Pois é, tambem não é a minha área, mas por tudo que já li por aí os sistemas de ECM dos aviões de caça são diferentes em conceito dos utilizados pelo Growler.Luís Henrique escreveu:Tem razão em vários pontos Leandro.
Acontece que a maioria dos caças modernos possuem estes equipamentos, porém em menor quantidade e potência.
Como é o caso do Rafale, do Eurofighter, do Gripen e de todos os outros.
Outra coisa é que a maioria dos países NÃO possuem aeronaves dedicadas para ataque eletrônico.
E a terceira questão é que esta área está sempre em evolução. Portanto provavelmente daqui uns X anos, o F-35 terá uma capacidade de guerra eletrônica semelhante ao Growler, e não será um F-35 dedicado à isto. Será um F-35 multi-missão.
Sobre a parafernália eletrônica apenas para missões de defesa aérea, acho que é muito importante sim.
Lembre-se que os caças franceses como o Mirage F1 possuíam uma boa taxa de vitórias, até mesmo contra aeronaves mais poderosas, como o F-14, justamente por possuírem uma capacidade de contra-medidas eletrônicas muito poderosa.
Portanto, eu acredito que um Growler pode sim travar combates aéreos e sua capacidade de jamming e contra-medidas pode sim ser decisiva em um duelo contra outro caça.
Ou não?
Eu também, não entendo muito sobre isto, mas sei que todos os caças modernos possuem tais sistemas defensivos, e na minha cabeça, quanto mais MELHOR!!!
Em caças a principal preocupação é detectar quando algum sensor (basicamente radares) ilumina o avião, e dar ao piloto o aviso disso e informações sobre a posição, a distância e o tipo de ameaça. Além disso alguns sistemas de despistamento (chaffs, flares e decoys) podem ser acionados automaticamente, e em alguns casos é usada também interferência eletrônica para tentar mascarar a assinatura do avião. Tudo isso para a proteção do próprio avião.
Já o Growler tem um perfil totalmente diferente. A idéia é identificar e mapear todas as assinaturas eletrônicas em uma grande área, não apenas de radar mas também de comunicação, navegação e o que mais for, e interferir ativamente de forma seletiva ou total sobre estas emissões, de forma a impedir seu uso prático pelo inimigo. Não se busca proteger a aeronave em si, mas sim negar ao inimigo o uso do espectro eletromagnético, causando perda da capacidade de comunicação, detecção, controle e navegação, levando-o à maxima confusão possível durante operações de ataque e minimizando sua capacidade de defesa. Só que para isso o Growler tem que transportar mais tripulantes (já li críticas dizendo que o trabalho é excessive até para dois tripulantes), um sistema elétrico muito mais elaborado e pesado e um equipamento volumoso, incluindo antenas internas e grandes poods externos, tudo isso limitando seu desempenho e principalmente sua capacidade de combate. Pelo que entendi o desempenho de um growler é equiparável a um F-18F carregado com uma boa carga de bombas ou seja, extremamente limitado para combate ar-ar. Além disso, com os sistemas ligados seu radar tem sérias limitações de desempenho e ele se transforma em um verdadeiro farol, denunciando precocemente sua posição e atraindo todos os sistemas de ECM/ECCM do inimigo, incluindo mísseis de vários tipos, sem contar que é um excelente aviso ao inimigo de que um ataque é eminente.
Na verdade isso me parece algo muito útil para atacar inimigos tecnologicamente defasados, mas pouco prático contra um inimigo bem preparado. Talvez por isso outros países não se dêem ao trabalho de ter aeronaves deste tipo. E definitivamente não me parece algo muito útil para se ter instalado em uma força de aviões de combate multifuncionais, mas apenas em plataformas especializadas dedicadas especificamente para a função de guerra electrônica. Esta é minha impressão, mas posso estar errado pois de fato esta não é a minha área.
Leandro G. Card