ascensão das tensões na Europa

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Re: ascensão das tensões na Europa

#211 Mensagem por Clermont » Seg Nov 26, 2012 6:27 pm

O Reino Unido não fica na Europa.

Cartas de Londres - Mauricio Savarese - 26.11.2012.

Nem adianta insistir. Mostrar o mapa, as bandeiras da União Europeia nos prédios públicos ou gritar que a seleção inglesa joga a Eurocopa (sempre uma experiência breve...). Para os britânicos, uma coisa é “o grande império onde o sol nunca se põe” e outra é aquela faixa de terra além do canal da Mancha. A Europa não é aqui.

Experimente dizer no centro de Londres que aquele é seu lugar preferido na Europa. Um morador das antigas, com toda a reserva britânica, pode dar uma resposta mais ou menos assim: “Os europeus têm muitas cidades incríveis, como Paris, Berlim e Roma. E aqui no Reino Unido nada é melhor que isto”. Marcam posição sem abrir mão da sutileza.

Meus amigos britânicos dizem que adoram “viajar para a Europa”. Eu sempre rio. Um deles cravou a seguinte: “Seremos Europa quando as tomadas forem todas iguais”.

Imagem

Os fabricantes de adaptadores daqui nem têm dúvida: é United Kingdom na entrada e Europe na saída. Nas propagandas de celular, que beleza, o aparelho funciona na Europa.

No campo dos afetos essa noção também existe. Uma coisa é namorar uma mocinha local. Outra é namorar uma europeia. Pode ser espanhola, italiana, dinamarquesa, polonesa, grega. Se não é britânica e nasceu em um país onde se chega em menos de três horas de vôo, é tudo europeia. Distinção feita à França, adorada e detestada, que sempre merece distinções por aqui.

Shakira, minha amiga antropóloga (não, ela não é colombiana nem sabe requebrar), diz que a não-adesão ao euro é o principal símbolo dessa visão mais insular do que continental. Agora que a Europa está cheia de problemas e por aqui não está tão grave assim, diz ela, o Reino Unido se isola ainda mais acariciando sua auto-imagem.

Certamente existem muitas diferenças entre os países europeus, mas não sei de nenhum outro que se esforce tanto para se destacar dentro do próprio continente. Os estrangeiros que conheci parecem achar mais graça do que incômodo nessa noção. “Se o Reino Unido não é Europa, imagina só a Islândia”, me diz um italiano.

Seria um estranhamento novo se não fosse brasileiro. Nós também temos nosso pé na britânia quando nos falam sobre a América Latina. Não sou diferente da maioria. Quando me perguntam sobre a música da Colômbia ou o atual governo do Panamá, explico a posição do Brasil como único que fala português na região. Acesso limitado aos outros. A América Latina não é aí.

Pelo menos nisso, os britânicos sabem o que eu quero dizer.


_____________________________________________

Maurício Savarese é mestrando em Jornalismo Interativo pela City University London. Foi repórter da agência Reuters e do site UOL. Freelancer da revista britânica FourFourTwo e autor do blog A Brazilian Operating in This Area.




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Re: ascensão das tensões na Europa

#212 Mensagem por marcelo l. » Qua Nov 28, 2012 9:41 am

Um deputado da extrema direita húngara, Marton Gyongyosi, sugeriu nesta terça-feira no Parlamento do país que os judeus representam uma ameaça "à segurança nacional" da Hungria, e afirmou que os húngaros deveriam saber quantas pessoas de origem judaica fazem parte do corpo político e também do governo. Os comentários de Gyongyosi foram rechaçados por políticos e grupos de defesa dos direitos humanos. Gyongyosi faz parte do Jobbik, um partido da extrema direita.

"Eu penso que agora chegou o momento de avaliar quantas pessoas de origem judaica estão aqui, especialmente no Parlamento e no governo da Hungria e que representam um certo risco para segurança nacional do país", disse Gyongyosi. Ele fez os comentários em meio a críticas à chancelaria da Hungria, por ela ter se alinhado com Israel e, segundo o deputado, não ter defendido os direitos dos palestinos.

Na Hungria, país que teve um violento antissemitismo no século passado, comentários dessa natureza costumam ser rechaçados pelo governo. Cerca de 550 mil judeus húngaros foram mortos no Holocausto, dos quais um terço no campo de extermínio de Auschwitz, na Polônia. Atualmente, existem cerca de 100 mil judeus no país. Embora ataques físicos contra a população judaica sejam raros, memoriais do Holocausto têm sofrido vandalismo nos últimos anos.

