SYRIA
Moderador: Conselho de Moderação
- FOXTROT
- Sênior
- Mensagens: 7723
- Registrado em: Ter Set 16, 2008 1:53 pm
- Localização: Caçapava do Sul/RS.
- Agradeceu: 267 vezes
- Agradeceram: 108 vezes
Re: SYRIA
http://noticias.terra.com.br/mundo/orie ... aRCRD.html
Putin não descarta fornecer mais armas à Síria
O presidente russo, Vladimir Putin, não descartou fornecer novas armas ao regime de Damasco, falando ao final da cúpula do G8, que chegou a um difícil compromisso sobre o conflito sírio.
"Nós forneceremos armas ao governo legítimo, conforme os acordos legais", explicou o presidente russo, aliado do regime do presidente Bashar al-Assad, ao qual fornece armas.
"Se nós concluirmos contratos desta natureza, então iremos cumpri-los", disse Putin em uma coletiva de imprensa.
Esta declaração acontece imediatamente após a apresentação do comunicado final da cúpula, no qual concordaram os líderes dos oito países mais ricos, profundamente divididas sobre o conflito.
O presidente russo defendeu, contra todas as probabilidades, o regime de Assad durante a cúpula, enquanto seus parceiros expressaram seu desejo de aumentar o apoio aos rebeldes e fornecer-lhes armas.
Putin não descarta fornecer mais armas à Síria
O presidente russo, Vladimir Putin, não descartou fornecer novas armas ao regime de Damasco, falando ao final da cúpula do G8, que chegou a um difícil compromisso sobre o conflito sírio.
"Nós forneceremos armas ao governo legítimo, conforme os acordos legais", explicou o presidente russo, aliado do regime do presidente Bashar al-Assad, ao qual fornece armas.
"Se nós concluirmos contratos desta natureza, então iremos cumpri-los", disse Putin em uma coletiva de imprensa.
Esta declaração acontece imediatamente após a apresentação do comunicado final da cúpula, no qual concordaram os líderes dos oito países mais ricos, profundamente divididas sobre o conflito.
O presidente russo defendeu, contra todas as probabilidades, o regime de Assad durante a cúpula, enquanto seus parceiros expressaram seu desejo de aumentar o apoio aos rebeldes e fornecer-lhes armas.
"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
- pt
- Sênior
- Mensagens: 3131
- Registrado em: Qua Out 01, 2003 6:42 pm
- Localização: Setubal - Portugal
- Agradeceu: 1 vez
- Agradeceram: 161 vezes
- Contato:
Re: SYRIA
Agora sabemos que era verdade quando Sarah Palin (candidata a vice-presidente americana em 2008) dizia que no Alaska viam a Russia da janela.
Ficamos agora a saber que a Sarita não só vê a Russia da sua janela como consegue escutar o que diz o presidente russo
Sarah Palin e Vladimir Putin, a mesma luta.
Curiosamente, aqui se vê a distância que existe dentro do Partido Republicano americano entre os fanáticos do Tea-Party e o Partido Republicano tradicional que se revê em John McCain.
Os extremos tocam-se: É uma verdade impossível de esconder.
-
- Júnior
- Mensagens: 105
- Registrado em: Qua Jul 09, 2008 8:52 am
Re: SYRIA
Eu cada vez mais revejo-me no que ela disse, que se matem e no fim o que ganhar que se sente à mesa e negoceie connosco.pt escreveu:
Agora sabemos que era verdade quando Sarah Palin (candidata a vice-presidente americana em 2008) dizia que no Alaska viam a Russia da janela.
Ficamos agora a saber que a Sarita não só vê a Russia da sua janela como consegue escutar o que diz o presidente russo
Sarah Palin e Vladimir Putin, a mesma luta.
Curiosamente, aqui se vê a distância que existe dentro do Partido Republicano americano entre os fanáticos do Tea-Party e o Partido Republicano tradicional que se revê em John McCain.
Os extremos tocam-se: É uma verdade impossível de esconder.
