P&D no Brasil

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Re: P&D no Brasil

#61 Mensagem por LeandroGCard » Qui Out 03, 2013 8:24 am

Túlio escreveu:Vão cair duros com o que está rolando em Santa Maria, RS, de onde voltei hoje. Pelo menos eu fiquei espantado, a cidade inteira mobilizada para contribuir com a Defesa...
Detalhes???


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Re: P&D no Brasil

#62 Mensagem por Wingate » Qui Out 03, 2013 11:57 am

Túlio escreveu:Vão cair duros com o que está rolando em Santa Maria, RS, de onde voltei hoje. Pelo menos eu fiquei espantado, a cidade inteira mobilizada para contribuir com a Defesa...
Excelente notícia! Corrobora o que já foi comentado aqui no DB por colegas. Quando o povão percebe os reais benefícios que uma (ou mais) indústria de defesa traz para sua localidade (empregos, oportunidades, ensino, etc..) ele responde positivamente, apoiando e participando.

[009]

SDS,

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Re: P&D no Brasil

#63 Mensagem por LeandroGCard » Ter Out 08, 2013 12:42 pm

ISS, novo telescópio, satélites CERBS, e agora o CERN, entre diversos outros programas em que quisemos entrar e simplesmente largamos pelo meio do caminho.

Dá realmente "muito orgulho" de ser brasileiro... :roll: .
Para diretor de centro europeu nuclear, País 'é um buraco negro'
Para Rolf Heuer, demora do Brasil para aderir ao Cern é 'incompreensível'; carta de intenções foi formalizada há três anos


Jamil Chade, Correspondente / GENEBRA - O Estado de S.Paulo

O governo brasileiro caiu em desgraça no maior laboratório de física do mundo, depois de arrastar por três anos a adesão do País ao Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern), sede do principal experimento da física na história: o acelerador de partículas. "É um buraco negro", declarou ao Estado o diretor da instituição, Rolf Heuer, ao ser questionado sobre o Brasil e sua adesão à entidade. "Você sabe o que é um buraco negro?", ironizou Heuer, fazendo um jogo de palavras entre o que seu laboratório estuda e o comportamento do governo. "É incompreensível a demora do Brasil em apresentar a documentação", disse.

Há três anos, diplomatas brasileiros mediaram a assinatura de uma carta de intenções entre o Ministério da Ciência e Tecnologia e o Cern. O Cern convocou seu conselho e autorizou a entrada do Brasil, a um custo anual de US$ 10 milhões. O evento foi comemorado como o primeiro passo para o ingresso do País no centro. Mas, desde então, nada ocorreu. O então ministro da Ciência Aloizio Mercadante visitou Genebra e prometeu acelerar o processo. A direção do Cern entendeu a visita como um sinal de que o processo avançaria. Mais uma vez, nada ocorreu.

O diretor deixou claro que, com o governo fora do Cern, as empresas nacionais não poderão participar da licitação de peças e serviços que o acelerador de partículas lançará. Segundo Heuer, para que o Brasil consiga a adesão neste ano, a documentação deve ser enviada até novembro. Em dezembro, ocorrerá reunião do conselho que autoriza novas entradas.
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Re: P&D no Brasil

#64 Mensagem por Wingate » Ter Out 08, 2013 12:50 pm

LeandroGCard escreveu:ISS, novo telescópio, satélites CERBS, e agora o CERN, entre diversos outros programas em que quisemos entrar e simplesmente largamos pelo meio do caminho.

Dá realmente "muito orgulho" de ser brasileiro... :roll: .
Para diretor de centro europeu nuclear, País 'é um buraco negro'
Para Rolf Heuer, demora do Brasil para aderir ao Cern é 'incompreensível'; carta de intenções foi formalizada há três anos


Jamil Chade, Correspondente / GENEBRA - O Estado de S.Paulo

O governo brasileiro caiu em desgraça no maior laboratório de física do mundo, depois de arrastar por três anos a adesão do País ao Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern), sede do principal experimento da física na história: o acelerador de partículas. "É um buraco negro", declarou ao Estado o diretor da instituição, Rolf Heuer, ao ser questionado sobre o Brasil e sua adesão à entidade. "Você sabe o que é um buraco negro?", ironizou Heuer, fazendo um jogo de palavras entre o que seu laboratório estuda e o comportamento do governo. "É incompreensível a demora do Brasil em apresentar a documentação", disse.

