Conflito no Mali

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Re: Conflito no Mali

#16 Mensagem por Bourne » Seg Jan 14, 2013 9:38 am

Ninguém gosta de terrorista e radicais. Esses atrapalham os negócios e arranjam confusão por onde passam. É compreensível por que passou tão fácil no conselho de segurança da ONU e o mundo inteiro apoia os franceses. Nem aos árabes exportadores de petróleo pelo radicalismo ser fonte de problema e não ter confiança nas conversas com esses grupos.

É claro que depois do golpe o governo em 2012 não é grande coisa, mas também um país se dissolvendo é de se esperar algo desse tipo. Pelo menos eles aceitam conversar e acordar a saída com eleições. O interessante é que até pouco tempo o estado era laico, tolerante com a diversidade religiosa e as mulheres não precisam usar burca. O islamismo não se metia na política e administração do país.

Voltando ao passado recente as informações de março de 2012 indicavam problemas no Mali. Como efeitos colaterais da queda de Kadafi e um rico ambiente para a operação da Al Qaeda. Os rebeldes puderam se reabastecer com o espólio do que sobrou exército da Líbia. E a tendência é que a instabilidade continue sento exportada para aquela região da África.
Guerra líbia ecoou no Mali

Tags: Mundo, Política, Ásia, golpe de estado, Mali, Líbia, Comentários

23.03.2012, 18:11, hora de Moscou
Fonte: http://portuguese.ruvr.ru/2012_03_23/69388115/

Spoiler!
O golpe militar no Mali foi o resultado direto da desestabilização da situação no norte do país, onde as tropas governamentais retrocedem sob a pressão de tuaregues rebeldes. Os peritos explicam o êxito de rebeldes com a recente chegada de numerosas tribos de tuaregues que anteriormente combateram do lado de Muammar Kadafi.

A guerra na Líbia desestabilizou a situação ao longo das fronteiras do país e agora esta onda atingiu o Mali. A situação foi agravada adicionalmente em resultado da intervenção da Al Qaeda no Magrebe Islâmico no conflito no Mali. Enquanto na Líbia este agrupamento resistia aos tuaregues aliados de Kadafi, no Mali islamitas armados prestam apoio aos tuaregues rebeldes.

Foi nomeadamente a intervenção da Al Qaeda no Magrebe Islâmico que, na opinião de peritos, tornou tão grave e politicamente irresolvível a confrontação no norte do Mali.

Citamos as palavras do observador Evgueni Ermolaev:

"Ainda no início do ano passado, quando começaram manifestações contra o regime de Kadafi, foram ouvidas advertências sobre a presença de membros da Al Qaeda nas fileiras dos chamados rebeldes. Tanto Kadafi, como militares e exploradores americanos testemunharam isso. Mas este fato não perturbou políticos ocidentais e os seus aliados dos países do Golfo. Agora são conhecidos muitos episódios, quando, sob a cobertura da aviação da OTAN, a Al Qaeda dominava o território líbio."

Os serviços de reconhecimento do Mali informaram reiteradamente que desde o início do ano a Al Qaeda no Magrebe Islâmico dinamiza a sua atividade no norte do país. Segundo os seus dados, a direção do agrupamento extremista é sediada atualmente no território da Líbia que os membros da Al Qaeda utilizam como base de retaguarda. Mas os franceses e americanos (que são muito ativos no Mali e, naturalmente, na “nova Líbia”) não mostraram algum interesse em relação a isso. O Mali, que é um país muito pobre, enfrenta sozinho os seus problemas. Os acontecimentos em Bamaco é um resultado lógico de tudo isso.

