Noticias de Portugal

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Re: Noticias de Portugal

#6646 Mensagem por P44 » Qui Dez 13, 2012 2:47 pm

A SÉRIO :?: É MELHOR DIZERES ISSO AO PASSOS E AO GASPAR :!: :!:

Álvaro dos Santos Pereira: “Não vamos ganhar produtividade com salários baixos”

Economia
Autor: João Miguel Ribeiro
Quinta-feira, 13 Dezembro 2012 13:05

O ministro da Economia confessou, durante uma entrevista na SIC Notícias, que Portugal não sairá da crise enquanto os trabalhadores receberam pouco: “é importante percebermos que não vamos ganhar produtividade de forma sustentada com salários baixos”.

Álvaro Santos Pereira, ministro da Economia, admitiu que um dos problemas da economia portuguesa está nos “salários baixos”, com os quais é impossível “ganhar produtividade” que assegure ao tecido empresarial a capacidade de ombrear com a concorrência no mercado global. “Eu acho que os salários e Portugal são demasiados baixos”, afirmou Álvaro Santos Pereira, quando estava a ser entrevistado por José Gomes Ferreira, na SIC Notícias.

“É importante percebermos de uma vez por todas que não vamos ganhar produtividade de forma sustentada com salários baixos”, frisou o ministro, explicando que “os salários são demasiado baixos porque Portugal não conseguiu ter níveis de produtividade a níveis que devíamos ter e mantivemos os salários demasiado baixos”.

O problema, agora, está no ciclo vicioso. Depois de ter afirmado que Portugal não consegue “ganhar produtividade com salários baixos”, Álvaro dos Santos Pereira explicou que os salários só podem aumentar depois da produtividade subir: “como é que podemos ter salários a crescer? Fazendo com que a economia cresça, com que a nossa produtividade cresça”.

http://www.ptjornal.com/2012121312756/g ... aixos.html

tu queres ver que o gajo é um comuna infiltrado????




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Re: Noticias de Portugal

#6647 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Dez 13, 2012 3:49 pm

O tipo últimamente tem mandado cá para fora algumas mensagens que são um pouco contraditórias com a linha que o governo tem defendido. Cá para mim vai ser saneado mais dia menos dia.




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

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Re: Noticias de Portugal

#6648 Mensagem por P44 » Qui Dez 13, 2012 3:54 pm

cabeça de martelo escreveu:O tipo últimamente tem mandado cá para fora algumas mensagens que são um pouco contraditórias com a linha que o governo tem defendido. Cá para mim vai ser saneado mais dia menos dia.

ou então anda a mandar barro á parede a ver se pega




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Re: Noticias de Portugal

#6649 Mensagem por P44 » Seg Dez 17, 2012 8:09 am

Associação de criadores disse à TSF
Crise obriga a abater cavalos puro sangue lusitano

por Paula Mourato Hoje

Este ano já foram abatidos 2803 cavalos, avança hoje a TSF, quatro vezes mais do que em 2011. Não se sabe quantos, mas crise também já levou criadores a matar animais da cara raça puro sangue lusitano.

A Associação Portuguesa de Criadores do Cavalo Puro Sangue Lusitano confirma à TSF que já há muitos cavalos a ir para o matadouro.

O presidente Luís Vinhas garante que abater um cavalo é um desgosto, mas com a crise é preciso fazer escolhas e vender para consumo os que não têm comprador.

Por norma, um cavalo puro sangue lusitano é muito caro, mas quando vai para o matadouro o preço cai drasticamente.

Luís Vinhas sublinha à TSF que "um cavalo vale pela sua capacidade de ser montado, pelo prazer que proporciona e habilidades que consegue fazer. Se é para ser vendido ao quilo, é muito mais barato, não é negócio... É como se fosse uma vaca... Um cavalo em condições normais vale muito mais do que a carne que lá está".

Para preservar os genes dos seus animais, muitos criadores preferem que o cavalo acabe no talho e não nas mãos de quem o quer montar ou revender.

http://www.dn.pt/inicio/portugal/interi ... id=2951123




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Re: Noticias de Portugal

#6650 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Dez 18, 2012 9:13 am

DEZ TENDÊNCIAS PARA 2013

1.De mal a pior - Esta é a mais sólida tendência para 2013. Tudo o que está suficiente será medíocre. Tudo o que está mau ficará pior. Pobreza, desemprego, economia, dívidas, falências, direitos, liberdades, garantias, corrupção, ataques à democracia.




