Alternativas para fim do FX2

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Luís Henrique
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Re: Alternativas para fim do FX2

#2266 Mensagem por Luís Henrique » Qua Set 11, 2013 4:28 pm

FIGHTERCOM escreveu:
Luís Henrique escreveu: O ideal seria tomar vergonha na cara, parar de ser paga pau dos EUA e tomar duas atitudes com relação aos caças:

1) comprar o Su-35 com o máximo que conseguir de tot (para o curto prazo)
2) iniciar um projeto de caça nacional (para o médio/longo prazo)
Prezado Luís,

Queira me desculpar, mas isso não é ser pragmático, e sim romântico. Quer queira ou não, ainda temos muita dependência em relação ao EUA e assim vamos continuar durante um longo tempo (o KC390 está aí). Podemos mudar essa realidade? Claro que sim, devemos. No entanto, a reforma deve começar pela base e não pelo teto.

Não adianta exigir ToT dos concorrentes se não estivermos aptos a recebê-las. Não temos empresas e muito menos pessoal qualificado em quantidade para tal empreitada. Isso é um fato e não adianta lamentar e muitos menos dizer que podemos recorrer aos russos. Independência tecnológica começa com uma educação de qualidade (em todos os níveis) e centros de pesquisa, não com ideologia. A China é o exemplo mais claro disso tudo.

Nesta semana estava conversando com colegas e discutindo justamente a evolução da engenharia no Brasil. O que se viu nos últimos anos foi uma proliferação de faculdades nos mais diversos cantos desse Brasil. No entanto, surgem dois problemas. O primeiro, é que a infraestrutura é precária. Estas "instituições", em sua maioria particulares, contam com pouquíssimos laboratórios e não incentivam pesquisa. Resultado, não geram tecnologia e muito menos conhecimento. Para piorar, o nível dos alunos é lastimável. Na minha época, logo no primeiro período do curso já começava com a disciplina de Cálculo. Hoje, essas instituições estão introduzindo no primeiro período a disciplina de matemática fundamental e português para nivelar o pessoal (Bizarro!). Como elas trabalham com a carga horária mínima de 3600 horas exigida pelo MEC, com certeza alguma disciplina importante para formação do engenheiro teve que ser excluída da grade do curso.

Esses "engenheiros" geralmente não exercem a engenharia e tão pouco estão aptos a desenvolver tecnologias. Na verdade vão ocupar cargos que poderiam muito bem serem preenchidos por técnicos.

As que ainda formam com alguma qualidade são as instituições federais e pouquíssimas particulares (Ex: Mackenzie e PUCs). Mas ao formarem, vão para a industria, que geralmente não possuem centro de desenvolvimento. No máximo uma salinha para treinamentos para familiarização com tecnologias japonesas, alemã, norte americana, etc. Além disso, ao analisar a grade curricular desses cursos percebe que sofreram pouca evolução nos últimos 10 anos, ou seja, a cada dia estamos mais atrasados. Quem ainda trabalha com algum desenvolvimento são os programas de pós-graduação (mestrado e doutorado), cujos alunos estão mais raros que mico leão dourado. Dia desses estava assistindo uma defesa de mestrado na PUC Minas e o professor da banca (da UFMG) convidou os alunos de mestrado para fazerem doutorado lá na Federal, tamanha é falta de alunos nessa área.

Esse é o retrato do Brasil que vocês querem que receba 100% de tecnologias quando ainda temos dificuldades para formar profissionais. Então, se a Boeing e governo dos EUA colocarem na mesa uma proposta que englobe a ToT dos motores e a integração de armamento, criação de um centro de pesquisa no Brasil e intercâmbio de estudantes/profissionais para aperfeiçoamento lá nos EUA, eu assino embaixo. Sabe por quê? Porque precisamos disso para ontem e sei que dificilmente o nosso governo fará algo parecido nos próximos 10 anos.


Abraços,

Wesley
Wesley, lendo outros posts que você escreveu depois deste entendi o seu ponto.
Você está correto em uma coisa, nenhum país vai entregar 100% de tot. Isto é realmente uma falácia.
Mas existe uma outra questão que até um companheiro antigo do fórum, o Carlos Mathias, criou a seguinte frase: "0 é igual a 99"

O que quero dizer, e creio que a maioria concorda comigo, é que DIFICILMENTE os americanos vão transferir a mesma quantidade de tecnologias do que outros parceiros.

