Geopolítica Brasileira
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- FCarvalho
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Re: Geopolítica Brasileira
Sávio, seria esperar demais de um povo pouco acostumado a lidar com questões outras que não as da própria sobrevivência, e subserviência, ou quando muito, a manutenção dos ganhos econômicos e sociais recém conquistados.
O brasileiro médio não tem o costume, e nem preparo, para pensar sobre assuntos muito além e aquém do próprio umbigo.
Essa tarefa vai ficar para as próximas gerações, para os filhos e netos de 1994, e que só começou agora a aprender a ter e fazer respeitar a dignidade que antes apensas supunha ter.
abs.
O brasileiro médio não tem o costume, e nem preparo, para pensar sobre assuntos muito além e aquém do próprio umbigo.
Essa tarefa vai ficar para as próximas gerações, para os filhos e netos de 1994, e que só começou agora a aprender a ter e fazer respeitar a dignidade que antes apensas supunha ter.
abs.
Carpe Diem
- rodrigo
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Re: Geopolítica Brasileira
Eu não acredito em qualquer hipótese de conflito por causa do pré sal. Já fizeram até o PT virar privatizador, qual seria a dificuldade de americanos ou chineses em comprar nosso executivo/legislativo/judiciário, para ceder a qualquer interesse desses países? Em um mercado de bilhões, gastar alguns milhões de dólares comprando partidos, ministros, deputados e magistrados é fichinha. Só restaria a alternativa de um golpe militar, mas aí é tarde pra combater os estrangeiros, sem armamento só podemos torcer para não destruírem nossa infraestrutura.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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- J.Ricardo
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Re: Geopolítica Brasileira
É mais barato entrar na concorrência do pré-sal que comprar uma guerra com o Brasil, mas é um ótimo argumento para se investir em defesa...
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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- Bourne
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Re: Geopolítica Brasileira
Não esqueçam que negociar é mais interessante que entrar em guerra. Além disso, as empresas americanas, europeias e asiáticas são grandes sócios no fornecimento de equipamento e tecnologias, investimento na extração e beneficiamento do óleo. E como o Brasil é considerado é um país sério que não faz loucuras, não tem problemas em conversar, seja com quem for.
O mundo não funciona como um romance do Tom Clancy. Se fosse tão fácil atacar militarmente alguém por petróleo, teria sido feito contra a Venezuela.
Outro fato é que esse tipo de jazida petrolífera pode não ser tão viável ou interessante no futuro devido ao avanço de outras tecnologias mais baratas como do begume. isto é, existe a possibilidade real do pré-sal nunca ser explorado na sua potencialidade nesse século e virar reserva estratégica.
O mundo não funciona como um romance do Tom Clancy. Se fosse tão fácil atacar militarmente alguém por petróleo, teria sido feito contra a Venezuela.
Outro fato é que esse tipo de jazida petrolífera pode não ser tão viável ou interessante no futuro devido ao avanço de outras tecnologias mais baratas como do begume. isto é, existe a possibilidade real do pré-sal nunca ser explorado na sua potencialidade nesse século e virar reserva estratégica.
- Wolfgang
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Re: Geopolítica Brasileira
Rá... e depois a Dilma é que é chorona do 3º mundo..
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/ ... s-eua.html
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/ ... s-eua.html
- suntsé
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Re: Geopolítica Brasileira
O bourne tem uma frieza para analisar a situação, que me surpreende.
Na maioria das vezes ele esta certo
Na maioria das vezes ele esta certo
-
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Re: Geopolítica Brasileira
A diferença é que a Merkel não apóia Cuba, Venezuela, Irã e nem as FARC.Wolfgang escreveu:Rá... e depois a Dilma é que é chorona do 3º mundo..
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/ ... s-eua.html
Não é nada meu. Não é nada meu. Excelência eu não tenho nada, isso é tudo de amigos meus.
- irlan
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Re: Geopolítica Brasileira
Deu no Defesanet....o Brasil entrou com uma ação contra o Japão por causa dos grandes subsídios desse último a uma divisão da Mitsubishi, responsável por criar aviões regionais, a empresa nem esta funcionando e já tem 200 encomendas.
Na União Soviética, o político é roubado por VOCÊ!!