- pt
- Sênior
- Mensagens: 3131
- Registrado em: Qua Out 01, 2003 6:42 pm
- Localização: Setubal - Portugal
- Agradeceu: 1 vez
- Agradeceram: 161 vezes
- Contato:
Re: SYRIA
Mas se eles se materem uns aos outros o resultado será sempre a derrota do Assad, porque ele representa um grupo de 11% da população.
Esse tipo de argumento também foi utilizado na Líbia e se não fosse a intervenção, teria acontecido a mesma coisa que na Síria.
As coisas na Líbia não estão resolvidas, mas o número de vítimas é inimaginavelmente mais pequeno desde que mataram o animal Kadafi.
É muito simples olhar para o lado e dizer que não se passa nada, enquanto as pessoas vão morrendo.
A verdade é que uma intervenção como na Líbia salvou dezenas de milhares de pessoas da morte, por muito que grupos de fanáticos não queiram ver o óbvio.
Esse tipo de argumento também foi utilizado na Líbia e se não fosse a intervenção, teria acontecido a mesma coisa que na Síria.
As coisas na Líbia não estão resolvidas, mas o número de vítimas é inimaginavelmente mais pequeno desde que mataram o animal Kadafi.
É muito simples olhar para o lado e dizer que não se passa nada, enquanto as pessoas vão morrendo.
A verdade é que uma intervenção como na Líbia salvou dezenas de milhares de pessoas da morte, por muito que grupos de fanáticos não queiram ver o óbvio.
- romeo
- Sênior
- Mensagens: 869
- Registrado em: Ter Fev 12, 2008 12:46 am
- Agradeceu: 55 vezes
- Agradeceram: 81 vezes
Re: SYRIA
Na Libia foi o governo do Kadafi quem pagou mercenários estrangeiros para juntamente com seu exército abater os cidadãos líbios que se rebelaram, pois não contava com apoio suficiente dentro de seu próprio país.pt escreveu:Mas se eles se materem uns aos outros o resultado será sempre a derrota do Assad, porque ele representa um grupo de 11% da população.
Esse tipo de argumento também foi utilizado na Líbia e se não fosse a intervenção, teria acontecido a mesma coisa que na Síria.
As coisas na Líbia não estão resolvidas, mas o número de vítimas é inimaginavelmente mais pequeno desde que mataram o animal Kadafi.
É muito simples olhar para o lado e dizer que não se passa nada, enquanto as pessoas vão morrendo.
A verdade é que uma intervenção como na Líbia salvou dezenas de milhares de pessoas da morte, por muito que grupos de fanáticos não queiram ver o óbvio.
Já na Syria foram os rebeldes que necessitaram incorporar grande número de mercenários estrangeiros para os apoiar.
Exatamente o inverso do que aconteceu na Libia...
Como a esmagadora maioria dos mercenários estrangeiros são sunitas, a guerra civil está em franca evolução para um conflito sectário que se estenderá além das fronteiras sírias... O Hezbolah - libanês e xiita - já se meteu sua colher no conflito sírio em favor de Assad, contrapondo a Al Quaeda e demais grupos sunitas financiados pelo Quatar e Arábia Saudita que se esforçam em derruba-lo.
Se os rebeldes vencerem na Syria, será implantado um governo fortemente sunita.
Creio que se o Assad se mantiver, sua sobre-vida política deve basear-se em um governo com influência xiita. Duvido que tenha condições de manter um governo secular nos moldes anteriores ao conflito.
Tempos difíceis se avizinham para os Cristãos-Sírios, vença quem vencer.
- P44
- Sênior
- Mensagens: 55312
- Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
- Localização: O raio que vos parta
- Agradeceu: 2765 vezes
- Agradeceram: 2446 vezes
Re: SYRIA
eu "adorava" que a Siria caísse nas mãos dos fundamentalistas muçulmanos e que ficasse sob a alçada da Al Qaeda, só para ver as reações dos fãs dos "libertadores" que irão levar a "liberdade e a democracia" a essas paragens.
Triste sina ter nascido português
- pt
- Sênior
- Mensagens: 3131
- Registrado em: Qua Out 01, 2003 6:42 pm
- Localização: Setubal - Portugal
- Agradeceu: 1 vez
- Agradeceram: 161 vezes
- Contato:
Re: SYRIA
Na Líbia, os dois lados pagaram a mercenários.
