PRONAE - Novos NAe's da MB (MB A-1X)

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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LeandroGCard
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Re: PRONAE - Novos NAe's da MB (MB A-1X)

#241 Mensagem por LeandroGCard » Dom Dez 30, 2012 5:24 pm

Andre Correa escreveu:Mas se a intenção do Brasil, relativamente ao NAe, for apenas para defesa, está muito equivocada. Um NAe não serve para defesa nos moldes que a MB quer, ou seja, com as capacidades financeiras que possui. Para este fim, seria muito mais eficiente investir mais num míssil de cruzeiro com maior alcance, e em navios AAW e no proprio SNBr.
Mísseis de cruzeiro e SNB para proteção aérea de uma região?!?!? Leia de novo seu post e veja se isso faz algum sentido. Você está novamente raciocinando em ataque, ataque e ataque, quando as forças militares brasileiras tem como missão constitucional prover defesa para a nação... .

Escoltas sim tem também esta função, mas de forma bem mais limitada. Para proteger uma área mais ampla como pode ser necessário um NAE médio/pequeno substituiria mais de uma dezena de fragatas e contra-torpedeiros, e ainda teria mais flexibilidade. E o custo final ainda seria menor.

Um NAe, ao meu ver, serve unicamente para projectar poder onde a Força Aérea tem mais dificuldade em chegar, como por exemplo, do outro lado do Atlântico.
A MB aparentemente discorda totalmente. E pelo que sei, com exceção do folclórico e finado Enéias nossos políticos também.

Esta história de projetar força é coisa de países como EUA e Israel, que tem como princípio atacar antes que o suposto inimigo o faça e que assim colecionam desafetos e inimigos no mundo inteiro. E por isso mesmo tornam-se cada vez mais agressivos, em um círculo vicioso sem fim. Ainda bem que o Brasil pensa diferente.

Vamos supor que o Brasil fosse atacado por um país no Sul da África, hipoteticamente falando. Digamos que eles atacam um Navio Mercante, ou afundam mesmo algum Navio Brasileiro de surpresa. O que a FAB poderia fazer? Os F-5M não seriam capazes de ir até lá, inicialmente, fazer operações de A/A ou os A-1 fazer A/G, pois não seria economicamente eficiente, devido a quantidade de aeronaves reabastecedoras que seriam necessárias para manter as aeronaves, de perna curta, no ar... restaria a MB levar um GT baseado no A-12 para usar os parcos AF-1 para bombardear pontos de alto valor, já que não possuímos mísseis de cruzeiro, afim de dissuadir futuros ataques. Além de levar entre 2 a 3 dos poucos submarinos para fazer um bloqueio marítimo...
Nem mesmo se a MB possuísse um Nimitz com 80 F-18 à bordo teríamos condições de fazer muita coisa além de alguma missão vazia de retaliação contra um inimigo destes, e depois teríamos que correr de volta para longe do seu litoral antes que acabassem nosso combustível e munições, ou que a força aérea deles afundasse o nosso NAE também. Para poder encostar em um litoral hostil e ficar atacando alvos de alto valor até sentir a honra lavada seriam necessários mais do que um GT completo (os americanos usam sempre pelo menos 2 ou 3), junto com todo o suporte logístico necessário e a garantia de rotas marítimas livres e seguras (e tome mais GT´s e unidades de apoio). Por isso a US Navy precisa ter o tamanho que tem, além de todo o suporte das outras forças militares dos EUA.

Não é assim que um país como o Brasil agiria. A retaliação seria com sub´s nucleares afundando alvos do inimigo equivalentes ao nosso que ele afundou, e no máximo com mísseis de cruzeiro (também lançados de sub´s, que nem precisariam ser nucleares) atacando os portos e bases aéreas usados pelas unidades agressoras. E depois disso nossas forças se retirariam e seriam tomadas ações diplomáticas. Nenhum NAE entraria nesta equação. O NAE brasileiro entraria caso outros navios do Brasil tivessem que necessariamente passar pela mesma área vulnerável e fosse preciso garantir sua segurança. E aí novamente um navio (ou no máximo 2) com 24 (ou 48) caças modernos estaria de muitíssimo bom tamanho. Se o inimigo fosse tão poderoso a ponto disso não ser suficiente, a ação inteligente seria evitar a área a qualquer custo, até os EUA fariam isso, ninguém se arrisca à toa só para provar que é o poderoso.
Ou seja, para que serveria um NAe ao Brasil, além de projetar força onde haveria mais dificuldades para a FAB? Porquê, se é para proteger algumas zonas mais avançadas e distantes, is Submarinos Nuclear de Ataque são mais indicados. Agora, o que não pode é ter apenas por ter, sonhando com um futuro incerto ou improvável. Como disseram, 48 aeronaves de ataque, modernas, em 2 NAes na MB é algo até difícil de conceber, e mesmo assim, não estarão as 48 aeronaves a operar a bordo 24/7, porque vão deixar as bi-place para treinamento, e somente em último caso serão utilizadas para o ataque; assim como a USN não leva todos os seus SH à bordo, nem a MN com os seus poucos Rafales; e tenho certeza, que ninguém aqui apostaria um dedo a se comprometer que este plano realmente se concretizará... pelo menos não enquanto o Governo continuar a ter a visão que tem hoje sobre as FFAA Brasileiras, nem no prazo que estipulam, que já é enorme.

Portanto, há que se decidir onde está a prioridade a seguir-se ao SNBr. Hoje, o Submarino Nuclear de Ataque é o centro das atenções, mas há que se pensar no que vem a seguir. Uma Marinha não é feita somente de Submarinos. Vamos investir forte em Fragatas/Contratorpedeiros capacitados, de maior tonelagem, com capacidade para operar por mais tempo, e em condições adversas, armados com mísseis de cruzeiro com boa distância, e boas quantidades de mísseis anti-aéreos, ou vamos investir num GT bem equilibrado, mas lembrando que o NAe é o centro desse GT, e como tal, deve receber meios capazes, e em número suficiente, além de armamentos modernos, para que, quando precisarmos, não seja necessário fazer das tripas o coração para dissuadir um país qualquer de nos atacar, mesmo que seja com a intenção de desestabilizar ou atrasar o nosso crescimento?
A MB já deixou claro que pensa em uma marinha equilibrada para cumprir as funções que a ela cabem. E isso pode ser perfeitamente alcançado com NAE´s de 50.000 ton operando 24 aviões. Dois, para garantir a disponibilidade de pelo menos um em qualquer emergência. Qualquer coisa além disso está não além da capacidade do país adquirir e manter, está além das necessidades que justifiquem um gasto tão grande quando muitas outras necessidades também precisam ser atendidas (AAe, artilharia e mísseis modernos, VANT´s e caças para a FAB, etc....). Pelo menos até que a realidade geopolítica dê sinais de que vai mudar e outras necessidades militares possam ser identificadas. E hoje isso não está no horizonte.

Um grande abraço,


Leandro G. Card




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Re: PRONAE - Novos NAe's da MB (MB A-1X)

#242 Mensagem por J.Ricardo » Dom Dez 30, 2012 6:35 pm

No papel é legal, mas quando vemos a dificuldade (extremas, a ponto de gerar comemoração cada vez que o SP sai para o mar) para operar apenas um, vejo com pessimismo o futuro da aviação embarcada no Brasil...




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Andre Correa
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Re: PRONAE - Novos NAe's da MB (MB A-1X)

#243 Mensagem por Andre Correa » Dom Dez 30, 2012 10:23 pm

LeandroGCard escreveu:
Andre Correa escreveu:Mas se a intenção do Brasil, relativamente ao NAe, for apenas para defesa, está muito equivocada. Um NAe não serve para defesa nos moldes que a MB quer, ou seja, com as capacidades financeiras que possui. Para este fim, seria muito mais eficiente investir mais num míssil de cruzeiro com maior alcance, e em navios AAW e no proprio SNBr.
Mísseis de cruzeiro e SNB para proteção aérea de uma região?!?!? Leia de novo seu post e veja se isso faz algum sentido. Você está novamente raciocinando em ataque, ataque e ataque, quando as forças militares brasileiras tem como missão constitucional prover defesa para a nação... .

Escoltas sim tem também esta função, mas de forma bem mais limitada. Para proteger uma área mais ampla como pode ser necessário um NAE médio/pequeno substituiria mais de uma dezena de fragatas e contra-torpedeiros, e ainda teria mais flexibilidade. E o custo final ainda seria menor.

Hoje o NAe São Paulo serviria apenas para atacar o solo ou pequenas embarcações... e será o mesmo quando os AF-1 forem modernizados... ou achas mesmo que eles serão capazes de enfrentar um Mig-29 ou um Gripen, por exemplo? Os mísseis de cruzeiro e SNB servem para dissuadir e bloquear, pois o SNBr, armado com mísseis de cruzeiro, bloqueia o mar, e pode atacar alvos em solo.