Em comunicado publicado após os comentários do deputado, o governo húngaro disse que "condena categoricamente" o discurso de Gyongyosi. O Partido Socialista, da oposição, pediu que seja aprovada uma lei contra discursos de ódio. O Jobbik, que é o segundo maior partido da oposição, tem feito discursos violentos não apenas contra os judeus, como também contra os ciganos.

http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 6080,0.htm




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Re: ascensão das tensões na Europa

#213 Mensagem por NettoBR » Qua Nov 28, 2012 3:27 pm

É só aparecer a crise e os mesmos pensamentos do passado ressurgem do nada... :roll:




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Re: ascensão das tensões na Europa

#214 Mensagem por Bourne » Qua Nov 28, 2012 5:34 pm

Não do nada. Estão adormecidos, apenas.




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Re: ascensão das tensões na Europa

#215 Mensagem por marcelo l. » Seg Dez 24, 2012 9:36 am

A maior torcida organizada do time russo Zenit pediu que o clube deixe de contratar jogadores negros, depois da polêmica aquisição por um valor recorde do atacante brasileiro Hulk.

"Não somos racistas, mas consideramos a ausência de jogadores negros no Zenit uma tradição importante", disse a Landscrona em uma carta intitulada "Manifesto Seleção 12", postada no site oficial da torcida, nesta segunda-feira.

"Isso permitira que o Zenit mantenha a identidade nacional do clube, que é o símbolo de São Petersburgo."

O Zenit é o único clube de ponta da Rússia a nunca ter contratado um jogador africano. A cidade de São Petersburgo, no norte da Rússia, é conhecida por ter uma forte influência da direita nacionalista.

Os torcedores, que também se declararam contrários a jogadores gays, disseram que querem mais jogadores russos e europeus na equipe.

"Queremos apenas jogadores das nações eslavas irmãs, como Ucrânia e Belarus, assim como Estados bálticos e da Escandinávia. Temos a mesma mentalidade e histórico e cultural dessas nações", diz a carta.

O Zenit tem vivido clima agitado nos últimos meses, com vários jogadores antigos insatisfeitos depois que o clube investiu mais de 100 milhões de dólares no brasileiro Hulk e no escocês Axel Witsel.

O Zenit colocou o russo Igor Denisov na equipe reserva em setembro depois que ele se recusou a jogar, lançando um ultimato para a renegociação de seu contrato em linha com o que Hulk estava ganhando.

Denisov foi autorizado a voltar à equipe principal após pedir desculpas

http://www.diariosp.com.br/noticia/deta ... os+no+time

Vagner Love já chamou o Zenit de "o time mais racista da Rússia"




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Re: ascensão das tensões na Europa

#216 Mensagem por Boss » Seg Dez 24, 2012 4:47 pm

É, não são racistas. :lol: :roll:




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Re: ascensão das tensões na Europa

#217 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Dez 28, 2012 12:43 pm

Jacques Delors sugere que Reino Unido deixe UE


O ex-presidente da Comissão Europeia Jacques Delors sugeriu hoje que o Reino Unido, contrário ao aprofundamento da integração europeia, deixe a União Europeia e opte por outra forma de parceria com os restantes 26 países. "Os britânicos só querem saber dos seus interesses económicos, de mais nada. Poderíamos propor-lhes outra forma de parceria", disse Jacques Delors, numa entrevista ao diário económico alemão Handelsblatt.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, pressionado pelos "eurocépticos" do partido conservador, disse no mês passado que apoiou a adesão do Reino Unido à União Europeia, mas quer "um novo acordo" que inclua um mecanismo de não-participação nas questões fundamentais.

Numa entrevista publicada no The Guardian, o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, advertiu que as tentativas de recuperar poder à custa da Europa podem pôr em risco a UE.

"Se os britânicos não acompanham a tendência de maior integração na UE, podemos continuar amigos, mas de outra forma", adiantou Jacques Delors, que defendeu insistentemente uma maior integração política entre os 27. Como hipóteses de parceria com o Reino Unido, Delors sugeriu "uma forma como a do espaço económico europeu" ou "um acordo de livre comércio".

Em caso de saída da UE, o Reino Unido continuaria "um parceiro privilegiado", insistiu Jacques Delors. "O Reino Unido é estratégico e economicamente importante, mas também o são outros países" como a Índia ou a China, acrescentou. Por seu lado, Herman Van Rompuy comparou a saída do Reino Unido da UE "à partida de um amigo para o deserto".

O Reino Unido pertence à UE desde 1973, mas nunca aderiu à zona euro.