E também havia mercenários contrários a Kadafi que tinham ligações à Alqaeda.
Aliás quem não lembra do Kadafi e do filho do Kadafi a dizer que os revoltosos eram da Alqaeda ?
Exactamente como agora o Bashar.
Na Líbia como na Síria, os dois lados têm as suas ovelhas negras.
O problema é que na Líbia, a intervenção estrangeira acabou com a guerra e o que hoje existe (porque a Líbia não está pacificada, longe disso) são problemas de segurança interna, que provocam mortos mas não genocidios.
E essa é a diferença.
Por causa de não haver uma intervenção os dois lados vão continuar a matar-se e no meio da luta matam centenas de milhares de homens mulheres e crianças que não têm culpa nenhuma.
Quanto mais depressa Bashar for bombardeado, mais depressa o povo arrastará o seu cadáver pelas ruas.
É triste, mas aparenta ser a única solução para salvar as vidas de milhares que continuarão a morrer se ninguém fizer nada.
E também havia mercenários contrários a Kadafi que tinham ligações à Alqaeda.
Aliás quem não lembra do Kadafi e do filho do Kadafi a dizer que os revoltosos eram da Alqaeda ?
Exactamente como agora o Bashar.
Na Líbia como na Síria, os dois lados têm as suas ovelhas negras.
O problema é que na Líbia, a intervenção estrangeira acabou com a guerra e o que hoje existe (porque a Líbia não está pacificada, longe disso) são problemas de segurança interna, que provocam mortos mas não genocidios.
E essa é a diferença.
Por causa de não haver uma intervenção os dois lados vão continuar a matar-se e no meio da luta matam centenas de milhares de homens mulheres e crianças que não têm culpa nenhuma.
Quanto mais depressa Bashar for bombardeado, mais depressa o povo arrastará o seu cadáver pelas ruas.
É triste, mas aparenta ser a única solução para salvar as vidas de milhares que continuarão a morrer se ninguém fizer nada.
- Clermont
- Sênior
- Mensagens: 8842
- Registrado em: Sáb Abr 26, 2003 11:16 pm
- Agradeceu: 632 vezes
- Agradeceram: 644 vezes
Re: SYRIA
Descendo a Encosta Escorregadia na Síria.
Por Ivan Eland - Antiwar.com.
No Encontro do G-8 na Irlanda do Norte, a Rússia enfrentou pressões das outras sete nações participantes para forçar Bashar al-Assad, seu aliado sírio, a negociar sua abdicação com o Ocidente. Já que Assad e as forças governamentais, bem supridas pela Rússia com armamentos, agora está ganhando a guerra civil síria, o resultado é extremamente improvável - e talvez até mesmo indesejável.
Não há dúvidas de que Assad, como seu pai antes dele, é um ditador implacável. Embora ele não tenha matado todas as mais de 90 mil vítimas na guerra civil, ele certamente utilizou algumas táticas de batalha indiscriminadas - levando a muitas mortes civis. Mas o Ocidente nunca sentiu necessidade de intervir em guerras civis que mataram de longe mais gente - por exemplo, 500 mil a 800 mil foram mortos em Ruanda e milhões nos conflitos do Congo e Sudão. Além disso, os mais eficazes combatentes no lado rebelde sírio estão afiliados com a al Qaeda, e islamistas lideram outras milícias antigovernamentais. Os rebeldes também cometeram violações de direitos humanos.