O tema é continuado por Andrei Grozin:

"A Líbia transforma-se numa fonte de ameaça não apenas para os países vizinhos. Este país torna-se uma variante norte-africana do Afeganistão. O seu território é controlado por bandos armados, uma parte considerável dos quais se subordina à Al Qaeda e a estruturas semelhantes. Extremistas infiltram-se em outros países, semeando conflitos e a instabilidade. Os europeus e americanos não se preocupam com este fato – estão explorando ativamente as riquezas da Líbia, enquanto os seus recentes aliados na campanha líbia estão dominando entretanto espaços africanos."
O legal é a reação dos leitores dos jornais e colunistas de esquerda como carta capital e pravda. Estes estão relativamente favoráveis. Nos comentários os leitores não sabem o que pensar. No fim é tudo culpa dos EUA. :|




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Re: Conflito no Mali

#17 Mensagem por Bourne » Seg Jan 14, 2013 10:01 am

Intervention française au Mali : fallait-il y aller ?
14 janvier

Imagem

Réponse de Pascal Boniface, directeur de l’IRIS

Fonte: http://www.affaires-strategiques.info/s ... rticle7586

Jusqu’à présent la France semblait éviter de s’engager directement dans le conflit : qu’est ce qui a changé aujourd’hui ? Est-ce un aveu d’échec de la Cedeao et de l’Union Africaine ?

Effectivement la France est intervenue dans des conditions qui n’étaient pas prévues. Mais ce qui a changé ce sont les événements. La poussée des forces djihadistes sur la ville de Konna mettait Bamako en danger. On imagine aisément les répercussions stratégiques de la chute de la capitale malienne et l’ampleur du triomphe des djihadistes s’ils avaient fait chuter une capitale. Il fallait donc intervenir immédiatement. La France en avait la capacité à partir du moment où l’on prenait la décision. Les forces africaines arriveront peu après et viendront renforcer le dispositif mis en place.

Le Mujao a annoncé que le mouvement allait « frapper le cœur de la France », est-ce une menace crédible ? Le mouvement a-t-il les moyens de mettre ses menaces à exécution ? Quels intérêts français sont menacés dans la région ?

Il n’y a jamais de risque zéro en matière terroriste. Le Mujao ne semble pas en mesure d’entreprendre des actions sur le territoire français. Mais il est toujours possible de trouver des personnes prêtes à commettre un attentat. Le terrorisme ne doit pas inhiber la réflexion (ce qui se produit trop souvent), ni l’action. On ne peut pas ne rien faire sous l’effet de la peur au nom d’une menace terroriste, même s’il ne faut pas faire n’importe quoi au nom de cette même menace.

Certains qualifient cette intervention de néo-coloniale. Qu’en est-il ?

Il ne s’agit pas d’une intervention néo-coloniale. Il faut bien sûr être prudent dans l’utilisation de l’outil militaire. Certes, dans le passé, des interventions dites humanitaires ont mal caché des politiques de puissance. Mais on ne peut pas mettre toutes les opérations militaires dans le même sac. Les interventions au nom de la supériorité des valeurs occidentales sont détestables. L’inaction face à un pays, un peuple en danger, l’est tout autant. Aujourd’hui, c’est le gouvernement du Mali qui a demandé l’intervention, et la population nationale l’approuve en grande majorité. L’intervention française est doublement légale puisqu’elle se fait sur la demande du gouvernement malien et en vertu d’une résolution du Conseil de sécurité. Les pays de la région la soutiennent. L’Algérie également puisque le pays a même permis le survol de son espace aérien. La Russie a voté la résolution en décembre au nom du maintien de l’intégrité territoriale du Mali. Qualifier cette intervention de néo-coloniale tient plus du réflexe que de l’analyse.




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Re: Conflito no Mali

#18 Mensagem por FOXTROT » Seg Jan 14, 2013 10:04 am

Já? tão cedo, e os franceses pedem ajuda internacional para bater essa potência do mal? Esperava que os franceses aguentassem mais uns dias. :twisted: :twisted: :twisted:

Saudações




"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
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Re: Conflito no Mali

#19 Mensagem por BrasileiroBR » Seg Jan 14, 2013 12:15 pm

http://www.youtube.com/watch?v=pLcKlKHWYHY

http://www.youtube.com/watch?v=kPuuU75zw7Y




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Re: Conflito no Mali

#20 Mensagem por FCarvalho » Seg Jan 14, 2013 3:05 pm

É bom que se abra o olho, porque é nessas horas que uns e outros, depois que as coisas "se acalmarem" - jogar bombas a 15 mil pés de altitude é uma forma bem legal e segura de se fazer intervenções contra terroristas no país do outros, e bem fácil, não? - pedir ajuda para o envio de tropas da ONU para "estabilizar"(varrer o lixo para debaixo do tapete) o país, e advinha para quem vão pedir essas tropas, afim de se enfiarem neste buraco chamado Mali? Alguém advinha? :?

abs.