Como não poderemos ter muitos meios aereos, desenvolver um míssil de cruzeiro, que possa ser lançado das fragatas e do SNBr é essencial, para que aumente-se o raio de alcance das armas, pois dificilmente teremos os 2 NAes operantes a tempo todo, e um NAe com 50.000t não leva lá um grande número de aeronaves.

Um NAe, ao meu ver, serve unicamente para projectar poder onde a Força Aérea tem mais dificuldade em chegar, como por exemplo, do outro lado do Atlântico.
A MB aparentemente discorda totalmente. E pelo que sei, com exceção do folclórico e finado Enéias nossos políticos também.

Esta história de projetar força é coisa de países como EUA e Israel, que tem como princípio atacar antes que o suposto inimigo o faça e que assim colecionam desafetos e inimigos no mundo inteiro. E por isso mesmo tornam-se cada vez mais agressivos, em um círculo vicioso sem fim. Ainda bem que o Brasil pensa diferente.

Não acredito que seja por aí Leandro. O Brasil, no futuro, vai ser muito tentador para algumas nações, e ser capaz de dissuadir esses planos, através da projeção de força, pode ser um aspecto bem interessante na Defesa do país, tal como manda a Constituição. Não precisamos atacar de antemão, mas podemos fazer qualquer um pensar 2x antes. Do mais pequeno, ao maior possível inimigo.
Vamos supor que o Brasil fosse atacado por um país no Sul da África, hipoteticamente falando. Digamos que eles atacam um Navio Mercante, ou afundam mesmo algum Navio Brasileiro de surpresa. O que a FAB poderia fazer? Os F-5M não seriam capazes de ir até lá, inicialmente, fazer operações de A/A ou os A-1 fazer A/G, pois não seria economicamente eficiente, devido a quantidade de aeronaves reabastecedoras que seriam necessárias para manter as aeronaves, de perna curta, no ar... restaria a MB levar um GT baseado no A-12 para usar os parcos AF-1 para bombardear pontos de alto valor, já que não possuímos mísseis de cruzeiro, afim de dissuadir futuros ataques. Além de levar entre 2 a 3 dos poucos submarinos para fazer um bloqueio marítimo...
Nem mesmo se a MB possuísse um Nimitz com 80 F-18 à bordo teríamos condições de fazer muita coisa além de alguma missão vazia de retaliação contra um inimigo destes, e depois teríamos que correr de volta para longe do seu litoral antes que acabassem nosso combustível e munições, ou que a força aérea deles afundasse o nosso NAE também. Para poder encostar em um litoral hostil e ficar atacando alvos de alto valor até sentir a honra lavada seriam necessários mais do que um GT completo (os americanos usam sempre pelo menos 2 ou 3), junto com todo o suporte logístico necessário e a garantia de rotas marítimas livres e seguras (e tome mais GT´s e unidades de apoio). Por isso a US Navy precisa ter o tamanho que tem, além de todo o suporte das outras forças militares dos EUA.

Opa, se tívessemos um GT nucleado num Nimitz, com 80 aeronaves como o F-18, acredito que teríamos meios também para mantê-lo num TO. O que eu propus não era simplesmente ir lá e descer o porrete, pois isto seria estupidez, mas sim ir lá e lançar ataques preventivos, neutralizar algumas bases, e evitar novos ataques. E para o exemplo que propus, ou seja, um país emergente, ou desesperado, ou a ser manipulado, etc, do outro lado do Atlântico, mas de pequeno poder, não seria necessário encostar 2 ou 3 GT, mas sim um bom GT, seja ele baseado num NAe, num SNBr ou em Fragatas/Contratorpedeiros. O que interessa é que possuam armamentos capazes de dissuadir com a menor exposição dos meios e do pessoal.

Não é assim que um país como o Brasil agiria. A retaliação seria com sub´s nucleares afundando alvos do inimigo equivalentes ao nosso que ele afundou, e no máximo com mísseis de cruzeiro (também lançados de sub´s, que nem precisariam ser nucleares) atacando os portos e bases aéreas usados pelas unidades agressoras. E depois disso nossas forças se retirariam e seriam tomadas ações diplomáticas. Nenhum NAE entraria nesta equação. O NAE brasileiro entraria caso outros navios do Brasil tivessem que necessariamente passar pela mesma área vulnerável e fosse preciso garantir sua segurança. E aí novamente um navio (ou no máximo 2) com 24 (ou 48) caças modernos estaria de muitíssimo bom tamanho. Se o inimigo fosse tão poderoso a ponto disso não ser suficiente, a ação inteligente seria evitar a área a qualquer custo, até os EUA fariam isso, ninguém se arrisca à toa só para provar que é o poderoso.

Pois, se o NAe Brasileiro não for para servir como uma base avançada longe da nossa costa, ou seja, um meio capaz de lançar aeronaves com armamento suficiente para realizar surtidas, seja, ar-ar, ou ar-terra, não serve para nada então, a não ser manter um treinamento ideológico... Pois para o resto, temos, ou teremos, as escoltas e os submarinos. Unicamente como meio de defesa, os SNA e as escoltas anti-aéreas e de emprego geral cumprem a missão completamente.
Ou seja, para que serveria um NAe ao Brasil, além de projetar força onde haveria mais dificuldades para a FAB? Porquê, se é para proteger algumas zonas mais avançadas e distantes, is Submarinos Nuclear de Ataque são mais indicados. Agora, o que não pode é ter apenas por ter, sonhando com um futuro incerto ou improvável. Como disseram, 48 aeronaves de ataque, modernas, em 2 NAes na MB é algo até difícil de conceber, e mesmo assim, não estarão as 48 aeronaves a operar a bordo 24/7, porque vão deixar as bi-place para treinamento, e somente em último caso serão utilizadas para o ataque; assim como a USN não leva todos os seus SH à bordo, nem a MN com os seus poucos Rafales; e tenho certeza, que ninguém aqui apostaria um dedo a se comprometer que este plano realmente se concretizará... pelo menos não enquanto o Governo continuar a ter a visão que tem hoje sobre as FFAA Brasileiras, nem no prazo que estipulam, que já é enorme.

Portanto, há que se decidir onde está a prioridade a seguir-se ao SNBr. Hoje, o Submarino Nuclear de Ataque é o centro das atenções, mas há que se pensar no que vem a seguir. Uma Marinha não é feita somente de Submarinos. Vamos investir forte em Fragatas/Contratorpedeiros capacitados, de maior tonelagem, com capacidade para operar por mais tempo, e em condições adversas, armados com mísseis de cruzeiro com boa distância, e boas quantidades de mísseis anti-aéreos, ou vamos investir num GT bem equilibrado, mas lembrando que o NAe é o centro desse GT, e como tal, deve receber meios capazes, e em número suficiente, além de armamentos modernos, para que, quando precisarmos, não seja necessário fazer das tripas o coração para dissuadir um país qualquer de nos atacar, mesmo que seja com a intenção de desestabilizar ou atrasar o nosso crescimento?
A MB já deixou claro que pensa em uma marinha equilibrada para cumprir as funções que a ela cabem. E isso pode ser perfeitamente alcançado com NAE´s de 50.000 ton operando 24 aviões. Dois, para garantir a disponibilidade de pelo menos um em qualquer emergência. Qualquer coisa além disso está não além da capacidade do país adquirir e manter, está além das necessidades que justifiquem um gasto tão grande quando muitas outras necessidades também precisam ser atendidas (AAe, artilharia e mísseis modernos, VANT´s e caças para a FAB, etc....). Pelo menos até que a realidade geopolítica dê sinais de que vai mudar e outras necessidades militares possam ser identificadas. E hoje isso não está no horizonte.

Acredito que a MB tenta equilibrar uma força capaz de cumprir as suas missões consoante ao dinheiro que acredita que irá dispor. Pois sabe que o que projeta não é o ideal para o Brasil, mas tem que ser o ideal para aquilo que o Governo quer como defesa para o país. Tudo o que está a requerer um maior esforço hoje é apenas resultado do grave abandono que as FFAA sofreram, pois, ao contrário de muitos países, que iniciam novos programas como consequência dos que já existem, o Brasil está a precisar fazer a maioria do 0, o que é mais difícil para um país que não cresce, economicamente, como desejam que cresça.

Um grande abraço,


Leandro G. Card
Um grande abraço pra si também.