Há três anos, diplomatas brasileiros mediaram a assinatura de uma carta de intenções entre o Ministério da Ciência e Tecnologia e o Cern. O Cern convocou seu conselho e autorizou a entrada do Brasil, a um custo anual de US$ 10 milhões. O evento foi comemorado como o primeiro passo para o ingresso do País no centro. Mas, desde então, nada ocorreu. O então ministro da Ciência Aloizio Mercadante visitou Genebra e prometeu acelerar o processo. A direção do Cern entendeu a visita como um sinal de que o processo avançaria. Mais uma vez, nada ocorreu.

O diretor deixou claro que, com o governo fora do Cern, as empresas nacionais não poderão participar da licitação de peças e serviços que o acelerador de partículas lançará. Segundo Heuer, para que o Brasil consiga a adesão neste ano, a documentação deve ser enviada até novembro. Em dezembro, ocorrerá reunião do conselho que autoriza novas entradas.
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Ora, para que se preocupar...temos Copa em 2014, nossa anestesia de costume... :roll:

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Re: P&D no Brasil

#65 Mensagem por Bourne » Qua Out 09, 2013 7:41 am

Não é importante. Simples assim. Apesar desses US$ 10 milhões ser um troco para o governo e potenciais avanços que o projeto teria na teoria. :roll:




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Re: P&D no Brasil

#66 Mensagem por akivrx78 » Qua Out 09, 2013 8:17 am

Next-gen Particle Accelerator “Not Built” at CERN but Japan
Imagem
First Posted: Oct 03, 2013 04:30 PM EDT
International Linear Collider is tipped to be one of the most exciting scientific instruments ever built
At 31 kilometres long, the International Linear Collider is tipped to be one of the most exciting scientific instruments ever built. (Photo : ILC GDE)

The successor to the Large Hadron Collider (LHC) - the world's most powerful particle accelerator - will most likely be based in Japan. But this does not mean the end of CERN, the European Organization for Nuclear Research, near Geneva.

The machine is likely to cost around CHF8 billion ($8.8 billion).

The Japanese Productivity Centre has also calculated that the ILC could have a financial impact of over $40 billion over a 30-year period and create 250,000 direct and indirect jobs.

http://www.scienceworldreport.com/artic ... -japan.htm

Não é importante para alguns mas vital para outros...




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Re: P&D no Brasil

#67 Mensagem por LeandroGCard » Qui Out 10, 2013 12:18 pm

Bourne escreveu:Não é importante. Simples assim. Apesar desses US$ 10 milhões ser um troco para o governo e potenciais avanços que o projeto teria na teoria. :roll:
O problema não é a eventual importância científica ou o custo, ambos na verdade podem ser irrisórios pelo menos no curto prazo. O problema é levantar a bola, criar a expectativa, posar de importante e depois sair de fininho fingindo que nada aconteceu, e nem responder aos telefonemas. Se isso acontece uma ou duas vezes é até compreensível, problemas acontecem, mas já virou uma procedimento recorrente que está queimando o filme do país junto a possíveis parceiros internacionais em qualquer campo de ciência e tecnologia. Depois o pessoal fala em parcerias do Brasil com outros países para o desenvolvimento de mísseis ou caças supersônicos, mas quem vai querer fazer parceria com um país que age assim quase todas as vezes?

Se você não vai jogar bola, então não entre em campo. Se você faz isso repetidamente, qual a impressão que fica para a torcida? (acho que pelo menos metáforas futebolísticas serão bem compreendidas pelos brasileiros :wink: :roll: )


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Re: P&D no Brasil

#68 Mensagem por Lirolfuti » Qua Out 23, 2013 3:22 pm

Brasil vai na contramão do mundo e corta investimento em pesquisa e inovação

Os investimentos feitos pelas empresas brasileiras em Pesquisa e Desenvolvimento tiveram retração de 18,3%, segundo estudo da consultoria internacional Booz & Company. Os gastos passaram de US$ 3,7 bilhões para US$ 3 bilhões no período.

A tendência está na contramão do que ocorre no mundo. Os investimentos em P&D cresceram 5,5% em relação ao ano passado e chegaram ao valor de US$ 638 bilhões, segundo estudo com mil companhias de capital aberto – o Global Innovation 1000.

Estão na lista das que mais investem nessa área seis companhias: Vale (95ª posição); Petrobras (119ª); Gerdau (714ª); Totvs (902ª); CPFL Energia (937ª) e Embraer (985ª).

