Revanchismo sem fim

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Re: Revanchismo sem fim

#1306 Mensagem por Brasileiro » Qui Mai 16, 2013 1:14 am

Marechal-do-ar escreveu: Essa história de cotas me parece algum compromisso firmado entre o governo brasileiro e algum orgão internacional para mudar as estatísticas de poucos negros no ensino superior, ai adotaram a solução mais fácil, o mesmo para a aprovação automática nas escolas já que o único número que entra nessas estatísticas é quantos terminaram o "K-12", não o quanto eles aprenderam, quer dizer, só para inglês ver.
Cota não impede ninguém de fazer nada. Não estamos em vias de amarrar o pré-sal à educação? E os 10% e tudo mais? Se se concretizarem serão grandes avanços, mas cada coisa seu tempo.
Uma educação básica de qualidade desde o planejamento, a evolução das remunerações e da qualidade dos profissionais, renovação da infra-estrutura, maturação dos programas e metodologias etc. Por mais que comecemos hoje, definitivamente já não é mais coisa para esta geração, quem sabe dos meus filhos o netos.... Adotar as cotas HOJE é dizer que, por mais que medidas de médio e longo prazo sejam tomadas, já não dá mais para aceitar a realidade de quem é atendido pela universidade pública, quem precisa dela, quem está dentro, quem está de fora. NA MINHA OPINIÃO, o quadro é inaceitável. Definitivamente, a universidade pública está blindada à população. Para mim, isso é inaceitável HOJE e não pode mais esperar. Do contrário, para mim é como estar diante de um acidente de carro e se recusar a chamar a ambulância "não, não chame a ambulância, isso não vai resolver o problema, devemos é lutar por estradas mais seguras".
Marechal-do-ar escreveu:Quanto ao bolsa família, o que isso tem a ver com esquerda? O programa foi criado por um político de "direita" é defendido por muitos economistas de "direita" e existe em praticamente todos os países desenvolvidos, mesmo os muitos de "direita".
O PSDB está posicionado à "direita" por pura esquizofrenia da nossa política, e nem é tão direita assim, e seu figura mais lendário, o FHC, para bem ou para mal é um social-democrata. Aliás, social-democrata é o que menos o PSDB tem se mostrado.

Bom, independentemente de quem o defende ou implementa, transferência direta de renda à população em estado de vulnerabilidade é sim uma política de esquerda, um exemplo da social-democracia em prática, alinhada com a ideia do Estado de bem-estar social.
Marechal-do-ar escreveu:E viadagem não tem nada a ver com política, inclusive, a União Soviética, digo, Rússia do Putin é contra.
Putin pode ser de esquerda no trato econômico, mas na política social (é de políticas sociais que estamos falando) é um conservador ferrenho!
Nos dias de hoje, se existem esquerdistas conservadores, em geral já estão velhos. A tendência da esquerda hoje no mundo é liberal. Casamento homossexual e liberdade sexual e religiosa, educação pública, laica e democrática, saúde gratuita, transferência de renda à população vulnerável, descriminalização do consumo de drogas, abortamento, eutanásia e ortotanásia, produção sustentável, reforma agrária, são bandeiras tipicamente de esquerda atual e sensivelmente distantes já do que era imaginado na URSS. Quanto à política social, já não se pode muito dizer que alguém é de esquerda se não ele concordar com pelo menos metade desses tópicos que eu tirei como exemplo. Neste caso, Putin pode até pensar como um marxista e ser defensor do mundo multipolar, mas no campo social, FHC representaria melhor a esquerda do que ele.



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Re: Revanchismo sem fim

#1307 Mensagem por Marechal-do-ar » Qui Mai 16, 2013 8:20 am

Brasileiro escreveu:Cota não impede ninguém de fazer nada. Não estamos em vias de amarrar o pré-sal à educação? E os 10% e tudo mais? Se se concretizarem serão grandes avanços, mas cada coisa seu tempo.
1) O governo era contra os 10%, lembra?
2) Mudaram para 7%, não?
3) Na real, 7% ainda é muito, da para ter educação de qualidade com menos, o problema é falta de comprometimento, nem tanto falta de dinheiro, programas como reutilização dos livros que economizam pouco ou nada em nada melhoram a qualidade do ensino, até pioram já que o aluno perde referências passadas, pró-Uni é só gasto e, com algumas exceções, não forma o profissional.