Lusa




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
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Re: ascensão das tensões na Europa

#218 Mensagem por P44 » Sáb Fev 16, 2013 4:37 pm

Amazon alemã acusada de usar neonazis para vigiar trabalhadores imigrantes

Maria João Guimarães

16/02/2013 - 17:59

Documentário diz que seguranças, com vários sinais de serem de extrema-direita, vigiam os trabalhadores 24h por dia.

O documentário da televisão pública alemã ARD mostrou as condições dos trabalhadores, a grande maioria imigrantes, que foram contratados temporariamente para o período de encomendas de Natal pela Amazon.de.

Um dos aspectos perturbadores é que estes trabalhadores – a maioria espanhóis, polacos, húngaros - são vigiados permanentemente por trabalhadores de empresas de segurança. E muitos destes têm sinais de pertencerem a grupos neonazis. Não só têm cabeças rapadas e botas, o código clássico, como muitos usavam roupa da marca Thor Steinar, que é de tal modo associada aos neonazis que é proibida a entrada a pessoas que a usem no Parlamento e em estádios de futebol (e é também essa a razão pela qual a própria Amazon alemã não a vende).

Num dos centros da Amazon alemã, os guardas são da empresa HESS, uma sigla para Hensel European Security Services e, coincidência ou não, também o nome de Rudolph Hess, o vice de Hitler.

Os trabalhadores ouvidos contaram como a vigilância não abranda nunca. “Eles entram nos quartos quando as pessoas não estão lá. E também quando estão, quando estão a dormir, ou a tomar banho”, contou Silvina, uma professor de arte espanhola, que trabalhou temporariamente na Amazon para ganhar dinheiro para a família (o marido e três filhos).

Outra espanhola, Maria, contou como foi despedida de um momento para o outro, aparentemente por secar roupa num aquecedor. Os guardas esperaram que ela acabasse de fazer as malas com os faróis apontados para a sua janela.

Os próprios jornalistas da ARD foram alvo destes guardas – quando descobriram que estavam a filmar, entraram no seu quarto (os repórteres estavam no mesmo hotel barato que os trabalhadores) e pediram-lhes o material filmado. Só depois de chamada a polícia os jornalistas conseguiram sair do quarto, cerca de uma hora depois, contou a realizadora Diana Löbl ao Süddeutsche Zeitung. “Sentimo-nos ameaçados”, disse.

Apelos a boicote
Nas redes sociais, muitos consumidores apelaram ao boicote à empresa. O Facebook da Amazon estava cheio de comentários incrédulos e de reprovação. "Desumano", "nojento", "incrível".

A Amazon vende de tudo, de livros a produtos de mercearia, de roupa a electrodomésticos, sendo o mercado alemão o segundo para a empresa logo a seguir ao norte-americano. A Amazon.de é a maior loja online no mercado alemão, com uma quota de mercado de 25%, e teve receitas de 6,8 mil milhões de euros no ano passado. A empresa tem 7700 trabalhadores permanentes na Alemanha e ainda mais de 5000 temporários na altura do Natal.

A empresa já disse que ia investigar as alegações feitas no documentário, embora sublinhasse que as empresas de segurança não são contratadas directamente pela Amazon, e lembrando que é do seu interesse que o ambiente de trabalho seja seguro para todos.

O documentário da ARD dizia ainda que a empresa de trabalho temporário que contrata os empregados paga afinal menos do que era publicitado nos anúncios nos países, e que na Alemanha os trabalhadores eram levados do alojamento para o trabalho por autocarros da empresa que não eram muito frequentes, o que levava a longas esperas ao frio no final do turno ou mesmo a que os trabalhadores não conseguissem chegar a tempo ao início do turno.


http://www.publico.pt/mundo/noticia/ama ... es-1584704




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Re: ascensão das tensões na Europa

#219 Mensagem por FCarvalho » Sáb Fev 16, 2013 7:52 pm

Eu cá fico ainda impressionado como, mesmo sendo proibidas na Alemanha toda e qualquer forma de proselitismo ao nazismo, ainda assim proliferam movimentos e pessoas simpáticas aos neonazista por lá. Isto mesmo com a ameaça de prisão pela simples menção em defesa do ideário nazista, tal é a fobia que os germânicos tem.

No entanto, não só lá como por toda a Europa, recrudescem cada vez mais grupos de direita embasados em idéias nazi-facistas. Mesmo aqui no Brasil, isto está se tornando contumaz, principalmente na região sul, onde os grupos nazi estão mais organizados.

E apesar disto tudo, ninguém parece fazer conta do "retorno" destes movimentos, tal como nos anos 20, quando não se dava a mínima para eles, e depois sabemos todos como a história acabou.