Carpe Diem
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Re: Conflito no Mali

#21 Mensagem por Bourne » Seg Jan 14, 2013 3:20 pm

Para os camaradas da União Africana? :mrgreen:

Todos sabem que ali é um buraco e a instabilidade tende a crescer com a queda do Kadafi. E não interessa a Europa ou vizinhos um país que chegue próximo ao que o Afeganistão. Eles tem apoio da ONU (inclusive Rússia), a logística da OTAN e está dentro da lei internacional. E as tropas franceses estão no chão combatendo e ajudando os f#didos.

O mundo é feio. A política de não intervenção é muito linda enquanto eles não se matam e criam problemas para os vizinhos. Por isso que precisam parar os radicais islâmicos terminem de derrubar o governo, exportem a "jihad" para os vizinhos e criem uma problema gigantesco humanitário e militar no resto da região.




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Re: Conflito no Mali

#22 Mensagem por Paisano » Seg Jan 14, 2013 3:55 pm

É nessas horas em que dou razão ao Talha... :shock:
Comando francês falha ao tentar libertar refém de milícia na Somália

Fonte: http://www.valor.com.br/internacional/2 ... na-somalia
MOGADÍSCIO - A incursão de um comando francês na Somália para libertar um agente de inteligência capturado terminou com a morte de 17 integrantes de uma milícia islâmica e de um soldado francês. Os franceses informaram que o refém também morreu durante a tentativa de resgate, mas o grupo armado que o mantinha preso negou que ele tivesse morrido ou sido libertado.

A milícia Al-Shabab informou neste sábado que o agente de inteligência continua como seu refém, juntamente com um soldado que teria sido ferido e aprisionado durante a operação.

O agente, que usa o nome de Denis Allex, foi capturado no dia 14 de julho de 2009 no país africano e foi visto com vida pela última vez em um vídeo divulgado em outubro, no qual ele pedia a ajuda do presidente francês.

O ministro da Defesa da França, Jean-Yves Le Drian, disse que Allex foi morto pela milícia e que um soldado francês estava desaparecido e outro morto. Segundo ele, 17 integrantes do grupo armado islâmico tinham sido mortos. Antes, porém, o Ministério da Defesa havia informado que dois militares franceses morreram durante o confronto no povoado somali de Bulomarer.

“Era uma missão extremamente perigosa”, disse o ministro da Defesa. “Tudo indica que Denis Allex foi assassinado.” Le Drian afirmou que a operação na Somália não fazia parte da ofensiva francesa lançada durante a noite de sexta-feira no Mali para conter o avanço de rebeldes islâmicos no país africano.

(AP)




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Re: Conflito no Mali

#23 Mensagem por hades767676 » Seg Jan 14, 2013 5:36 pm

Não sei se alguém conhece de fato o Mali, mas digo pra voces pelas informações que se vinculam o país é medonho, mas medonho mesmo. Todo tipo de barbáridade ocorre por lá, provocada por esses extremistas ligados a Al Qaeda e que querem assumir o conrole do país.




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Re: Conflito no Mali

#24 Mensagem por EDSON » Seg Jan 14, 2013 5:58 pm

Bourne escreveu:Para os camaradas da União Africana? :mrgreen:

Todos sabem que ali é um buraco e a instabilidade tende a crescer com a queda do Kadafi. E não interessa a Europa ou vizinhos um país que chegue próximo ao que o Afeganistão. Eles tem apoio da ONU (inclusive Rússia), a logística da OTAN e está dentro da lei internacional. E as tropas franceses estão no chão combatendo e ajudando os f#didos.

O mundo é feio. A política de não intervenção é muito linda enquanto eles não se matam e criam problemas para os vizinhos. Por isso que precisam parar os radicais islâmicos terminem de derrubar o governo, exportem a "jihad" para os vizinhos e criem uma problema gigantesco humanitário e militar no resto da região.
A queda do Kadafi deixou milhares de armas ao relento elas estão tendo seus destinos.