A realidade é que a única preocupação que os governos tem mostrada com a educação é o aumentar o número de pessoas com 3º grau completo, abrindo mão inclusive da qualidade para atingir esse objetivo.
Brasileiro escreveu:Uma educação básica de qualidade desde o planejamento, a evolução das remunerações e da qualidade dos profissionais, renovação da infra-estrutura, maturação dos programas e metodologias etc. Por mais que comecemos hoje, definitivamente já não é mais coisa para esta geração, quem sabe dos meus filhos o netos.... Adotar as cotas HOJE é dizer que, por mais que medidas de médio e longo prazo sejam tomadas, já não dá mais para aceitar a realidade de quem é atendido pela universidade pública, quem precisa dela, quem está dentro, quem está de fora. NA MINHA OPINIÃO, o quadro é inaceitável. Definitivamente, a universidade pública está blindada à população. Para mim, isso é inaceitável HOJE e não pode mais esperar. Do contrário, para mim é como estar diante de um acidente de carro e se recusar a chamar a ambulância "não, não chame a ambulância, isso não vai resolver o problema, devemos é lutar por estradas mais seguras".
Cotas não são uma "ambulância" e, mesmo que fosse, o argumento morria pelo fato delas já existirem a 10 anos e nem sinal de tentarem arrumar a "estrada", logo as cotas não passam de populismo barato.

A propósito, se fosse para ser "ambulância" deveriam reservar cotas para alunos de escolas públicas, não para negros porque isso é racismo e, alias, também existem negros em escolas particulares, antes de dizer que as cotas deram acesso a niversidade pública a alunos de escola públicas, já verificou se realmente os negrs que entram vem todos das escolas públicas?
Brasileiro escreveu:Bom, independentemente de quem o defende ou implementa, transferência direta de renda à população em estado de vulnerabilidade é sim uma política de esquerda, um exemplo da social-democracia em prática, alinhada com a ideia do Estado de bem-estar social.
Brasileiro escreveu:Nos dias de hoje, se existem esquerdistas conservadores, em geral já estão velhos. A tendência da esquerda hoje no mundo é liberal. Casamento homossexual e liberdade sexual e religiosa, educação pública, laica e democrática, saúde gratuita, transferência de renda à população vulnerável, descriminalização do consumo de drogas, abortamento, eutanásia e ortotanásia, produção sustentável, reforma agrária, são bandeiras tipicamente de esquerda atual e sensivelmente distantes já do que era imaginado na URSS.
Não importa quanto eu diga que, pra mim, esse negocio de esquerda vs direita não existe, as pessoas tentam sempre dividir o mundo com esses rótulos arbitrários e o pior, cada um parece ter sua própria definição de esquerda e direita.

O que coloquei em vermelho não tem nada a ver com política e nem deveria ser decidido por políticos, o que coloquei em azul é ciência, inclusive defendida por economistas de "direita", e por fim, o verde do jeito que é feito hoje não passa de ideologia, ou talvez o que alguns pensam que a ideologia deles diz, o método é anti-econômico e não era usado nem em países comunistas.

Enfim, não vejo como aplicar classificações de esquerda ou direita aqui.




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Re: Revanchismo sem fim

#1308 Mensagem por Brasileiro » Sex Mai 17, 2013 11:27 am

Marechal-do-ar escreveu:
Brasileiro escreveu:Nos dias de hoje, se existem esquerdistas conservadores, em geral já estão velhos. A tendência da esquerda hoje no mundo é liberal. Casamento homossexual e liberdade sexual e religiosa, educação pública, laica e democrática, saúde gratuita, transferência de renda à população vulnerável, descriminalização do consumo de drogas, abortamento, eutanásia e ortotanásia, produção sustentável, reforma agrária, são bandeiras tipicamente de esquerda atual e sensivelmente distantes já do que era imaginado na URSS.
Não importa quanto eu diga que, pra mim, esse negocio de esquerda vs direita não existe, as pessoas tentam sempre dividir o mundo com esses rótulos arbitrários e o pior, cada um parece ter sua própria definição de esquerda e direita.

O que coloquei em vermelho não tem nada a ver com política e nem deveria ser decidido por políticos, o que coloquei em azul é ciência, inclusive defendida por economistas de "direita", e por fim, o verde do jeito que é feito hoje não passa de ideologia, ou talvez o que alguns pensam que a ideologia deles diz, o método é anti-econômico e não era usado nem em países comunistas.

Enfim, não vejo como aplicar classificações de esquerda ou direita aqui.
Vermelho: É discutido pelos políticos e reivindicado por diferentes setores na sociedade em geral. A reivindicação em si é um ato político. Se você se reúne, discute e depois se manifesta seja contra ou favoravelmente, isto é política. Como exemplo, ontem, na USP foi o 'dia de saia', em que os estudantes vestiram saia em apoio àqueles que fazem isso habitualmente e foram descriminados. Foi um ato político, muito embora não houvesse ali manifestação de qualquer partido.
Já no âmbito da política partidária, quem tem tomado atitudes no sentido de vetar/dificultar/desinformar/postergar/proibir/impedir o debate de medidas como essas em vermelho são políticos e partidos reconhecidamente de direita.

