MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3376 Mensagem por JT8D » Qua Dez 05, 2012 7:09 pm

Bourne escreveu:Os artigos e trabalhos são opiniões embasadas. Se fosse só constatação imparcial não teria o que discutir. Nem eu sou imparcial e está nos artigos acadêmicos que escrevi. A ciência em geral é muito baseado no "eu acho embasado". :lol:

Não é pelo PhD em Berkeley que terminou em 2000. O Alexandre Schwartsman sempre foi o homem do mercado financeiro. Era um dos caras que participou do primeiro governo Lula. Não pela qualificação e contribuição, mas pelos agentes financeiros serem simpáticos. Depois voltou para a trabalhar no mercado mais valorizado. A opinião dele possui certa visão benéfica de uma liberalismo, mas acima de tudo defende interesses dos clientes. Ele não é consulto, mas chefe.

Para quem não lembra :mrgreen:

http://epocanegocios.globo.com/Revista/ ... ANDER.html
Ele é "sócio-diretor da Schwartsman & Associados Consultoria Econômica", ou seja, dono de consultoria.
Realmente a imparcialidade da ciência é um mito (a menos das ciências exatas, claro - mas mesmo nessas não deixa de haver panelinhas, corporativismo e etc.). Mas a economia é um caso extremo, pois interesses econômicos gigantescos estão em jogo.

[]´s,

JT




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3377 Mensagem por Bourne » Qua Dez 05, 2012 8:12 pm

Olhemos o poster do Sachsida da USP. É um amante do liberalismo econômico sendo refletido no teor de seus trabalhos. Pelo que sei não recebe nada por isso. Ele monta o trabalho para dar certos resultados. Não está errado, mas é tendencioso.

Imagem

Existem incoerências típicas de um conservador de direita no sentido norte-americano. Depende a liberdade econômica, mas não as outras. Não que esteja certo ou errado. Porém são incoerentes.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3378 Mensagem por JT8D » Qua Dez 05, 2012 8:30 pm

Bourne escreveu:Olhemos o poster do Sachsida da USP. É um amante do liberalismo econômico sendo refletido no teor de seus trabalhos. Pelo que sei não recebe nada por isso. Ele monta o trabalho para dar certos resultados. Não está errado, mas é tendencioso.

Imagem

Existem incoerências típicas de um conservador de direita no sentido norte-americano. Depende a liberdade econômica, mas não as outras. Não que esteja certo ou errado. Porém são incoerentes.
Na realidade mesmo os que não obtém vantagens econômicas diretamente acabam sofrendo influência do meio em que atuam. Os que não dão consultoria, dão palestras para executivos ou aulas em MBAs. Ninguém com um discurso, digamos, ligeiramente de esquerda, seria levado a sério nesses ambientes. O pesquisador que você citou, por exemplo, fez pós-doutorado e deu aulas nos EUA. Não dá para esperar idéias heterodoxas de gente com este perfil.

[]´s,

JT




Editado pela última vez por JT8D em Qua Dez 05, 2012 10:59 pm, em um total de 2 vezes.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3379 Mensagem por marcelo l. » Qua Dez 05, 2012 8:37 pm

Sachsida é técnico do IPEA, não?




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3380 Mensagem por Penguin » Qua Dez 05, 2012 9:12 pm

O investimento cedeu pelo quinto trimestre consecutivo, acumulando queda de quase 6% desde o pico observado em meados de 2011.

Tomados como proporção do PIB os investimentos caíram de 19,4% no segundo trimestre de 2011 para 18,1% no terceiro trimestre de 2012, nível mais baixo desde o fim de 2009, quando a economia ainda se recuperava da crise.
Porque temos crescido menos do que os demais países emergentes?
Porque os investimentos no Brasil não crescem como deveriam?