2. O "exercício" vai ter maus resultados - O primeiro-ministro chama "exercício" à governação, incapaz de escapar a uma mescla de economês com a linguagem escolar que o caracteriza. O "exercício" é o Orçamento, no "país de programa" que é Portugal. A devastação intelectual do vocabulário corrente no poder é apenas mais um sinal do nosso empobrecimento, da impregnação do espaço público por um vocabulário de má consultora. Mas como vai ser possível insistir no mesmo quando o "exercício" falhar? Vai. Vai, porque eles só sabem fazer isto e não sabem o que fazem. O país corre o risco de ser entregue aos que se seguem em muito pior estado do que foi recebido em 2011. Em Paris vai haver um aprendiz de filósofo que se vai rir. Sem desculpa.




3. Haverá novos planos de austeridade - Tão certo como dois e dois serem quatro. O primeiro chama-se pomposamente "refundação do Estado" e recairá directamente em cima dos funcionários públicos e dos pensionistas e indirectamente sobre os portugueses que mais precisam dos serviços públicos, educação, saúde, Segurança Social. Será anunciado em Fevereiro como um plano aberto para discussão até Agosto, mas tudo já está decidido: cortar quatro mil e 500 milhões de euros permanentemente. Depois, em seguida, haverá novos planos de austeridade, sempre que os números do "exercício" falharem.




4. A Grécia aqui tão perto - A situação grega caracteriza-se, em linhas muito simples, pela conjugação de números de "contabilidade criativa" apresentados a Bruxelas desde a entrada no euro, pela instabilidade política e maiorias muito frágeis, pela incapacidade de os governos cumprirem o que acordam com a Comissão, o BCE e o FMI, por uma dívida gigantesca, pela inexistência de uma fiscalidade eficaz, por muita corrupção, pela turbulência na rua, manifestações em série e greves, pela existência de lóbis e corporações poderosas e pela quebra maciça do poder de compra da população e crescimento da pobreza exponencial nos últimos anos de "programa".
Em que é que Portugal é diferente, ou vai a caminho de ser diferente? Números criativos existiram nos últimos orçamentos Sócrates, embora numa dimensão mais benigna. Instabilidade política é menor em Portugal, mas a coligação é uma ficção muito frágil. A dívida é igualmente gigantesca em Portugal e está a aumentar. O incumprimento do acordado com a troika no défice, o aspecto central do "ajustamento", é total. A nossa fiscalidade tornou-se mais eficaz na última década, mas pouco pode fazer contra a fuga generalizada aos impostos, por fraude ou por absoluta necessidade. A economia paralela está a crescer. As ruas portuguesas são mais calmas do que as gregas, mas uma minoria violenta começa a aparecer. Uma quebra maciça do poder de compra da população e o crescimento da pobreza exponencial nos últimos anos de "programa" existe em Portugal numa dimensão semelhante à grega, com tendência para ser igual em 2013-4. A corrupção grega e portuguesa atingem extractos diferentes da população, a nossa tende hoje a ser mais da "alta", mas no seu conjunto está a agravar-se. Na verdade, muitos números são piores na Grécia do que em Portugal, mas não parece haver nenhuma diferença qualitativa entre as duas situações. A tendência é para Portugal ficar cada vez mais "grego" à medida que o tempo passa.




5. Vai tudo parar aos tribunais - Em 2013, tudo vai parar aos tribunais com uma intensidade até agora nunca vista. Autarquias, sindicatos, políticos, grupos de cidadãos, indivíduos vão invadir os tribunais, dos tribunais comuns ao Tribunal Constitucional, com queixas e reivindicações sobre atropelos, direitos, garantias, abusos, que o Governo, o Estado, a maioria, tem vindo a fazer. Desde decidir se é legítimo a candidatos apresentarem-se a eleições após mais de três mandatos até à extinção de freguesias, ou à equidade orçamental, rendas, avaliações, IMI, IRS, impostos, direitos laborais, violações da lei, violação de contratos, etc., tudo vai parar aos tribunais. É um processo muito arriscado e delicado: por um lado, ameaça politizar os tribunais; por outro, representa a ultima instância que pode garantir direitos e garantias e combater injustiças e ilegalidades por parte do Estado e do Governo.




