Mísseis de cruzeiro e SNB para proteção aérea de uma região?!?!? Leia de novo seu post e veja se isso faz algum sentido. Você está novamente raciocinando em ataque, ataque e ataque, quando as forças militares brasileiras tem como missão constitucional prover defesa para a nação... .Andre Correa escreveu:Mas se a intenção do Brasil, relativamente ao NAe, for apenas para defesa, está muito equivocada. Um NAe não serve para defesa nos moldes que a MB quer, ou seja, com as capacidades financeiras que possui. Para este fim, seria muito mais eficiente investir mais num míssil de cruzeiro com maior alcance, e em navios AAW e no proprio SNBr.
Escoltas sim tem também esta função, mas de forma bem mais limitada. Para proteger uma área mais ampla como pode ser necessário um NAE médio/pequeno substituiria mais de uma dezena de fragatas e contra-torpedeiros, e ainda teria mais flexibilidade. E o custo final ainda seria menor.
A MB aparentemente discorda totalmente. E pelo que sei, com exceção do folclórico e finado Enéias nossos políticos também.Um NAe, ao meu ver, serve unicamente para projectar poder onde a Força Aérea tem mais dificuldade em chegar, como por exemplo, do outro lado do Atlântico.
Esta história de projetar força é coisa de países como EUA e Israel, que tem como princípio atacar antes que o suposto inimigo o faça e que assim colecionam desafetos e inimigos no mundo inteiro. E por isso mesmo tornam-se cada vez mais agressivos, em um círculo vicioso sem fim. Ainda bem que o Brasil pensa diferente.
Nem mesmo se a MB possuísse um Nimitz com 80 F-18 à bordo teríamos condições de fazer muita coisa além de alguma missão vazia de retaliação contra um inimigo destes, e depois teríamos que correr de volta para longe do seu litoral antes que acabassem nosso combustível e munições, ou que a força aérea deles afundasse o nosso NAE também. Para poder encostar em um litoral hostil e ficar atacando alvos de alto valor até sentir a honra lavada seriam necessários mais do que um GT completo (os americanos usam sempre pelo menos 2 ou 3), junto com todo o suporte logístico necessário e a garantia de rotas marítimas livres e seguras (e tome mais GT´s e unidades de apoio). Por isso a US Navy precisa ter o tamanho que tem, além de todo o suporte das outras forças militares dos EUA.Vamos supor que o Brasil fosse atacado por um país no Sul da África, hipoteticamente falando. Digamos que eles atacam um Navio Mercante, ou afundam mesmo algum Navio Brasileiro de surpresa. O que a FAB poderia fazer? Os F-5M não seriam capazes de ir até lá, inicialmente, fazer operações de A/A ou os A-1 fazer A/G, pois não seria economicamente eficiente, devido a quantidade de aeronaves reabastecedoras que seriam necessárias para manter as aeronaves, de perna curta, no ar... restaria a MB levar um GT baseado no A-12 para usar os parcos AF-1 para bombardear pontos de alto valor, já que não possuímos mísseis de cruzeiro, afim de dissuadir futuros ataques. Além de levar entre 2 a 3 dos poucos submarinos para fazer um bloqueio marítimo...
Não é assim que um país como o Brasil agiria. A retaliação seria com sub´s nucleares afundando alvos do inimigo equivalentes ao nosso que ele afundou, e no máximo com mísseis de cruzeiro (também lançados de sub´s, que nem precisariam ser nucleares) atacando os portos e bases aéreas usados pelas unidades agressoras. E depois disso nossas forças se retirariam e seriam tomadas ações diplomáticas. Nenhum NAE entraria nesta equação. O NAE brasileiro entraria caso outros navios do Brasil tivessem que necessariamente passar pela mesma área vulnerável e fosse preciso garantir sua segurança. E aí novamente um navio (ou no máximo 2) com 24 (ou 48) caças modernos estaria de muitíssimo bom tamanho. Se o inimigo fosse tão poderoso a ponto disso não ser suficiente, a ação inteligente seria evitar a área a qualquer custo, até os EUA fariam isso, ninguém se arrisca à toa só para provar que é o poderoso.
A MB já deixou claro que pensa em uma marinha equilibrada para cumprir as funções que a ela cabem. E isso pode ser perfeitamente alcançado com NAE´s de 50.000 ton operando 24 aviões. Dois, para garantir a disponibilidade de pelo menos um em qualquer emergência. Qualquer coisa além disso está não além da capacidade do país adquirir e manter, está além das necessidades que justifiquem um gasto tão grande quando muitas outras necessidades também precisam ser atendidas (AAe, artilharia e mísseis modernos, VANT´s e caças para a FAB, etc....). Pelo menos até que a realidade geopolítica dê sinais de que vai mudar e outras necessidades militares possam ser identificadas. E hoje isso não está no horizonte.Ou seja, para que serveria um NAe ao Brasil, além de projetar força onde haveria mais dificuldades para a FAB? Porquê, se é para proteger algumas zonas mais avançadas e distantes, is Submarinos Nuclear de Ataque são mais indicados. Agora, o que não pode é ter apenas por ter, sonhando com um futuro incerto ou improvável. Como disseram, 48 aeronaves de ataque, modernas, em 2 NAes na MB é algo até difícil de conceber, e mesmo assim, não estarão as 48 aeronaves a operar a bordo 24/7, porque vão deixar as bi-place para treinamento, e somente em último caso serão utilizadas para o ataque; assim como a USN não leva todos os seus SH à bordo, nem a MN com os seus poucos Rafales; e tenho certeza, que ninguém aqui apostaria um dedo a se comprometer que este plano realmente se concretizará... pelo menos não enquanto o Governo continuar a ter a visão que tem hoje sobre as FFAA Brasileiras, nem no prazo que estipulam, que já é enorme.
Portanto, há que se decidir onde está a prioridade a seguir-se ao SNBr. Hoje, o Submarino Nuclear de Ataque é o centro das atenções, mas há que se pensar no que vem a seguir. Uma Marinha não é feita somente de Submarinos. Vamos investir forte em Fragatas/Contratorpedeiros capacitados, de maior tonelagem, com capacidade para operar por mais tempo, e em condições adversas, armados com mísseis de cruzeiro com boa distância, e boas quantidades de mísseis anti-aéreos, ou vamos investir num GT bem equilibrado, mas lembrando que o NAe é o centro desse GT, e como tal, deve receber meios capazes, e em número suficiente, além de armamentos modernos, para que, quando precisarmos, não seja necessário fazer das tripas o coração para dissuadir um país qualquer de nos atacar, mesmo que seja com a intenção de desestabilizar ou atrasar o nosso crescimento?
Um grande abraço,
Leandro G. Card