Podemos pegar alguns exemplos:

Consegue imaginar o Brasil construindo um submarino nuclear semelhante ao Virginia em parceria com os EUA, com tot, incluindo de projeto e dos armamentos???
Consegue imaginar o Brasil construindo um míssil ar-ar de curto alcance semelhante ao AIM-9X em parceria com os EUA, com tot e tudo mais???
Consegue imaginar o Brasil construindo um míssil anti-navio supersônico semelhante ao Brahmos em parceria com os EUA, com tot e tudo mais???

Oras, nem os parceiros de primeiro nível conseguem tots adequadas, imagina nós...

Eu SEI que não teremos 100% com ninguém, mas acredito fortemente que teríamos MUITO MAIS com os russos do que com os americanos.
Por que defendo mais os russos, porque não os franceses??? Também acredito que teríamos muito mais com os franceses do que com os americanos, mas defendo em primeiro os russos neste caso por 3 motivos:
1) porque acredito que a independência será ainda maior, já que a Rússia não é da Otan e não é aliada de primeiro nível dos EUA.
2) porque acredito que o custo será menor
3) porque as características do caça russo me agradam mais
Su-35BM - 4ª++ Geração.
Simplesmente um GRANDE caça.
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Re: Alternativas para fim do FX2

#2267 Mensagem por kirk » Qua Set 11, 2013 4:43 pm

Parlamentares viajam à Suécia para conhecer caça concorrente de modelo americano
11 de setembro de 2013, em Noticiário Nacional, por Alexandre Galante

Imagem
Saab-Gripen

Relatório recomendará a compra dos caças até o final deste ano e indicará desconfiança da proposta dos Estados Unidos, baseada em modelo fabricado pela Boeing

Por Luciana Lima – iG Brasília

vinheta-clipping-aereoUm grupo de deputados e senadores integrantes das comissões de Relações Exteriores da Câmara e do Senado foi à Suécia na semana passada para conhecer o caça Gripen NG, da empresa Saab, um dos concorrentes para fechar um contrato com o governo brasileiro com o objetivo de reequipar as Forças Armadas.

A viagem fez parte de uma missão especial do Congresso. Se depender do relatório a ser fechado pelos parlamentares e enviado à presidente Dilma Rousseff, tanto a Suécia, quanto a França – com o seu Rafale, fabricado pela Dassault –, estão mais aptas que os Estados Unidos para atender a demanda brasileira pela compra de 36 caças.

“Não acreditamos na proposta norte-america de transferência de tecnologia. Quem manda lá é o Congresso. Caso o Congresso americano decida que não vai mais repor peças, nós é que ficaremos na mão”, ponderou o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), um dos integrantes do grupo.

Também viajaram para a Suécia os deputados Nelson Pelegrino (PT-BA), Leonardo Gadelha (PSC-PB), e os senadores Eunício Oliveira (PMDB-CE), Ricardo Ferraço (PMDB-ES) e José Agripino (DEM-RN).

O relatório também vai recomendar que o governo decida até o final do ano pela compra já que a o contrato descrito no projeto FX-2 prevê uma carência de oito anos para se começar a pagar pelos caças.

A decisão caberá exclusivamente à presidente Dilma Rousseff, que tem ouvido, em reservado o ministro da Defesa, Celso Amorim, e o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, também defensor da compra até o final deste ano.

Os dois ministros defendem que o governo brasileiro leve mais em consideração o critério da “confiança mútua” entre países que as vantagens técnicas do modelo norte-americano F-18 Super Hornet, fabricado pela empresa Boeing. Esta ideia ganhou força no governo principalmente após as denúncias de que a própria presidente Dilma foi alvo de monitoramento pelo governo norte-americano.

FONTE: iG

Leia mais (Read More): Poder Aéreo - Informação e Discussão sobre Aviação Militar e Civil | Informação e Discussão sobre Aviação Militar e Civil
http://www.aereo.jor.br/2013/09/11/parl ... /#comments
[] kirk

Os Estados não se defendem exigindo explicações, pedidos de desculpas ou com discursos na ONU.