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Re: Conflito no Mali

#25 Mensagem por marcelo l. » Seg Jan 14, 2013 6:34 pm

Paisano escreveu:É nessas horas em que dou razão ao Talha... :shock:
Na Somália mesmo já teve outros países que não se deram muito bem em operação de resgaste, não dá para dizer que seja um erro da cultura militar francesa o fracasso, operação em território hostil sempre é complicada.




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: Conflito no Mali

#26 Mensagem por Marechal-do-ar » Seg Jan 14, 2013 10:43 pm

hades767676 escreveu:Não sei se alguém conhece de fato o Mali, mas digo pra voces pelas informações que se vinculam o país é medonho, mas medonho mesmo. Todo tipo de barbáridade ocorre por lá
Indique um país na África que não seja.
hades767676 escreveu:provocada por esses extremistas ligados a Al Qaeda e que querem assumir o conrole do país.
Não que o outro lado seja santo...




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Re: Conflito no Mali

#27 Mensagem por Penguin » Ter Jan 15, 2013 1:52 am

14/01/2013 - 04h00
Análise: Decisão de Hollande de intervir no Mali foi necessária

PIERRE HASKI
DO "GUARDIAN"

Durante a campanha eleitoral francesa do ano passado, François Hollande foi criticado por ser indeciso demais e apelidado de "Flamby" --o nome de uma sobremesa semelhante a um flan.

Ou seja, sua imagem não era exatamente a de um super-homem. Sete meses mais tarde, o mesmo François Hollande autorizou uma operação de comandos franceses na Somália para tentar resgatar um refém francês, e iniciou uma ação militar de fim imprevisível no Mali, antiga colônia francesa.

Para isso, ele recebeu apoio de líderes da oposição moderada que se posicionam contra ele em torno de quase todas as outras questões --e também do Reino Unido, que concordou em dar assistência militar para transportar tropas estrangeiras e equipamentos para o Mali.

Nicolas Richard/Reuters

Tropas francesas partem do Chade para Mali, para combater os rebeldes jihadistas que controlam o norte do país
Pouco depois de ser eleito, em maio do ano passado, Hollande traçou uma estratégia para a crise do Mali, que tinha explodido alguns meses antes quando grupos radicais islâmicos tomaram conta da metade norte do país, impondo à população a sharia, a lei islâmica rígida. O novo presidente não queria ver tropas francesas liderando a batalha, como tinha acontecido no passado --no Chade, por exemplo, quando tanques líbios ameaçavam o país vizinho ao sul. Hollande queria mostrar que os tempos tinham mudado.

Como sinal de sua abordagem nova e não intervencionista às antigas colônias francesas, no mês passado Hollande recusou-se publicamente a atender aos pedidos do presidente François Bozizé, da República Centro-Africana, para que tropas francesas viessem barrar um avanço de rebeldes em direção à capital do país. Hollande declarou: "Não estamos presentes para proteger um regime. Esse tempo acabou."

Enquanto isso, ele trabalhou intensivamente para conseguir apoio da ONU e africano para a criação de uma força regional para o Mali, liderada por Estados da África ocidental. Mas, não obstante uma decisão do Conselho de Segurança da ONU e de ter sido aprovado por unanimidade, o plano ainda não tinha começado a ser posto em prática quando grupos islâmicos filiados à Al Qaeda iniciaram uma ofensiva em direção ao sul do Mali, superando facilmente a resistência do exército malinês.

Hollande optou por aquela que provavelmente era a única alternativa possível: enviar tropas francesas para impedir uma coluna rebelde fortemente armada e altamente móvel de alcançar a cidade de Mopti e depois a capital, Bamaco, onde vivem cerca de 6.000 cidadãos franceses.

O presidente francês verificou primeiro que todas as partes interessadas ainda estavam de acordo com o plano. Ele contava a seu favor com uma resolução do Conselho de Segurança da ONU e tinha feito contato com países africanos, parceiros europeus e os Estados Unidos. Mas, no final, a França interveio sozinha e combateu a coluna rebelde com um ataque de helicópteros militares em que um oficial francês morreu. Os combates não pararam desde então, e reforços estão chegando ao Mali todos os dias.