- rodrigo
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Re: Geopolítica Brasileira
Brasil agora cobra 'calotes' da Venezuela
Depois de estimular negócios com a Venezuela, o governo do Brasil agora cobra do país vizinho "calotes temporários" de exportações de empresas brasileiras feitas neste ano.
Em alguns casos, o atraso nos pagamentos de produtos vendidos ao mercado venezuelano, que vive um momento de escassez, chega a quatro meses.
A situação já preocupa os empresários brasileiros, especialmente os que começaram a negociar mais recentemente com a Venezuela, e levou o governo a enviar uma missão ao país para tentar solucionar o problema.
Na segunda-feira passada, o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e o assessor especial da presidente para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, viajaram a Caracas para conversar com autoridades venezuelanas sobre os atrasos, segundo apurou a Folha.
Oficialmente, a missão brasileira teve como objetivo reforçar a disposição brasileira de ajudar o parceiro comercial a superar sua crise de abastecimento, mas os pagamentos atrasados foram um dos temas principais.
Nesta semana, a Venezuela informou que terá de importar 400 mil toneladas de alimentos de países latino-americanos em novembro e dezembro, sendo que 80 mil toneladas de carne e grãos virão do Brasil.
O calote temporário está sendo provocado principalmente pela crise econômica na Venezuela, que faz o governo local exercer forte controle sobre a saída de dólares, o que tem atrasado o pagamento de suas importações.
O total dos pagamentos em atraso não é revelado, mas o montante em jogo é significativo: o Brasil exportou para a Venezuela US$ 3,1 bilhões até setembro.
Segundo um empresário ouvido reservadamente, o maior problema está na exportação de alimentos, setor que recebeu estímulo do governo brasileiro para aumentar as vendas à Venezuela diante do quadro de escassez.
A Folha apurou que os atrasos no pagamento de exportações de carnes bovinas e de frango estão na casa de quatro meses. Até setembro, as vendas destes produtos à Venezuela somaram US$ 737 milhões. A BR Foods e a JBS são algumas das empresas que exportam para lá.
Há um histórico de atrasos. Eles, entretanto, nunca foram tão grandes. O problema começou com o setor de construção pesada.
Neste ano, representantes das empreiteiras reclamaram às autoridades venezuelanas e os pagamentos, que estavam suspensos, foram parcialmente retomados.
A Odebrecht, que possui obras importantes no país, como as do metrô de Caracas, já enfrentou problemas no passado recente.
A relação Brasil/Venezuela ganhou impulso no governo de Luiz Inácio Lula da Silva e seguiu no mesmo ritmo no de Dilma Rousseff, estimulando parcerias e defendendo politicamente a administração de Hugo Chávez (1954-2013) e de seu sucessor Nicolás Maduro.
Parcerias que nem sempre foram bem-sucedidas, como a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. O negócio era para ser uma sociedade entre a Petrobras e a venezuelana PDVSA, que até hoje não colocou dinheiro no projeto.
VIÉS
Casos como esse levaram críticos da oposição a apontar o viés ideológico do favorecimento à Venezuela. Lula e Chávez foram expoentes da guinada à esquerda na América Latina nos anos 2000.
A Venezuela inclusive foi integrada ao Mercosul justamente quando o país que se opunha à sua entrada, o Paraguai, estava suspenso do bloco aduaneiro.
Em 2012, as exportações brasileiras para a Venezuela foram de US$ 5 bilhões. Este ano, apesar das vendas totais à Venezuela terem caído 17%, os cinco principais produtos exportados pelo Brasil cresceram quase 30%.
São produtos essenciais em tempos de crise de abastecimento: carne bovina, bois vivos, carne de frango, açúcar e medicamentos. Produtos como preparação para elaboração de bebidas também deram um salto de 93%.
Uma crise com os fornecedores brasileiros não interessa aos venezuelanos, já que o Brasil é o quarto principal fornecedor, atrás de EUA, China e Reino Unido. No ano passado, o país forneceu quase 10% de tudo o que a Venezuela comprou.
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2013 ... uela.shtml
Depois de estimular negócios com a Venezuela, o governo do Brasil agora cobra do país vizinho "calotes temporários" de exportações de empresas brasileiras feitas neste ano.
Em alguns casos, o atraso nos pagamentos de produtos vendidos ao mercado venezuelano, que vive um momento de escassez, chega a quatro meses.