Segundo a consultoria, além de elas perderem posições em relação ao ano passado, a Copel (Companhia Paranaense de Energia), que havia entrado no ranking em 2011, o deixou neste. As seis empresas também reduziram os valores investidos na comparação com os recursos aplicados nesse setor em 2012.

Reportagem da Folha mostrou em setembro que a indústria de transformação brasileira gastou cerca de R$ 12 bilhões em pesquisa, desenvolvimento e inovação no ano passado -o valor é metade dos gastos para pagar tributos (R$ 24,6 bilhões). Os dados são do departamento de competitividade e tecnologia da Fiesp, federação das indústrias paulistas.

RESULTADO X INVESTIMENTO

Um dos pontos destacados em relação aos investimentos globais é que, apesar de as empresas aplicaram mais recursos em P&D (tendência contrária do que ocorreu no Brasil), esses valores mais elevados não garantiram melhores resultados financeiros para as empresas.

Segundo o estudo, essas companhias gastaram 8,1% de seus orçamentos de P&D em ferramentas digitais para aumentar produtividade e viabilizar os processos de inovação.

Entre as mais inovadoras, Apple e Google encabeçam o ranking pelo quarto ano consecutivo. Em terceira colocação, está a Samsung, que tirou a 3M da posição.

A Amazon subiu da décima para a quarta posição. A 3M ficou em quinto lugar, seguida por GE, Microsoft e IBM. A Tesla, que entrou na listagem neste ano, ficou na nona colocação. O Facebook reaparece em décima posição, depois de ficar ausente no ano passado, segundo cita o levantamento.

Por região, as taxas de gastos com P&D aumentaram mais em empresas sediadas na China, com expansão de 35,8% no período entre 2012 e 2013.

Ainda segundo o estudo, 90% dos investimentos globais feitos neste ano nessa área foram de empresas norte-americanas, europeias e japonesas. Apesar das dificuldades econômicas na Europa, o levantamento destaca que os investimentos em P&D nessa região cresceram 4,5%.

Já os investimentos no Japão caíram 3,6% em 2013. “É a primeira vez, desde a recessão de 2008-2009, que uma economia desenvolvida apresentou queda nos gastos com inovação”, destaca o estudo.

Por setor, 65% do total global investido em P&D vieram das indústrias de computadores & eletrônicos, das farmacêuticas e das empresas do setor automotivo.
http://www.planobrazil.com/brasil-vai-n ... -inovacao/




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Re: P&D no Brasil

#69 Mensagem por Boss » Qui Nov 07, 2013 7:28 am

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Re: P&D no Brasil

#70 Mensagem por Pedro Gilberto » Sáb Dez 07, 2013 8:14 pm

Apesar de ser noticia ferroviária vou postar aqui também.
02/12/2013 09:00
Motor de última geração moderniza locomotivas
Conteúdo patrocinado por GE

Imagem
Os novos motores para locomotivas poderão tracionar 60% mais carga

A partir do início de 2014, começarão a ser entregues os novos motores para locomotivas projetados e fabricados na planta da GE Transportation em Contagem, Minas Gerais. Além de modernizar a malha ferroviária nacional, eles devem reduzir o custo de logística do transporte ferroviário de carga, tornando esse modal mais competitivo.

A novidade desses novos motores é que eles são dotados de uma tecnologia de corrente alternada, que dobra sua capacidade de tração em relação aos motores de corrente contínua, fabricados nos anos 1970 e 1980 e usados até hoje. As novas peças irão equipar locomotivas que rodam sobre trilhos de bitola métrica (nome dado aos trilhos que possuem um metro de distância entre as partes internas de suas superfícies), e que estão presentes em 80% dos 28 000 quilômetros da malha ferroviária brasileira.

Nacionalização - O desenvolvimento desse motor integra a estratégia de nacionalização da GE Transportation para a América Latina, iniciada com a fabricação, no Brasil, da locomotiva AC44i, em 2008.

De acordo com Marc Flammia, diretor de produto e engenharia da GE Transportation para a América Latina, os novos motores de tração com tecnologia de corrente alternada representam um marco tecnológico para a empresa, pois foram totalmente concebidos pela equipe local de engenheiros, projetistas e desenhistas.