Romaric Ollo Hien/AFP

Rebeldes islâmicos guardam aeroporto de Kidal, no norte do Mali
Desse modo, François Hollande se encontra na posição assumida com relutância por cada um de seus predecessores, de Charles de Gaulle a Nicolas Sarkozy: de possuir o poder de mudar o rumo da história num país africano com apenas algumas centenas de homens, helicópteros e jatos. Não era exatamente a mudança que ele tinha em mente quando foi eleito.

Mas abster-se de agir quando o presidente malinês enviou um SOS na semana passada teria significado assumir um risco que nenhum presidente francês desejaria. Hollande teria sido visto como responsável pela eventual queda de Bamaco diante de forças radicais islâmicas, levando à potencial desestabilização de toda a região da África ocidental --incluindo o vizinho Níger, principal fonte de urânio para o setor nuclear francês.

Embora a França venha em grande medida ficando em segundo plano na África subsaariana --em comparação com as primeiras décadas da era pós-colonial, quando era claro que ela estava no comando--, o país ainda é poderoso no continente. Se tivesse deixado de tomar uma atitude numa crise como esta, o fato teria sido visto por todos os governos de países africanos francófonos como sinal de que a França teria deixado de ser uma aliada confiável.

Uma dimensão não mencionada da equação é que a França está travando no Mali um conflito que pode ter consequências em seu próprio território. Os líderes franceses temem que uma vitória de fundamentalistas em países que têm vínculos estreitos com a França possa propiciar a radicalização dos jovens muçulmanos franceses. Ainda está presente na mente de todos o caso de Mohammed Merah, o pistoleiro de Toulouse que passou por treinamento no Paquistão e Afeganistão e matou crianças judias em abril do ano passado.

Enfrentando oposição em casa em torno de sua política econômica, o desemprego crescente, controvérsias fiscais e uma enorme reação conservadora contra a legalização do casamento gay, François Hollande deu uma prova de força numa área inesperada: no campo de batalha.

Tradução de Clara Allain




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: Conflito no Mali

#28 Mensagem por Bourne » Ter Jan 15, 2013 7:49 am

Fuçando parece que quem assina os cheques para os rebeldes do norte do Mali mora no oriente Médio. Pelos lados do Qatar e talvez com outras extensões.
Présence d'agents du Qatar au nord-Mali: la DGSE dément
Par Georges Malbrunot le 25 octobre 2012 12h48 | 12 Commentaires

Fonte: http://blog.lefigaro.fr/malbrunot/2012/ ... -au-n.html
Spoiler!
Les services secrets français ont assuré le gouvernement que le Qatar n’avait pas envoyé des agents sous couverture humanitaire auprès des djihadistes, qui contrôlent le nord du Mali.

Après la publication de récentes informations en ce sens dans la presse, des agents de la DGSE ont enquêté et n’ont pas trouvé trace d’émissaires qatariens venus aider les extrémistes islamistes au nord du Mali. A Paris, le ministère des Affaires étrangères a été informé par la Direction générale de la sécurité extérieure du résultat de son enquête.

Après la publication d’informations impliquant le Qatar, notamment par Le Canard enchaîné, Paris s’était plaint auprès de Doha, un important partenaire économique et politique de la France. « Les insurgés du MNLA (indépendantistes laïcs), les mouvements Ansar Dine, Aqmi (Al Qaida au Maghreb islamique) et Mujao (dijhad en Afrique de l’ouest) ont reçu une aide en dollars du Qatar », écrivait l’hebdomadaire satirique.

« Nous avons demandé aux autorités françaises de nous fournir des preuves ? », nous indiquait un officiel qatarien, qui démentait l’envoi d’agents dans une zone où la communauté internationale affiche sa détermination à stopper la progression des djihadistes au Sahel.

Si le Qatar n’a pas envoyé d’agents au nord-Mali, ce ne serait pas le cas d’un autre pays du Golfe sur lequel la France a quelques soupçons, selon une source militaire française.

(Crédit photo: AFP)
Qatar intervening in northern Mali?