Definir política apenas como o que é feito por profissionais dentro de um palácio e organizados em torno de siglas, é equivocado e incompleto. Sendo o homem um ser político, qualquer assunto desses pode ser uma questão política. Uma pessoa pode estar filiada a um partido e mesmo assim estar despolitizada, alheia em relação ao seu papel junto ao todo e ao debate das questões.

Eu nunca disse que direita e esquerda não se intersectam em lugar nenhum; ninguém mais em qualquer posição política é a favor da escravidão, hoje é consenso. Mas isto não apaga a diferença de princípios que norteiam suas visões em relação a muitos outros assuntos.
Como eu disse antes, é extremamente difícil você não concordar (ainda que você concorde com uma medida, pode discordar quanto ao "como", que também faz muita diferença) com pelo menos a metade desses ideais e não se definir como de esquerda, ou o caso oposto.

No Brasil, o liberalismo de costumes é praticamente restrita à esquerda. Mas na Europa é bem comum um posicionamento capitalista/economicista e liberal no costume. E ser marxista não te faz automaticamente de esquerda. Apesar de dinâmicos e por isto complexos, os conceitos de direta e esquerda são nítidos na práxis: Do contrário não existiria "duas" revistas (Estadão e Veja / Carta Capital), quem lê uma em geral não suporta a outra, mesmo que não saiba muito bem o que é ser de direita ou esquerda, ele tenderá a se identificar mais com certos valores (que são anteriores à opinião) do que com outros.



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Re: Revanchismo sem fim

#1309 Mensagem por Túlio » Sex Mai 17, 2013 4:08 pm

A tendência da esquerda hoje no mundo é liberal. Casamento homossexual e liberdade sexual e religiosa, educação pública, laica e democrática, saúde gratuita, transferência de renda à população vulnerável, descriminalização do consumo de drogas, abortamento, eutanásia e ortotanásia, produção sustentável, reforma agrária, são bandeiras tipicamente de esquerda atual e sensivelmente distantes já do que era imaginado na URSS.
Vamos analisar por item:

:arrow: Casamento homossexual e liberdade sexual e religiosa - Em linhas gerais sou a favor. Embora não seja "do ramo", acredito que a homossexualidade não seja "opção", "vício" ou seja lá o que se diga. Creio que as pessoas que a praticam já nascem assim. Minha ressalva sobre a liberdade sexual é a óbvia implicação com PEDOFILIA, aí não!

:arrow: Educação pública, laica e democrática - Fico em dúvida com essa charla de "democrática", isso é o quê? Preferiria o termo "de alta qualidade".

:arrow: Saúde gratuita - só faltou acrescentar "de excelente qualidade" para eu ser 100% a favor.

:arrow: Transferência de renda à população vulnerável - CONTRA! E me amparo até em textos bíblicos, num dos quais é dito ser muito melhor ensinar a pescar do que simplesmente dar o peixe de presente. Assim, ao invés de ficar a vida toda distribuindo dinheiro em troca de nada, que se invista na geração de empregos. Temos um indústria aos cacos para reerguer, um imenso potencial turístico pouquíssimo explorado pela falta de infraestrutura, um setor de serviços que cresceria se os iten anteriormente elencados fossem para a frente.

:arrow: Descriminalização do consumo de drogas - TOTALMENTE CONTRA! Já postei um bocado a respeito.

:arrow: Abortamento (aborto?), eutanásia e ortotanásia - Se é algo que afeta direta e exclusivamente ao indivíduo, para mim a escolha deveria ser apenas dele. A FAVOR.

:arrow: Produção sustentável - Quando eu souber o que é isso, comento.

:arrow: Reforma agrária - Outra questão que desconheço. Se é a tipo MST, já provou que não funciona: os caras recebem terras de presente e simplesmente vendem e voltam à "luta". As exceções apenas confirmam a regra...




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

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Re: Revanchismo sem fim

#1310 Mensagem por rodrigo » Sex Mai 17, 2013 4:44 pm

Terroristas de todo mundo, uni-vos.


ASSASSINATO DO MARINHEIRO INGLÊS DAVID A. CUTHBERG

Em 5 de fevereiro de 1972, chegava ao porto do Rio de Janeiro uma força-tarefa da Real Marinha Inglesa, em comemoração ao sesquicentenário da Independência do Brasil. Os marinheiros, como em todo porto, estavam ávidos para conhecer a noite do Rio, um sábado bafejado pelo calor do verão e pelos primeiros sons de samba, que antecediam o carnaval carioca.