6. O PS continua no limbo - Enquanto o PS tiver à sua frente António José Seguro, e for aquilo que é, Seguro estará para Passos Coelho como Passos Coelho esteve para Sócrates. Do mesmo modo que Passos Coelho e Relvas, frutos do aparelho, descaracterizaram o PSD como partido social-democrata, e Portas faz equilíbrios no arame para o mesmo não acontecer no CDS como partido democrata-cristão, Seguro transformou o PS numa coisa amorfa e mole, sem sentido nem direcção. Isso significa que a sua governação será muito semelhante à de Passos Coelho em três aspectos fundamentais: trará o aparelhismo para o Estado, será subserviente face aos poderes fácticos, em particular a banca, e será muito incompetente. Como isso não entusiasma ninguém, poderá lá chegar apenas pelo mesmo fenómeno de rejeição do anterior Governo que levou lá Passos Coelho. Mas um remake é sempre pior do que o original, e o PS caminha para um desastre mais anunciado e rápido do que o PSD em 2011.




7. A coligação não é uma coligação é um ajuntamento de conveniência - A coreografia da diferença e demarcação que deputados e governantes do CDS fazem todos os dias, a começar por Portas, é penosa de se ver. Quando discursam é para elogiar ministros do CDS, quando se calam é para abafar com o seu silêncio a discordância activa que mantêm com Passos Coelho e Gaspar. Não vai acabar bem, mas também já não está bem de todo.




8. O que sobra das nossas Forças Armadas não vai servir para nada - A "refundação do Estado" vai atingir ainda mais as Forças Armadas, o que é facilitado pela nula empatia dos governantes vindos das "jotas" pela instituição militar e pela crescente deslegitimação da própria existência de forças militares. Como a cada corte elas se tornam mais frágeis, aparecem cada vez como mais inúteis, e perdem razões de existência. Um dia, quando Portugal precisar de concorrer a um comando estratégico para os nossos interesses nacionais, ou defender a nossa ZEE, vai ver o que lhe falta, mas será tarde.




9. Os negócios entre a elite no poder vão continuar frutuosos - O nosso establishment do poder, partidos - sector financeiro -, administração superior e Governo, vai continuar a fazer o que sempre fez. A forma como o faz muda, havendo agora uma centralidade do sector financeiro correlativa da maior fragilidade dos outros sectores económicos. A banca é hoje parte inteira da governação, definindo activamente os limites das decisões governamentais e detendo um efectivo poder de veto. As privatizações e o "ajustamento" são enormes oportunidades que estão a ser aproveitadas. Elas permitem também alguma circulação das elites, entre a área governamental, essa importante plataforma de intermediação que são as sociedades de advogados e as consultoras, e os lugares de confiança nas grandes empresas. Aqui dominam as personalidades com fortes ligações à política que vivem na órbita dos partidos, mas acham que lhes são superiores. Os aparelhos partidários estão por regra na parte intermédia e baixa da cadeia alimentar, mas estão bem aí ancorados. Nos partidos, o acesso ao poder continua a permitir a constituição de empresas cujo objectivo é usufruir das ligações privilegiadas para obter fundos e benesses. Antes era a área da formação a mais importante, hoje isso faz-se à volta de empresas de comunicação, marketing, assessoria e consultadoria, mas o esquema é o mesmo.




10. O "bom povo português" vai ficar mau - A razão é muito simples: não aguenta. Nem vale a pena perder tempo e palavras com isto. Está escrito nas estrelas.


(Versão do Público de 8 de Dezembro de 2012.)


:arrow: http://abrupto.blogspot.pt/2012/12/dez- ... 013-1.html




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Re: Noticias de Portugal

#6651 Mensagem por marcelo l. » Ter Dez 18, 2012 11:46 am

2013 tende a ser melhor que 2012, por causa da melhora de algumas economias entre elas os EUA que pode puxar o comércio mundial.




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Re: Noticias de Portugal

#6652 Mensagem por rodrigo » Ter Dez 18, 2012 12:07 pm

ataques à democracia.
Por que?




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

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Re: Noticias de Portugal

#6653 Mensagem por P44 » Ter Dez 18, 2012 3:31 pm

marcelo l. escreveu:2013 tende a ser melhor que 2012, por causa da melhora de algumas economias entre elas os EUA que pode puxar o comércio mundial.

tás a brincar, só pode!!!!! Não fazes a minima ideia do que vai acontecer a este povo em Janeiro de 2013, quando receberem os "novos" ordenados, com os novos escalões de IRS+ sobretaxa de 3,5%

a zona euro também tem supostamente um super-avit de não sei qtos biliões e nós cada vez estamos pior!!!!