MEHDI LAZAR 19 December 2012 Subjects:Democracy and government International politics Mali Qatar Arab Awakening Geopolitics

Fonte: http://www.opendemocracy.net/mehdi-laza ... thern-mali
Spoiler!
If the presence of Qatar in Mali is confirmed, it is difficult to establish how the emirate is trying to change the political and strategic situation. However, despite the lack of proof of Qatari involvement in supporting armed fighters, there is some evidence that this might be the case.

It is likely that ECOWAS is preparing for a military intervention to regain northern Mali following the military coup of March 22, 2012 that overthrew the regime of Amadou Toumani Touré. At the same time more and more is being said about Qatar's involvement in this part of the Sahel. Taking advantage of the dual crisis afflicting this country - Islamist groups have benefited from the Tuareg rebellion to take control of the north and a military coup overthrew the incumbent president in Bamako - the emirate could be engaged in advancing its pawns in that territory on a path towards Afghanization. A game which if confirmed would prove quite dangerous.

Qatar's presence in Mali has been proved but in a manner that remains unclear
The presence of Qatar in Mali is already known, but it is difficult to argue from this that the emirate is trying to change the political and strategic situation in one specific direction or another. However, despite lack of proof of Qatari involvement in supporting armed fighters, there is some evidence that this might be the case.

Firstly, Qatar already has a network of various funding projects which include madrassas, religious schools and charities which date from the 1980s and 1990s in Mali, as in other Muslim-majority countries in Africa. Secondly, following an agreement between the Qatari Red Crescent and Red Cross Mali held in Doha in August, Qatari aid is present on Malian soil to act in solidarity with the people of the north, particularly around the triangle of Gao, Timbuktu and Kidal.

More worryingly, and to be treated with caution, is information taken from Le Canard Enchaîné and reprinted by the French and international press to the effect that Qatar is helping to fund armed groups, and that the Qatari Special Forces are supporting certain rebel factions in northern Mali by training their recruits (especially those of Ansar Ed-Dine). This information comes from a recent report by the French DRM (Military Intelligence Directorate under the Ministry of Defense). However, the lack of first-hand information, due in part to the conflict on the ground, makes it difficult to assess the accuracy of Qatari engagement in northern Mali and to put this report into perspective.

However, regardless of the degree and intensity, the presence of Qatari forces in Mali has been, and continues to be, a strategy used increasingly in Africa, especially since the Arab Spring. The emirate became involved in the financing of political parties such as the Muslim Brotherhood in Tunisia and Egypt in 2011 and 2012, was involved in mediation in Darfur which was held in Sudan in 2011 and engaged in the NATO coalition that fought the regime of Muammar Gaddafi in 2011 (similarly, Qatar has also funded rebel fighters in Libya). Besides the presence of the Qatari Red Crescent humanitarian aid in Mali, one may speculate about other possible reasons for their presence in this part of the Sahel.

What are the interests of a Qatari presence in Mali?
If the assumption of funding, even training and arming Islamist groups by Qatar forces in northern Mali is confirmed, then it is possible to draw several conclusions.

Firstly, this intervention would provide the emirate with a simple but risky strategy to greatly increase its influence in West Africa and the Sahel. Indeed, Qatar could greatly increase its influence in the mediation between the Malian government, ECOWAS, the northern rebels, and even France. This would increase its political clout on the continent, taking advantage, as it often does, of a favourable political environment. In the case of Mali, it is a failed state with a sudden power vacuum in the North, due both to the Tuareg rebellion in the North and the coup in the South. Add to this, the fortuitous presence in the Sahel of many fighters together with the weapons used in the recent war in Libya , alongside the presence in the North of young and unemployed Tuaregs opposed to the Malian state, and one can see how it might be possible to fund the rebels.

Using this combination of favourable factors, the emirate can see a way to continue making its influence heavily felt in Africa, work also undertaken in Egypt, Libya and Tunisia. In this respect, as in the case of Qatari engagement in Syria, two factors are in common. Firstly, after the success of the Libyan campaign, the emirate feels confident in being able to directly intervene abroad in a power perspective. In addition, as in Syria, the presence of the emirate in Mali, if it is real, should be viewed in the context of a twofold competition: first with Saudi Arabia to control the Sunni Islamic world, but also to strengthen the power struggle of Sunni Muslims against Shiite Muslims (because the axis Iran - Syria - Hezbollah remains strong while the Shia in Iraq rises).