Liberado da faina do navio H.M.S.Triumph, o marinheiro inglês David A. Cuthberg, de 19 anos, acompanhado de seu colega Paul Stoud, tomou, na Praça Mauá, o táxi dirigido por Antonio Melo, que os levaria para conhecer a mundialmente famosa praia de Copacabana.
Eles não sabiam que, desde a chegada na praça, estavam sendo observados por oito terroristas, dissimulados dentro de dois carros.

Na esquina da Avenida Rio Branco com Visconde de Inhaúma, à porta do Hotel São Francisco, um dos veículos emparelhou com o táxi e David foi atingido por uma rajada de metralhadora, disparada por Flávio Augusto Neves Leão de Salles. Imediatamente, Lígia Maria Salgado da Nóbrega jogou para dentro do táxi panfletos que falavam em vingança contra os ingleses por terem massacrado os irlandeses do norte. O "Comando da Frente" acabou com o sonho de David em conhecer Copacabana, "justificando plenamente" seu ato pela solidariedade à luta do IRA contra os ingleses.

A ação criminosa, tachada como "justiçamento", foi praticada pelos seguintes oito terroristas, integrantes de uma frente formada por três organizações comunistas: pela ALN, Flávio Augusto Neves Leão de Salles ("Rogério", "Bibico", "Brutus", "Ali", "José", "Zeca"), Antonio Carlos Nogueira Cabral ("Chico", "Alfredo"), Aurora Maria do Nascimento Furtado ("Marcia", "Rita", "Patricia") e Adair Gonçalves Reis ("Elber", "Leonidas", "Robson", "Sorriso", "Van"); pela VAR-P, Lígia Maria Salgado da Nóbrega ("Ana", "Celia", "Cecilia", "Ceguinha", "Isa"), Hélio da Silva ("Anastacio", "Nadinho") e Carlos Alberto Salles ("Soldado"); pelo PCBR, Getúlio de Oliveira Cabral ("Artur", "Feio", "Gogó", "Gustavo", "Soares", "Tarso").

O jornal "O GLOBO" comentou o fato, com o título de "REPULSA":
"Tinha dezenove anos o marinheiro inglês David A. Cuthberg que, na madrugada de sábado, tomou um táxi com um companheiro para conhecer o Rio, nos seus aspectos mais alegres. Ele aqui chegara como amigo, a bordo da flotilha que nos visita para comemorar os 150 anos da Independência do Brasil. Uma rajada de metralhadora tirou-lhe a vida, no táxi em que se encontrava. Não teve tempo para perceber o que ocorria e, se percebesse, com certeza não poderia compreender. Um terrorista, de dentro de outro carro, apontara friamente a metralhadora antes de desenhar nas suas costas o fatal risco de balas, para logo em seguida completar a infâmia, despejando sobre o corpo ainda palpitante panfletos em que se mencionava a palavra liberdade. Com esse crime repulsivo, o terror quis apenas alcançar repercussão fora de nossas fronteiras para suas atividades, procurando dar-lhe significação de atentado político contra o regime brasileiro. A transação desejada nos oferece a dimensão moral dos terroristas: a morte de um jovem inocente em troca da publicação da notícia num jornal inglês. O terrorismo cumpre, no Brasil, com crimes como esse, o destino inevitável dos movimentos a que faltam motivação real e consentimento de qualquer parcela da opinião pública: o de não ultrapassar os limites do simples banditismo, com que se exprime o alto grau de degeneração dessas reduzidas maltas de assassinos gratuitos."

Pode-se observar que, naquela época, os comunistas eram chamados de "terroristas", suas organizações, de "reduzidas maltas de assassinos" e suas ações, de "crimes repulsivos".

Hoje, passados mais de 40 anos, a mesma imprensa os glorifica como heróis que lutavam contra a ditadura militar. E os nossos atuais governos, além de abrigarem os ainda vivos, indeniza com muito dinheiro os familiares dos que morreram.




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Re: Revanchismo sem fim

#1311 Mensagem por Marechal-do-ar » Sáb Mai 18, 2013 12:25 am

Brasileiro escreveu:Vermelho: É discutido pelos políticos e reivindicado por diferentes setores na sociedade em geral. A reivindicação em si é um ato político. Se você se reúne, discute e depois se manifesta seja contra ou favoravelmente, isto é política. Como exemplo, ontem, na USP foi o 'dia de saia', em que os estudantes vestiram saia em apoio àqueles que fazem isso habitualmente e foram descriminados. Foi um ato político, muito embora não houvesse ali manifestação de qualquer partido.
Já no âmbito da política partidária, quem tem tomado atitudes no sentido de vetar/dificultar/desinformar/postergar/proibir/impedir o debate de medidas como essas em vermelho são políticos e partidos reconhecidamente de direita.

