Stopping power é estatística, quantos baleados e quantos pararam, existe essas estatísticas a rodo na net, de 9mm pra cima é tudo acima dos 90%, ai a discussão vai para alguns detalhes.Túlio escreveu: Não importa quantas vezes eu desmistifique, sempre volta a véia e xaroposa charla do calibre com mais "stopping power".
Senhores, permitam-me tomar emprestada a famosa expressão do Padre Quevedo: ISSO NOM ECZISTE!
Essa papagaiada toda apareceu ali pelos anos setenta, através de um então famoso guru ianque em assuntos de armamentos chamado JEFF COOPER. Era apenas a racionalização de seu gosto pessoal pela Colt M1911A1 e JAMAIS foi demonstrado cabalmente que uma arma em .45 ACP mata mais ou para mais que outra em 9mm.
Aliás, se isso de "calibrão" resolvesse tudo, mesmo que portando menos munição, por que não adotar logo o Magnum .44? Não aquele monstrengo que o Dirty Harry usava nos filmes, claro, há modelos menores e mais leves. Como dispara um projétil de peso e tamanho similares ao da Colt 1911 (embora o cartucho todo seja bem maior e mais pesado) mas com quase o dobro da velocidade, deve matar e parar também quase o dobro, não? E só se perderia UM cartucho, é um carregador de sete cartuchos contra um tambor de seis...
O .38 e o .380 Auto são calibres bem fracos, quer ver as estatísticas? Uns 60% de stopping power e várias histórias de tiros no peito, na bíblia, no colar, na caneta do bolso, etc, sem desmerecer sua habilidade Túlio, mas nesse caso não é só acertar...Túlio escreveu:Não. Não é por aí. O ÚNICO stopping power que conheço está no conjunto olhos/mãos do Atirador, sua proficiência e conhecimento do que sua arma pode e não pode fazer, e como. E me parece bem mais fácil obter uma sequência rápida e precisa com um calibre menos potente do que com um troço que dê um baita coice ao disparar. Não foi à toa que devolvi a 24/7 que usava em serviço e peguei de volta o .38, não há comparação entre os agrupamentos que posso obter com ele e os que obtive com ela. Igual raciocínio fez com que o FBI adotasse o potentíssimo 10 mm Auto e o acabasse substituindo pelo .40 S&W, o mesmo que virou coqueluche nas Polícias pelo mundo afora, aqui no Brasil, inclusive. É excesso de peso, recuo e muzzle (elevação/torção da arma - no sentido do raiamento - no instante do disparo) no Auto, que mais atrapalham do que ajudam.
Quanto a visada da 9mm, .40 e .45, a diferença entre elas não é tão grande assim, aqui as estatísticas entram de novo, é mais fácil e rápido de acertar o primeiro tiro com a arma mais leve, existe uma probabilidade maior de acerto, no segundo tiro o menor recuo ganha, junta com o stopping power e temos a probabilidade de matar ou morrer.
Sempre aparece um Maverick da vida que saca e mira instantaneamente, acerta sempre o primeiro tiro entre os olhos e segura qualquer recuo, alguém tão habilidoso assim podia usar um estilingue que é mais barato...
Por fim, e a FN57? Tem recuo menor que o .380 Auto e dizem que é bem letal, porque não adotam? Ou mesmo uma versão um pouco mais potente entre .25 e .32?
Culpar a arma pela utilização errada é bem típicos dos americanos...Túlio escreveu: Para finalizar, e pegando esse "gancho" do FBI: sua arma de coldre padrão era em 9 mm. Então ocorreu um tiroteio entre uma equipe de Agentes e uma dupla de assaltantes de bancos, um com uma doze "pump" e outro com uma carabina Ruger Mini 14 em 5,56 mm. Os dois criminosos foram mortos mas a equipe do FBI também teve baixas, incluindo seu líder. Então, dos depoimentos, emergiram coisas como a "sensação de inferioridade", pois era muito ruim para o moral ficar ouvindo suas pistolas fazendo "pop" enquanto a carabina fazia "CABLAM!". Daí que a culpa caiu no lombo das coitadas das pistolas e não da incompetência de quem montou a operação: se se considera a possibilidade de enfrentar carabinas, espingardas e fuzis, no mínimo se levará o mesmo, não? A pistola será usada apenas em uma emergência num caso desses, jamais como arma principal ou única, e pode ser em que calibre for, estará em desvantagem.
Lembra a história do 5,56 vs 7,62? E agora o 6,8 SPC?
o 7,62x39 russo tem características muito semelahntes ao 5,56 americano, nunca vi os russos reclamarem dele, os russos até adotaram um calibre mais fraco que o 5,56, o 5,45x39, e parecem felizes com ele.
Agora os americanos com o 5,56, não está bom, é muito lento com cano curto (já ouviram falar de Bullpop?), é muito fraco a distância (ainda assim, mesmo a uma distância relativamente grande é mais letal que o 9mm, ou mesmo que o .45ACP), então troca pelo 6,8... Que é só um pouco melhor que o 7,62 russo... Aposto que, se adotado, depois vão falar as mesmas ladainhas do 6,8 que falam do 5,56, com o argumento adicional de maior tempo de visada que você usou no seu .38 vs .40, enfim, quando o problema é o usuário não tem jeito.
Mas cara a cara com um rinoceronte ou elefante prefiro o .454 a qualquer uma entre 9mm, .40 e .45...Túlio escreveu:E isso vale até para um Taurus em .454 Casull...
Não sei de ninguém que usa esses calibres monstros no dia a dia, sempre que ouvi deles serem usados para matar alguma coisa eram ou latinhas de cerveja ou animais grandes.
Mas talvez um americano tenha tentado em guerra de gangues, bem típico, só não voltou para contar a história...
A adrenalina tem efeito analgésico, depois de levar um .40 (ou mesmo um .380 Auto) não tem um que não receba uma bela descarga de adrenalina no sangue, não é a dor que vai imboliza-lo, o que pode imobilizar são ossos quebrados, nervos rompidos, baixa pressão sanguínia, até pânico/desespero no caso dos menos preparados, mas não a dor.henriquejr escreveu:E voltando a casos que vi na prática, até hoje não vi nenhum elemento que foi atingido por um disparo de .40S&W na região do tórax e continuar esboçando reação! A situação que o camarada fica depois de ser atingido por um calibre desses é complicada, fica praticamente imobilizado, no chão, sentindo uma dor aparentemente insuportável e pedindo pela vida, quando ainda está vivo!