Another common point, but this time with Libya, is that Mali is seen as a potential owner of large reserves of natural gas and has a need for infrastructure development; two areas in which Qatar specializes. It could therefore, in the event of good relations with the leaders of an Islamic state in northern Mali, exploit the subsoil rich in gold and uranium, and prospect the country’s oil and gas potential.

Finally, geographically, Mali is also an axis of penetration into black Africa and West Africa where Qatar is pursuing its influence through the purchase of resources and agricultural land, as well as the funding of places of worship.

An intervention, if proved, which could turn against Qatar
The situation in Mali illustrates how the problematic situation in the Sahel arouses considerable concern because of the weakness of states in the region and the presence of AQIM and other jihadist fighters. In addition, the war in Libya in 2011 has worsened the situation, as evidenced by the recent assassination of the US ambassador in Benghazi, Christopher Stevens. In Mali, the fragmentation of the state is not only due to intrinsic factors (Tuareg rebellion, structural weakness of the state, democratic façade, poor development) but also the direct consequence of a poorly controlled Libyan crisis.

In this context the intervention of Qatar, should it prove as controversial as outlined, is very unwelcome and four players could take umbrage: the United States, France, Algeria and the African Union. French and American redeployment in the region is indeed currently in place to try to stop the downward spiral of northern Mali. The United States is refocusing its security efforts on North Africa and the Sahel, especially after the assassination of its ambassador and given the prospect of imminent withdrawals of military forces in Iraq and Afghanistan. France, the traditional power in the region, has recently had several of its citizens taken hostage in Mali and are under pressure from numerous economic and political interests. However, the United States and France have very strong relations with Qatar, which in the case of Mali, unlike the Syrian intervention, could go against western interests. The United States and France could make Qatar understand their decision to intervene, yet we have to wonder about the scope of 'retaliation' possible vis-à-vis an emirate that is important economically, politically and militarily to the two countries.

Meanwhile, the African Union is trying to assert itself as an influential political power and wants to resolve conflicts on its own soil, namely through its regional organization, ECOWAS, who have amassed a force of more than 3,000 men. If the strategy of Qatar is financing or arming fighters in northern Mali, then this complicates the African Union’s task. However, its ability to act and to influence the decisions of Qatar is very low (except through the EU or France). Algeria, for its part, is particularly concerned by the situation in northern Mali. On the surface, Qatari-Algerian relations are strong since the two countries are 'brothers'. However, Algeria is monitoring this situation very closely because it fears an attempt to destabilize its borders and even its own soil. More generally, a Qatari intervention in northern Mali would increase Algeria’s animus against the emirate. Despite recent agreements, the two countries oppose each other economically in their competition for gas exports, as well as politically (financing of the Muslim Brotherhood in North Africa by Qatar, which also hosts on its territory the former FIS leader Abassi Madani, is frowned upon by Algeria, as well as the fact that Qatar joined the NATO coalition in Libya while Algeria advocated non-interference). In addition, MOJWA (the Movement for Jihad in West Africa), which could be financed by the emirate of Qatar, holds seven Algerian diplomats (kidnapped in April 2012 in northern Mali) hostage. Algeria, besides being a regional power, is therefore a key state in the Malian crisis but is reluctant to intervene because of its 1,300 km border with northern Mali in an area extremely difficult to control. Doing so would indeed carry the risk of a new terror strike on its soil, as happened in the 1990s.

Algeria, like the United States and France has no interest in the status quo in the Sahel, and if Qatar intervenes, these states could potentially react. However, given the regional situation there is more for Qatar to gain than to lose from an intervention in northern Mali. This of course is true only if the United States and France put the problems of the Malian crisis before their common interests with Qatar, which are indeed numerous.


“Notre ami du Qatar finance les islamistes du Mali” in Le Canard enchaîné, 6 June, 2012 edition.