“Essas locomotivas tracionam 60% mais carga em relação àquelas equipadas com motores de corrente contínua”, diz Flammia. Segundo ele, enquanto são necessárias 300 carretas para transportar 10 000 toneladas de carga, uma única locomotiva dá conta do recado. “Isso reduz os custos com logística e torna o país mais competitivo. Os novos motores aumentarão a eficiência e a segurança operacional do setor ferroviário. Estamos aqui para ajudar a mover o Brasil”, diz Flammia.

http://exame.abril.com.br/publicidade/g ... =Widget-GE
[]´s




"O homem erra quando se convence de ver as coisas como não são. O maior erro ainda é quando se persuade de que não as viu, tendo de fato visto." Alexandre Dumas
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Re: P&D no Brasil

#71 Mensagem por Boss » Ter Dez 10, 2013 6:51 pm

Projetos sobre ciência em tecnologia no Congresso.








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Re: P&D no Brasil

#72 Mensagem por Penguin » Qua Dez 11, 2013 12:54 pm

Correio Braziliense
Brasil S/A :: Antônio Machado

Estudos constatam a estagnação tecnológica do Brasil e o aumento da dependência da China e
dos EUA


Perdendo o bonde
Estudos recentes sobre o gasto em pesquisa e desenvolvimento (P&D) sugerem um quadro
difícil para a aceleração do crescimento nos anos à frente e a redução da dependência tecnológica dos
EUA e da China. No ranking global da publicação científica R&D Magazine, o Brasil está estagnado na
10ª posição, com gasto de US$ 30 bilhões em 2012, US$ 31 bilhões em 2013 e projeção de US$ 33
bilhões para 2014. Em termos de participação sobre o Produto Interno Bruto (PIB), medido pelo método
da paridade de poder de compra — para mitigar desvios devidos à flutuação do dólar —, a relação está
estática em 1,3%. Nos EUA, como nas economias avançadas, o investimento em P&D está também
estancado desde a crise de 2008, mas em nível muito elevado, enquanto na China e na Ásia em geral,
exceto Índia, cresce em marcha batida. Os EUA lideram o ranking dos gastos em P&D, com US$ 465
bilhões previstos em 2014, representando participação sobre o PIB de 2,8%, a mesma taxa de 2012. A
China vem encurtando a distância.

Com US$ 284 bilhões aplicados em pesquisa, equivalentes a 2% do PIB, a China desbancou o
Japão do 2º lugar do ranking mundial, em 2011. A esse ritmo de crescimento, 20% anuais nos últimos 20
anos, pouco mais que o dobro do aumento do gasto em P&D dos EUA no mesmo período, ao redor de
2022 estará no topo do ranking, segundo a R&D, com ambos os países aplicando US$ 600 bilhões/ano
em pesquisa.

Já não dá para os demais países fecharem esse fosso, talvez somente diminuir, mas isso implica
ao Brasil, por exemplo, mudança radical de estratégia, e não apenas comprometimento maior de verbas
em P&D. O gap já é muito extenso. Hoje, o país investe apenas 11,6% do que gasta a China em ciência
e tecnologia aplicada, ou 7,1% dos EUA. No Brasil, embora seja política oficial, P&D ainda é tratada mais
como verba para acadêmico publicar tese ou grandes empresas tomarem financiamento a juro barato
que meta de Estado. Patentes, produtos e processos inovadores, com exceções, são mais certos do
movimento de empresas emergentes, os startups, o que, no entanto, não basta para fechar o fosso
tecnológico em relação aos países avançados.

Meta de P&D é quimera
Veja-se a diferença: na China, a intensidade da pesquisa aplicada é parte do Plano Quinquenal,
de 2011 a 2015. O objetivo é elevar o investimento em P&D a 2,2% do PIB. Deverá superá-lo, e isso
graças à rígida observância de outra meta: a taxa de investimento, que há no Brasil também como lei,
23,2% do PIB em 2015, conforme o Plano Plurianual aprovado pelo Congresso. Só que ninguém liga
para isso. No melhor cenário, o investimento chegará a 19% do PIB este ano. E o ministro Guido
Mantega promete agora elevá-lo a 24% em dez anos. Sem compromisso firme com o investimento, meta
de P&D é quimera.

China se educa nos EUA
Outra diferença notável do avanço científico da China é o método, baseado não apenas na
melhora da educação, cujo resultado, embora meritório, é sempre lento. Também há o princípio, segundo
R&D, que a eficiência industrial é importante, mas não sustenta por si só o crescimento econômico —
verdade desconsiderada no Brasil, em que elevar a produtividade manufatureira é tratada como fim, e
vale até atingi-la com depreciação cambial, que nada tem a ver com P&D. Na China, o governo decidiu
reformar até 2020 o modelo centrado na produção manufatureira em grande escala e custo baixo para
outro em que o foco é a inovação. E o know-how para isso? Os chineses foram buscar onde há: nos EUA
e na Europa. É mais que enviar estudantes a universidades de elite (tipo Harvard e MIT), como
passamos a fazer.