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3381 Mensagem por LeandroGCard » Qua Dez 05, 2012 9:44 pm

Penguin escreveu:Porque temos crescido menos do que os demais países emergentes?
Porque os investimentos no Brasil não crescem como deveriam?
Existem muitos motivos conhecidos, e outros nem tanto. Só para citar alguns podemos listar:

- Juros absurdos, não mais a Selic mas os juros do mercado, que tornam investimentos financiados impossíveis se não forem pelo BNDES.
- Excesso de burocracia para absolutamente tudo.
- Legislação muito confusa e mutável.
- Estrutura de impostos cara e ineficaz.
- Falta de infra-estrutura.
- Custos básicos fora da realidade mundial (energia, minérios, comunicações, etc...).
- Falta de coordenação entre os setores público e privado no planejamento dos investimentos.
- Lentidão e ineficiência na implantação nos investimentos governamentais.
- Mercado excessivamente fragmentado, dividido entre filiais de multinacionais cujas decisões de investimento são tomadas alhures.
- Concorrência de produtos importados com preços aviltados por defasagem cambial, sonegação de impostos, dumping, etc... .
- Mercado consumidor com baixo nível cultural e grande avidez pelo consumo (é mais fácil aumentar os preços do que produzir mais).
- Empresariado extremamente provinciano.
- Foco dos administradores das empresas privadas nos aspectos financeiros/contábeis em lugar dos produtivos.
- Falta de hábito (e experiência) em lidar com desenvolvimento de produtos e inovação.
- Etc... .

Fico por aqui não porque os motivos se esgotaram, mas porque cansei e fiquei deprimido... :cry: .


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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3382 Mensagem por Penguin » Qua Dez 05, 2012 9:56 pm

LeandroGCard escreveu:
Penguin escreveu:Porque temos crescido menos do que os demais países emergentes?
Porque os investimentos no Brasil não crescem como deveriam?
Existem muitos motivos conhecidos, e outros nem tanto. Só para citar alguns podemos listar:

- Juros absurdos, não mais a Selic mas os juros do mercado, que tornam investimentos financiados impossíveis se não forem pelo BNDES.
- Excesso de burocracia para absolutamente tudo.
- Legislação muito confusa e mutável.
- Estrutura de impostos cara e ineficaz.
- Falta de infra-estrutura.
- Custos básicos fora da realidade mundial (energia, minérios, comunicações, etc...).
- Falta de coordenação entre os setores público e privado no planejamento dos investimentos.
- Lentidão e ineficiência na implantação nos investimentos governamentais.
- Mercado excessivamente fragmentado, dividido entre filiais de multinacionais cujas decisões de investimento são tomadas alhures.
- Concorrência de produtos importados com preços aviltados por defasagem cambial, sonegação de impostos, dumping, etc... .
- Mercado consumidor com baixo nível cultural e grande avidez pelo consumo (é mais fácil aumentar os preços do que produzir mais).
- Empresariado extremamente provinciano.
- Foco dos administradores das empresas privadas nos aspectos financeiros/contábeis em lugar dos produtivos.
- Falta de hábito (e experiência) em lidar com desenvolvimento de produtos e inovação.
- Etc... .

Fico por aqui não porque os motivos se esgotaram, mas porque cansei e fiquei deprimido... :cry: .


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Na sua opinião Leandro, qual seriam os 3 principais motivos?

[]s




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3383 Mensagem por marcelo l. » Qua Dez 05, 2012 10:28 pm

1,19%, continuaria medíocre, mas é bom notar que mesmo medidas positivas para economia podem pela forma de calculo trazer resultados inesperados como ocorre com a queda dos juros.


A queda da Selic reduziu o PIB?
Autor(es): Francisco Lafaiete Lopes
Valor Econômico - 04/12/2012


O Produto Interno Bruto (PIB) é uma medida do volume de bens e serviços produzidos na economia em determinado período. No Brasil os serviços constituem cerca de 60% do PIB e os serviços de intermediação financeira constituem cerca de 10% dos serviços, ou seja, 6% do PIB.

Ao longo dos últimos quatro trimestres, o PIB a preços correntes (isto é, incluindo um componente de inflação) aumentou 4,93%, enquanto o PIB dos serviços a preços correntes aumentou 7,1%. Como o deflator implícito do PIB total, que é uma medida de inflação derivada do cálculo das contas nacionais, aumentou 4,03%, o aumento em termos reais foi de 0,87% para o PIB total. Já para o PIB dos serviços, o aumento em termos reais foi de 1,36%, o que significa que o deflator implícito para esse setor aumentou 5,7%. Ou seja, houve mais inflação nos serviços do que no PIB, o que faz todo sentido tendo em vista o aumento de 14% no salário mínimo.