“Quando encontrar um espadachim, saque da espada: não recite poemas para quem não é poeta”
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Re: Alternativas para fim do FX2

#2268 Mensagem por FoxTroop » Qua Set 11, 2013 5:03 pm

kirk escreveu:Parlamentares viajam à Suécia para conhecer caça concorrente de modelo americano
[trollmode] Ué?!!! O ficheiro jpg/photoshop não cabia no mailbox?!! Use o Dropbox e poupem o dinheiro da passagem! [/trollmode]
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Re: Alternativas para fim do FX2

#2269 Mensagem por Olinda » Qua Set 11, 2013 5:16 pm

FIGHTERCOM escreveu:
gabriel219 escreveu:Tá bom, esperar ToT de um país que espiona a Amazônia, Pré-Sal, para facilitar suas empresas entregará a tecnologia do SH para nós, para criar mais um concorrente?
Duvido muito.
É mais fácil comprarmos a linha de produção do Tu-22M3 e do Su-35.
Vai dizer que a França ou Rússia agem de forma diferente?

O mal do brasileiro é que ele prefere achar um culpado ao invés de assumir os próprios erros. O que ninguém perguntou ainda é: o que ABIN estava fazendo enquanto tudo isso acontecia? Qual a política de ESTADO quanto ao sigilo de informações? O governo, em especial a presidente Dilma, deveria fazer era exigir que os dados dos brasileiros fossem mantidos em datacenters em solo pátrio, incentivar o uso de ferramentas alternativas aos produtos da Microsoft, que todo mundo sabe que colabora e matem as portas abertas para agências norte-americanas, dentre outras medidas. Mas o governo prefere dar um show...


Abraços,

Wesley
O GF já incentiva uso de ferramentas alternativas aos produtos microsoft., pelo menos no governo de Lula era assim.

E realmente muitas vezes o brasileiro só coloca tranca depois de ter a porta arrombada.

O GF, agora, está agindo para tentar proteger dos dados.
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Re: Alternativas para fim do FX2

#2270 Mensagem por Marechal-do-ar » Qua Set 11, 2013 6:05 pm

Olinda escreveu:O GF já incentiva uso de ferramentas alternativas aos produtos microsoft., pelo menos no governo de Lula era assim.
Que eu saiba continua, mas não é um incentivo, é uma determinação, e resultou em diversos problemas pela decisão repentina e não planejada.


Que eu saiba isso em nada afetou a proteção de dados, ou falta dela.
Olinda escreveu:E realmente muitas vezes o brasileiro só coloca tranca depois de ter a porta arrombada.
E como sempre esquece a chave deixa ela escondida embaixo do tapete...
Olinda escreveu:O GF, agora, está agindo para tentar proteger dos dados.
Sério... Não é tão dificil assim... Mas como sempre as discussões estão tomando um rumo errado, perdendo o foco, ao invés de realmente proteger estão mudando o esconderijo da chave, agora é o vaso com a plantinha...
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Re: Alternativas para fim do FX2

#2271 Mensagem por Bourne » Qua Set 11, 2013 6:57 pm

Liga não. Eles também invadem e grampeiam os linux e Mac (frescura qualquer). E como dizem no fórum, todas as redes e comunicação e proteção estão a merce de quem souber entrar.
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Re: Alternativas para fim do FX2

#2272 Mensagem por FIGHTERCOM » Qua Set 11, 2013 7:04 pm

Luís Henrique escreveu:
FIGHTERCOM escreveu: Prezado Luís,

Queira me desculpar, mas isso não é ser pragmático, e sim romântico. Quer queira ou não, ainda temos muita dependência em relação ao EUA e assim vamos continuar durante um longo tempo (o KC390 está aí). Podemos mudar essa realidade? Claro que sim, devemos. No entanto, a reforma deve começar pela base e não pelo teto.

Não adianta exigir ToT dos concorrentes se não estivermos aptos a recebê-las. Não temos empresas e muito menos pessoal qualificado em quantidade para tal empreitada. Isso é um fato e não adianta lamentar e muitos menos dizer que podemos recorrer aos russos. Independência tecnológica começa com uma educação de qualidade (em todos os níveis) e centros de pesquisa, não com ideologia. A China é o exemplo mais claro disso tudo.