Editado pela última vez por P44 em Ter Dez 18, 2012 3:37 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Noticias de Portugal

#6654 Mensagem por P44 » Ter Dez 18, 2012 3:34 pm

rodrigo escreveu:
ataques à democracia.
Por que?

por exemplo, a venda da estação TV do estado RTP a interesses angolanos, apoiados no "Dr." Miguel Relvas.
controle cada vez maior da comunicação social por parte dos "amigos" obscuros do governo e do PSD.

o silenciamento do director de informação da RTP , muito recentemente , foi "apenas" mais um sinal.




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Re: Noticias de Portugal

#6655 Mensagem por marcelo l. » Ter Dez 18, 2012 9:52 pm

P44 escreveu:
marcelo l. escreveu:2013 tende a ser melhor que 2012, por causa da melhora de algumas economias entre elas os EUA que pode puxar o comércio mundial.

tás a brincar, só pode!!!!! Não fazes a minima ideia do que vai acontecer a este povo em Janeiro de 2013, quando receberem os "novos" ordenados, com os novos escalões de IRS+ sobretaxa de 3,5%

a zona euro também tem supostamente um super-avit de não sei qtos biliões e nós cada vez estamos pior!!!!
Isso vocês já se sabiam não seria um ano fácil, entretanto pode ser melhor que este, e não necessariamente para todos. È muito difícil um país sair de uma crise com todos setores ganhando.

Eu vejo que indiretamente o Cabeça assim como André analisaramo ou nesse tópico ou em outro, deve-se pensar agora nas vantagens de morar em Portugal, ele citou a baixa violência nas escolas, o André a qualidade de vida.

Por que agora o orçamento já foi aprovado, os acordos idem, e o governo português já demonstrou o que não pretende mudar a política por que considera adequada.

Não existe margem de manobra, algo de diferente positivo só ocorrerá devido a "ajuda do ambiente externo", se ao contrário a situação piorar principalmente da Espanha, provavelmente Portugal terá um ano muito ruim, assim como boa parte do mundo.




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Re: Noticias de Portugal

#6656 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Dez 19, 2012 10:32 am

Ainda ontem falei com o meu primo que trabalha na construção civil. O rapaz já não sabe o que fazer, ele sempre foi pataca ganha, pataca gasta e por isso não poupou nada para estes tempos. Agora está em casa à espera que o patrão o chame e ele já percebeu que para o próximo ano vai haver ainda menos trabalho.




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Re: Noticias de Portugal

#6657 Mensagem por Andre Correa » Qui Dez 20, 2012 6:14 am

Crise leva à exportação de 446 milhões de euros de metal precioso

Portugueses estão a desfazer-se do ouro

Quase dez por cento do crescimento das exportações de mercadorias este ano resultam da venda de ouro, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Nos primeiros sete meses de 2012, Portugal exportou 26.914 milhões de euros em bens. Este valor é superior em 2.193 milhões ao que se registou no mesmo período do ano passado (subida de 8,9 por cento; valores nominais).
Imagem
Nos primeiros sete meses de 2012, as exportações de ouro ascenderam a 455,9 milhões de euros.
Nos primeiros sete meses de 2012, as exportações de ouro portuguesas ascenderam a 455,9 milhões de euros. Comparando com o mesmo período de 2011, Portugal vendeu mais 201 milhões de euros em ouro, um crescimento superior a 75 por cento.

Ou seja, do aumento de 2.193 milhões de euros nas exportações portuguesas, quase um décimo (9,1 por cento) deve-se ao crescimento das vendas de ouro.

A venda expressiva de ouro resultada de que com a crise muitas famílias estão a desfazer-se do metal precioso que têm em casa, na sua maioria em objectos de adorno de ourivesaria.

As estatísticas do INE mostram que as exportações de ouro dispararam a partir de 2008. Até esse ano, o valor do ouro não-monetário vendido por Portugal ficava abaixo dos dez milhões de euros.
Em 2008, esse valor disparou para 33,4 milhões. No ano seguinte, chegou-se aos 102 milhões. Se a tendência de crescimento dos primeiros sete meses deste ano se mantiver, em 2012 as exportações de ouro vão ascender a 800 milhões de euros.

Parte deste crescimento é explicável pela subida na cotação do ouro. Segundo números do Banco de Portugal, o preço do ouro nos mercados internacionais quintuplicou nos últimos dez anos.