A situação já preocupa os empresários brasileiros, especialmente os que começaram a negociar mais recentemente com a Venezuela, e levou o governo a enviar uma missão ao país para tentar solucionar o problema.
Na segunda-feira passada, o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e o assessor especial da presidente para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, viajaram a Caracas para conversar com autoridades venezuelanas sobre os atrasos, segundo apurou a Folha.
Oficialmente, a missão brasileira teve como objetivo reforçar a disposição brasileira de ajudar o parceiro comercial a superar sua crise de abastecimento, mas os pagamentos atrasados foram um dos temas principais.
Nesta semana, a Venezuela informou que terá de importar 400 mil toneladas de alimentos de países latino-americanos em novembro e dezembro, sendo que 80 mil toneladas de carne e grãos virão do Brasil.
O calote temporário está sendo provocado principalmente pela crise econômica na Venezuela, que faz o governo local exercer forte controle sobre a saída de dólares, o que tem atrasado o pagamento de suas importações.
O total dos pagamentos em atraso não é revelado, mas o montante em jogo é significativo: o Brasil exportou para a Venezuela US$ 3,1 bilhões até setembro.
Segundo um empresário ouvido reservadamente, o maior problema está na exportação de alimentos, setor que recebeu estímulo do governo brasileiro para aumentar as vendas à Venezuela diante do quadro de escassez.
A Folha apurou que os atrasos no pagamento de exportações de carnes bovinas e de frango estão na casa de quatro meses. Até setembro, as vendas destes produtos à Venezuela somaram US$ 737 milhões. A BR Foods e a JBS são algumas das empresas que exportam para lá.
Há um histórico de atrasos. Eles, entretanto, nunca foram tão grandes. O problema começou com o setor de construção pesada.
Neste ano, representantes das empreiteiras reclamaram às autoridades venezuelanas e os pagamentos, que estavam suspensos, foram parcialmente retomados.
A Odebrecht, que possui obras importantes no país, como as do metrô de Caracas, já enfrentou problemas no passado recente.
A relação Brasil/Venezuela ganhou impulso no governo de Luiz Inácio Lula da Silva e seguiu no mesmo ritmo no de Dilma Rousseff, estimulando parcerias e defendendo politicamente a administração de Hugo Chávez (1954-2013) e de seu sucessor Nicolás Maduro.
Parcerias que nem sempre foram bem-sucedidas, como a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. O negócio era para ser uma sociedade entre a Petrobras e a venezuelana PDVSA, que até hoje não colocou dinheiro no projeto.
VIÉS
Casos como esse levaram críticos da oposição a apontar o viés ideológico do favorecimento à Venezuela. Lula e Chávez foram expoentes da guinada à esquerda na América Latina nos anos 2000.
A Venezuela inclusive foi integrada ao Mercosul justamente quando o país que se opunha à sua entrada, o Paraguai, estava suspenso do bloco aduaneiro.
Em 2012, as exportações brasileiras para a Venezuela foram de US$ 5 bilhões. Este ano, apesar das vendas totais à Venezuela terem caído 17%, os cinco principais produtos exportados pelo Brasil cresceram quase 30%.
São produtos essenciais em tempos de crise de abastecimento: carne bovina, bois vivos, carne de frango, açúcar e medicamentos. Produtos como preparação para elaboração de bebidas também deram um salto de 93%.
Uma crise com os fornecedores brasileiros não interessa aos venezuelanos, já que o Brasil é o quarto principal fornecedor, atrás de EUA, China e Reino Unido. No ano passado, o país forneceu quase 10% de tudo o que a Venezuela comprou.
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2013 ... uela.shtml
"O correr da vida embrulha tudo,
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aperta e daí afrouxa,
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Re: Geopolítica Brasileira
RAUL JUSTE LORES
A reclamação direta da chanceler alemã, Angela Merkel, contra o grampeamento de seu próprio celular mudou a retórica do governo americano –e a baixa prioridade que o escândalo da espionagem recebia da Casa Branca.
A Alemanha já tem recebido propostas de acordos e desculpas que jamais foram oferecidos ao Brasil, como tem analisado a diplomacia brasileira.
Nem o cancelamento da visita de Estado da presidente Dilma Rousseff a Washington nem os protestos (moderados) da França e do México tiveram o impacto da reclamação alemã.