Nesta semana estava conversando com colegas e discutindo justamente a evolução da engenharia no Brasil. O que se viu nos últimos anos foi uma proliferação de faculdades nos mais diversos cantos desse Brasil. No entanto, surgem dois problemas. O primeiro, é que a infraestrutura é precária. Estas "instituições", em sua maioria particulares, contam com pouquíssimos laboratórios e não incentivam pesquisa. Resultado, não geram tecnologia e muito menos conhecimento. Para piorar, o nível dos alunos é lastimável. Na minha época, logo no primeiro período do curso já começava com a disciplina de Cálculo. Hoje, essas instituições estão introduzindo no primeiro período a disciplina de matemática fundamental e português para nivelar o pessoal (Bizarro!). Como elas trabalham com a carga horária mínima de 3600 horas exigida pelo MEC, com certeza alguma disciplina importante para formação do engenheiro teve que ser excluída da grade do curso.

Esses "engenheiros" geralmente não exercem a engenharia e tão pouco estão aptos a desenvolver tecnologias. Na verdade vão ocupar cargos que poderiam muito bem serem preenchidos por técnicos.

As que ainda formam com alguma qualidade são as instituições federais e pouquíssimas particulares (Ex: Mackenzie e PUCs). Mas ao formarem, vão para a industria, que geralmente não possuem centro de desenvolvimento. No máximo uma salinha para treinamentos para familiarização com tecnologias japonesas, alemã, norte americana, etc. Além disso, ao analisar a grade curricular desses cursos percebe que sofreram pouca evolução nos últimos 10 anos, ou seja, a cada dia estamos mais atrasados. Quem ainda trabalha com algum desenvolvimento são os programas de pós-graduação (mestrado e doutorado), cujos alunos estão mais raros que mico leão dourado. Dia desses estava assistindo uma defesa de mestrado na PUC Minas e o professor da banca (da UFMG) convidou os alunos de mestrado para fazerem doutorado lá na Federal, tamanha é falta de alunos nessa área.

Esse é o retrato do Brasil que vocês querem que receba 100% de tecnologias quando ainda temos dificuldades para formar profissionais. Então, se a Boeing e governo dos EUA colocarem na mesa uma proposta que englobe a ToT dos motores e a integração de armamento, criação de um centro de pesquisa no Brasil e intercâmbio de estudantes/profissionais para aperfeiçoamento lá nos EUA, eu assino embaixo. Sabe por quê? Porque precisamos disso para ontem e sei que dificilmente o nosso governo fará algo parecido nos próximos 10 anos.


Abraços,

Wesley
Wesley, lendo outros posts que você escreveu depois deste entendi o seu ponto.
Você está correto em uma coisa, nenhum país vai entregar 100% de tot. Isto é realmente uma falácia.
Mas existe uma outra questão que até um companheiro antigo do fórum, o Carlos Mathias, criou a seguinte frase: "0 é igual a 99"

O que quero dizer, e creio que a maioria concorda comigo, é que DIFICILMENTE os americanos vão transferir a mesma quantidade de tecnologias do que outros parceiros.

Podemos pegar alguns exemplos:

Consegue imaginar o Brasil construindo um submarino nuclear semelhante ao Virginia em parceria com os EUA, com tot, incluindo de projeto e dos armamentos???
Consegue imaginar o Brasil construindo um míssil ar-ar de curto alcance semelhante ao AIM-9X em parceria com os EUA, com tot e tudo mais???
Consegue imaginar o Brasil construindo um míssil anti-navio supersônico semelhante ao Brahmos em parceria com os EUA, com tot e tudo mais???

Oras, nem os parceiros de primeiro nível conseguem tots adequadas, imagina nós...

Eu SEI que não teremos 100% com ninguém, mas acredito fortemente que teríamos MUITO MAIS com os russos do que com os americanos.
Por que defendo mais os russos, porque não os franceses??? Também acredito que teríamos muito mais com os franceses do que com os americanos, mas defendo em primeiro os russos neste caso por 3 motivos:
1) porque acredito que a independência será ainda maior, já que a Rússia não é da Otan e não é aliada de primeiro nível dos EUA.
2) porque acredito que o custo será menor
3) porque as características do caça russo me agradam mais
Prezado Luís,

Concordo, como em qualquer negócio é esperando que uns ofereçam mais do que outros. Citei os EUA apenas devido ao que vem ocorrendo nas últimas semanas, com essas revelações de espionagem. Não deveria ser surpresa para muitos, pois esse tipo de ação sempre ocorreu em maior ou menor proporção (e vai continuar acontecendo). O que não poderia ter se tornado público era a forma como isso acontecia e quem eram os alvos. Azar o deles. Então, antes de ficar exigindo explicações para justificar a nossa falta de ação, o Estado devera tomar algumas medidas para nos proteger de futuras ações e explorar esse momento, nem que seja através de acordos comerciais.