Dadas as tendências islâmicas dos rebeldes, o temor russo da tomada do poder na Síria pelos islamistas é compreensível, especialmente sua ansiedade de que os islamistas sírios apóiem combantes islamistas na Rússia. Também, qualquer nação estrangeira desejosa de estabilidade, de controle da violência sectária e controle sobre armas químicas, deveriam favorecer Assad em detrimento dos rebeldes predominantemente islamistas. Diga-se o que disser sobre seu autoritarismo, até o começo da guerra civil, os Assads tinham assegurado que uma Síria estável, ainda que inamistosa, fizesse fronteira com Israel, aliado dos EUA. Um banho de sangue sectário na Síria - espalhando-se para o Iraque e o Líbano, que tem grupos étnico-sectários similares - é mais provável se os rebeldes sunitas triunfarem na guerra civil do que se Assad o conseguir, de acordo com Ramzy Mardini, ex-secretário da Seção de Assuntos do Oriente Próximo do Departamento de Estado. De fato, além de sua minoria alauíta, uma derivação do Islã xiita, Assad ainda tem o apoio de muitos sunitas urbanos. Finalmente, embora os governos dos Estados Unidos, França, e a Grã-Bretanha tenham alegado que Assad utilizou armas químicas em pequena escala, as coisas poderão ficar muito piores se rebeldes islâmicos colocarem as mãos nelas em qualquer caos pós-Assad, ou guerra civil sectária. Portanto, qualquer um desejando que tais armas fiquem sob controle, deveria estar torcendo pela vitória de Assad.
Mas não o governo americano e seus aliados. Apesar dos desastres em andamento no Afeganistão, Iraque e Líbia depois da eliminação de governos inamistosos, as nações ocidentais não podem deixar passar outra oportunidade para derrubar mais outro, excessivamente vilificado, governante, e substituí-lo por um verniz de democracia. Como na Líbia, as potências ocidentais na Síria querem tirar vantagem de uma rebelião interna para acertar as contas, tirando um "cara mau", um désposta caricato, e dar lugar a algum "cara bom".
As nações ocidentais parecem pensar que podem garantir que todas as armas que enviam para a fragmentada oposição síria ficarão confinadas aos grupos pró-ocidentais e não aos islâmicos. Se a história serve de guia, no caótico reino da guerra, os mais implacáveis - neste caso, a al-Qaeda e os outros islamistas - provavelmente acabarão de posse das armas e as utilizarão para tomar o poder e massacrar os xiitas, curdos e cristãos. Durante a guerra de guerrilhas no Afeganistão contra a União Soviética, nos finais dos Anos 1970 e 1980, as armas embarcadas pelos Estados Unidos para os rebeldes Mujahideen, terminaram nas mãos dos mais radicais grupos islâmicos, desta forma ajudando a forjar a al Qaeda. Os Estados Unidos, recentemente, experimentaram um similar "tiro pela culatra" na Líbia, quando um grupo que havia se beneficiado do envolvimento direto dos EUA na derrubada do ditador Mohammar Khadaffi, mataram o embaixador americano e outros diplomatas.
A mídia americana, fortemente influenciada por intervencionistas tais como John McCain e Lindsay Graham, previsivelmente, tem retratado os rebeldes favoravelmente - como democratas no armário - e Assad como o mal. Entretanto, os rebeldes tem sido culpados por abusos dos direitos humanos, e podem muito bem não serem assim tão democráticos.
E mais do que tudo, os americanos estão cansados de doze anos de guerra infindável e é improvável que dêem apoio ao que pode ser um escorregar para um envolvimento direto americano em ainda mais outra guerra, sem sentido e desestabilizadora, na região do Oriente Médio/Sul da Ásia. Em seu coração, o presidente Obama sabe disto e tem sido, até recentemente, de forma louvável, relutante em escalar o envolvimento americano numa guerra civil num país distante. Infelizmente, ele sucumbiu à pressão de McCain, Graham e outros para enviar armas leves para os rebeldes sírios. E quando uma tentativa de equalizar as probabilidades na guerra civil, provavelmente, falhar, inevitáveis pressões surgirão para o envolvimento direto dos EUA com uma "zona de exclusão aérea" do tipo líbio. Já surgiram. Sabedor de que a Casa Branca estava para anunciar o fornecimento de armas leves e munições para os rebeldes, McCain correu para o plenário do senado e declarou que isso não era o bastante - os Estados Unidos precisavam instituir uma zona de exclusão aérea.