O que não faz sentido, porém, é que, em virtude da redução da taxa Selic ao longo dos últimos quatro trimestres, a contribuição do setor financeiro ao PIB em termos reais tenha sido negativa, igual a menos 1,02%. Nesse mesmo período, segundo o IBGE, a contribuição a preços correntes dos serviços financeiros caiu 4,95%.

Os economistas que projetam uma reativação já em curso podem não estar afinal tão enganados

Como entender isso? Como é possível que a redução das taxas de juros na economia tenha produzido uma redução do volume de serviços financeiros à disposição da população? Como é possível explicar que a queda da Selic tenha tornado o país mais pobre?

Não há dúvida de que o IBGE procura sempre utilizar a melhor metodologia internacional para construir os números do PIB. No caso dos serviços financeiros usa os novos critérios sugeridos em 1993 pelo Sistema de Contas Nacionais da ONU. A ideia é medir de forma indireta o PIB gerado por uma grande parcela da produção de serviços financeiros em que não ocorre a cobrança direta de tarifas, ao contrário do que acontece, por exemplo, no caso do aluguel de cofres bancários. Para aquela maior parte dos serviços financeiros, a metodologia simplesmente multiplica o spread bancário, isto é, a diferença entre as taxas de juros nas pontas de empréstimo e captação, pelo volume total de crédito. Este conceito é denominado nos textos de língua inglesa de FISIM, isto é, "financial intermediation services indirectly measured".

No Brasil, o IBGE adota o mesmo conceito sob o nome SIFIM, apenas adicionando uma pequena "jabuticaba" quando inclui o spread auferido pelos bancos comerciais na captação de depósitos que são majoritariamente aplicados em títulos do governo rendendo a taxa Selic. É como se os bancos prestassem um serviço à sociedade que é remunerado por esse "spread de captação". Essa "jabuticaba" reflete uma característica especial da realidade brasileira, mas na realidade não significa problema maior para a metodologia.

O problema maior parece estar na aplicação automática, sem grande cuidado e reflexão mais profunda, da metodologia à realidade brasileira atual. O que temos aqui é uma economia que passa por importante processo de remonetização e de expansão do crédito como percentual do PIB, ao mesmo tempo em que ocorre uma queda importante nas taxas de juros e nos spreads bancários.

O problema está na definição do valor real do SIFIM, o que mesmo na literatura estrangeira é considerado problema não trivial. Veja por exemplo o que escreve Andrew Haldane, diretor executivo para estabilidade financeira do Banco da Inglaterra, no texto "The contribution of the financial sector: miracle or mirage?": "Estimar uma medida real do SIFIM é uma atividade repleta de dificuldades tanto conceituais como computacionais... Métodos para medir o valor dos SIFIM a preços constantes são [tipicamente] baseados em convenções. No Reino Unido, o valor real do SIFIM é calculado pela aplicação dos spreads de juros do ano-base sobre um indicador adequado do volume de empréstimos e depósitos. Esse último é estimado deflacionando os estoques correspondentes de empréstimos e depósitos usando o deflator do PIB. Este método implica em que qualquer volatilidade no valor dos SIFIM a preços correntes, causada por alterações dos spreads de juros, não irá contaminar a medida do valor real".

O IBGE, na sua nota metodológica nº 13, anuncia uma solução equivalente: "O índice de volume do valor de produção do SIFIM foi obtido implicitamente a partir da razão entre a soma do valor de alguns ativos (empréstimos) e passivos (depósitos) a preços constantes no ano /trimestre em questão e a preços correntes no ano anterior. A soma do valor a preços constantes dos ativos e passivos foi calculada através da deflação do valor corrente pelo deflator do Produto Interno Bruto (PIB)".

Ou seja, a metodologia do IBGE segue o padrão internacional. Consiste em tomar a soma dos valores nominais de empréstimos e depósitos e deflacioná-los pelo deflator implícito do PIB. Com base nesse agregado pode-se calcular a medida da variação do SIFIM em termos reais pela simples variação desse agregado. Dessa forma consegue-se eliminar da medida do valor real do SIFIM qualquer elemento de volatilidade nos spreads de juros, como sugerido por Haldane.