[009]




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Re: PRONAE - Novos NAe's da MB (MB A-1X)

#244 Mensagem por LeandroGCard » Seg Dez 31, 2012 9:42 am

Andre Correa escreveu:Hoje o NAe São Paulo serviria apenas para atacar o solo ou pequenas embarcações... e será o mesmo quando os AF-1 forem modernizados... ou achas mesmo que eles serão capazes de enfrentar um Mig-29 ou um Gripen, por exemplo? Os mísseis de cruzeiro e SNB servem para dissuadir e bloquear, pois o SNBr, armado com mísseis de cruzeiro, bloqueia o mar, e pode atacar alvos em solo.
Esqueça o São Paulo nesta discussão, mesmo com seus AF-1 modernizados ele permanecerá basicamente como um navio-escola, apto para a formação de doutrina e nada mais. Para os inimigos que ele pudesse realmente enfrentar nem sequer precisaríamos dele, e para os demais ele serias apenas um alvo fácil. A MB o manterá na ativa basicamente para não perder todas as esperanças de um dia poder possuir um NAe realmente operacional, e só.
Como não poderemos ter muitos meios aereos, desenvolver um míssil de cruzeiro, que possa ser lançado das fragatas e do SNBr é essencial, para que aumente-se o raio de alcance das armas, pois dificilmente teremos os 2 NAes operantes a tempo todo, e um NAe com 50.000t não leva lá um grande número de aeronaves.
Claro, claro, ataque novamente. Sem dúvida precisamos também de alguma capacidade de ataque, isso é fundamental para o poder dissuasório, mas mísseis de cruzeiro nada tem a ver com NAE´s, pelo contrário, a existência deles dispensa o uso de aeronaves para esta função. Se tivermos bons mísseis de cruzeiro lançáveis por navios e sub´s (e já estamos trabalhando nisso) os NAE´s grandes com aviões de ataque tornam-se ainda menos necessários.
Não acredito que seja por aí Leandro. O Brasil, no futuro, vai ser muito tentador para algumas nações, e ser capaz de dissuadir esses planos, através da projeção de força, pode ser um aspecto bem interessante na Defesa do país, tal como manda a Constituição. Não precisamos atacar de antemão, mas podemos fazer qualquer um pensar 2x antes. Do mais pequeno, ao maior possível inimigo.
Que país você consegue imaginar que no futuro pudesse ameaçar militarmente nosso território (afinal, as “tentações” que temos estão aqui em nosso próprio território, não é mesmo) e contra o qual pudéssemos enviar NAE´s , de qualquer tamanho que fossem, em ações preventivas? Qualquer nação capaz de vir até aqui tentar explorar o nosso petróleo ou apoiar com tropas movimentos de independência de tribos da Amazônia teria força aérea e marinha tão poderosas que apenas uma frota como a dos EUA poderia tentar se aproximar de seu litoral o suficiente para lançar aviões, e mesmo assim correndo muitos riscos. Veja se os EUA ameaçam usar seus NAE´s para atacar território continental Chinês, Russo ou mesmo Indiano? Então iríamos nós colocar os nossos nas costas dos EUA ou da Europa, enfrentando apenas toda a OTAN?

Já se o eventual inimigo for um país africano ou sul-americano, para que precisaríamos de mais do que um punhado de SH ou Rafale para proteção dos navios que iriam lançar os mísseis de cruzeiro, estes sim as armas para um eventual (e extremamente improvável) ataque?

Opa, se tívessemos um GT nucleado num Nimitz, com 80 aeronaves como o F-18, acredito que teríamos meios também para mantê-lo num TO. O que eu propus não era simplesmente ir lá e descer o porrete, pois isto seria estupidez, mas sim ir lá e lançar ataques preventivos, neutralizar algumas bases, e evitar novos ataques. E para o exemplo que propus, ou seja, um país emergente, ou desesperado, ou a ser manipulado, etc, do outro lado do Atlântico, mas de pequeno poder, não seria necessário encostar 2 ou 3 GT, mas sim um bom GT, seja ele baseado num NAe, num SNBr ou em Fragatas/Contratorpedeiros. O que interessa é que possuam armamentos capazes de dissuadir com a menor exposição dos meios e do pessoal.
Ou seja, você não está supondo que teríamos apenas NAE´s maiores e mais poderosos, mas uma marinha como a americana (mesmo alguns países pobres da África e da AL estão equipados com SU-27 e outras gracinhas do tipo, não se esqueça). E isso para usar em ataques que nem os EUA praticam mais. Não são mais os aviões da US Navy que atacam alvos preventivamente, mas os mísseis Tomahawk. Os aviões só são usados em guerras de maior extensão, como nas invasões do Iraque, e mesmo isso está caindo em desuso com a utilização cada vez maior de VANT´s.

E novamente, os EUA só aproximam seus NAE´s das costas de países menores e relativamente desprotegidos , em uma diplomacia do “Big Stick” que eu espero jamais ver o meu país adotar.
Pois, se o NAe Brasileiro não for para servir como uma base avançada longe da nossa costa, ou seja, um meio capaz de lançar aeronaves com armamento suficiente para realizar surtidas, seja, ar-ar, ou ar-terra, não serve para nada então, a não ser manter um treinamento ideológico... Pois para o resto, temos, ou teremos, as escoltas e os submarinos. Unicamente como meio de defesa, os SNA e as escoltas anti-aéreas e de emprego geral cumprem a missão completamente.
Então se os aviões de nossos eventuais (e por enquanto improváveis) NAE´s não puderem lançar bombas contra alvos em terra as linhas de navegação para nossos navios deverão permanecer desprotegidas, contando apenas com os eventuais mísseis AAe das escoltas para sua defesa, é isso? Se precisarmos desembarcar tropas em missões da ONU ou retirar nossos cidadãos de uma região conflagrada o faremos contando apenas com a proteção de meia dúzia de escoltas (porque se vamos adquirir várias dezenas de escoltas para garantir a proteção AAe então ficaria mais barato partir logo para os NAE´s médio/leves).

Você realmente confia em mísseis AAe instalados em escoltas para a proteção anti-aérea completa de uma área por um tempo razoável, mesmo sabendo que assim a iniciativa no ar fica inteiramente nas mãos do inimigo? Eu pessoalmente não confio, nem mesmo no caso de escoltas muitíssimo mais capazes no quesito AAe do que aquelas que a MB está contemplando.
Acredito que a MB tenta equilibrar uma força capaz de cumprir as suas missões consoante ao dinheiro que acredita que irá dispor. Pois sabe que o que projeta não é o ideal para o Brasil, mas tem que ser o ideal para aquilo que o Governo quer como defesa para o país. Tudo o que está a requerer um maior esforço hoje é apenas resultado do grave abandono que as FFAA sofreram, pois, ao contrário de muitos países, que iniciam novos programas como consequência dos que já existem, o Brasil está a precisar fazer a maioria do 0, o que é mais difícil para um país que não cresce, economicamente, como desejam que cresça.
Aqui concordamos inteiramente. E você há de convir que no tocante a obter os recursos com o GF para concretizar seus planos é muito menos irrealista tentar aprovar NAE´s médio/pequenos com duas dúzias de caças para defesa do que enormes plataformas cheias com várias dezenas de aviões de ataque.

É a MB tentando fazer o que pode com o que espera conseguir.


Abraços novamente,


Leandro G. Card




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Re: PRONAE - Novos NAe's da MB (MB A-1X)

#245 Mensagem por FCarvalho » Qua Jan 02, 2013 12:14 pm

Lord Nauta escreveu:Uma pergunta. Na opinião dos colegas um GT da MB nucleado em um NAe entraria em combate, no futuro próximo, contra um GT equivalente pertencente a qual potencia naval?
A END prega que tenhamos um poder naval crível o suficiente para que possa dissuadir quaisquer eventuais oposição aos nossos interesses. Não escolhe e nem define adversários. E à esta questão, a MB respondeu com o PAEMB, que significa dizer que a Marinha necessita, minimamente, de 2 Nae's, e duas esquadras com 30 escoltas, navios de apoio e SubNuc's. Contra quem você acha que isso seria o suficiente?

Acredito que e importante realizarmos estes exercícios prospectivos. Quais seriam as ameaças a serem confrontadas: A US NAVY, a OTAN, a Federação Russa, a China, a Argentina ou a Africa do Sul?
No curto prazo nenhum, e no médio/longo, potencialmente, todos e mais alguns. Em política internacional, é sempre bom lembrar, não existem amizades, há interesses. Caso contrário a Marinha não requereria para si 30 novos navios e 2 Nae's. Ficaríamos com NaPaOc, Vant's e helos Sar.


Temos interesses a serem protegidos em escala mundial? Ainda não, mas teremos no longo prazo. Prioridade sempre será o AS, que por si só nunca fomos capazes de dar conta.