Hackers roubam segredos
Cerca de um terço dos programas de P&D da China, como conta a R&D, envolve acordos de
colaboração com centros de pesquisa dos EUA, e uns 25% com organizações similares da Europa. A
R&D nada diz sobre a invasão sistemática de servidores de empresas dos EUA por hackers chineses
para roubar segredos tecnológicos. O ex-analista da NSA, National Security Agency, Edward Snowden,
hoje refugiado na Rússia, disse ser prática também do governo Obama. O NSA teria espionado a
Petrobras e até invadido a rede de e-mails do Palácio do Planalto. Tais iniciativas atestam, embora do
pior modo, a distância entre o nível tecnológico das potências e o “resto”. Estamos nesse meio, segundo
a R&D, ao criticar o “desempenho abaixo das expectativas”.

E alertar sobre a “forte conexão” entre expansão econômica e P&D, entre criação industrial e
estabilidade política e entre tecnologia e satisfação dos anseios da classe média. As conclusões não
diferem da Pesquisa de Inovação (Pintec), recém-divulgada pelo IBGE, também constatando estagnação
do gasto em P&D. Ele cresce, mas menos que o ritmo já lento do PIB, quando deveria vir na frente para
recobrar o atraso. Sem estratégia agressiva de P&D, tudo será mais difícil.

Tributar P&D é nonsense
O investimento em P&D, pela metodologia do IBGE, está estagnado em torno de 0,59% do PIB.
A especialista em inovação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Fernanda de Negri,
atribui tal evento, em parte, à crise global de 2008, mas há coisa mais séria. A estrutura produtiva
centrada em segmentos de menor intensidade tecnológica, baixa escala de produção e poucas
empresas de capital nacional em ramos intensivos em inovação, segundo ela, explicam um bom pedaço
da defasagem. Adicione-se que aqui, ao contrário até da China, o gasto em pesquisa não chega a ser
prioridade empresarial. Mas é raro o país que não o isenta do lucro tributável. Na França, gera crédito
tributário. No Brasil, a Receita não é cobrada a ser mais sensível. O próprio governo costuma confundir
pesquisa pura e pesquisa aplicada, voltada ao mercado. Já foi pior, mas a mudança é lenta. Então,
pagamos à China para lançar um satélite que explode no voo. Um dia eles aprendem. Parte às nossas
custas.




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: P&D no Brasil

#73 Mensagem por Bourne » Qua Dez 11, 2013 2:13 pm

:shock: :shock: :shock:

Cara que artigo maluco.

Primeiro que o investimento em P&D dependente da estrutura produtiva, o que, como se produz e para quem. No Brasil, o setor produtivo vive de equipamentos de baixa e média tecnologia, mais que conhecidos e comercializáveis no mercado internacional. Sem mudar a filosofia das empresas estabelecidas e novas não tem sentido investir mais em P&D. Por que não tem lógica nenhuma. A Alemanha, Estados Unidos, Japão, Coreia, China e outros o fazem por virou parte da estratégia industria individual e coletiva.

O dado de chegar ao mesmo patamar de investimento em P&D dos EUA e China é insignificante. Por que o fundamental diz respeito a setores e empresas de segmentos específicos. Não necessariamente refletido no aspecto agregado. Além disso é necessário transformar conhecimento em algo palpável para converter em vantagens competitivas, estando intrinsecamente relacionado com a lógica da industria nacional. No Brasil não falta dinheiro, estar na 10ª posição é muita coisa, mas não interessa para as empresas.

O autor é tão viciado em câmbio que coloca o dado no texto, sem saber o que significa, cria um espantalho da China como algo novo. Na verdade, a China e países do sudeste asiático estão em transição de uma industria de baixo e médio valor agregado para uma de alto valor agregado. Competitiva se investir em inovação e transformar para reduzir custo e ser competitiva. É uma transição esperada para países que se industrializam. O diferencial dos asiáticos foi sobreviver as crises dos anos 1990s e manter a trajetória. Coisa que o Brasil não conseguiu com a crise dos anos 1980s, mas tinha uma trajetória semelhante até idos da década de 1970s.