Vejamos o que isso implica no caso brasileiro atual. Nos últimos quatro trimestres, o agregado representado pela soma do valor total dos empréstimos do sistema financeiro mais o M4 aumentou 17,57%. Nesse mesmo período, o deflator implícito do PIB aumentou 4,03%. Logo, a variação real do SIFIM deveria ser de 13,02%, algo muito diferente do 1,02% negativo apurado pelo IBGE.

Podemos examinar conceitos alternativos. Por exemplo, se somarmos o valor total apenas dos empréstimos do sistema financeiro privado ao valor do M2 (que adiciona ao M1 os depósitos de poupança e títulos privados), mas excluindo papel moeda em poder do público, chegamos a uma variação de 9,5%. Alternativamente, se somarmos o valor total dos empréstimos do sistema financeiro privado ao valor do M3 (que adiciona ao M2 quotas de fundos de renda fixa e operações compromissadas), novamente excluindo papel moeda, chegamos a uma variação de 16,3%.

O IBGE apurou uma variação nominal do valor dos SIFIM de menos 4,95%, que parece razoável levando-se em conta a redução dos spreads bancários. O que parece menos claro é como chegou à variação negativa de 1,02% para o valor real do SIFIM.

É instrutivo perguntar como seria possível compatibilizar uma variação nominal de menos 4,95% com, por exemplo, uma variação real de mais 13,02%. A resposta, obviamente, é que o deflator implícito correto para o SIFIM não é o deflator implícito do PIB, particularmente quando os spreads bancários estão mudando de forma significativa. No presente caso, a variação do deflator implícito dos SIFIM teria sido de menos 15,90% (calculado dividindo um menos 4,95 sobre 100 por um mais 13,02 sobre 100).

Essa conclusão faz todo sentido. Se o spread bancário está caindo fortemente, o valor nominal do SIFIM pode ter variação negativa, o que indica que uma renda nominal menor está sendo apropriada pelo setor financeiro. Ao mesmo tempo, porém, ocorre uma forte expansão da intermediação financeira, o que significa um aumento da "produção" real de serviços financeiros, medido através da elevação do volume de empréstimos e depósitos.

De certo modo, o que está acontecendo aqui é o inverso do que está acontecendo com a produção de serviços pessoais, para os quais o deflator implícito está associado ao salário mínimo. Nesse caso, o aumento do salário mínimo acima da inflação implica em que a variação do deflator implícito adequado para o setor é superior à variação do deflator implícito do PIB total. No caso dos SIFIM, a queda dos spreads bancários implica em que a variação do deflator implícito adequado para o setor é muito inferior à variação do deflator implícito do PIB total.

É uma distinção complexa e bastante sutil, mas da maior relevância prática. Se o IBGE estivesse medindo a variação real do PIB do setor financeiro em mais 13,02%, ao invés de menos 1,02%, e considerando que esse setor corresponde a aproximadamente 6% do PIB, a variação calculada para a variação percentual do PIB total nos últimos quatro trimestres mudaria dos 0,87% divulgados para 1,72%. Se fosse utilizada a variação dos empréstimos privados mais M2, que foi de 9,5% nos últimos quatro meses, a variação percentual do PIB total mudaria para 1,19%.

Essas discrepâncias podem ser consideradas pequenas, mas no momento atual, com toda essa conversa sobre o "pibinho" e a aparente dificuldade para retomar o crescimento, devem ser mais bem entendidas. Podem estar sugerindo que os economistas que projetam uma reativação já em andamento não estão afinal tão enganados e que quaisquer medidas adicionais de estímulo para reaquecer a economia são agora absolutamente desnecessárias.

Francisco Lafaiete Lopes é Ph.D.em Economia pela Universidade de Harvard e ex-presidente do Banco Central




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3384 Mensagem por Penguin » Qua Dez 05, 2012 10:58 pm

Manufacturing
The new maker rules
Big forces are reshaping the world of manufacturing
Nov 24th 2012 | NEW YORK
http://www.economist.com/news/business/ ... aker-rules

“YOU can carry your own head in your hand,” enthuses Bre Pettis, inviting customers to try out a three-dimensional photo booth that will scan their head and then print a miniature plastic version of it as a solid object. This is useful, no doubt, for those about to audition for the role of Zaphod Beeblebrox in “The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy”.