Nossa politica externa alicerçada na Constituição contempla o uso da força para a resolução de conflitos? Sim. No caso estritamente de defesa do território do país, na proteção da vida e bens de brasileiros no exterior, e/ou a defesa do interesse nacional enquanto recurso último, e esgotadas todos os meios diplomáticos possíveis(CF1988).

Os NAe's da MB serão empregados estrategicamente como armas de dissuasão? Sim, na justa medida das necessidades e oportunidades, haja vista ser esta a sua função primária. Assim como definido na END e nos manuais da guerra naval. Não somos os USA, mas também não somos a Islândia.

Quem queremos dissuadir? Todos e qualquer um. Vide END, novamente. Não escolhemos e nem identificamos inimigos. Nossa capacidade de dissuasão está ligada não a eliminação total da proveniência de ameaças, mas na capacidade de opor-se a elas qualitativamente, e de tal forma, que a relação custo benefício de um embate contra nós não seja favorável a qualquer eventual opositor, seja ele os USA, a China, a Russia ou a Otan. A pretensão não é vencer a qualquer custo, é tornar a vitória de outrem cara demais, de modo que os meios não justifique os fins. Mas disso já sabemos todos nós aqui.

Pretendemos assumir de fato liderança mundial? Não temos e nem nunca tivemos tal assertiva em nossa política externa, e creio jamais viremos a tê-la, salvo mudança extremamente radical. Simplesmente não faz parte da nossa cultura e historicidade. Nada nos indica, e nem propõe, esse caminho. A questão é de uma participação mais ativa e potencial de responsabilidades compartilhadas do poder mundial. Claro, isso na teoria, daqueles que creem na benevolência humanitária dos políticos.

Teremos recursos e vontade politica permanente para exercermos liderança global? Vide resposta acima.

Os NAe's serão utilizados como instrumentos de diplomacia e de projeção da capacidade cientifica-tecnologica do país? Deveriam, ao menos em tese. Na prática são outros quinhentos...Temos maturidade para tanto?

O que a posse de NAe's de fato agregara valor a vontade nacional? Na medida em que cresce nossa economia, nossos interesses, e responsabilidades, crescerão junto a ela, e por consequência, a noção de consciência sobre a necessidade de defesa de nossos interesses, e por consequência do país. Nae's são a expressão dessa consciência, e de fato, a indicação concreta da vontade nacional em defender os seus interesses, onde quer que eles estiverem. No entanto ainda temos um longuíssimo caminho para chegar a tal condição de consciência da sociedade civil e política. Porque militar temos. Falta-nos aquelas primeiras.

A estas peguntas seria capaz de acrescentar outras centenas, que poderiam ser utilizadas também em outras questões relacionadas a defesa de nosso Brasil.

Eu, penso que antes de ficarmos pensando em GAE com 60 CDF operando a partir de NAe's de 75.000 toneladas e preciso que o Brasil defina de fato que ele quer, ser protagonista ou coadjuvante global? O Brasil, politicamente, já definiu que quer ser grande. Mas continua com aquela mania infanto-juvenil e inocente de nossa diplomacia e governança ideologizada de o poder ser, sem abandonar a figura de um gigante-gentil. Enfim, continuamos a ser o mesmo gigante de pés de barro de sempre, e, falta-nos perspectivas de maior maturidade para perceber que uma vez no mundo adulto, temo-nos que portamos como adultos, e deixar - como o diria o apostolo Paulo - as coisa de criança, para podermos ver então a realidade de fato como ela é. Estamos preparados para isso? Ainda não. Estamos preparados para termos mais de um Nae's? Acredito também que não. Já que não teríamos a hombridade, a celeridade e nem a maturidade de os usar, sem eventuais devaneios, quando e onde necessário fosse. Nae's são brinquedos de gente grande. Não somos ainda tão grandes assim. Continuamos a brincar de estilingue, mesmo que imaginando que ele seja um .457 Magnum em nossas mãos.

Sou da opinião que quando a MB definiu que os próximos NAE's serão de 55.000 ton e embarcarão 20/24 CDF ela fez a escolha correta. O Cenário vislumbrado e o nosso TOM e as possíveis áreas de interesse nacional nas próximas décadas. Nosso TOM prioritário sempre foi, é e continuará sendo o Atlântico Sul. Por muito tempo ainda. Mas, algum dia tivemos capacidade naval de nos impor neste contexto marítimo? Não. Com o PAEMB, caso sua integridade viesse a ser contemplada, coisa que não acontecerá jamais, a Marinha tinha a vã pretensão de dispor de uma capacidade crível, segundo a própria END, para, nesse TOM, ser capaz de defender e, quiçá, impor a vontade de nossos interesses sobre o mesmo. Mas isso não acontecerá, nem agora e nem depois, visto a opinião geral da presidenta - e demais estatamentos governamentais - sobre o assunto PAED, e demais questões de defesa. Continuaremos na mesma situação de sempre. Nem capazes de nos defender qualitativamente nas proximidades litorâneas e nem de o fazer da mesma forma, também, em águas azuis, ainda que restritas ao AS. Apesar dos discursos em contrário, continuaremos com um poder naval(e militar) retórico, de papel e para desfiles, assim como as demais ffaa's do país, e bem ao gosto da irresponsabilidade/indiferença classe política e da permissividade e leniência nacional.

A construção de uma Esquadra equilibrada compatível com a realidade nacional futura (econômica e politica), preparando-a com bases solidas para passos maiores, no que estaria inserido então os NAe's de 75.000 ton com seus 60 CDF. Não se falou aqui em 60 caças embarcados, mas em manter-se um único e provável Nae, de preferencia com base na classe "QE", com capacidade de embarque entre 50 a 60 aeronaves, entre caças, helos, aew e Cod/revo, como sendo o conceito mais factível e de melhor relação custoxbenefício para a mb, tendo em vista um país como o nosso, que não disporá, salvo engano, jamais de recursos financeiros justos e necessários à melhor manutenção de suas forças militares. Ninguém imagina aqui um Nae com 60 caças, mas mais especificamente, sobre a minha opinião, vide as respostas acima colocadas a si, que a aquisição de Nae maior da classe de 75 mil toneladas e um GAE de caça naval na casa de 36 a 48 aeronaves nos é mais útil e benigno, do que a tentativa de se manter dois navios menores e com a dispersão de meios e recursos que jamais virão ou existirão para sua construção e/ou manutenção operacional. É como eu disse, diante da mediocridade nacional, " é melhor um Nae 'grande na mão(mar), do que dois médios parados no porto".
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Re: PRONAE - Novos NAe's da MB (MB A-1X)

#246 Mensagem por Lord Nauta » Qua Jan 02, 2013 10:11 pm

FCarvalho escreveu:
Lord Nauta escreveu:Uma pergunta. Na opinião dos colegas um GT da MB nucleado em um NAe entraria em combate, no futuro próximo, contra um GT equivalente pertencente a qual potencia naval?
A END prega que tenhamos um poder naval crível o suficiente para que possa dissuadir quaisquer eventuais oposição aos nossos interesses. Não escolhe e nem define adversários. E à esta questão, a MB respondeu com o PAEMB, que significa dizer que a Marinha necessita, minimamente, de 2 Nae's, e duas esquadras com 30 escoltas, navios de apoio e SubNuc's. Contra quem você acha que isso seria o suficiente?

Acredito que e importante realizarmos estes exercícios prospectivos. Quais seriam as ameaças a serem confrontadas: A US NAVY, a OTAN, a Federação Russa, a China, a Argentina ou a Africa do Sul?
No curto prazo nenhum, e no médio/longo, potencialmente, todos e mais alguns. Em política internacional, é sempre bom lembrar, não existem amizades, há interesses. Caso contrário a Marinha não requereria para si 30 novos navios e 2 Nae's. Ficaríamos com NaPaOc, Vant's e helos Sar.


Temos interesses a serem protegidos em escala mundial? Ainda não, mas teremos no longo prazo. Prioridade sempre será o AS, que por si só nunca fomos capazes de dar conta.

Nossa politica externa alicerçada na Constituição contempla o uso da força para a resolução de conflitos? Sim. No caso estritamente de defesa do território do país, na proteção da vida e bens de brasileiros no exterior, e/ou a defesa do interesse nacional enquanto recurso último, e esgotadas todos os meios diplomáticos possíveis(CF1988).

Os NAe's da MB serão empregados estrategicamente como armas de dissuasão? Sim, na justa medida das necessidades e oportunidades, haja vista ser esta a sua função primária. Assim como definido na END e nos manuais da guerra naval. Não somos os USA, mas também não somos a Islândia.