A pressão pela escalada é tornada mais forte pela mentalidade de Guerra Fria que ainda existe em Washington, mais de duas décadas depois do término desta. O governo americano enxerga o lado na guerra civil síria, apoiado por seus adversários - Rússia e Irã - na iminência da vitória e, reflexivamente, como superpotência, sente que será visto como fraco se não tomar ações para apoiar o lado oposto, impedindo este de cair derrotado. No entanto, num mundo pós-Guerra Fria, menos ameaçador, os políticos americanos, ao invés, deveriam compreender que, se Assad sobrevive na Síria ou não, terá pouco efeito na segurança ou nos interesses vitais dos Estados Unidos. Isso pode afetar mais a segurança de Israel, porém Israel é militarmente dominante na região - incluindo a posse do único arsenal nuclear na área - e pode mais do que tomar conta de si mesmo. Além disso, com uma dívida pública de 17 trilhões de dólares, que é uma ameaça muito maior a sua segurança, os Estados Unidos não mais podem se permitir a intervenção em guerrinhas distantes e sem importância.
Por Ivan Eland - Antiwar.com.
No Encontro do G-8 na Irlanda do Norte, a Rússia enfrentou pressões das outras sete nações participantes para forçar Bashar al-Assad, seu aliado sírio, a negociar sua abdicação com o Ocidente. Já que Assad e as forças governamentais, bem supridas pela Rússia com armamentos, agora está ganhando a guerra civil síria, o resultado é extremamente improvável - e talvez até mesmo indesejável.
Não há dúvidas de que Assad, como seu pai antes dele, é um ditador implacável. Embora ele não tenha matado todas as mais de 90 mil vítimas na guerra civil, ele certamente utilizou algumas táticas de batalha indiscriminadas - levando a muitas mortes civis. Mas o Ocidente nunca sentiu necessidade de intervir em guerras civis que mataram de longe mais gente - por exemplo, 500 mil a 800 mil foram mortos em Ruanda e milhões nos conflitos do Congo e Sudão. Além disso, os mais eficazes combatentes no lado rebelde sírio estão afiliados com a al Qaeda, e islamistas lideram outras milícias antigovernamentais. Os rebeldes também cometeram violações de direitos humanos.
Dadas as tendências islâmicas dos rebeldes, o temor russo da tomada do poder na Síria pelos islamistas é compreensível, especialmente sua ansiedade de que os islamistas sírios apóiem combantes islamistas na Rússia. Também, qualquer nação estrangeira desejosa de estabilidade, de controle da violência sectária e controle sobre armas químicas, deveriam favorecer Assad em detrimento dos rebeldes predominantemente islamistas. Diga-se o que disser sobre seu autoritarismo, até o começo da guerra civil, os Assads tinham assegurado que uma Síria estável, ainda que inamistosa, fizesse fronteira com Israel, aliado dos EUA. Um banho de sangue sectário na Síria - espalhando-se para o Iraque e o Líbano, que tem grupos étnico-sectários similares - é mais provável se os rebeldes sunitas triunfarem na guerra civil do que se Assad o conseguir, de acordo com Ramzy Mardini, ex-secretário da Seção de Assuntos do Oriente Próximo do Departamento de Estado. De fato, além de sua minoria alauíta, uma derivação do Islã xiita, Assad ainda tem o apoio de muitos sunitas urbanos. Finalmente, embora os governos dos Estados Unidos, França, e a Grã-Bretanha tenham alegado que Assad utilizou armas químicas em pequena escala, as coisas poderão ficar muito piores se rebeldes islâmicos colocarem as mãos nelas em qualquer caos pós-Assad, ou guerra civil sectária. Portanto, qualquer um desejando que tais armas fiquem sob controle, deveria estar torcendo pela vitória de Assad.
Mas não o governo americano e seus aliados. Apesar dos desastres em andamento no Afeganistão, Iraque e Líbia depois da eliminação de governos inamistosos, as nações ocidentais não podem deixar passar outra oportunidade para derrubar mais outro, excessivamente vilificado, governante, e substituí-lo por um verniz de democracia. Como na Líbia, as potências ocidentais na Síria querem tirar vantagem de uma rebelião interna para acertar as contas, tirando um "cara mau", um désposta caricato, e dar lugar a algum "cara bom".
