Luís Henrique escreveu:Justin Case escreveu:Amigos,
Vou tentar expandir um pouco alguns conceitos que aparecem quando se busca um projeto NÃO-PRATELEIRA.
O cliente precisa avaliar as soluções que tem disponíveis. Por isto ele pede que tudo seja ofertado. Depois decidirá o que vai realmente implementar.
Vamos supor que tenha sido pedido para que fossem integrados na aeronave os vários mísseis IR do nosso inventário atual e futuro.
Uma integração de míssil requer um projeto completo: integração física (elétrica e mecânica), integração aerodinâmica (e aeroelástica), integração de software, ensaios, certificação, documentação, logística, treinamento...
O cliente pede apenas que seja integrado, mas não dá mais detalhes. Por ser um processo de seleção, o número de interações entre o cliente e o ofertante é restrito em termos de profundidade e de período.
Resta então ao ofertante fazer suas opções de como ofertar suas integrações:
1. Quanto ao processo (quem projeta, constrói protótipos de lançadores, ensaia, certifica, produz, instala): isto requer participação do ofertante, da indústria nacional, do fabricante do míssil, do Governo...
O Governo contrata, dá seus requisitos, exige certificação, fornece (ou não) apoio (armas, áreas e meios de ensaios)...
O ofertante tem responsabilidade técnica, estabelece o processo, e pode fazer todos os trabalhos em si.
Os fabricantes de mísseis têm que fornecer informações, mas podem projetar ou construir pilones, simuladores, caixas de interface.
Outras empresas podem participar, construindo os pilones, adaptadores...
Finalmente, a empresa nacional pode e deve participar de tudo, ao lado do ofertante, inicialmente aprendendo e executando, depois também gerenciando e conduzindo o projeto. Deve ter acesso a tudo aquilo que o próprio ofertante conhece, faz ou gerencia.
2. Quanto à profundidade da integração (como o míssil desempenha sua função operacional na aeronave):
- Um míssil pode identificar alvos autonomamente, mas também pode receber informações do sistema; pode ser ou não atualizado em voo; pode alimentar a aeronave de informações só antes ou também depois do lançamento.
- Pode participar ou não de um sistema de data-fusion.
- O míssil pode já estar certificado (de modo que não haja dúvida sobre seu desempenho) ou requerer ainda que os ensaios sejam completados.
Vejamos um exemplos práticos: quais mísseis estão em produção, quais a FAB vai realmente utilizar, em que profundidade será integrado, quando será utilizado?
Imaginemos um Python 4.
- Existe estoque pequeno na FAB (que mal atende F-5), não está mais em produção, provavelmente será substituído no F-X por um A-Darter.
- O que pode ser ofertado? Provavelmente uma integração parcial, que faça apenas o que é feito no F-5. Ou, talvez, ofertar P-5?
- O que precisa em termos de trabalho? Lançadores? Caixas de interface? Ensaios? Informações.
- Então, feitas as opções e colocado tudo na oferta, com detalhe e preço, durante a negociação a FAB diz: não quero mais.
Passemos ao A-Darter.
- Quase nada se sabe sobre o míssil e pouquíssima informação é disponibilizada pelo Governo.
- A empresa imagina um trabalho semelhante ao de outros que já tenham sido integrados.
- A empresa pode imaginar também que esse será o míssil IR da aeronave F-X e faz integração profunda, com participação completa no data-fusion, com fornecimento de imagem termal para a aeronave, etc.
- Imagina também que, na época dos trabalhos, já terá sido certificado completamente quanto ao seu desempenho como míssil.
- É então feita uma oferta completa, contemplando até alguns lançamentos reais para confirmação.
O que o Governo pode fazer?
- Pode dizer que o projeto parou, que vai demorar, que não quer nada agora e que vai usar o míssil do país fabricante da aeronave.
- Por outro lado, pode dizer que o míssil não completou ainda seus ensaios, que isso será feito no F-X, que quer o fornecimento de drones supersônicos com capacidade de lançar flares, que precisa de fornecimento de equipamentos de trajetografia,...
- Pode dizer que não quer nada agora, mas vai requerer a integração de uma versão mais avançada o Piranha C, que já iniciou desenvolvimento, e que o avião será a plataforma-base para esse desenvolvimento.
Ah, existe também pedido para o Piranha atual? E os outros mísseis EM? E os mísseis ar-superfície? E pods? E de guerra eletrônica? E de comunicações? O que é o BR-2 que ainda vai ser desenvolvido, mas já deve ter sido pedido integrado no F-X?
Será que eu ajudei a que pudesse ser entendido o "depende do que o Brasil vai querer"? Que existe oferta dos competidores com preço, prazo, conteúdo; mas que isso tem que ser ainda negociado?
Abraços,
Justin
Perfeito Justin.
Só não entende quem não fez curso de interpretação de textos ou aqueles que realmente NÃO QUEREM entender.
Luiz Henrique, Boa Noite!
Não e trata de interpretação de texto, o buraco é mais embaixo, meu amigo, leia e ENTENDA !
Justin, Boa noite !
Eu entendi perfeitamente o que disse, mas tudo indica que você não tenha entendido o que eu disse e voltamos a esse looping infinito.
VOU REPETIR PARA QUE NÃO PAIREM DÚVIDAS a questão não é o que a FAB pretende integrar, se é o missel A, B ou C ou o POD A ou B, se fosse esse o FOCO da questão PORQUE MOTIVO A FAB iria querer códigos fonte? ... se fosse para apresentar uma lista de integrações para Dassault efetuar integrações não faria sentido querermos códigos fonte, né não Justin?
O seu texto de alta tecnicidade é muito instrutivo, mas desvia totalmente do FOCO de nosso debate que é AUTONOMIA DE INTEGRAÇÃO em território brasileiro, TRATA-SE DE INDEPENDÊNCIA Justin, se vai custar R$1 real ou R$ 1 Milhão não vem ao caso, não é um custo do fornecedor é um custo da FAB, pois a FAB pretende fazer as integrações que desejar, quando desejar, fazer ela própria o data fusion, certificações. interfaces, lançadores, ensaios etc.
Então vamos responder ao Sr. Eric Trappier que disse "depende do que o Brasil vai querer" ... NÃO DEPENDE Sr. Trappier, queremos total autonomia de integração, por isso solicitamos os códigos fonte ... então BOTA SEU PREÇO Sr. Eric, pra nós compararmos ... COMPRENDRE? ... Quoi que nous dessinons?
Sds
kirk