Alguém aqui duvida que a Boeing foi bater na porta da Casa Branca e do Congresso temendo perder esse negócio? A situação para eles já não estava fácil, pois existe toda uma desconfiança com relação a questão de transferência de tecnologia, agora então é que complicou de vez. Para eles sobraram duas opções: 1) Deixar a situação rolar, correndo o sério risco de perder o negócio para a França, Rússia ou Suécia; 2) Tornar a proposta mais atraente, se for necessário, injetando dinheiro para o negócio se viabilizar, como por exemplo, na construção de um centro de pesquisa aqui. O que não pode acontecer é postergar a decisão, mais uma vez, só porque o governo se indispôs com o país da empresa concorrente. Já vimos isso acontecer com a França e o episódio da negociação envolvendo Brasil-Turquia-Irã. Sobrou a Suécia. Qual problema vamos arrumar com eles?

A Rússia pode fazer mais? Não sei, o que temos de oficial é que o MD, a FAB e a MB afirmaram que eles não estavam dispostos a transferir tecnologia. Além disso, segundo o ex-ministro Jobim, existia uma nova proposta do Su-35 para ser reavaliada. E aí? Até hoje o que sabemos é que deu em nada e o FX-2 continua com Rafale, Gripen-NG e FA-18. Se eles mudarem a postura e colocarem no papel tudo que estão prometendo, não vejo problema algum chutar o FX-2 para escanteio e escolher o Su-35. Não me sentiria, de forma alguma, desconfortável em deixar de conhecer a Disney ou as Francesas do "suvaco cabeludo" para ter que ir à Rússia para fazer uma especialização em sistemas militares e repassar, mesmo que parcialmente, esse conhecimento para futuros engenheiros.


Abraços,

Wesley
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Re: Alternativas para fim do FX2

#2273 Mensagem por Marechal-do-ar » Qua Set 11, 2013 7:23 pm

Bourne escreveu:Liga não. Eles também invadem e grampeiam os linux e Mac (frescura qualquer). E como dizem no fórum, todas as redes e comunicação e proteção estão a merce de quem souber entrar.
Bem... O Mac é de uma outra empresa americana, no caso do Linux a distribuição mais popular (Android) também é de uma empresa americana, dessas três empresas que fornecem o sistema operacional duas delas já admitiram ter passado informações confidenciais ao governo americano e, em nenhum desses dois casos a informação estava no dispositivo e sim nos servidores dos serviços "nas núvens" que essas empresas oferecem.

Mas ninguém parece cosiderar isso...
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Re: Alternativas para fim do FX2

#2274 Mensagem por ELSONDUARTE » Qua Set 11, 2013 9:53 pm

Casa Branca diz ao Brasil que reportagens 'distorceram atividades

A Casa Branca disse nesta quarta-feira (11) que está empenhada em trabalhar com o Brasil para responder às preocupações sobre atividades da agência de inteligência americana, informou a agência de notícias Reuters. Ainda segundo a agência, a assessora-chefe de Segurança Nacional da Casa Branca, Susan Rice se reuniu com o ministro de Relações Exteriores brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, e teria dito que algumas reportagens publicadas recentemente "distorceram nossas atividades", mas que questões legítimas foram levantadas.
Figueiredo está nos Estados Unidos onde se reuniria com a assessora-chefe de Segurança Nacional da Casa Branca, Susan Rice. De acordo com o Itamaraty, o tema da reunião seriam as denúncias, divulgadas pelo Fantástico, de que a presidente Dilma Rousseff, assessores próximos e a Petrobras foram alvo das ações de espionagem dos Estados Unidos.
No dia 6 de setembro, após encontro com o presidente dos EUA, Barack Obama, na Rússia, Dima disse que ele se comprometeu a dar explicações sobre as denúncias de espionagem dos EUA até a próxima quarta e que assumiu responsabilidade "direta e pessoal" sobre as investigações das ações de espionagem.
"Eu quero saber o que há. Se tem ou não tem, eu quero saber. Tem ou não tem? Além do que foi publicado pela imprensa, eu quero saber tudo que há em relação ao Brasil. Tudo. A palavra tudo é muito sintética. Ela abrange tudo. Tudinho. Em inglês, everything", disse Dilma, em entrevista à imprensa na sexta, após reunir-se com Obama.
Dilma afirmou ter dito a Obama que a questão não era de "desculpas", mas de uma solução rápida. A presidente também disse que a viagem dela para Washington, programada para outubro, vai depender das "condições políticas" que Obama criar.