As nações ocidentais parecem pensar que podem garantir que todas as armas que enviam para a fragmentada oposição síria ficarão confinadas aos grupos pró-ocidentais e não aos islâmicos. Se a história serve de guia, no caótico reino da guerra, os mais implacáveis - neste caso, a al-Qaeda e os outros islamistas - provavelmente acabarão de posse das armas e as utilizarão para tomar o poder e massacrar os xiitas, curdos e cristãos. Durante a guerra de guerrilhas no Afeganistão contra a União Soviética, nos finais dos Anos 1970 e 1980, as armas embarcadas pelos Estados Unidos para os rebeldes Mujahideen, terminaram nas mãos dos mais radicais grupos islâmicos, desta forma ajudando a forjar a al Qaeda. Os Estados Unidos, recentemente, experimentaram um similar "tiro pela culatra" na Líbia, quando um grupo que havia se beneficiado do envolvimento direto dos EUA na derrubada do ditador Mohammar Khadaffi, mataram o embaixador americano e outros diplomatas.
A mídia americana, fortemente influenciada por intervencionistas tais como John McCain e Lindsay Graham, previsivelmente, tem retratado os rebeldes favoravelmente - como democratas no armário - e Assad como o mal. Entretanto, os rebeldes tem sido culpados por abusos dos direitos humanos, e podem muito bem não serem assim tão democráticos.
E mais do que tudo, os americanos estão cansados de doze anos de guerra infindável e é improvável que dêem apoio ao que pode ser um escorregar para um envolvimento direto americano em ainda mais outra guerra, sem sentido e desestabilizadora, na região do Oriente Médio/Sul da Ásia. Em seu coração, o presidente Obama sabe disto e tem sido, até recentemente, de forma louvável, relutante em escalar o envolvimento americano numa guerra civil num país distante. Infelizmente, ele sucumbiu à pressão de McCain, Graham e outros para enviar armas leves para os rebeldes sírios. E quando uma tentativa de equalizar as probabilidades na guerra civil, provavelmente, falhar, inevitáveis pressões surgirão para o envolvimento direto dos EUA com uma "zona de exclusão aérea" do tipo líbio. Já surgiram. Sabedor de que a Casa Branca estava para anunciar o fornecimento de armas leves e munições para os rebeldes, McCain correu para o plenário do senado e declarou que isso não era o bastante - os Estados Unidos precisavam instituir uma zona de exclusão aérea.
A pressão pela escalada é tornada mais forte pela mentalidade de Guerra Fria que ainda existe em Washington, mais de duas décadas depois do término desta. O governo americano enxerga o lado na guerra civil síria, apoiado por seus adversários - Rússia e Irã - na iminência da vitória e, reflexivamente, como superpotência, sente que será visto como fraco se não tomar ações para apoiar o lado oposto, impedindo este de cair derrotado. No entanto, num mundo pós-Guerra Fria, menos ameaçador, os políticos americanos, ao invés, deveriam compreender que, se Assad sobrevive na Síria ou não, terá pouco efeito na segurança ou nos interesses vitais dos Estados Unidos. Isso pode afetar mais a segurança de Israel, porém Israel é militarmente dominante na região - incluindo a posse do único arsenal nuclear na área - e pode mais do que tomar conta de si mesmo. Além disso, com uma dívida pública de 17 trilhões de dólares, que é uma ameaça muito maior a sua segurança, os Estados Unidos não mais podem se permitir a intervenção em guerrinhas distantes e sem importância.
- rodrigo
- Sênior
- Mensagens: 12891
- Registrado em: Dom Ago 22, 2004 8:16 pm
- Agradeceu: 221 vezes
- Agradeceram: 424 vezes
Re: SYRIA
Até parece que a Síria já não é o país patrocinador chefe do terrorismo.P44 escreveu:eu "adorava" que a Siria caísse nas mãos dos fundamentalistas muçulmanos e que ficasse sob a alçada da Al Qaeda, só para ver as reações dos fãs dos "libertadores" que irão levar a "liberdade e a democracia" a essas paragens.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
- LeandroGCard
- Sênior
- Mensagens: 8754
- Registrado em: Qui Ago 03, 2006 9:50 am
- Localização: S.B. do Campo
- Agradeceu: 69 vezes
- Agradeceram: 812 vezes
Re: SYRIA
Ué?pt escreveu:Quanto mais depressa Bashar for bombardeado, mais depressa o povo arrastará o seu cadáver pelas ruas.