Definir política apenas como o que é feito por profissionais dentro de um palácio e organizados em torno de siglas, é equivocado e incompleto. Sendo o homem um ser político, qualquer assunto desses pode ser uma questão política. Uma pessoa pode estar filiada a um partido e mesmo assim estar despolitizada, alheia em relação ao seu papel junto ao todo e ao debate das questões.

Eu nunca disse que direita e esquerda não se intersectam em lugar nenhum; ninguém mais em qualquer posição política é a favor da escravidão, hoje é consenso. Mas isto não apaga a diferença de princípios que norteiam suas visões em relação a muitos outros assuntos.
Como eu disse antes, é extremamente difícil você não concordar (ainda que você concorde com uma medida, pode discordar quanto ao "como", que também faz muita diferença) com pelo menos a metade desses ideais e não se definir como de esquerda, ou o caso oposto.

No Brasil, o liberalismo de costumes é praticamente restrita à esquerda. Mas na Europa é bem comum um posicionamento capitalista/economicista e liberal no costume. E ser marxista não te faz automaticamente de esquerda. Apesar de dinâmicos e por isto complexos, os conceitos de direta e esquerda são nítidos na práxis: Do contrário não existiria "duas" revistas (Estadão e Veja / Carta Capital), quem lê uma em geral não suporta a outra, mesmo que não saiba muito bem o que é ser de direita ou esquerda, ele tenderá a se identificar mais com certos valores (que são anteriores à opinião) do que com outros.
1) Um antigo liberal (no sentido econômico, quer dizer, porco capitalista) uma vez disse que o estado deve ficar de um lado, a igreja de outro e deve haver um muro muito alto entre eles, troque "igreja" por "cultura" se quiser, meu ponto é simples, cultura é diferente de política, por mais que um monte da nossa cultura afete nossas leis isso não significa que eu ache isso certo, acho que, onde isso acontece, deve haver uma separação de forma que a lei seja o mais neutra possível nesse aspecto, se baseando em fatos, dados reais, ciência, cultura é um negócio mais complicado, não existe um certo e um errado, nem sempre (quase nunca) é possível achar uma justificativa científica para certo comportamento cultural nem é possível convencer as pessoas a abandoná-lo e, como disse, acho que as leis não deve afetar essa parte, o que significa que acho que não são os políticos que devem decidir questões culturais da mesma forma que acho que não são pastores e nem ativistas gays que devem decidir questões políticas como, por exemplo, reforma tributária, imagine a situação, parte do congresso eleita para defender o casamento gay, parte eleita para defender o aborto, parte eleita para defender a maconha, parte eleita para atacar o casamento gay, parte eleita para atacar o aborto e parte eleita para atacar a maconha, que m@#$! de reforma tributaria vai sair disso?

2) O posicionamento direita vs esquerda é um pé no saco, boa parte dos direitistas e esquerdistas não passam de maria vai com as outras apenas abraçando idéias de outras pessoas, outros que não tem um claro posicionamento de um lado ou de outro são taxados da forma que convêm, em muitas discussões basta alguém dizer que é favorável a programas de redistribuição de renda muitos já é classificado como "esquerdista" maconheiro, viado, vagabundo, assassino, comunista, etc, sem ninguém nem se preocupar se ele traz dados ou estudos que mostram que esses programas podem ser benéficos para a economia, mesmo os "de esquerda" o defendem não por terem lido esses estudos, mas porque a sugestão dele parece "de esquerda", apenas jogando para o "time" sem realmente contribuir para o debate, uma situação completamente improdutiva e que se torna desesperadora quando o país fica a merce disso.




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Re: Revanchismo sem fim

#1312 Mensagem por Brasileiro » Sáb Mai 18, 2013 2:30 am

Realmente, Marechal-do-ar, você fez uma boa análise do caótico momento político do nosso país.

Eu tendo a acreditar que isto seja transitório, mesmo que ainda haja um longo caminho. E este caminho é pavimentado com informação, disposição para se informar e principalmente bom senso.

Boa parte disso, essa polarização absurda creio que seja ecos dos embates plebiscitários (e por isto extremados) dos últimos pleitos presidenciais. Uma polarização que se alastrou para os temas que marcaram as campanhas como fumaça tóxica. Porém, com o efeito positivo de ter de fato deixado as pessoas mais "ligadas" na política, lendo mais -dúvidas quanto à qualidade da literatura e da própria leitura em si-, maior interesse sobre os assuntos etc. A internet também contribuiu com isso, tanto no lado negativo que eu citei, quanto no positivo. Mas vejo como uma fase mesmo.