Por meses, diversos diplomatas americanos, em conversas reservadas com a Folha, atribuíam a reação de Dilma ao “cálculo eleitoral” pela campanha da reeleição em 2014 e ao “antiamericanismo” de setores do PT –acusações que não funcionam com a conservadora Merkel, recém-reeleita.
Em telefonema imediato, Obama prometeu a Merkel que “nem no presente, nem no futuro” seu celular seria mais grampeado.
O vice-presidente americano, Joe Biden, disse que não poderia dar essas garantias ao Brasil em agosto.
Uma das maiores defensoras dos sistemas de espionagem em massa, a senadora democrata Dianne Feinstein, que preside a Comissão de Inteligência do Senado, mudou o tom, dizendo que “se opõe totalmente à espionagem de aliados”, e pediu uma revisão completa dos programas da Agência de Segurança Nacional americana.
Feinstein disse que se opõe totalmente à espionagem dos “líderes aliados, incluídos França, Espanha, México e Alemanha”.
A senadora, no entanto, não citou o Brasil. Diplomatas brasileiros se questionam se EUA e União Europeia fecharão algum acordo, deixando o Brasil de lado.
Mas Merkel acabou reforçando a proposta brasileira na ONU (Organização das Nações Unidas) de um acordo multilateral.
Até o final do ano, o governo americano deve concluir o processo de revisão de seus programas de espionagem –o Itamaraty aguarda a resposta americana para compará-las às garantias oferecidas aos europeus.
DESTAQUE
Pela primeira vez em meses, a espionagem ganhou destaque e até abriu alguns dos principais telejornais americanos.
Mas, por enquanto, tanto apresentadores quanto comentaristas convidados repetem na TV os mantras de que “todo mundo espiona todo mundo” e que “a espionagem da NSA já salvou muitas vidas de atentados”.
“Merkel é uma política cautelosa. A reação dela é sinal de que tem muita informação sobre o hackeamento”, disse à Folha a diretora-executiva da fundação Bertelsmann, centro de estudos transatlânticos em Washington, Annette Heuser.
“Os europeus estão bem insatisfeitos com o descaso dele com a Europa, e o governo Obama continua a subestimar os efeitos do escândalo. A Europa se uniu pela sua rejeição à espionagem. Europeus, em geral, se importam muito mais com a privacidade que os americanos.”
A reclamação direta da chanceler alemã, Angela Merkel, contra o grampeamento de seu próprio celular mudou a retórica do governo americano –e a baixa prioridade que o escândalo da espionagem recebia da Casa Branca.
A Alemanha já tem recebido propostas de acordos e desculpas que jamais foram oferecidos ao Brasil, como tem analisado a diplomacia brasileira.
Nem o cancelamento da visita de Estado da presidente Dilma Rousseff a Washington nem os protestos (moderados) da França e do México tiveram o impacto da reclamação alemã.
Por meses, diversos diplomatas americanos, em conversas reservadas com a Folha, atribuíam a reação de Dilma ao “cálculo eleitoral” pela campanha da reeleição em 2014 e ao “antiamericanismo” de setores do PT –acusações que não funcionam com a conservadora Merkel, recém-reeleita.
Em telefonema imediato, Obama prometeu a Merkel que “nem no presente, nem no futuro” seu celular seria mais grampeado.
O vice-presidente americano, Joe Biden, disse que não poderia dar essas garantias ao Brasil em agosto.
Uma das maiores defensoras dos sistemas de espionagem em massa, a senadora democrata Dianne Feinstein, que preside a Comissão de Inteligência do Senado, mudou o tom, dizendo que “se opõe totalmente à espionagem de aliados”, e pediu uma revisão completa dos programas da Agência de Segurança Nacional americana.
Feinstein disse que se opõe totalmente à espionagem dos “líderes aliados, incluídos França, Espanha, México e Alemanha”.
A senadora, no entanto, não citou o Brasil. Diplomatas brasileiros se questionam se EUA e União Europeia fecharão algum acordo, deixando o Brasil de lado.
Mas Merkel acabou reforçando a proposta brasileira na ONU (Organização das Nações Unidas) de um acordo multilateral.
Até o final do ano, o governo americano deve concluir o processo de revisão de seus programas de espionagem –o Itamaraty aguarda a resposta americana para compará-las às garantias oferecidas aos europeus.
DESTAQUE
Pela primeira vez em meses, a espionagem ganhou destaque e até abriu alguns dos principais telejornais americanos.