Quem queremos dissuadir? Todos e qualquer um. Vide END, novamente. Não escolhemos e nem identificamos inimigos. Nossa capacidade de dissuasão está ligada não a eliminação total da proveniência de ameaças, mas na capacidade de opor-se a elas qualitativamente, e de tal forma, que a relação custo benefício de um embate contra nós não seja favorável a qualquer eventual opositor, seja ele os USA, a China, a Russia ou a Otan. A pretensão não é vencer a qualquer custo, é tornar a vitória de outrem cara demais, de modo que os meios não justifique os fins. Mas disso já sabemos todos nós aqui.

Pretendemos assumir de fato liderança mundial? Não temos e nem nunca tivemos tal assertiva em nossa política externa, e creio jamais viremos a tê-la, salvo mudança extremamente radical. Simplesmente não faz parte da nossa cultura e historicidade. Nada nos indica, e nem propõe, esse caminho. A questão é de uma participação mais ativa e potencial de responsabilidades compartilhadas do poder mundial. Claro, isso na teoria, daqueles que creem na benevolência humanitária dos políticos.

Teremos recursos e vontade politica permanente para exercermos liderança global? Vide resposta acima.

Os NAe's serão utilizados como instrumentos de diplomacia e de projeção da capacidade cientifica-tecnologica do país? Deveriam, ao menos em tese. Na prática são outros quinhentos...Temos maturidade para tanto?

O que a posse de NAe's de fato agregara valor a vontade nacional? Na medida em que cresce nossa economia, nossos interesses, e responsabilidades, crescerão junto a ela, e por consequência, a noção de consciência sobre a necessidade de defesa de nossos interesses, e por consequência do país. Nae's são a expressão dessa consciência, e de fato, a indicação concreta da vontade nacional em defender os seus interesses, onde quer que eles estiverem. No entanto ainda temos um longuíssimo caminho para chegar a tal condição de consciência da sociedade civil e política. Porque militar temos. Falta-nos aquelas primeiras.

A estas peguntas seria capaz de acrescentar outras centenas, que poderiam ser utilizadas também em outras questões relacionadas a defesa de nosso Brasil.

Eu, penso que antes de ficarmos pensando em GAE com 60 CDF operando a partir de NAe's de 75.000 toneladas e preciso que o Brasil defina de fato que ele quer, ser protagonista ou coadjuvante global? O Brasil, politicamente, já definiu que quer ser grande. Mas continua com aquela mania infanto-juvenil e inocente de nossa diplomacia e governança ideologizada de o poder ser, sem abandonar a figura de um gigante-gentil. Enfim, continuamos a ser o mesmo gigante de pés de barro de sempre, e, falta-nos perspectivas de maior maturidade para perceber que uma vez no mundo adulto, temo-nos que portamos como adultos, e deixar - como o diria o apostolo Paulo - as coisa de criança, para podermos ver então a realidade de fato como ela é. Estamos preparados para isso? Ainda não. Estamos preparados para termos mais de um Nae's? Acredito também que não. Já que não teríamos a hombridade, a celeridade e nem a maturidade de os usar, sem eventuais devaneios, quando e onde necessário fosse. Nae's são brinquedos de gente grande. Não somos ainda tão grandes assim. Continuamos a brincar de estilingue, mesmo que imaginando que ele seja um .457 Magnum em nossas mãos.

Sou da opinião que quando a MB definiu que os próximos NAE's serão de 55.000 ton e embarcarão 20/24 CDF ela fez a escolha correta. O Cenário vislumbrado e o nosso TOM e as possíveis áreas de interesse nacional nas próximas décadas. Nosso TOM prioritário sempre foi, é e continuará sendo o Atlântico Sul. Por muito tempo ainda. Mas, algum dia tivemos capacidade naval de nos impor neste contexto marítimo? Não. Com o PAEMB, caso sua integridade viesse a ser contemplada, coisa que não acontecerá jamais, a Marinha tinha a vã pretensão de dispor de uma capacidade crível, segundo a própria END, para, nesse TOM, ser capaz de defender e, quiçá, impor a vontade de nossos interesses sobre o mesmo. Mas isso não acontecerá, nem agora e nem depois, visto a opinião geral da presidenta - e demais estatamentos governamentais - sobre o assunto PAED, e demais questões de defesa. Continuaremos na mesma situação de sempre. Nem capazes de nos defender qualitativamente nas proximidades litorâneas e nem de o fazer da mesma forma, também, em águas azuis, ainda que restritas ao AS. Apesar dos discursos em contrário, continuaremos com um poder naval(e militar) retórico, de papel e para desfiles, assim como as demais ffaa's do país, e bem ao gosto da irresponsabilidade/indiferença classe política e da permissividade e leniência nacional.

A construção de uma Esquadra equilibrada compatível com a realidade nacional futura (econômica e politica), preparando-a com bases solidas para passos maiores, no que estaria inserido então os NAe's de 75.000 ton com seus 60 CDF. Não se falou aqui em 60 caças embarcados, mas em manter-se um único e provável Nae, de preferencia com base na classe "QE", com capacidade de embarque entre 50 a 60 aeronaves, entre caças, helos, aew e Cod/revo, como sendo o conceito mais factível e de melhor relação custoxbenefício para a mb, tendo em vista um país como o nosso, que não disporá, salvo engano, jamais de recursos financeiros justos e necessários à melhor manutenção de suas forças militares. Ninguém imagina aqui um Nae com 60 caças, mas mais especificamente, sobre a minha opinião, vide as respostas acima colocadas a si, que a aquisição de Nae maior da classe de 75 mil toneladas e um GAE de caça naval na casa de 36 a 48 aeronaves nos é mais útil e benigno, do que a tentativa de se manter dois navios menores e com a dispersão de meios e recursos que jamais virão ou existirão para sua construção e/ou manutenção operacional. É como eu disse, diante da mediocridade nacional, " é melhor um Nae 'grande na mão(mar), do que dois médios parados no porto".
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Prezado Colega,

Parabéns pelas respostas. As mesmas são iguais as que eu daria para as minhas próprias perguntas. Infelizmente tudo indica que o PAEMB dificilmente será mesmo que parcialmente implementado. Considero interessante a sua visão de um NAe de maior porte do que o previsto no momento pela MB. Foi publicado a pouco tempo em uma das edições da RMB um excelente trabalho que advoga a obtenção de um NAe de 65.000 ton. O trabalho demonstra que o custo um pouco maior de obtenção de um navio de maior tonelagem e compensador quando são considerados os ganhos operacionais. Acredito que a MB esteja ponderando esta questão e que as propostas das empresas convidadas para o PRONAE possam apresentar alternativas de navios de maior porte.

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Re: PRONAE - Novos NAe's da MB (MB A-1X)

#247 Mensagem por Lord Nauta » Qua Jan 02, 2013 10:11 pm

FCarvalho escreveu:
Lord Nauta escreveu:Uma pergunta. Na opinião dos colegas um GT da MB nucleado em um NAe entraria em combate, no futuro próximo, contra um GT equivalente pertencente a qual potencia naval?
A END prega que tenhamos um poder naval crível o suficiente para que possa dissuadir quaisquer eventuais oposição aos nossos interesses. Não escolhe e nem define adversários. E à esta questão, a MB respondeu com o PAEMB, que significa dizer que a Marinha necessita, minimamente, de 2 Nae's, e duas esquadras com 30 escoltas, navios de apoio e SubNuc's. Contra quem você acha que isso seria o suficiente?

Acredito que e importante realizarmos estes exercícios prospectivos. Quais seriam as ameaças a serem confrontadas: A US NAVY, a OTAN, a Federação Russa, a China, a Argentina ou a Africa do Sul?
No curto prazo nenhum, e no médio/longo, potencialmente, todos e mais alguns. Em política internacional, é sempre bom lembrar, não existem amizades, há interesses. Caso contrário a Marinha não requereria para si 30 novos navios e 2 Nae's. Ficaríamos com NaPaOc, Vant's e helos Sar.


Temos interesses a serem protegidos em escala mundial? Ainda não, mas teremos no longo prazo. Prioridade sempre será o AS, que por si só nunca fomos capazes de dar conta.

Nossa politica externa alicerçada na Constituição contempla o uso da força para a resolução de conflitos? Sim. No caso estritamente de defesa do território do país, na proteção da vida e bens de brasileiros no exterior, e/ou a defesa do interesse nacional enquanto recurso último, e esgotadas todos os meios diplomáticos possíveis(CF1988).

Os NAe's da MB serão empregados estrategicamente como armas de dissuasão? Sim, na justa medida das necessidades e oportunidades, haja vista ser esta a sua função primária. Assim como definido na END e nos manuais da guerra naval. Não somos os USA, mas também não somos a Islândia.