Porém, apesar de significativo, este aumento só justifica uma pequena fatia do crescimento explosivo das exportações portuguesas de ouro nos últimos quatro anos. A maior parte do crescimento foi mesmo em volume, não em preço.
A evolução das exportações revela que em 2000 foram vendidos para o estrangeiro 9,3 milhões de euros de ouro. Exportações que até 2007, ano em que se venderam 6,9 milhões de euros, sofreram um recuo.

Em 2008 as vendas dispararam para 33,4 milhões de euros e em 2011 atingiam os 519,4 milhões de euros.

“Em 2010, exportaram-se 13 toneladas de ouro compradas por casas [de compra de ouro usado]. Eram investimentos de famílias mais débeis», afirmou o presidente da associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal, Manuel Alcino, em Fevereiro último.

Em 2010 existiam em Portugal quatro mil lojas deste ramo, um número que aumentou para cinco mil em 2011.
FONTE

Enquanto isso:
Germans hoarding mountains of gold
Published: 12 Dec 12 12:23 CET

Like Scrooge McDuck or the dragon Smaug in J. R. R. Tolkien's The Hobbit, Germans are gathering vast quantities of gold - a study showed that the average German owns close to €6,000 worth of the shiny metal.
Imagem
Even though Europe's largest economy has weathered the world economic crisis relatively well, Germans have still been extra jittery about their savings, a study by the Steinbeis Research Center for Financial Services in Berlin revealed.

Around 32 percent of the gold owned in Germany in the form of bars and coins was accumulated since the financial and economic crises began, the study concluded.

Commissioned by precious metal trading group Heraeus, the study also found that people with surplus cash are becoming gold-greedier. The number of Germans with a net monthly income over €4,000 who say they intend to invest in gold has doubled in the current year.

On average, every German owns around 117 grammes of gold, comprising 55 grammes of jewellery and 62 grammes of bars and coins, the study, which surveyed 2,000 people, found. Taken together with gold securities, the average German owns some €5,750 of gold.

Including the German federal bank's gold holdings, that means the Germans have gathered seven percent of the world's gold.

Gold is considered a safe investment in times of economic stress because the precious metal is thought to keep its value over a long period, can be collected and kept safe personally, and can be traded easily.

Some 69 percent of Germans have invested in gold, and roughly half of these keep at least some the metal in their homes. Around 47 percent keep their gold in a private locker in a bank. Around nine percent, meanwhile, keep some of their precious metals with a specialized gold trader.

Rich people are more likely to invest in gold bars, while those on lower incomes are more likely to buy gold coins.
FONTE

No meu caso, acho que remei um pouco contra a maré, pois ano passado ainda comprei algumas barrinhas pequenas junto a um amigo ourives, que faz-me um preço melhor, mas este ano, com a grande elevação na cotação, diminui um pouco, mas, como meu pai ensinou-me, não fio-me no dinheiro em papel... ouro sempre foi ouro, e sempre será...

[009]




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Re: Noticias de Portugal

#6658 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Dez 20, 2012 11:29 am

Fazes bem.




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Re: Noticias de Portugal

#6659 Mensagem por manuel.liste » Qui Dez 20, 2012 12:39 pm

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Re: Noticias de Portugal

#6660 Mensagem por Túlio » Qui Dez 20, 2012 3:31 pm

Não foi para isto que se fez o 25 de Abril; foi por causa disto

por Guilherme Alves Coelho [*]



Dizem alguns cientistas que "o progresso científico é a substituição de um erro por um erro menor". Se a politica fosse uma ciência exacta assim deveria ser também. Mas não, a existência de classes sociais, que se opõem fortemente, perturba a "correcção do erro". O progresso social não é linear como na ciência, mas sim feito de avanços e recuos onde, por vezes, é preciso recomeçar do zero.

A história de Portugal está repleta de exemplos desta dinâmica. O "erro" da monarquia demorou séculos a substituir pelo "erro" menor da República. Mas conseguido esse avanço, de novo a situação se foi degradando, até ser preciso emendá-lo de novo. A correcção, que muitos creram ser para melhor, depressa se revelaria um pesadelo ainda pior que o anterior: foi o fascismo. O "erro" cresceu durante 48 anos, atingindo limites insuportáveis, até mais uma vez o povo repor o rumo no dia 25 de Abril de 1974.