Mas, por enquanto, tanto apresentadores quanto comentaristas convidados repetem na TV os mantras de que “todo mundo espiona todo mundo” e que “a espionagem da NSA já salvou muitas vidas de atentados”.
“Merkel é uma política cautelosa. A reação dela é sinal de que tem muita informação sobre o hackeamento”, disse à Folha a diretora-executiva da fundação Bertelsmann, centro de estudos transatlânticos em Washington, Annette Heuser.
“Os europeus estão bem insatisfeitos com o descaso dele com a Europa, e o governo Obama continua a subestimar os efeitos do escândalo. A Europa se uniu pela sua rejeição à espionagem. Europeus, em geral, se importam muito mais com a privacidade que os americanos.”
- FCarvalho
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Re: Geopolítica Brasileira
Parece, enfim, que os efeitos do porre do estrelismo lulístico na diplomacia brasileira está passando, e a realidade volta a dar o tom das expectativas diplomáticas lá pelos lados da casa de Rio Branco.
E tirando um certo tipo, mais para roxo de tanto vermelho que enxerga(pensa) as coisas, mesmo aquelas que não lhe dizem respeito, e que vive às sombras no Palácio do Planalto, as companhias da nossa dileta presidentA, estão começando a tomar, também, uma choque de realidade, e perceber que o Brasil, ainda, continua sendo o gigante de sempre, com os mesmos pés de barro de antes.
E não serão os números cabalísticos dos indecifráveis palavratórios do economês simplório e abnegado da propaganda da máquina pública, que nestes dias anda a todo vapor, em pró de si mesma, irão mudar isso.
Talvez se a diplomacia nacional voltar a fazer parte dos negócios de interesse e responsabilidade do Itamarati, e de prevalência de seu chanceler, e não de tipos soturnos perdidos em anos que nunca acabaram, e escondidos, diria melhor, escorados no passado, tenhamos um pouco mais de previdência e de resultados na seara internacional.
E quiçá, consideração real da parte de quem realmente deveríamos nos preocupar em tê-la, e não de quem nunca nos considerou e nem tem pretensões de fazê-lo. Nem agora e nem depois.
abs.
E tirando um certo tipo, mais para roxo de tanto vermelho que enxerga(pensa) as coisas, mesmo aquelas que não lhe dizem respeito, e que vive às sombras no Palácio do Planalto, as companhias da nossa dileta presidentA, estão começando a tomar, também, uma choque de realidade, e perceber que o Brasil, ainda, continua sendo o gigante de sempre, com os mesmos pés de barro de antes.
E não serão os números cabalísticos dos indecifráveis palavratórios do economês simplório e abnegado da propaganda da máquina pública, que nestes dias anda a todo vapor, em pró de si mesma, irão mudar isso.
Talvez se a diplomacia nacional voltar a fazer parte dos negócios de interesse e responsabilidade do Itamarati, e de prevalência de seu chanceler, e não de tipos soturnos perdidos em anos que nunca acabaram, e escondidos, diria melhor, escorados no passado, tenhamos um pouco mais de previdência e de resultados na seara internacional.
E quiçá, consideração real da parte de quem realmente deveríamos nos preocupar em tê-la, e não de quem nunca nos considerou e nem tem pretensões de fazê-lo. Nem agora e nem depois.
abs.
Carpe Diem
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Re: Geopolítica Brasileira
Estás brincando, o Lula foi o presidentes nas últimas década que deu mais importância as relações internacionais. É o cara que tentou fazer alguma coisa e posicionar o país no cenário internacional. A Dilma jogou fora praticamente tudo. Ainda sendo do mesmo partido.
O Itamaraty é formado por um bando de burocratas. Eles não criam a discussão sobre a inserção do país no exterior. Apenas cumprem ordens e não se comprometem.
Se pegar países como EUA, o pessoal do departamento de estado vem de fora pela capacidade profissional e acadêmica, fica um tempo, dão as ordens e direcionamentos necessários, depois caem fora. Isso torna o departamento de estado fortemente relacionado a sociedade e como se inserir no cenário internacional.
Leiam um artigo de alguém do Itamaraty. O autor vai elucubrar por páginas, sem falar nada. Pega um de fora que na introdução mostra a ideia, delimita a importância e constrói o argumento.