O investimento aparece deslocado. Ele deve achar que existe uma relação direta entre crescimento e investimento. O que não é verdade ( :shock: :shock: :shock: ), mas sim da eficiência do capital e produtividade no longo prazo. Ou, de forma alternativa, o crescimento dos salários pode ter mesmo efeito no curto prazo como foi na década de 2000s, também fomentar mudanças na estratégia empresarial e estrutura de investimento. Além do mais volta para a questão inicial de como se aplica os investimento de P&D e não necessariamente o quanto.

A China melhora a educação de uma elite. Não é movimento generalizado como na Coreia. Tudo bem que a elite é muita gente e fazem diferença. Nada demais em um país em desenvolvimento que quer poder e chegar ao patamar de independência tecnologia e do conhecimento. Mandar os chineses para grandes universidades americanas e europeias é comum para qualquer país em desenvolvimento. É uma forma de queimar etapas. Todo mundo faz e é um das grandes fontes de renda para sustentar programas de pós-graduação e manter quadros bem remunerados das universidades americanas.

Os hackers caem do céu como se fossem resultados de P&D. O conhecimento para esse tipo de ato é bem conhecido e basta os autores saberem ler e estruturar os caminhos.

O problema não é dinheiro como o artigo quer argumentar. É sim não ter a inovação como relevante para a estratégia das empresas. Enquanto não criar incentivos e estruturar uma mudança de pensamento, não há por que alógica empresarial mudar. O que vejo avanços são setores específicos e pequenas empresas que usam a inovação para conquistar espaço no mercado interno e externo. Ainda assim longe de ser generalizado.




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Re: P&D no Brasil

#74 Mensagem por LeandroGCard » Qua Dez 11, 2013 2:52 pm

O artigo não é perfeito, mas também não é absolutamente inútil.

Ele levanta não apenas a já batida questão da falta dos investimentos em pesquisa em si, mas também tenta ilustrar o que acontece em outros países (com foco nos EUA e na China) e as diferenças com relação ao que vemos por aqui. Ele menciona alguns pontos importantíssimos como a existência de uma diferença entre pesquisa pura e aplicada, o fato de que o governo tende a ignorar esta diferença (levando por exemplo ao erro de acreditar que um incremento nos gastos em pesquisa por parte do governo pode compensar a falta de investimento neste setor por parte das empresas) e alguns motivos do porquê a pesquisa aplicada, a que realmente faz diferença do ponto de vista econômico, ser tão rara no Brasil. Na última parte apresenta as opiniões da Fernanda de Negri, citando a falta de empresas nacionais, a economia focada nos setores de baixa intensidade tecnológica e a escala limitada do mercado (infelizmente não chega a explicar que a maior causa disso é a baixa possibilidade de inserção internacional das empresas locais, advinda de outros motivos econômicos e institucionais).

No final a idéia que o artigo passa é que sim, o investimento em pesquisa no Brasil é muito abaixo do que deveria (o que toda a galáxia já sabe), mas que isso não acontece por simples decisão do governo ou de lideranças empresariais e sim devido a uma série de circunstâncias decorrentes de toda a história industrial e econômica do país e do mundo. Reconhecer isso é o primeiro passo para começar a pensar em como mudar o quadro. De fato, simplesmente aumentar a quantidade de dinheiro jogado na estrutura que já está aí vai ajudar em muito pouca coisa.


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Re: P&D no Brasil

#75 Mensagem por Bourne » Qua Dez 11, 2013 3:13 pm

Esta parte está errada.

O problema da falta de interesse de empresas colocarem o P&D como parte do negócio. O governo não ignora a diferença. Tanto que existe um monte de programas e pesquisas com o objetivo de incentivar a pesquisa aplicada por parte das empresas. O interessante é que muitas candidatas não aparecem para receber dinheiro, incetivo, planos, profissionais e outras coisa.

A pesquisa nas universidades públicas, centros de pesquisa e qualidade dos pesquisadores sobe todo o ano. O problema é que as empresas não querem usar os profissionais treinados ao longo do processo e resultados. Devido a característica dos negócios por que eles não precisam de P&D.

Em países desenvolvidos (Alemanha e Coreia, por exemplo) sai do treinamento como profissional altamente qualificado vai para iniciativa privada, participar de algum projeto realmente fazendo o que foi treinado, ou vida acadêmica. No Brasil a opção privada não existe para a maioria das áreas. A não ser que monte a sua pequena empresa e aproveita as oportunidades de programas setoriais e governamentais. Pior que conheço gente se deu bem assim. É claro que são tipos de companhias e lógicas empresariais muito diferentes das tradicionais.




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