Parecia dado o grande e definitivo salto em frente. Muitos se convenceram que as forças conservadoras nunca mais regressariam e finalmente estava instituída a democracia. Engano. Desde então, os sucessivos governos de alternância sucederam-se com o mesmo objectivo de sempre: repor "o erro" anterior.

Hoje, decorridos quase tantos anos como os que levou o fascismo, a história repete-se. Parece ter chegado outra vez o momento histórico de emendar o "erro".

Há cerca de um século, dois portugueses preocupados com o seu país e com o seu povo, davam-se conta dos mesmos problemas. Um deles, Guerra Junqueiro, na época que antecedeu a revolução republicana, apresentava algumas das razões por que havia que emendar o "erro". Comentava ele acerca do povo, da burguesia, do poder legislativo, da justiça e finalmente dos dois partidos que então, como agora, monopolizavam o poder:

" Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.

Uma burguesia , cívica e politicamente corrupta até à medula, não discriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.

Um poder legislativo , esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.

A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.

Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar." ( Guerra Junqueiro , 1896).

Apesar desse quadro negro, a esperança popular renascia. O "lampejo misterioso da alma nacional, guardado na noite da inconsciência" do povo, conduziu, 14 anos depois, à revolução republicana. Porém apenas nove anos de regime republicano eram passados e já era preciso novo combate. Fialho de Almeida zurzia fortemente os governantes coevos, não lhes perdoando o desbaratar da esperança ganha com o novo regime:

"Aqui d'el-rei! Isto é uma liquidação geral nos bens do povo; um saque trinta vezes mais vil que o de Junot; uma epopeia de furto, mais audaciosa de que a história célebre de Ali-Babá, onde também figuram cavernas de riquezas, um poderoso chefe e quarenta ladrões. Morreu o chefe (o Rei D. Fernando), as preciosidades foram arroladas, mas os quarenta ladrões multiplicaram-se e por aí continuam a saquear até ao fim. (...)

Conclui-se disto a deliquescência da vida portuguesa, nos seus duplos aspectos da consciência e da moral. Lá começa primeiro uma separação completa e desdenhosa entre os interesses da grossa massa da população, e os da matilha que reparte entre si os dinheiros das rendas públicas, e se crapulisa na porfia escandalosa do poder. Vê-se em seguida a indiferença pública crescer em matéria politica, os jornais serem lidos só por passatempo, os actos do governo serem mencionados só por uma variante de anedotas obscenas, a politica armar em profissão sem hombridade, em impune chantage, e jornalistas e homens de estado enfileirarem, no conceito geral, logo em seguida aos ratoneiros e assassinos. (...) Virá um dia em que o povo desnaturado por todas aquelas lições de compra e venda, farto de ludíbrios e vexames, abdique por fim do seu ideal de autonomia, perca a noção de solo, encha de excremento as páginas da história... e permita Deus que não o ouçamos bramir, com desesperada voz, aos ecos da fronteira:

- Livrem-me desta canalha que me fez odiosa a liberdade, que em paga disso aqui lhes ofereço a minha servidão! ( Fialho d'Almeida , Os Gatos , 1919)

Trinta e oito anos decorreram sobre o 25 de Abril. O que se vê crescer é novamente o grito popular: "livrem-me desta canalha que me quer fazer odiosa a liberdade" conquistada em 1974. "A matilha que reparte entre si o dinheiro das rendas públicas" continua a mesma de sempre. É a mesma do fascismo, é a mesma da república, e a mesma da monarquia. A mesma que reparte com o estrangeiro ocupante "o saque trinta vezes mais vil que o de Junot".

O povo, como então, parece estar "farto de ludíbrios e vexames". Mas agora com uma grande e determinante diferença. A experiência ganha com as conquistas pós 25 de Abril trouxe-lhe uma visão do que pode ser uma sociedade mais justa. De que não está disposto a abdicar para "oferecer a servidão" ao ocupante!

Não foi para isto que se fez o 25 de Abril, costuma dizer-se; foi precisamente por causa disto, acrescento. Foi por apresentar os mesmos sinais de "deliquescência da vida portuguesa nos seus duplos aspectos da consciência e da moral" que hoje apresenta, que o povo português foi então chamado a "corrigir esse erro". Saberá fazê-lo de novo, e tantas vezes quantas os seus inimigos, cá dentro e lá fora, insistirem em regressar ao passado.

[*] Arquitecto




“You have to understand, most of these people are not ready to be unplugged. And many of them are so inured, so hopelessly dependent on the system, that they will fight to protect it.”

Morpheus
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