Isto ainda vai a pegar muito mal para todos. :|

Até ontem, eram considerados pela autoridade pública meros arruaceiros e baderneiros, ou quando muito reles bandidos e traficantes.
Hoje, são seguranças, mandam em pequenas organizações, comercializam suas "mercadorias", discutem suas "idéias" abertamente na rede...
Amanhã, o que será? Um vereador? Um prefeito? Depois deputados, senadores e.... :?

abs




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Re: ascensão das tensões na Europa

#220 Mensagem por Lirolfuti » Sáb Fev 16, 2013 9:32 pm

Movimento nazista no brasil é uma salada de frutas, no DF tem ate "preto", em sao paulo tem uns ate com homosexuais.




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Re: ascensão das tensões na Europa

#221 Mensagem por Bourne » Sáb Fev 16, 2013 10:41 pm

Existe movimento nazista no Brasil??? :shock: :shock: :shock: :shock:




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Re: ascensão das tensões na Europa

#222 Mensagem por Lirolfuti » Dom Fev 17, 2013 8:32 am

Sim, alguns sao bem lights vamos dizer mais adaptados a nossa miscigenaçao outros sao bein hard contra tudo e contra todos. aqui em sao paulo existe 4 grupos- os carecas do abc, hayllanders os outros 2 nao lembro o nome. No brasil o movimento e bem desorganizado á briga entre eles e em alguns casos é mais modismo doque uma causa de busca por poder.Existe grupos no DF,Sul de minas,RJ, Sp, e todo sul do pais.




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Re: ascensão das tensões na Europa

#223 Mensagem por FOXTROT » Dom Fev 17, 2013 8:59 am

Enquanto os governos não permitirem manifestações e a organização dos NS haverá cada vez mais adeptos, isso é fato, proibir por proibir não funciona.

Não há nada errado em ter uma inclinação a direita ou a esquerda, errado e a partir dai começarem as perseguições a determinados grupos, isso sim, deve ser punido.

Um partido Nacional socialista organizado e submetido as mesmas regras dos demais, seria mais benéfico para a sociedade, seja na Europa ou no Brasil

Saudações




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Re: ascensão das tensões na Europa

#224 Mensagem por LeandroGCard » Dom Fev 17, 2013 9:22 am

FOXTROT escreveu:Um partido Nacional socialista organizado e submetido as mesmas regras dos demais, seria mais benéfico para a sociedade, seja na Europa ou no Brasil

Saudações
O partido nazista alemão pregava abertamente a discriminação racial como política de estado, e a violência como forma aceitável para a imposição de suas idéias e ideais. Na minha opinião isso não pode ser permitido em uma sociedade moderna, sob nenhum pretexto. E sem isso pode até ser extrema direita, mas não há porque usar o nome de nazismo. Por esta razão acho perfeitamente correto ele ser terminantemente proibido, a sociedade precisa deixar bem claro que não aceitará mais este tipo de coisa.

Tive uma vez a chance de conversar com dois rapazes que pertencem (ou disseram que pertenciam) a um grupo neonazista aqui de SBC. Me chamaram a atenção em uma fila do poupa-tempo por terem suásticas tatuadas no pescoço, e acabei puxando conversa para tentar entender o que aquilo significava.

Descobri que na verdade eles não tinham cultura suficiente para saber o que era nazismo (nem mais nada sobre politica. sociologia, etc...), eram apenas atraídos pelos uniformes bonitos e pela aparência de disciplina e ordem que eles viam nos filmes. Sabiam que os nazistas (que eles confundiam com a Wehrmacht) haviam vencido algumas batalhas importantes na Segunda Grande Guerra (e achavam que também na Primeira :shock: :roll: ), e que só tinham perdido as guerras por causa da união de comunistas e capitalistas (URSS e EUA) contra eles. Por isso eram contra tanto o comunismo quanto o capitalismo, mas duvido muito que soubessem definir qualquer um dos dois :wink: .

Outro ponto interessante que notei que os atraía era a questão da superioridade, que nem chegava a ser racial mas era mais uma coisa simplesmente bairrista mesmo. Não gostaram de mim e disseram isso com todas as letras, por eu ser carioca e ter um sotaque marcado, mas me trataram com uma cortesia que me fêz acreditar que na verdade este "ódio racial" contra cariocas era mais uma coisa da boca pra fora do que real. Eles também disseram que não gostavam dos paulistanos, o que me surpreendeu mas acho que também era mais uma questão de bairrismo infantil. Mas falaram muito mal mesmo dos gays, dos nordestinos e dos evangélicos (estes últimos não consegui entender porquê, e acho que eles também não, pelo menos não souberam explicar).