Talvez uma mudança de quadros e de resultados nas próximas eleições, como a eleição de um dos mais novos candidatos, como o Aécio ou o Campos -que parecem justamente tentar fugir dessa polaridade, apesar de que tenham se originado dentro dela- pode ser algo que venha a ventilar um pouco os discursos. Ou talvez estamos mesmo criando nossa própria versão abrasileirada da polarização americana, só que com "blocões" de partidos/movimentos/ideias/pensamentos "democratas" ou "republicanos", com aspas mesmo, só que de forma bem mais maleável do que a deles.




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Re: Revanchismo sem fim

#1313 Mensagem por rodrigo » Ter Mai 21, 2013 5:40 pm

21.5.13
EPITÁFIO DE UM GENERAL

Alexandre Garcia

Morreu na prisão o General Jorge Rafael Videla, condenado na Argentina a duas prisões perpétuas. Cumpriu só uma, pois não tem duas vidas. Se ainda tivesse, creio que faria tudo de novo. Morreu com a consciência tranquila de quem cumpre com o dever. Foi condenado porque assumiu tudo que se atribuiu ao exército durante a guerra em que foram derrotadas duas organizações que pretendiam estabelecer no país um regime igual ao de Cuba. Desde a morte dele, não li nos jornais nada que não fosse a história escrita pelos derrotados. Testemunhei parte da história real quando eu era correspondente do Jornal do Brasil em países do cone sul.

O que vou contar está no livro que escrevi e que a Editora Globo lançou em 1990 e teve 12 edições, inclusive com várias semanas na lista dos mais vendidos. Nenhuma revelação de agora, portanto. Conheci o General Videla numa recepção na embaixada do Brasil, em 1975. Era general-de-brigada, sem comando, e, na conversa, disse que Brasil e Argentina desperdiçavam energias com a rivalidade, já que o verdadeiro inimigo estava dentro da Argentina, matando o povo para aterrorizá-lo e tomar o poder, aproveitando-se do governo fraco da viúva de Perón. Católico praticante, ía à missa com comunhão todos os dias. Foi carola até nos filhos: nove. Alto e magro, tinha o apelido de pantera-cor-de-rosa.

Reencontrei-o um ano depois, quando eu cobria o encontro de exércitos das Américas, em Montevidéu. Ele já era comandante do Exército. E me confidenciou: “Olhe, hoje há uma guerra interna na Argentina. Mas uma guerra estranha, em que apenas um lado está lutando: o lado da guerrilha e dos terroristas do ERP e dos Montoneros. Em breve, eles dominarão a Argentina e o Cone sul, se não houver uma reação. Vai ser preciso entrarmos nessa guerra. Vai correr muito sangue. Pode ser o meu sangue ou de alguns de meus nove filhos. Mas será preciso correr sangue, ou não teremos paz.” Em 24 de março de 1976, ele tirou a presidente fraca sob o aplauso da nação, entrou na guerra e venceu. Ameaçado, 10 dias antes eu me mudara para Brasília, depois de ter sido sequestrado pelos Montoneros - a extrema esquerda - e perseguido de morte pela Triple A, a extrema direita. A partir de então, deixei de testemunhar os acontecimentos na Argentina.

Agora leio as notícias da morte de Videla. Dizem que morreu de hemorragia causada por uma queda na prisão. E todas as notícias o responsabilizam por conduzir uma guerra suja. Ora, a guerra suja já existia. Uma bomba posta na lanchonete perto de meu escritório na Calle Florida obrigou os bombeiros a lavarem com mangueiras o sangue na rua. Metralhavam filas de ônibus para que o povo os respeitasse pelo terror. Tinham metralhadoras antiaéreas tchecas no território liberado de Tucuman; sequestravam e torturavam até a morte as suas vítimas. Mantinham tribunais revolucionários com execuções em seguida. Videla então entrou nessa guerra suja. E venceu. Não o perdoam por ter impedido um regime totalitário marxista na Argentina. Quanto a guerra suja, que guerra não é suja? Nem mesmo as dos exércitos dos Papas. O lado aliado, na II Guerra, não relata a sujeira, porque a história é escrita pelos vencedores. Menos por estas bandas.




