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Mensagem
por FCarvalho » Ter Nov 17, 2020 8:48 pm
A aviação de caça na marinha é um planejamento de retomada da asa fixa que vem do começo dos anos 1990. Hoje ela é fato, e só não está em dia com seu cronograma por erros grosseiros de gestão da própria MB e dos governos que se seguiram e nunca fizeram caso do tema Defesa Nacional.
Hoje ela é uma realidade, queiramos ou não. E graças aos investimentos feitos até aqui, e à teimosia da MB em reaver a sua aviação de asas fixa é que poderemos pensar no futuro em vetores de patrulha, drones e outros necessários ao SIGAAZ.
O VF-1 veio para ficar. E no que depender da MB, será o primeiro de outros, assim que as condições o permitirem.
Quanto ao mais, patrulha naval nunca foi uma prioridade para a MB, isto é fato. Nem mesmo hoje o é. O Prosub responde por si só quanto ao que pensa a MB sobre este setor. O SIGAAZ finalmente parece ter encontrado um luz no fim do túnel em que estava, e projeta-se agora os seus primeiros passos. Se tudo der certo, a sua implantação se dará ao longo da próxima década. Mas a exemplo do que tem acontecido com o SISFRON e com a atualização dos sistemas do SISDABRA, não será uma tarefa fácil, e nem de curto prazo.
A aviação de patrulha, por tudo que vejo, é apenas questão de tempo até ser reintegrada à aviação naval. Talvez o advento do futuro vetor substituto dos P-3, que segundo informes da FAB tem previsão de começo de retirada para 2028, seja o ponto de partida para esse processo. E graças ao investimento na asa fixa feita há 23 anos atrás, ela será muito mais palatável à MB.
Enfim, o VF-1 existe porque ele é necessário para integralizar o combo doutrinário superfície-ar-submarino do poder naval nacional.
O que temos nunca foi o ideal, e muito menos o desejado, mas dar o primeiro passo para sairmos do status quo já é muito melhor do que deixar como estava.
Aliás, a MB está envidando respostas pontuais aos seus principais problemas. Ainda não é o suficiente para resolver todos os muitos hiatos materiais que temos, mas é um começo. Vai demorar? Sim, vai. Pode ser que não consigamos tudo o que queremos? Sim, pode acontecer. Mas já é melhor do que não fazer nada à espera de um milagre.
A formação da massa de mão de obra necessária ao equipamento e à geração de doutrina para todos os vetores que a MB precisará no futuro serão, e estão sendo, formados a partir dos investimentos no VF-1 e no VEC-1. Sem eles, seria muito mais complexo e demorado a retomada da aviação de asa fixa na MB. Não está sendo o melhor dos mundos, mas planejamento é para isso mesmo.
abs
Carpe Diem