Resumindo, pelo menos estes que encontrei eram muito mais um pessoal ignorante e perdido, sem muita noção do mundo, que adotou os símbolos nazistas só como "marcas tribais" sem ter muita noção do seu significado. E não me pareceu que quisessem passar disso mesmo, a impressão que tive é que esta história de organização e luta política nem passava pela cabeça deles.


Leandro G. Card




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Re: ascensão das tensões na Europa

#225 Mensagem por Bourne » Dom Fev 17, 2013 9:26 am

Não me refiro aos jovens sem nada na cabeça que não comem ninguém. Esse são um bando de mongolóide. :lol:

A pergunta se refere a um grupo organizado que tenha consciência do que defende, dos motivos e como aplicar. No mínimo um grupo coerente e único, nem que seja clandestino. Exemplo do Partido Nazi Grego.
Crise na Grécia fortalece partido neonazista nas eleições deste domingo
Movimento que deve ganhar cadeiras no Parlamento usa nazismo e propõe expulsão dos imigrantes
04 de maio de 2012

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 8814,0.htm

JAMIL CHADE / CORRESPONDENTE / GENEBRA
A Europa descobre o outro lado do desespero, caos e falência da Grécia: o fortalecimento do extremismo e de um partido neonazista que faz o continente relembrar um dos momentos mais sinistros de sua história. O partido Chryssi Avgi (Crepúsculo Dourado) espera conquistar entre 5% e 8% dos votos nas eleições legislativas na Grécia neste domingo, 6.


Yorgos Karahalis/Reuters
Eleitores gregos irão às urnas neste domingo, 6
Veja também:
Fatores econômicos influenciam nas eleições parlamentares gregas

Líderes gregos e europeus, por sua vez, apelam à população para que evite o partido que propõe a volta dos campos de trabalho forçado, a colocação de minas nas fronteiras e a exclusão de estrangeiros dos hospitais.

Neste domingo, 6, a Grécia vai às urnas para o que muitos já chamam de a eleição mais importante na história democrática do país, que atravessa seu quinto ano de recessão e já teve de ser resgatado em duas ocasiões em apenas dois anos. Juntamente com o dinheiro, foram feitas exigências do FMI e da União Europeia de uma reforma e cortes de gastos que fizeram o país parar.

Ainda que o grupo neonazista ainda não seja uma realidade no Parlamento, já é nas ruas de Atenas, num sinal da reação à crise. O bloco conta com voluntários que patrulham os bairros da capital, exigindo ver a identidade de moradores. Na maioria dos casos são jovens de cabeça raspada e vestidos de negro. Saem em busca de imigrantes que eles acusam de serem culpados pelo desemprego recorde de 21%. Não são poucos os incidentes em que estrangeiros são espancados, com os mastros de bandeiras gregas, ou praças que ganham pichações.

E não é apenas a ira contra os imigrantes que tem levado o grupo a ganhar popularidade. A frustração com partidos tradicionais e o desemprego de 51% entre jovens vêm levando parte do eleitorado a buscar alternativas.

Em 2009, nas eleições legislativas vencidas pelos socialistas, o partido neonazista obteve apenas 20 mil votos, 0,2% da preferência. Em 2010, em plena crise, um primeiro deputado do movimento foi eleito em Atenas. Neste domingo, o partido que usa uma suástica adaptada como símbolo e não hesita em fazer a saudação nazista nos comícios deverá ganhar votos suficientes para entrar no Parlamento. Para isso, deve obter os votos de 3% do eleitorado - que lhes daria 10 deputados. Somados, os três partidos de extrema direita poderão ter um quinto dos votos dos gregos.

Tanto os conservadores do partido Nova Democracia quanto os socialistas do Pasok têm apelado aos eleitores que abandonem o movimento fascista, alertando que uma votação expressiva do grupo criaria mais problemas para o país. Nenhum dos dois partidos tradicionais deve obter uma maioria. Eles serão forçados a formar uma aliança.

Um dos candidatos mais populares do grupo neonazista é Elias Panayiotaros, dono de uma loja de artigos militares, que não disfarça sua admiração pelo regime dos coronéis, que governou a Grécia entre 1967 e 1974. Seu plano de governo é simples: em tempos de crise, a prioridade é a expulsão de imigrantes.

Segundo ele, o custo do projeto de expulsar um milhão de pessoas da Grécia seria equilibrado com o fato de que muitos deles seriam forçados a ingressar em campos de trabalho, antes da expulsão. Quem não aceitar trabalhar não receberia alimentos. No campo econômico, o partido defende que empregos sejam reservados apenas para os gregos e todas as dívidas externas seriam alvo de um calote.




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