Este tópico não tem a pretensão de oferecer soluções para a questão do transporte na FAB, seja tático, estratégico e/ou MMI/ACISO, mas antes de servir como um espaço para a discussão e troca de idéias sobre a realidade e as necessidades da FAB sobre esta que é uma de suas mais precípuas missões, para agora e sec XXI adentro.
Sabemos que uma força aérea de ponta precisa de uma infra-estrutura, também, de ponta no quesito transporte militar, e que esta condição não diz respeito somente à eventual posse dos mais modernos vetores, mas e também, da definição clara e mandatória de parte do Estado sobre quais as reais e necessárias capacidades que lhe competem auferir a tal força, de forma que possa desempenhar a sua missão não só eficaz, como quanto mais eficiente.
Neste sentido, em rápido retrospecto, a atual organização do setor de transporte da FAB ainda é um produto do seu desenvolvimento histórico, e de sua veia, digamos, social, que nasce já consigo nos idos anos 1940's, e que vem ao longo do anos marcando de forma indelével a sua gênese e o seu caráter. Embora nascida sob o manto da guerra, nossa força aérea tem antes de tudo sido marcada pelo seu envolvimento com as políticas de desenvolvimento social e tecnológico do país, não poucas vezes alhures a governos e suas diferentes siglas. Poderíamos citar vários nomes aqui sobre isso, mas seria até repetitivo falar-se da obra e dos serviços prestados ao país de personagens como Eduardo Gomes e Casimiro Montenegro, que cada um a seu tempo, deram a FAB e ao Brasil, a abertura de novas fronteiras e de possibilidades de crescimento e de melhora da vida social das pessoas.
Levar o Estado até os rincões mais distantes e ermos, onde ele não se faz presente, tem sido desde a sua criação, uma missão intransigentemente exercida pela FAB, através de seus esquadrões de transporte, e também semeadura da insistência em termos e dispormos de uma industria aeronáutica que pudesse sustentar nossa independência nas asas dos cargueiros 'fabianos'. Projetos como a Embraer, e seus "Bandecos", dentre outros tipos mono e bimotores mais simples, povoaram e ainda povoam as linhas dos pátios de muitas bases aéreas pelo Brasil. E também a consciência daqueles que os pilotam levando esperança e mais, a presença e o sentimento de brasilidade que muitos brasileiros só sabem reconhecer quando da visão nas asas da aviação de transporte da FAB.
O CAN, que tantas vezes foi morto e ressusitado por vários governos, democráticos ou não, é até hoje a ponta de lança com que o Estado se faz presente em todo o país através das asas da FAB, e mesmo além fronteiras. Este serviço que é mantido praticamente a mais de 80 anos, desde a sua aparição nos anos 1930's tem sido fundamental para o desenvolvimento e a integração nacional, acolhendo e levando em seus fardos a ajuda e os préstimos tão necessários a não poucos brasileiros.
Mas bem. a FAB em sua última grande modernização administrativa, vamos dizer assim, no que compete a aviação de transporte, convencionou centralizar esta aviação sob um comando único, hoje representado na V FAE, que abarca as seguintes om's da força áerea:
1º Grupo de Transporte de Tropa - 1º GTT
1º Esquadrão do 1º Grupo de Transporte - 1º/1º GT
1º Esquadrão do 2º Grupo de Transporte - 1º/2º GT
2º Esquadrão do 2º Grupo de Transporte - 2º/2º GT
1º Esquadrão do 9º Grupo de Aviação - 1º/9º GAV
1º Esquadrão do 15º Grupo de Aviação - 1º/15º GAV
1º Esquadrão de Transporte Aéreo - 1º ETA
2º Esquadrão de Transporte Aéreo - 2º ETA
3º Esquadrão de Transporte Aéreo - 3º ETA
4º Esquadrão de Transporte Aéreo - 4º ETA
5º Esquadrão de Transporte Aéreo - 5º ETA
6º Esquadrão de Transporte Aéreo - 6º ETA
7º Esquadrão de Transporte Aéreo - 7º ETA
Estas organizações militares são herdeiras de outras que no tempo e no espaço deram a sua contribuição a constituição do trabalho da veia logística da FAB. Elas são um misto de história e adaptação à realidade de um país que pouco investe, e menos ainda reconhece, o valor de seus miliares. Na América Latina, a FAB é a possuidora da maior estrutura voltada a aviação de transporte militar, e suas congeneres latino-americanas não possuem, nem de longe, as capacidades e a potencialidades do que pode ser vistos nos hangares e linhas de voo das bases da V FAE.
Mas algo vem mudando de anos para cá, e a FAB já não mais consegue integralmente dar conta de suas necessidades cada vez maiores, e também, do cada vez maior apetite do Estado por sua "contribuição" ao desenvolvimento e á manutenção de políticas sociais estabelecidas.
No próximo tópico, a atualidade da V FAE, suas limitações e necessidades.
abs.
V FAE
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