Malika Groga-Bada, “Mali: et si les islamistes convoitaient l’or noir ?”, in Jeune Afrique, July 19, 2012 edition.

Mehdi Lazar, “Axe sunnite et gazoduc : quand les Qataris interviennent en Syrie pour le plus grand bonheur des Occidentaux”, in Atlantico, August 26, 2012.

Mehdi Lazar, “Qatar : une politique d’influence entre conjoncture favorable et fondamentaux géographiques”, in Diploweb, May 27, 2012.
Canard Echainé: Qatar finances terrorism in Mali - El Watan
NAU
Thursday, June 7th 2012

Evidence is accumulating more and more against Qatar, is funding Islamist terrorism in the Muslim world according to an article in the Algerian daily quoting the satrical Canard Echainé in France.

Fonte: http://www.northafricaunited.com/Canard ... a1648.html
Spoiler!
The article quoted by El Watan alledges that Qatar is using the arabic language Al Jazeera "Radio Mille Collines" Arab, as an apologist for extremist Islamism with a man like Sheikh Yousef Al-Qaradhawi, it rose to a higher gear with the advent of Arab revolutions in which he saw a potential threat to the survival of the Gulf monarchies.

Hence, the article says a strong support to obscurantist islamic forces in Tunisia, Libya, Egypt and Yemen.

The French satirical weekly, Le Canard Enchaîné just published new revelations about the Qatari capital financing of terrorism.This time in Mali. The newspaper refers to a particular report of the DRM (Directorate of Military Intelligence).

Support for terrorism Mali is not accidental. It aims primarily to destabilize Algeria, which has resisted until now the tide of the green peril. The French weekly magazine writes: "Earlier this year, several notes from the DGSE alerted the Elysee Palace on international activities and, dare we say, the emirate of Qatar.

Without really insisting , the notes suggested that it required diplomacy, because Sheikh Hamad bin Khalifa Al Thani, the Emir has always been a friend and ally of France.

The officers of DRM say, that the generosity of Qatar is second to none and it was not content to just help financially, but sometimes by supplying weapons to the revolutionaries of Tunisia, Egypt or Libya , " wrote Le Canard.

"Based on information collected by the DRM, the Tuareg rebels of the MNLA (independence and laity), Ansar Eddine, AQIM (Al Qaeda in Islamic Maghreb) and Mujao (Jihad in West Africa) were assisted with dollars from Qatar. Hostage taking, trafficking in drugs or cigarettes may not be sufficient for these Islamists big spenders, " Le Canard Echainé says.

Their Taliban state of Azawad witnessed its first discord between the Tuareg, more or less religious fanatics and the sharia. But these groups are now present in several border towns in Niger, Burkina Faso and Algeria. Other "tourists" whose armed presence isnoted in northern Mali: Nigerians of the sect Boko Haram and Pakistani instructors arrived in Somalia with good experience of guerrilla warfare.

The sad comment of a French diplomat: he raises his arms to heaven and said "we support the ECOWAS (Economic Community of African States West), knowing that it is powerless." Several leaders of these countries , nervous about the islamist virus from spreading closer to home, may well be considering military intervention. But neither they nor the African Union has the strength to "reconquer" the cities and deserts of northern Mali.

As for what remains of the "Malian" south " the civil war threat does not really exist, " according to the DGSE.

Each country, like the French, who are content to "watch the area", as they say, turns to Algeria, whose army is the only way to cross the 1,300 km border to northern Mali, then to make short work of the Islamists.

But Bouteflika and his generals fear the backlash. They are reluctant, it seems, to "see again terrorism bloom at home," according to the Quai d'Orsay, the newspaper said.




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Re: Conflito no Mali

#29 Mensagem por FCarvalho » Ter Jan 15, 2013 11:57 am

Primeiro Rafales, bombas e legionários. Depois o que virá? :roll:

abs.




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Re: Conflito no Mali

#30 Mensagem por Wingate » Ter Jan 15, 2013 12:29 pm

FCarvalho escreveu:Primeiro Rafales, bombas e legionários. Depois o que virá? :roll:

abs.
A rendição final dos franceses...(não dá para resistir...desculpem!) :mrgreen:

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