Quem queremos dissuadir? Todos e qualquer um. Vide END, novamente. Não escolhemos e nem identificamos inimigos. Nossa capacidade de dissuasão está ligada não a eliminação total da proveniência de ameaças, mas na capacidade de opor-se a elas qualitativamente, e de tal forma, que a relação custo benefício de um embate contra nós não seja favorável a qualquer eventual opositor, seja ele os USA, a China, a Russia ou a Otan. A pretensão não é vencer a qualquer custo, é tornar a vitória de outrem cara demais, de modo que os meios não justifique os fins. Mas disso já sabemos todos nós aqui.

Pretendemos assumir de fato liderança mundial? Não temos e nem nunca tivemos tal assertiva em nossa política externa, e creio jamais viremos a tê-la, salvo mudança extremamente radical. Simplesmente não faz parte da nossa cultura e historicidade. Nada nos indica, e nem propõe, esse caminho. A questão é de uma participação mais ativa e potencial de responsabilidades compartilhadas do poder mundial. Claro, isso na teoria, daqueles que creem na benevolência humanitária dos políticos.

Teremos recursos e vontade politica permanente para exercermos liderança global? Vide resposta acima.

Os NAe's serão utilizados como instrumentos de diplomacia e de projeção da capacidade cientifica-tecnologica do país? Deveriam, ao menos em tese. Na prática são outros quinhentos...Temos maturidade para tanto?

O que a posse de NAe's de fato agregara valor a vontade nacional? Na medida em que cresce nossa economia, nossos interesses, e responsabilidades, crescerão junto a ela, e por consequência, a noção de consciência sobre a necessidade de defesa de nossos interesses, e por consequência do país. Nae's são a expressão dessa consciência, e de fato, a indicação concreta da vontade nacional em defender os seus interesses, onde quer que eles estiverem. No entanto ainda temos um longuíssimo caminho para chegar a tal condição de consciência da sociedade civil e política. Porque militar temos. Falta-nos aquelas primeiras.

A estas peguntas seria capaz de acrescentar outras centenas, que poderiam ser utilizadas também em outras questões relacionadas a defesa de nosso Brasil.

Eu, penso que antes de ficarmos pensando em GAE com 60 CDF operando a partir de NAe's de 75.000 toneladas e preciso que o Brasil defina de fato que ele quer, ser protagonista ou coadjuvante global? O Brasil, politicamente, já definiu que quer ser grande. Mas continua com aquela mania infanto-juvenil e inocente de nossa diplomacia e governança ideologizada de o poder ser, sem abandonar a figura de um gigante-gentil. Enfim, continuamos a ser o mesmo gigante de pés de barro de sempre, e, falta-nos perspectivas de maior maturidade para perceber que uma vez no mundo adulto, temo-nos que portamos como adultos, e deixar - como o diria o apostolo Paulo - as coisa de criança, para podermos ver então a realidade de fato como ela é. Estamos preparados para isso? Ainda não. Estamos preparados para termos mais de um Nae's? Acredito também que não. Já que não teríamos a hombridade, a celeridade e nem a maturidade de os usar, sem eventuais devaneios, quando e onde necessário fosse. Nae's são brinquedos de gente grande. Não somos ainda tão grandes assim. Continuamos a brincar de estilingue, mesmo que imaginando que ele seja um .457 Magnum em nossas mãos.

Sou da opinião que quando a MB definiu que os próximos NAE's serão de 55.000 ton e embarcarão 20/24 CDF ela fez a escolha correta. O Cenário vislumbrado e o nosso TOM e as possíveis áreas de interesse nacional nas próximas décadas. Nosso TOM prioritário sempre foi, é e continuará sendo o Atlântico Sul. Por muito tempo ainda. Mas, algum dia tivemos capacidade naval de nos impor neste contexto marítimo? Não. Com o PAEMB, caso sua integridade viesse a ser contemplada, coisa que não acontecerá jamais, a Marinha tinha a vã pretensão de dispor de uma capacidade crível, segundo a própria END, para, nesse TOM, ser capaz de defender e, quiçá, impor a vontade de nossos interesses sobre o mesmo. Mas isso não acontecerá, nem agora e nem depois, visto a opinião geral da presidenta - e demais estatamentos governamentais - sobre o assunto PAED, e demais questões de defesa. Continuaremos na mesma situação de sempre. Nem capazes de nos defender qualitativamente nas proximidades litorâneas e nem de o fazer da mesma forma, também, em águas azuis, ainda que restritas ao AS. Apesar dos discursos em contrário, continuaremos com um poder naval(e militar) retórico, de papel e para desfiles, assim como as demais ffaa's do país, e bem ao gosto da irresponsabilidade/indiferença classe política e da permissividade e leniência nacional.

A construção de uma Esquadra equilibrada compatível com a realidade nacional futura (econômica e politica), preparando-a com bases solidas para passos maiores, no que estaria inserido então os NAe's de 75.000 ton com seus 60 CDF. Não se falou aqui em 60 caças embarcados, mas em manter-se um único e provável Nae, de preferencia com base na classe "QE", com capacidade de embarque entre 50 a 60 aeronaves, entre caças, helos, aew e Cod/revo, como sendo o conceito mais factível e de melhor relação custoxbenefício para a mb, tendo em vista um país como o nosso, que não disporá, salvo engano, jamais de recursos financeiros justos e necessários à melhor manutenção de suas forças militares. Ninguém imagina aqui um Nae com 60 caças, mas mais especificamente, sobre a minha opinião, vide as respostas acima colocadas a si, que a aquisição de Nae maior da classe de 75 mil toneladas e um GAE de caça naval na casa de 36 a 48 aeronaves nos é mais útil e benigno, do que a tentativa de se manter dois navios menores e com a dispersão de meios e recursos que jamais virão ou existirão para sua construção e/ou manutenção operacional. É como eu disse, diante da mediocridade nacional, " é melhor um Nae 'grande na mão(mar), do que dois médios parados no porto".
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Parabéns pelas respostas. As mesmas são iguais as que eu daria para as minhas próprias perguntas. Infelizmente tudo indica que o PAEMB dificilmente será mesmo que parcialmente implementado. Considero interessante a sua visão de um NAe de maior porte do que o previsto no momento pela MB. Foi publicado a pouco tempo em uma das edições da RMB um excelente trabalho que advoga a obtenção de um NAe de 65.000 ton. O trabalho demonstra que o custo um pouco maior de obtenção de um navio de maior tonelagem e compensador quando são considerados os ganhos operacionais. Acredito que a MB esteja ponderando esta questão e que as propostas das empresas convidadas para o PRONAE possam apresentar alternativas de navios de maior porte.

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Re: PRONAE - Novos NAe's da MB (MB A-1X)

#248 Mensagem por FCarvalho » Qui Jan 03, 2013 11:39 am

Lord Nauta escreveu:Prezado Colega,
Parabéns pelas respostas. As mesmas são iguais as que eu daria para as minhas próprias perguntas. Infelizmente tudo indica que o PAEMB dificilmente será mesmo que parcialmente implementado. Considero interessante a sua visão de um NAe de maior porte do que o previsto no momento pela MB. Foi publicado a pouco tempo em uma das edições da RMB um excelente trabalho que advoga a obtenção de um NAe de 65.000 ton. O trabalho demonstra que o custo um pouco maior de obtenção de um navio de maior tonelagem e compensador quando são considerados os ganhos operacionais. Acredito que a MB esteja ponderando esta questão e que as propostas das empresas convidadas para o PRONAE possam apresentar alternativas de navios de maior porte.
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Olá caro Nauta.

É bem realmente a nossa realidade. Não somos tudo isso que se propagandeia por aí afora nos últimos anos. Muitos eufemismos e pouco realismo. Principalmente da parte de quem caberia a celeridade e a honestidade de intenções/realizações. Enfim, o nosso governo vive de firulas e chamarizes para tentar vender uma imagem que em maior ou menor medida nunca correspondeu à realidade brasileira. Mas como no Brasil o gosto pela fantasia é um dos afrodisíacos nacionais preferidos, sempre haverá aqueles que disponham-se a comprar a propaganda ideológico-política governamental. Mas isso faz parte do nosso contexto histórico, e dele não haveremos de nos livrar em curto prazo. É preciso bem mais do que algumas décadas e uns e uns e outros salvadores da pátria para substituir-se práticas, costumes e visões seculares da sociedade e da política nacional.