"Casa Branca diz ao Brasil que reportagens 'distorceram atividades"
O errado somo nós que não sabemos nos comportar quando somos espionados !!!! SU 35 JÁ !!!

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Re: Alternativas para fim do FX2

#2275 Mensagem por gabriel219 » Qua Set 11, 2013 10:43 pm

FLANKER RULEZZZZZZ :twisted: :twisted: :twisted: :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:
(daqui a pouco chega cumpicha Túlio).
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Re: Alternativas para fim do FX2

#2276 Mensagem por bcorreia » Qui Set 12, 2013 12:10 am

Cara, esse FX-2 tá demorando tanto que é melhor ir de pak-fa logo :mrgreen:
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Re: Alternativas para fim do FX2

#2277 Mensagem por gabriel219 » Qui Set 12, 2013 1:28 am

SE houvesse decisão hoje e SE o contrato fosse assinado ano que vem as primeiras aeronaves a serem entregues seria em 2019, vésperas do PAK FA entrar para comercialização internacional. Talvez, para o Brasil, as primeiras unidades a serem vendidas e entregues poderiam ser as nossas.
Daria a margem de 1 ano para aprenderem (nossos pilotos) a voarem em um PAK FA, na Rússia, como ocorreu com os AH-2.
Mas...
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Re: Alternativas para fim do FX2

#2278 Mensagem por BrasilPotência » Qui Set 12, 2013 2:54 am

Tá na hora do Brasil adquirir logo o SU-35, pela demora o mínimo seriam 50, agora se a SAAB manter a proposta de pagamento após a última entra, comprem logo 80 unidades. E partam em parceria com a Turquia ou Suécia para a quinta G.
Brava Gente, Brasileira!!!
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Re: Alternativas para fim do FX2

#2279 Mensagem por bcorreia » Qui Set 12, 2013 4:56 am

Bourne escreveu:Liga não. Eles também invadem e grampeiam os linux e Mac (frescura qualquer). E como dizem no fórum, todas as redes e comunicação e proteção estão a merce de quem souber entrar.
Grampear sim, isso pode ser feito com qualquer um, o que não poderia ser feito em tese, seria esse grampo na nossa rede, o que passa por lá já comlica.

Agora quanto a invadir, é meio difícil esconder um backdoor ou explorar uma falha na cara de pau de um sistema onde é possível ter todo o código aberto como é no caso do gnu/linux, o android, apesar de usar o kernel do linux, é mantido basicamente pelo google, e pessoalmente não o considero tão maduro ou mesmo seguro quanto outras distros com politicas de segurança e com códigos nativos (os aplicativos do android rodam sobre uma vm, algo similar ao java)
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Re: Alternativas para fim do FX2

#2280 Mensagem por Penguin » Qui Set 12, 2013 11:38 am

Penguin escreveu:
Túlio escreveu:Esta parte do custo horário "seco" e "molhado" do Gripen eu mostrei de propósito, é para ver como as peças de uma aeronave com menor produção (e isto se estende ao Rafale) influem no custo operacional. Não é só QAV. O F-16 custa menos, pois embora consuma bem mais fuel, suas peças estão por toda parte e, portanto, a custo muito menor. Ao longo da vida útil, creio que isso seria dramático.

Por outro lado, no ST o F-16 apanha e feio dos dois caças acima citados (exceto por o Rafale ter - e de longe - o PIOR pod e necas de HMD, e não permitir "estrangeiros" como os equipamentos Israelenses)...
O que me chamou atenção na materia dos custos da SAAF foi o custo referente ao "popular" treinador Hawk:
Os Hawk voam a um “custo seco” de R67.500 (US$ 6.603), com custos de combustível de R15 400 (US$1.506) e um custo total de 82.900 randes (US$ 8.110).
http://www.aereo.jor.br/2013/09/05/voar ... -por-hora/

Seria muito interessante sabermos quais os itens que a SAAF considera na formação do custo seco. Mas creio que isso será algo difícil de se obter.