É triste, mas aparenta ser a única solução para salvar as vidas de milhares que continuarão a morrer se ninguém fizer nada.
E se for cortada toda e qualquer ajuda aos revoltosos e o governo Assad for reconhecido pelo ocidente como legítimo (mesmo que sejam cobradas reformas liberalizantes, o que já estava no cenário) eles também serão obrigados a abandonar a luta e os massacres acabam. No momento inclusive, como é o governo do Assad que está ganhando, esta parece ser a via mais rápida para acabar com as mortes de velhos, mulheres e crianças. E ainda minimiza os riscos do conflito se espalhar e envolver outros países como o Iraque e o Irã.
Porquê esta opção não conta?
Leandro G. Card
- P44
- Sênior
- Mensagens: 55312
- Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
- Localização: O raio que vos parta
- Agradeceu: 2765 vezes
- Agradeceram: 2446 vezes
Re: SYRIA
rodrigo escreveu:Até parece que a Síria já não é o país patrocinador chefe do terrorismo.P44 escreveu:eu "adorava" que a Siria caísse nas mãos dos fundamentalistas muçulmanos e que ficasse sob a alçada da Al Qaeda, só para ver as reações dos fãs dos "libertadores" que irão levar a "liberdade e a democracia" a essas paragens.
ah, então é por isso que querem tirar de lá o Assad para lá pôr os amigos da al-Qaeda... realmente, como é que eu não percebi logo?
Triste sina ter nascido português
- FOXTROT
- Sênior
- Mensagens: 7723
- Registrado em: Ter Set 16, 2008 1:53 pm
- Localização: Caçapava do Sul/RS.
- Agradeceu: 267 vezes
- Agradeceram: 108 vezes
Re: SYRIA
A "sorte" mudou de lado, um porta container carregado de armas para os rebeldes sírios que havia saído de Cingapura partiu-se em 2 e afundou, deixando parte da carga boiando em alto mar!
viewtopic.php?f=11&p=5327158#p5327158
Saudações
viewtopic.php?f=11&p=5327158#p5327158
Saudações
"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
- rodrigo
- Sênior
- Mensagens: 12891
- Registrado em: Dom Ago 22, 2004 8:16 pm
- Agradeceu: 221 vezes
- Agradeceram: 424 vezes
Re: SYRIA
Al Qaeda quer um país hospedeiro, como o Hezbollah tem o Líbano. Com o terrorismo Israel já lida muito bem faz tempo, inclusive ganhando muito dinheiro exportando técnicas e material. A Síria de Assad já deixou de ser um risco convencional, está em frangalhos e não se recupera nunca mais.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
- FOXTROT
- Sênior
- Mensagens: 7723
- Registrado em: Ter Set 16, 2008 1:53 pm
- Localização: Caçapava do Sul/RS.
- Agradeceu: 267 vezes
- Agradeceram: 108 vezes
Re: SYRIA
rodrigo escreveu:Al Qaeda quer um país hospedeiro, como o Hezbollah tem o Líbano. Com o terrorismo Israel já lida muito bem faz tempo, inclusive ganhando muito dinheiro exportando técnicas e material. A Síria de Assad já deixou de ser um risco convencional, está em frangalhos e não se recupera nunca mais.
Essa declaração impregnada de rancor, significa o reconhecimento expresso da derrocada dos rebeldes armados e apoiados pelos sionistas?
Ainda, sobre a suposta falência do Estado sírio, essa afirmação parece não ser verdadeira, eis que, fazem poucos dias que uma patrulha sionista foi metralhada (com baixas) por forças regulares de Assad, logo, se os sírios são capazes de fazer o sangue sionista jorrar são capazes de seguir a luta!
Saudações
"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
- P44
- Sênior
- Mensagens: 55312
- Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
- Localização: O raio que vos parta
- Agradeceu: 2765 vezes
- Agradeceram: 2446 vezes
Re: SYRIA
agora também existe a AlQaeda boa e a AlQaeda má farto-me de rir...
Triste sina ter nascido português