da ideal, como citam os exemplos da operação pelos israelenses.
Haja dinheiro Gabriel!gabriel219 escreveu:Do F-X2 o Rafale é o melhor caça, mas ele é caro demais. Com 1 Rafale se compra 2 Su-35S. Imagina 72 Su-35S no lugar de 36 Rafales.
Do F-X2, em minha opinião, a melhor opção é o Gripen NG, pois entraríamos em um projeto e oportunidade de desenvolver em conjunto, o que é a melhor transferência de tecnologia possível e ainda produzir peças em São José dos Campos, ainda poderíamos entrar no projeto do Sea Gripen para a MB e ainda mais possibilidade de entrar no projeto do FS2020.
Se for para decidir por fora do F-X2 e decidir também o F-X2, optar por Gripen NG no F-X2 e pelo Su-35S por fora, entrando no projeto do PAK-FA e deixando em aberto a possibilidade de entrar no projeto do FS2020 lá para 2022 seria excelente, o negócio do século para nós.