Os números franceses, abaixo, são também interessantes. Para eles, o custo operacional do Mirage 2000 é de 11,7 mil euros é similar ao custo do Gripen C para a SAAF.


Custo por hora de voo (na França)
2010
Valores em 1.000 Euros
http://www.assemblee-nationale.fr/14/bu ... 1348_93951

Rafale: 26,8 (para a Janes e de acordo com a metodologia dela o valor encontrado foi USD 16.500)
Custo da mão-de-obra/hora de voo: 7,4
Materiais de manutenção programada/hora de voo: 19,4


Mirage 2000: 11,7
Custo da mão-de-obra/hora de voo: 5,2
Materiais de manutenção programada/hora de voo: 6,4


Mirage F1: 10,1
Custo da mão-de-obra/hora de voo: 5,2
Materiais de manutenção programada/hora de voo: 4,9

SEM: 14,8
Custo da mão-de-obra/hora de voo: 7,8
Materiais de manutenção programada/hora de voo: 7


EC 725: 14,4
Custo da mão-de-obra/hora de voo: 2,9
Materiais de manutenção programada/hora de voo: 11,5

Curioso é que o Janes avaliou o custo operacional do F-16 em USD 7.000/h enquanto que para a USAF, o custo médio da frota de F-16C/D é de USD 25.000/h. Provavelmente, a USAF utiliza itens no seu cálculo de custos operacionais que outros não incluem.

O que não faz sentido é o Hawk ter um custo operacional (USD 8.000/h - metodologia SAAF) menor do que o F-16 (USD 7.000 - metodologia Janes). Sem sabem a metodologia empregada, a comparação fica comprometida.

http://www.stratpost.com/gripen-operati ... ters-janes

[]s
Sept 4/13: Operating Costs. South Africa’s iOL News offers a snapshot of JAS-39C/D operational costs per flight hour (CPFH) for the South African Air Force. That’s a tricky area, for 3 reasons. The 1st is that there’s no standard formula, so different militaries can include different costs. The 2nd twist is that the SAAF fleet’s small size increases “dry” costs per flying hour, as fixed costs are amortized over fewer planes. The 3rd twist is unique to low-readiness countries like South Africa, who spend more per flight hour because they allocate few flight hours, but still have to maintain all of the jets. Even with all these caveats in mind, it’s still an interesting data point, especially alongside its comparison to a popular platform:

“[SAAF Director of Combat Systems] General John Bayne… said the “dry costs” (without fuel) for a Gripen were R104 600 per flying hour and fuel cost R30 800, giving a total “wet cost” of R135 400. Hawks fly at a dry cost of R67 500, with fuel costs of R15 400 and a total cost of R82 900…. “To date the Hawks have flown over 10 000 major accident-free flying hours since 2005 and the Gripens 3 500 since 2008,” said Bayne.”

At current exchange rates, that translates into JAS-39C/D flying-hour costs of about $10,465 dry and $13,350 wet; both are wildly higher than IHS Jane’s Aerospace and Defence Consulting’s 2012 estimate of $4,700 per flight hour. The same study’s figures for the F/A-18E/F Super Hornet help provide some perspective, however, with a base US Navy Super Hornet figure of $11,000 CPFH, but $24,400 listed for Australia. Fortunately, we have a 2nd set of SAAF data points from a more popular platform. Gen. Bayne’s figures for the sub-sonic Hawk Mk.120 trainer & light attack jets translate to $6,755 dry and $8,295 wet. One good way to normalize Gripen figures for prospective customers is probably to create a ratio involving in-service Hawk trainers under similar circumstances vs. SAAF costs, then adjust from there. Source: iOL , “SAAF jets aren’t in storage, says general” | StratPost , “Gripen operational cost lowest of all western fighters: Jane’s”.

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The above update is a recent abstract from our full article, itself part of our subscription offering. Keep reading to know more.
https://www.defenseindustrydaily.com/th ... ard-02401/
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
Trancado