Clermont escreveu:lelobh escreveu:Incentivo obtuso da mídia, falta de causa concreta, falta de liderança, proibição da participação dos partidos políticos e sindicatos (que dariam uma pauta concreta e uma liderança... enfim, esse apartidarismo é movimento pensado) (...)
Mas, neste ponto a situação é complicada. Que partidos seriam estes que "dariam pauta concreta e liderança"? O PT, o PC do B? Mas, por exemplo, uma das principais razões que detonaram as manifestações foram as imoralidades que todos estamos vendo na construção de estádios para a Copa do Mundo. Mas quem trouxe a Copa do Mundo foi o governo do PT-PC do B. Então, seriam estes partidos que organizariam protestos contra isso?
E como um partido como o PT, responsabilizado por grande parcela da população como "mensaleiro" - inclusive, seus militantes foram xingados disso, nas ruas - pode pretender falar em "moralidade", "combate à corrupção"?
E quanto ao PSDB, certamente não se poderia levar à sério uma manifestação organizada por eles, não é mesmo? Até porque o PSDB costuma resolver seus problemas em reuniões de cúpula em pizzaria, não com manifestações. Aliás, a única "massa" que eles conhecem é a de pizza...
Quanto aos outros partidos de extrema-esquerda, com certeza, eles tentaram, mas as suas propostas globais são disparatadas demais para a grande massa em manifestação, não lhes dando chance alguma de exercer controle. Tanto é que o movimento do passe livre já tirou seu time de campo em São Paulo.
Mas, no geral, eu acho as questões levantadas muito pertinentes.
Concordo, essa liderança não seria fácil de se conquistar.
Existe a possibilidade de uma atuação indireta. Em Belo Horizonte um dos grupos que convoca as manifestações, que esteve envolvido na primeira manifestação e na segunda, adotou um sistema de assembléia para escolha tanto das reivindicações, quanto de outras questões referentes as manifestações. Existe assim uma liderança e uma pauta, um sistema de som... Dentro do possível estão construindo, democraticamente, alguma uniformidade no movimento. O interessante é que, pelo que li, os líderes que atuam para dar uniformidade ao movimento, e também como interface entre a multidão e o resto da sociedade, são filiados aos partidos de esquerda (não tenho como confirmar, foi o que eu li), de certo modo se dá uma discreta liderança partidária indireta.
A questão do MPL talvez passe pela falta interesse/capacidade do grupo no prosseguimento de algo que não era do intento inicial do movimento (uma manifestação com reivindicações tão abstratas), mas posso estar enganado, para falar a verdade muito pouco li sobre esse grupo.
Dom Pedro II, quando da visita ao campo de Batalha, Guerra do Paraguai.
Rebouças, 11 de setembro de 1865: "Informou-me o Capitão Amaral que o Imperador, em luta com os ministros que não queriam deixá-lo partir, cortou a discussão dizendo: " (D. Pedro II) Ainda me resta um recurso constitucional: Abdicar, e ir para o Rio Grande como um voluntário da Pátria."