O Itamaraty é formado por um bando de burocratas. Eles não criam a discussão sobre a inserção do país no exterior. Apenas cumprem ordens e não se comprometem.
Se pegar países como EUA, o pessoal do departamento de estado vem de fora pela capacidade profissional e acadêmica, fica um tempo, dão as ordens e direcionamentos necessários, depois caem fora. Isso torna o departamento de estado fortemente relacionado a sociedade e como se inserir no cenário internacional.
Leiam um artigo de alguém do Itamaraty. O autor vai elucubrar por páginas, sem falar nada. Pega um de fora que na introdução mostra a ideia, delimita a importância e constrói o argumento.
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Re: Geopolítica Brasileira
Y asi bailamos el chachacha...rodrigo escreveu:Brasil agora cobra 'calotes' da Venezuela
Depois de estimular negócios com a Venezuela, o governo do Brasil agora cobra do país vizinho "calotes temporários" de exportações de empresas brasileiras feitas neste ano.
Em alguns casos, o atraso nos pagamentos de produtos vendidos ao mercado venezuelano, que vive um momento de escassez, chega a quatro meses.
A situação já preocupa os empresários brasileiros, especialmente os que começaram a negociar mais recentemente com a Venezuela, e levou o governo a enviar uma missão ao país para tentar solucionar o problema.
Na segunda-feira passada, o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e o assessor especial da presidente para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, viajaram a Caracas para conversar com autoridades venezuelanas sobre os atrasos, segundo apurou a Folha.
Oficialmente, a missão brasileira teve como objetivo reforçar a disposição brasileira de ajudar o parceiro comercial a superar sua crise de abastecimento, mas os pagamentos atrasados foram um dos temas principais.
Nesta semana, a Venezuela informou que terá de importar 400 mil toneladas de alimentos de países latino-americanos em novembro e dezembro, sendo que 80 mil toneladas de carne e grãos virão do Brasil.
O calote temporário está sendo provocado principalmente pela crise econômica na Venezuela, que faz o governo local exercer forte controle sobre a saída de dólares, o que tem atrasado o pagamento de suas importações.
O total dos pagamentos em atraso não é revelado, mas o montante em jogo é significativo: o Brasil exportou para a Venezuela US$ 3,1 bilhões até setembro.
Segundo um empresário ouvido reservadamente, o maior problema está na exportação de alimentos, setor que recebeu estímulo do governo brasileiro para aumentar as vendas à Venezuela diante do quadro de escassez.
A Folha apurou que os atrasos no pagamento de exportações de carnes bovinas e de frango estão na casa de quatro meses. Até setembro, as vendas destes produtos à Venezuela somaram US$ 737 milhões. A BR Foods e a JBS são algumas das empresas que exportam para lá.
Há um histórico de atrasos. Eles, entretanto, nunca foram tão grandes. O problema começou com o setor de construção pesada.
Neste ano, representantes das empreiteiras reclamaram às autoridades venezuelanas e os pagamentos, que estavam suspensos, foram parcialmente retomados.
A Odebrecht, que possui obras importantes no país, como as do metrô de Caracas, já enfrentou problemas no passado recente.
A relação Brasil/Venezuela ganhou impulso no governo de Luiz Inácio Lula da Silva e seguiu no mesmo ritmo no de Dilma Rousseff, estimulando parcerias e defendendo politicamente a administração de Hugo Chávez (1954-2013) e de seu sucessor Nicolás Maduro.
Parcerias que nem sempre foram bem-sucedidas, como a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. O negócio era para ser uma sociedade entre a Petrobras e a venezuelana PDVSA, que até hoje não colocou dinheiro no projeto.
VIÉS
Casos como esse levaram críticos da oposição a apontar o viés ideológico do favorecimento à Venezuela. Lula e Chávez foram expoentes da guinada à esquerda na América Latina nos anos 2000.
A Venezuela inclusive foi integrada ao Mercosul justamente quando o país que se opunha à sua entrada, o Paraguai, estava suspenso do bloco aduaneiro.
Em 2012, as exportações brasileiras para a Venezuela foram de US$ 5 bilhões. Este ano, apesar das vendas totais à Venezuela terem caído 17%, os cinco principais produtos exportados pelo Brasil cresceram quase 30%.
