A primeira coisa que eu penso em Forças Armadas é DEFESA. Guerra é justamente uma das coisas que podem ser evitadas com Forças Armadas, por mais paradoxal que seja. Basta olhar para o conceito de dissuasão. Se eu penso que, pra tomar o brinquedo do meu amiguinho de escola eu sei que a porrada vai comer, e mesmo que eu vença, eu vou me machucar todo, eu vou pensar duas vezes. Vou tentar conversar, pedir o brinquedo emprestado ou querer brincar junto. Se ele não quiser, vou pedir pra minha mãe me dar um brinquedo igual de Natal. Simples assim.sapao escreveu:
Concordo em partes Vinicius.
Realmente se formos pensar em FFAA, a primeira coisa que vem em mente é Guerra!
Mas cada país com sua cultura, e aqui no país (graças a Deus), essa imagem está muito mais associada a apoio social do que a conflitos historicamente.
É assim que eu vejo as coisas. Vejo a capacidade da gente dizer não se alguém vier de graça com as Amazônias verde e azul. Quero que qualquer um pense assim: "eu vou tomar isso deles, mas vai dar um trabalho. Vou tentar por outro caminho."
Devemos muito. Assim como devemos aos militares que hoje realizam tais serviços.Para citar um exemplo, quanto será que devemos hoje ao trabalho do Mal. Rondon?
E ai entra a outra parte: será que ele, no papel de "morrer antes de matar", não fez o seu papel como militar mantendo o país unido?
O problema é que Marechal Rondom é um contexto de 1910. Poucos anos de Independência, Fim do Império, República Velha...
Já estamos em 2013. As realidades são outras. O contexto é outro. As soluções devem ser outras.
Olha, mais ou menos. Não é bem assim, não. Com todo respeito, essa é uma desculpa para se ficar numa zona de conforto quando convém. Quando há interesse de mudar a Lei, as Forças Armadas pressionam. Ou não foi a FAB que pressionou para a implantação da Lei do Tiro de Destruição, a famosa Lei do Abate? Ou não foi a MB que pressionou para mudar a lei e poder operar aeronaves de asa fixa embarcadas? Ou não foi o EB que pressionou para mudar a lei e ter poder de polícia na faixa de fronteira e o estabelecimento de regulamentações para ações GLO? Exemplos não faltam.E ainda tem a questão legal. Como falei, não cabe a quem obedece questionar: está na Lei então cumpre! Simples assim.
E outra, então não pode desobedecer a Lei quando falamos das missões secundárias, mas pode desobedecer a Lei nas primárias? Então não pode deixar de fazer ACISO (e eu acho que não pode mesmo!), mas pode aceitar ficar 15 anos sem conseguir trocar um pedacinho da frota de caças? Ou pode aceitar usar um NAe de 53 anos?
"Ah, mas não é culpa delas, é pela falta de verbas." Justamenteee!!! Esse é o ponto. A missão primária é colocada de lado por uma mistura de interesses e conveniências do poder político, com a infeliz parcimônia de parcela das nossas Forças Armadas, que se sentem no desespero de mostrar a sociedade que continuam sendo importantes mesmo sem guerras, pois afinal fazem um trabalho social belíssimo.
Por fim, nos meus argumentos eu não estou nem dizendo que cabe às Forças Armadas qualquer coisa. Eu, como civil, e interessado pelo tema, tenho meus pontos de vistas e os exponho. Muitos compartilham dele, muitos não. Se cabe à sociedade civil questionar pontos que considera falhos, democraticamente, e essa é a nossa missão aqui.
Não deveria, mas entender como se fosse da responsabilidade das Forças Armadas, é o erro. Não é. Elas precisam apoiar SIM. Mas não é delas a responsabilidade de serem a única parte do Estado brasileiro que chega em regiões mais afastadas do país.E realmente, em um país com tanta miseria como o Brasil será que caberia as FFAA se adestrar APENAS para o combate e deixar de lado suas missões secundárias?
Será então que devido a essas missões extras as FFAA perderam sua capacidade de combate?
Eu acho que não.
E sim, eu acho que é justamente pela nossa falta de cultura de defesa, que inclui no bolo conceito errado que é responsabilidade das FFAA as ações sociais para justificar sua existência, que as FFAA perderam sua capacidade de combate. Isso é transparente. Comprar um equipamento militar que terá uso civil é simples. Comprar um equipamento que seja exclusivamente de combate, é uma tragédia vide F-X, vide um monte de outras coisas.