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Re: Revanchismo sem fim

#1314 Mensagem por NettoBR » Qua Mai 22, 2013 11:05 am

COMUNAZZZ do fórum e do meu Brasil,

Lembram da Dilma dizendo que de acordo com a lei que criou a comissão o objetivo é esclarecer os fatos, não punir os envolvidos e a lei da ANISTIA seria respeitada?

http://www.youtube.com/watch?v=upcVpM5M6VY




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Re: Revanchismo sem fim

#1315 Mensagem por crubens » Qua Mai 22, 2013 12:32 pm

Conversa pra boi dormir, sabia que ia descambar pra isso, eles não iam perder essa oportunidade. :evil:




"Tudo que é necessário para que o mal triunfe, é que os homens de bem nada façam". Edmund Burke

'O que me preocupa não é o grito dos maus, é o silêncio dos bons.' Martin Luther King

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Re: Revanchismo sem fim

#1316 Mensagem por Brasileiro » Qua Mai 22, 2013 2:36 pm

A comissão da verdade por si só não tem poder para julgar nem punir ninguém!

O máximo que pode fazer, e aparentemente o fará, é recomendar a revisão da auto-anistia. Se isso for feito ou não, já não dependerá mais dela.

É constitucional e em total harmonia com o estado democrático. Recomendar, até o clube militar pode recomendar o que quiser, pela volta do regime, pela não mudança da anistia ou seja lá o que for.



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Re: Revanchismo sem fim

#1317 Mensagem por NettoBR » Qua Mai 22, 2013 3:51 pm

Só quem é cego ou "companheiro" para dizer que é apenas para apurar os crimes da ditadura com interesse apenas na "verdade", sem ódio e nenhuma ideologia por trás.

Se anularem a lei de Anistia e não julgarem também a guerrilha armada, será provada a farsa desde o começo.

E não me venha dizer que essa extrema-esquerda armada eram vítimas fazendo "resistência" e defendendo a democracia que isso não cola mais. A democracia no Brasil voltou por pressão política e social, não por terroristas e sequestradores.




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Re: Revanchismo sem fim

#1318 Mensagem por Brasileiro » Qua Mai 22, 2013 7:04 pm

NettoBR escreveu:Só quem é cego ou "companheiro" para dizer que é apenas para apurar os crimes da ditadura com interesse apenas na "verdade", sem ódio e nenhuma ideologia por trás.
Falácia. Seria desonesto da minha parte se eu viesse aqui e dizer que "só sendo milico" pra dizer que torturador não tem que ser punido etc. Que nome se daria a isto? Revanchismo? To fora.
NettoBR escreveu:Se anularem a lei de Anistia e não julgarem também a guerrilha armada, será provada a farsa desde o começo.
Primeiro: Não existe auto-anistia! Digo, na banânia existe. É uma aberração em todos os aspectos, uma ofensa à inteligência!
Segundo: Ninguém disse que vai julgar "crimes cometidos durante a ditadura". Quantos ladrões daquela época roubaram e não foram pegos? Se formos revirar o baú de todos os crimes cometidos durante a ditadura estaremos perdidos, não haverá espaço para investigar nem o que acontece hoje! Estamos falando de crimes contra a humanidade. Não são dois bêbados trocando facadas num boteco.

Portanto, estamos falando sobre um conjunto de crimes, uns mais graves, outros menos, porém todos de uma mesma natureza, que não só eliminava sistematicamente pessoas (isto até um bêbado com uma faca sabe fazer), mas mediante tortura, mediante o sumiço dos cadáveres, a mentira nos atestados de óbito, a prisão seletiva e em massa de pessoas que estava fazendo algo que aos olhos do direito internacional tinham o direito de fazer: Lutar contra um regime antidemocrático.

Antes fosse apenas os "companheiros" não aceitando a auto-anistia. Só que não. Basicamente TODOS os países democráticos no mundo, por meio dos organismos de justiça internacional condenam essa aberração jurídica, tirando, claro as ditaduras. E se nós não somos uma ditadura, o que estamos fazendo afinal ao manter de pé esse monstrengo?

NettoBR escreveu:E não me venha dizer que essa extrema-esquerda armada eram vítimas fazendo "resistência" e defendendo a democracia que isso não cola mais. A democracia no Brasil voltou por pressão política e social, não por terroristas e sequestradores.
Oras, foi a esquerda que pegou em armas porque foi justamente ela quem foi proibida de existir!!! O que fazer quando se é proibido de existir???

Amanhã, se quiserem proibir a direita (ainda que fosse minoria, hipoteticamente) de existir, pode me chamar que eu vou lá dar tiro também! Me representa? NÃO! Mas quero que continue lá para quem quiser ser de direita!