São produtos essenciais em tempos de crise de abastecimento: carne bovina, bois vivos, carne de frango, açúcar e medicamentos. Produtos como preparação para elaboração de bebidas também deram um salto de 93%.
Uma crise com os fornecedores brasileiros não interessa aos venezuelanos, já que o Brasil é o quarto principal fornecedor, atrás de EUA, China e Reino Unido. No ano passado, o país forneceu quase 10% de tudo o que a Venezuela comprou.
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2013 ... uela.shtml
Wingate
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Re: Geopolítica Brasileira
Não estou falando mau dos diplomatas de carreira. Eles cumprem um papel importante como representantes e bombeiros.
São necessários os incendiários de fora que realmente discutam política externa, tenham posições e saibam que são passageiros nos cargos. São os caras que dão as pancadas e se posicionar, sem problemas ou medo de se comprometer. Porém trazendo a discussão da sociedade pensa a política externa para realidade da política externa com estruturação e aplicação de um plano de ação.
Em geral, o problema crônico do Brasil é resolver muitas questões estratégicas em cima de burocratas ou decisão de uma pessoas. As decisões são importantes demais e precisam ser discutidas e influenciadas por especialistas externos por estarem mais propensos a novas posições, saberem que estão de passagem e não tem problema em defender uma linha de ação. Assim fornece legitimidade e consistência em uma ação de longo prazo.
São necessários os incendiários de fora que realmente discutam política externa, tenham posições e saibam que são passageiros nos cargos. São os caras que dão as pancadas e se posicionar, sem problemas ou medo de se comprometer. Porém trazendo a discussão da sociedade pensa a política externa para realidade da política externa com estruturação e aplicação de um plano de ação.
Em geral, o problema crônico do Brasil é resolver muitas questões estratégicas em cima de burocratas ou decisão de uma pessoas. As decisões são importantes demais e precisam ser discutidas e influenciadas por especialistas externos por estarem mais propensos a novas posições, saberem que estão de passagem e não tem problema em defender uma linha de ação. Assim fornece legitimidade e consistência em uma ação de longo prazo.
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Re: Geopolítica Brasileira
O Globo, 02/11/2013
OPINIÃO
O assédio cubano
Roberto Lopes
A inteligência militar brasileira está inquieta. Diplomatas de Cuba vêm assediando funcionários
de missões diplomáticas brasileiras no exterior, em busca de informações sobre: (a) a expansão do
esforço antidrogas do Brasil na América do Sul, em substituição ao papel antes desempenhado pelo
governo americano — fato que ocorre, por exemplo, na Bolívia; (b) a real medida da resistência brasileira
à importação de médicos cubanos; (c) os motivos que levam a maioria dos formadores de opinião do
país a se entrincheirar contra o chavismo.
Tal aproximação representaria o início de um processo de infiltração da inteligência cubana no
Brasil, já que, em Havana, o recrutamento de diplomatas para serviços de coleta de informações é
rotineiro.
Recentemente, oficiais lotados no Ministério da Defesa tentaram neutralizar a atuação dos civis
petistas que facilitam a parceria com os cubanos na área das informações estratégicas. Mas não
conseguiram. Tais servidores parecem ser irremovíveis, e não porque tenham sido nomeados pela
presidente Dilma Rousseff, mas porque fazem parte da cota pessoal do ex-presidente Lula na
administração federal.
O pessoal do G2 — Seguridad dei Estado — e da contraespionagem militar cubana teve
facilidade em dominar o aparato de segurança interna e a contraespionagem venezuelanos, porque lá o
chavismo exigiu a politização das Forças Armadas. Coronéis (e simples majores) castristas desfilam
como se fossem divindades pelos quartéis venezuelanos. À passagem deles, diz-se, os militares locais
juntam os calcanhares e adotam rígida posição de sentido.
O Brasil é, felizmente, um desafio imensamente maior para os cubanos que a Venezuela, ou a
Bolívia do companero Evo. Tanto o ex-presidente Lula quanto o assessor internacional da Presidência,
Marco Aurélio Garcia, já precisaram ouvir de patentes militares que o pior que poderia acontecer no país
seria a politização das Forças Armadas brasileiras. E isso porque, no Palácio do Planalto, houve quem
(do alto da barba, dos óculos e da gravata borboleta) sonhasse com oficiais-generais lulistas...