Quanto a Nae eu sempre advoguei aqui que a nossa realidade e culturas politicas dificilmente nos permitiriam ou admitiriam a posse de mais do que um único navio daquele tipo. Simplesmente porque não temos tradição neste campo, e os argumentos para a sua implementação com mais de uma unidade, embora válidos, credíveis e bem fundamentados, jamais convencerão congressistas e palácio do planalto em função da mediocridade de visão e da leniência reconhecida sobre a temática defesa dos mesmos. Eles não se importam e jamais se importarão com o tema. Porque simplesmente a sociedade não se interessa e nem se sente necessitada em saber do mesmo. Ponto. Neste sentido, a bem dos argumentos que expus, ainda creio ser mais válido à nós a manutenção e posse de um único Nae maior, que nos traga não só os ganhos operacionais citos por você, mas, e também, os logísticos, técnicos e industriais advindos da construção de um navio desta classe. Eu e você, e muitos aqui, sabemos o quanto e o que está/pode ser envolvido na construção de um único Nae, ainda mais na categoria exposta por mim. É só ver os documentários nas tv's pagas sobre os projetos americanos e de outros países. Infelizmente, nossa classe dirigente, por mais que se esforce em tentar transparecer uma pseudo-relevância sobre a temática, não consegue e nem se dispoem ou disporá a traduzir isto em recursos e operacionalidade de nossas ffaa's. Vide a opinião da presidenta sobre o PAED.

Talvez se a MB conseguir um dia traduzir, tal como o fez com o PROSUB, em obras e investimentos na parte civil, o projeto, desenvolvimento e construção de Nae nacional da classe dos "QE", que tenho indicado aqui meramente como um exemplo de projeto novo de referência de um Nae da classe de 60/70 mil toneladas, Brasília talvez se digne a pensar na possibilidade de envidar a construção de uma segunda unidade destes navios para a Marinha. Antes disso ser feito, penso que ainda continuaremos reféns, por muito tempo, da mediocridade, imediatismo e provincianismo das decisões
políticas que graçam em nosso país.

Talvez com a Embraer, ou outra gigante de empreendimentos nacional, entrando na questão da construção naval quanto ao PRONAE, possamos vislumbrar uma possibilidade de a minha concepção deixar de ser mera especulação para tornar-se uma real expectativa de consecução deste projeto.

A ver o que o futuro nos aguarda.

abs.




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Re: PRONAE - Novos NAe's da MB (MB A-1X)

#249 Mensagem por Lord Nauta » Qui Jan 03, 2013 12:11 pm

FCarvalho escreveu:
Lord Nauta escreveu:Prezado Colega,
Parabéns pelas respostas. As mesmas são iguais as que eu daria para as minhas próprias perguntas. Infelizmente tudo indica que o PAEMB dificilmente será mesmo que parcialmente implementado. Considero interessante a sua visão de um NAe de maior porte do que o previsto no momento pela MB. Foi publicado a pouco tempo em uma das edições da RMB um excelente trabalho que advoga a obtenção de um NAe de 65.000 ton. O trabalho demonstra que o custo um pouco maior de obtenção de um navio de maior tonelagem e compensador quando são considerados os ganhos operacionais. Acredito que a MB esteja ponderando esta questão e que as propostas das empresas convidadas para o PRONAE possam apresentar alternativas de navios de maior porte.
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Olá caro Nauta.

É bem realmente a nossa realidade. Não somos tudo isso que se propagandeia por aí afora nos últimos anos. Muitos eufemismos e pouco realismo. Principalmente da parte de quem caberia a celeridade e a honestidade de intenções/realizações. Enfim, o nosso governo vive de firulas e chamarizes para tentar vender uma imagem que em maior ou menor medida nunca correspondeu à realidade brasileira. Mas como no Brasil o gosto pela fantasia é um dos afrodisíacos nacionais preferidos, sempre haverá aqueles que disponham-se a comprar a propaganda ideológico-política governamental. Mas isso faz parte do nosso contexto histórico, e dele não haveremos de nos livrar em curto prazo. É preciso bem mais do que algumas décadas e uns e uns e outros salvadores da pátria para substituir-se práticas, costumes e visões seculares da sociedade e da política nacional.

Quanto a Nae eu sempre advoguei aqui que a nossa realidade e culturas politicas dificilmente nos permitiriam ou admitiriam a posse de mais do que um único navio daquele tipo. Simplesmente porque não temos tradição neste campo, e os argumentos para a sua implementação com mais de uma unidade, embora válidos, credíveis e bem fundamentados, jamais convencerão congressistas e palácio do planalto em função da mediocridade de visão e da leniência reconhecida sobre a temática defesa dos mesmos. Eles não se importam e jamais se importarão com o tema. Porque simplesmente a sociedade não se interessa e nem se sente necessitada em saber do mesmo. Ponto. Neste sentido, a bem dos argumentos que expus, ainda creio ser mais válido à nós a manutenção e posse de um único Nae maior, que nos traga não só os ganhos operacionais citos por você, mas, e também, os logísticos, técnicos e industriais advindos da construção de um navio desta classe. Eu e você, e muitos aqui, sabemos o quanto e o que está/pode ser envolvido na construção de um único Nae, ainda mais na categoria exposta por mim. É só ver os documentários nas tv's pagas sobre os projetos americanos e de outros países. Infelizmente, nossa classe dirigente, por mais que se esforce em tentar transparecer uma pseudo-relevância sobre a temática, não consegue e nem se dispoem ou disporá a traduzir isto em recursos e operacionalidade de nossas ffaa's. Vide a opinião da presidenta sobre o PAED.

Talvez se a MB conseguir um dia traduzir, tal como o fez com o PROSUB, em obras e investimentos na parte civil, o projeto, desenvolvimento e construção de Nae nacional da classe dos "QE", que tenho indicado aqui meramente como um exemplo de projeto novo de referência de um Nae da classe de 60/70 mil toneladas, Brasília talvez se digne a pensar na possibilidade de envidar a construção de uma segunda unidade destes navios para a Marinha. Antes disso ser feito, penso que ainda continuaremos reféns, por muito tempo, da mediocridade, imediatismo e provincianismo das decisões
políticas que graçam em nosso país.

Talvez com a Embraer, ou outra gigante de empreendimentos nacional, entrando na questão da construção naval quanto ao PRONAE, possamos vislumbrar uma possibilidade de a minha concepção deixar de ser mera especulação para tornar-se uma real expectativa de consecução deste projeto.

A ver o que o futuro nos aguarda.

abs.

Em minha opinião a MB vai percorrer o mesmo caminho do PROSUB para viabilizar o PRONAE e o PROSUPER, estratégia que se mostra eficiente até este momento. Outra possibilidade que vejo e a construção de navios de menor porte (NaPa, NaPaFlu, Rebocadores, NaAsHo, Auxiliares...etc) sendo obtidos com o discurso do PAC. Até mesmo o complexo naval NO/NE poderá ser realizado em função das grandes obras de engenharia envolvidas. A minha expectativa e que a MB consiga nos próximos anos viabilizar em torno de 1/3 do PAEMB.

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Re: PRONAE - Novos NAe's da MB (MB A-1X)

#250 Mensagem por saullo » Qui Jan 03, 2013 3:49 pm

Também espero que, se nos próximos anos, conseguirmos realizar de 1/3 a 1/2 do PAEMB, já ficarei satisfeito.
Vejam lá:
1 PA de 50.000 ton. ou mais.
2 PH/NPM de 20.000 ton.
4 FT para defesa AA
6 FT para o emprego geral
6 FT leves Barroso
3 SSN, esses demorarão mais, mas vão pra lista assim mesmo
8 SSD, já que acho que o último dos Scorpene BR só será comissianado quando o mais velho dos Tupi talvez já esteja dando baixa
2 NDD tipo Roterdam/Galicia da classe Enforcer
3 a 4 NApLog, onde gosto muito do design do navio JLSS em construção para a Holanda, que tem 204,00 m de comprimento e 28.000 ton. de deslocamento carregado, que seria um faz-tudo, capaz de reabastecer navios (8.000 m3 de óleo), aeronaves (mais de 1.000 m3 de combustível), levar cargas, tem hospital a bordo, pode ser usado como capitânea de frota, é capaz de levar 2 embarcações de desembarque, hangar para até 6 helicópteros médios e convés de vôo para 2 helicópteros do porte do Chinook. Esse tipo de navio seria, a meu ver, muito usado na MB e creio que 3 ou até 4 unidades do mesmo atenderiam e muito bem à MB proposta acima, bem menor que o requerido no PAEMB.