O que não cola mais é essa de cuba-brasileira..... ou será que viramos os EUA-brasileiros só porque fomos tomados por um regime de direita e capitalista?



abraços]




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Re: Revanchismo sem fim

#1319 Mensagem por Italo Lobo » Qua Mai 22, 2013 7:27 pm

Brasileiro escreveu:A comissão da verdade por si só não tem poder para julgar nem punir ninguém!

O máximo que pode fazer, e aparentemente o fará, é recomendar a revisão da auto-anistia. Se isso for feito ou não, já não dependerá mais dela.

É constitucional e em total harmonia com o estado democrático. Recomendar, até o clube militar pode recomendar o que quiser, pela volta do regime, pela não mudança da anistia ou seja lá o que for.



abraços]
Não houve auto-anistia, voce está sendo tendencioso e deturpando a verdadeira história.A idéia de anistia surgiu a partir de 1966 através da Associação Brasileira de Imprensa, Ordem dos Advogados do Brasil, sindicatos, entidades estudantis, advogados de presos políticos, familiares de brasileiros no exílio e o MDB, partido político oposicionista.Ou seja, o Governo/Arena/FAs não tinham nada com a sua "auto-anistia".Beira ao ridículo querer implantar esta idéia,já que o projeto partiu da oposição.Somente em 1979 foi votada a primeira Lei de Anistia em uma sessão tumultuada no Congresso Nacional, pois o projeto não anistiava quem tivesse participado de “terrorismo, assalto, sequestro e atentado pessoal”, apesar de uma emenda do deputado Djalma Marinho que anistiava a todos, ampla, geral e irrestritamente.Emenda estaque foi rejeitada por 206 votos a 201, mas o projeto foi aprovado pelos votos das lideranças do governo e da oposição. Com esta Anistia, voltaram ao Brasil a maior parte dos exilados e gente como Leonel Brizola e Miguel Arraes.
A Anistia ampla, geral e irrestrita continuou em pauta por mais seis anos, através das mesmas instituições e grupos políticos descritos acima, que queriam de todos os jeitos anistiar os atos terroristas e os crimes de sangue que ficaram de fora da lei de 1979. Somente através da Emenda Constitucional Nº 26, que convocou a Constituinte de 27/11/1985, o Congresso Nacional eleito em plena legitimidade democrática, inseriu o preceito que conferiu à Anistia o caráter amplo, geral e irrestrito pelo qual clamavam as oposições. Portanto esse jargãozinho de auto-anistia é mais uma das tantas mentiras daqueles que perderam a luta e não conseguiram impor ao povo brasileiro uma ditadura comunista. Jargãozinho mentiroso e engana- otários.




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Re: Revanchismo sem fim

#1320 Mensagem por Brasileiro » Qua Mai 22, 2013 8:47 pm

Pára tudo: Uma lei posta em votação numa casa dividida entre um partido oficial do governo, que na época representava 60% do total, e um enfraquecido partido de oposição-permitida, e queres dizer que foi um processo democrático? Estás maluco???

Ao contrário da ARENA, o MDB praticamente não conseguiu fazer emendas ao projeto de lei lei, que foi aprovado com 5 votos de diferença, mesmo com todas essas condições "democráticas" que eu citei no parágrafo acima. ERA AQUILO OU NADA! Para o governo, ótimo, dos males o menor!

E não! O projeto aprovado, com emendas majoritariamente da ARENA, tinha sido encaminhado pelo governo Figueirdo, e não pelo MDB! Nesse texto copy-paste, você citou o nome do deputado Djalma Marinho, que foi quem incluiu a emenda que trazia caráter "total e irrestrito" à lei, mas esqueceu de dizer (pois não estava no texto original) que este deputado era da ARENA! Ou seja, era um deputado de um partido oficial de um regime antidemocrático, trazendo uma emenda que viria a livrar para sempre a cara dos agentes do regime!

A lei da anistia precisa ser interpretada tendo em mente o contexto da época. Era o que podia ser feito naquele momento, com o intuito de se dissipar o clima de violência e medo. Na época, ela foi um instrumento útil para a apaziguação e propiciar um clima para que a democracia fosse restituída. Ou seja, o governo estendeu uma mão, sabendo que aquele regime não duraria muito mais tempo, mas também providenciou um meio para que seus membros ficassem de roupa limpa a partir dali.

Porém, HOJE, em 2013, com uma democracia já bem consolidada, temos totais condições de, se for o caso, declará-la inconstitucional, ou não, mantê-la. À época foi útil, hoje não é mais, não existe mais uma ameaça institucional que justifique esta ferramenta.
Do jeito que foi aprovada, foi mais um meio (tanto para a pacificação, no que FOI útil, quanto para a livração de cara pelo regime) do que um fim.



abraços]




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