Nunca existiu um partido que apoiasse tanto a renovação dos meios de Defesa no país quanto o
PT (e um que frustrasse tanto as expectativas dos militares quanto o PSDB), mas o preço que os petistas
cobram por seu apoio é alto.
Essa conjunção de fatores fez surgir certa expectativa em relação à dupla Eduardo Campos/
Marina Silva. Ele, neto de um político no passado perseguido pelos militares; ela, a guerreira da
Amazônia, que representa um potencial de problemas a certas medidas consideradas urgentes pelos
militares, como a modernização da BR-319 (Manaus-Porto Velho).
A questão é que, além dos seus históricos pessoais, a dupla Eduardo/Marina também oferece
um compromisso com ética e ação governamental (desenvolvimentista) mais eficiente. E isso é,
verdadeiramente, novo.
Talvez eles até consigam deixar o Itamaraty esticar o pescoço por cima da linha do Equador,
para enxergar que existem chances de cooperação fora do eixo Sul-Sul. E, ao afrouxar a rigidez sobre o
leme, permitam que a nau gire suavemente, adotando outra proa.
OPINIÃO
O assédio cubano
Roberto Lopes
A inteligência militar brasileira está inquieta. Diplomatas de Cuba vêm assediando funcionários
de missões diplomáticas brasileiras no exterior, em busca de informações sobre: (a) a expansão do
esforço antidrogas do Brasil na América do Sul, em substituição ao papel antes desempenhado pelo
governo americano — fato que ocorre, por exemplo, na Bolívia; (b) a real medida da resistência brasileira
à importação de médicos cubanos; (c) os motivos que levam a maioria dos formadores de opinião do
país a se entrincheirar contra o chavismo.
Tal aproximação representaria o início de um processo de infiltração da inteligência cubana no
Brasil, já que, em Havana, o recrutamento de diplomatas para serviços de coleta de informações é
rotineiro.
Recentemente, oficiais lotados no Ministério da Defesa tentaram neutralizar a atuação dos civis
petistas que facilitam a parceria com os cubanos na área das informações estratégicas. Mas não
conseguiram. Tais servidores parecem ser irremovíveis, e não porque tenham sido nomeados pela
presidente Dilma Rousseff, mas porque fazem parte da cota pessoal do ex-presidente Lula na
administração federal.
O pessoal do G2 — Seguridad dei Estado — e da contraespionagem militar cubana teve
facilidade em dominar o aparato de segurança interna e a contraespionagem venezuelanos, porque lá o
chavismo exigiu a politização das Forças Armadas. Coronéis (e simples majores) castristas desfilam
como se fossem divindades pelos quartéis venezuelanos. À passagem deles, diz-se, os militares locais
juntam os calcanhares e adotam rígida posição de sentido.
O Brasil é, felizmente, um desafio imensamente maior para os cubanos que a Venezuela, ou a
Bolívia do companero Evo. Tanto o ex-presidente Lula quanto o assessor internacional da Presidência,
Marco Aurélio Garcia, já precisaram ouvir de patentes militares que o pior que poderia acontecer no país
seria a politização das Forças Armadas brasileiras. E isso porque, no Palácio do Planalto, houve quem
(do alto da barba, dos óculos e da gravata borboleta) sonhasse com oficiais-generais lulistas...
Nunca existiu um partido que apoiasse tanto a renovação dos meios de Defesa no país quanto o
PT (e um que frustrasse tanto as expectativas dos militares quanto o PSDB), mas o preço que os petistas
cobram por seu apoio é alto.
Essa conjunção de fatores fez surgir certa expectativa em relação à dupla Eduardo Campos/
Marina Silva. Ele, neto de um político no passado perseguido pelos militares; ela, a guerreira da
Amazônia, que representa um potencial de problemas a certas medidas consideradas urgentes pelos
militares, como a modernização da BR-319 (Manaus-Porto Velho).
A questão é que, além dos seus históricos pessoais, a dupla Eduardo/Marina também oferece
um compromisso com ética e ação governamental (desenvolvimentista) mais eficiente. E isso é,
verdadeiramente, novo.
Talvez eles até consigam deixar o Itamaraty esticar o pescoço por cima da linha do Equador,
para enxergar que existem chances de cooperação fora do eixo Sul-Sul. E, ao afrouxar a rigidez sobre o
leme, permitam que a nau gire suavemente, adotando outra proa.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
Carlo M. Cipolla