Abraços




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Re: PRONAE - Novos NAe's da MB (MB A-1X)

#251 Mensagem por FCarvalho » Sex Jan 04, 2013 10:09 am

Lord Nauta escreveu:Em minha opinião a MB vai percorrer o mesmo caminho do PROSUB para viabilizar o PRONAE e o PROSUPER, estratégia que se mostra eficiente até este momento. Outra possibilidade que vejo e a construção de navios de menor porte (NaPa, NaPaFlu, Rebocadores, NaAsHo, Auxiliares...etc) sendo obtidos com o discurso do PAC. Até mesmo o complexo naval NO/NE poderá ser realizado em função das grandes obras de engenharia envolvidas. A minha expectativa e que a MB consiga nos próximos anos viabilizar em torno de 1/3 do PAEMB.
Sds
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Nauta, concordo consigo, penso que é por aí mesmo. Os militares já entenderam que nada será encaminhado, neste ou em qualquer outro governo, independente de siglas, em termos de planos de reequipamento para as ffaa's, que os políticos não consigam vislumbrar uma via de ganhos pessoais.

Ademais, podes me indicar qual o número da edição da RMB em que está a matéria sobre o Nae, e o link respectivo para acesso?

abs.




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Re: PRONAE - Novos NAe's da MB (MB A-1X)

#252 Mensagem por Lord Nauta » Sex Jan 04, 2013 12:42 pm

FCarvalho escreveu:
Lord Nauta escreveu:Em minha opinião a MB vai percorrer o mesmo caminho do PROSUB para viabilizar o PRONAE e o PROSUPER, estratégia que se mostra eficiente até este momento. Outra possibilidade que vejo e a construção de navios de menor porte (NaPa, NaPaFlu, Rebocadores, NaAsHo, Auxiliares...etc) sendo obtidos com o discurso do PAC. Até mesmo o complexo naval NO/NE poderá ser realizado em função das grandes obras de engenharia envolvidas. A minha expectativa e que a MB consiga nos próximos anos viabilizar em torno de 1/3 do PAEMB.
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Nauta, concordo consigo, penso que é por aí mesmo. Os militares já entenderam que nada será encaminhado, neste ou em qualquer outro governo, independente de siglas, em termos de planos de reequipamento para as ffaa's, que os políticos não consigam vislumbrar uma via de ganhos pessoais.

Ademais, podes me indicar qual o número da edição da RMB em que está a matéria sobre o Nae, e o link respectivo para acesso?

abs.


RMB volume 131 nº 01/03 de jan/mar 2011. Não existe link para acesso. A RMB (ainda bem!) não e digitalizada.

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Re: PRONAE - Novos NAe's da MB (MB A-1X)

#253 Mensagem por Lord Nauta » Sex Jan 04, 2013 12:58 pm

saullo escreveu:Também espero que, se nos próximos anos, conseguirmos realizar de 1/3 a 1/2 do PAEMB, já ficarei satisfeito.
Vejam lá:
1 PA de 50.000 ton. ou mais.
2 PH/NPM de 20.000 ton.
4 FT para defesa AA
6 FT para o emprego geral
6 FT leves Barroso
3 SSN, esses demorarão mais, mas vão pra lista assim mesmo
8 SSD, já que acho que o último dos Scorpene BR só será comissianado quando o mais velho dos Tupi talvez já esteja dando baixa
2 NDD tipo Roterdam/Galicia da classe Enforcer
3 a 4 NApLog, onde gosto muito do design do navio JLSS em construção para a Holanda, que tem 204,00 m de comprimento e 28.000 ton. de deslocamento carregado, que seria um faz-tudo, capaz de reabastecer navios (8.000 m3 de óleo), aeronaves (mais de 1.000 m3 de combustível), levar cargas, tem hospital a bordo, pode ser usado como capitânea de frota, é capaz de levar 2 embarcações de desembarque, hangar para até 6 helicópteros médios e convés de vôo para 2 helicópteros do porte do Chinook. Esse tipo de navio seria, a meu ver, muito usado na MB e creio que 3 ou até 4 unidades do mesmo atenderiam e muito bem à MB proposta acima, bem menor que o requerido no PAEMB.

Abraços


Prezado Amigo,

Os números sugeridos em minha opinião são muito realistas. Acredito que por volta de 2025 teremos a confirmação de sua visão prospectiva do PAEMB, talvez acrescido de mais 2 SSk e 2 FFG e talvez 1 ou 2 NT(projetados no CPN). Também penso que a MB conseguira obter uma parcela razoável de navios de menor custo (NaPa, RAM, NHo, NaPaFlu, Avisos, Auxiliares...etc) devido a possibilidade de pulverização das construções em estaleiros nacionais de vários porte com consequente geração de emprego, renda, impostos....etc.

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Re: PRONAE - Novos NAe's da MB (MB A-1X)

#254 Mensagem por Lord Nauta » Sex Jan 04, 2013 1:01 pm

saullo escreveu:Também espero que, se nos próximos anos, conseguirmos realizar de 1/3 a 1/2 do PAEMB, já ficarei satisfeito.
Vejam lá:
1 PA de 50.000 ton. ou mais.
2 PH/NPM de 20.000 ton.
4 FT para defesa AA
6 FT para o emprego geral
6 FT leves Barroso
3 SSN, esses demorarão mais, mas vão pra lista assim mesmo
8 SSD, já que acho que o último dos Scorpene BR só será comissianado quando o mais velho dos Tupi talvez já esteja dando baixa
2 NDD tipo Roterdam/Galicia da classe Enforcer
3 a 4 NApLog, onde gosto muito do design do navio JLSS em construção para a Holanda, que tem 204,00 m de comprimento e 28.000 ton. de deslocamento carregado, que seria um faz-tudo, capaz de reabastecer navios (8.000 m3 de óleo), aeronaves (mais de 1.000 m3 de combustível), levar cargas, tem hospital a bordo, pode ser usado como capitânea de frota, é capaz de levar 2 embarcações de desembarque, hangar para até 6 helicópteros médios e convés de vôo para 2 helicópteros do porte do Chinook. Esse tipo de navio seria, a meu ver, muito usado na MB e creio que 3 ou até 4 unidades do mesmo atenderiam e muito bem à MB proposta acima, bem menor que o requerido no PAEMB.

Abraços


Prezado Amigo,

Os números sugeridos em minha opinião são muito realistas. Acredito que por volta de 2025 teremos a confirmação de sua visão prospectiva do PAEMB, talvez acrescido de mais 2 SSk e 2 FFG e talvez 1 ou 2 NT(projetados no CPN). Também penso que a MB conseguira obter uma parcela razoável de navios de menor custo (NaPa, RAM, NHo, NaPaFlu, Avisos, Auxiliares...etc) devido a possibilidade de pulverização das construções em estaleiros nacionais de vários porte com consequente geração de emprego, renda, impostos....etc.

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Re: PRONAE - Novos NAe's da MB (MB A-1X)

#255 Mensagem por dafranca » Ter Abr 09, 2013 5:23 pm

Código: Selecionar todos

LAAD 2013: DCNS reveals Brazilian carrier design
09 April 2013 - 19:03 by Tim Fish in Rio de Janeiro

DCNS is offering an adapted version of its PA2 design for a future Brazilian aircraft carrier.

A model of a 60,000t displacement 285m-long PA2 carrier is being shown by the company at the LAAD exhibition in Rio de Janeiro.

Eric Perrot, DCNS surface ships project director, told Shephard that the Brazilian Navy had plans to acquire one or two new aircraft carriers to replace their existing carrier, NAe Sao Paulo, after 2025.

The Brazilian Navy released a request for proposals (RfP) in 2012 for specifications for aircraft carriers and Perrot said that DCNS along with several other companies had responded with the PA2 design. He said that because in the past Brazil had purchased second-hand carriers, a specifications outline had not been required until now.

Perrot noted that following the collapse of the BAE Systems-DCNS collaboration on aircraft carrier design, the French company had continued the design work and produced the PA2 design with conventional propulsion and a catapult assisted launch and recovery system.

‘From the French side, we see the future is with the catapult system and the Brazilian Navy has a history of using catapult-launched aircraft,’ Perrot said.

The Brazilian Navy operates the F-4 Skyhawk carrier-based aircraft, which are being upgraded by Embraer, but long-term the aircraft will be replaced. However, it is not expected to select a replacement until the Brazilian Air Force has chosen its next generation fighter under the FX-2 project. The three choices for FX-2 are the F-18, Rafale, and the Gripen.

‘Because two of those three have carrier variants available it makes sense for the navy to wait until the air force has chosen its FX-2 aircraft and then base its own decision on this,’ Perrot said.

The Clemenceau-class aircraft carrier Sao Paulo was originally in French Navy service as the Foch and entered Brazilian service in 2000. The 32,800t ship completed an upgrade programme in 2011 and although it is not expected to be replaced until well into the next decade, initial work will have to begin now.

Perrot believes that similar to its submarine and surface ship programmes, the Brazilian Navy will want to build its new ships domestically, with support from experienced international companies to develop an industrial base to carry out this work.

The decision to proceed with the RfP is awaiting governmental approval.
http://www.shephardmedia.com/news/defen ... er-design/
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