Mr Pettis, the founder of MakerBot, a maker of low-cost 3D printers, spoke at the opening of his firm’s first retail store on November 20th in New York. It will sell desktop MakerBots, which make things out of plastic, for just $2,200. It is still early days, but MakerBots and machines like them are “empowering people to make the things they want, rather than buy them from factories,” says Mr Pettis.

Certainly 3D printing is hot. Some firms are already using the technology, which is also known as additive manufacturing because it involves building up material layer by layer. It can be used to make such things as prototype cars, hearing aids, customised dolls and medical implants. On the same day that Mr Pettis opened his store, GE announced it had bought for an undisclosed sum Morris Technologies, a Cincinnati firm that uses industrial 3D printers (which cost $500,000 or more) to print objects for engineers. Morris will be printing metal parts for a new GE jet engine.

Yet 3D printing is just one of many production technologies and trends which are transforming the way companies will be able to make things in the future. The old rules of manufacturing, such as “you must seek economies of scale” and “you must reduce unit-labour costs”, are being cast aside. New machines can print every item differently. More flexible robots are getting cheaper and better at doing all the boring and dirty stuff.

Add to that another 1.8 billion consumers who will join the global marketplace in the next 15 years and “Manufacturing the Future”, a new report by the McKinsey Global Institute, has good cause to be optimistic. Demand will grow not only for basic goods (which are typically made in developing countries) but also for the costly, innovative gadgets and high-tech products that rich countries make. McKinsey reckons that rich countries will keep making such products better than anyone else.

Developing countries will continue to increase their share of global production. Measured by nominal value added, by 2010 China had surpassed Japan to become the second-largest manufacturing nation, after America. A decade earlier it was in fourth place. In the same period, Brazil jumped from 12th to 6th and India from 14th to 10th. Britain slipped from 5th to 9th.


As countries get richer, manufacturing tends to account for a smaller share of their GDP. The point at which this decline starts varies (the share usually peaks at 20-35%), as does the rate of decline. In the 15 largest manufacturing economies, manufacturing’s share of GDP ranges from 33% in China to 10% in Britain (see chart).

Imagem

Rich countries’ relative position may be slipping, but their absolute manufacturing output is rising quite fast. What has fallen is the number of workers needed on the factory floor. Even though some manufacturing is returning to America and Europe from places where it had been offshored, such as China, this trend will not recreate all the factory jobs that once existed.

The term “manufacturing” nowadays describes a whole range of activities. McKinsey divides it into five categories. The biggest, accounting for 34% of the $10.5 trillion total worldwide manufacturing value-added in 2010, it calls “global innovation for local markets”. This includes industries such as chemicals, machinery and carmaking, where constant innovation is essential and high transport costs for heavy goods make it sensible to produce these things close to customers.

The next-biggest, at 28%, is “regional processing”, which includes industries such as fabricated metals, food and publishing. For obvious reasons, cakes are baked locally: not just because they go stale quickly but also because local tastes vary. “Energy and resource-intensive commodities”, such as wood, paper and petrol, account for 22%; “Innovative global technologies” (chips, computers and medical products) are 9%; and “labour-intensive tradeables” (textiles, clothes and toys) 7%. These last two categories have typically been offshored by rich countries and probably will be for some time.

In the other areas where rich countries compete, there is a dark cloud building. McKinsey sees a fast-growing shortage of people with the skills manufacturers require, particularly as ageing baby-boomers retire. That is why American firms such as Dow and DuPont keep clamouring for better education in science, technology, engineering and mathematics. Yet the rich world still leads in high-tech industries. In 2010 it ran a $726 billion surplus in goods such as cars, chemicals, drugs and machinery, but it had a $342 billion trade deficit in labour-intensive tradeables.

It’s all a blur, really

McKinsey sheds new light on another old saw: is manufacturing superior to services? It is becoming ever harder to tell the two apart, as many manufacturing jobs blur with service jobs. At American “manufacturers”, 34% of jobs are service-like, rising to 55% in the global-innovative-technology sector. If one counts the workers in supporting services and those who provide raw materials, total American manufacturing employment was 17.2m in 2010, rather than the official 11.5m. Remove all service-like jobs and it drops to 7.3m.

In the future, McKinsey predicts there will be more jobs for robots. Since 1990 the cost of automation has fallen relative to labour by 40-50% in the rich world, it says. The rise of the machines will continue in rich countries, and they will make inroads into developing ones. Wages in emerging markets are soaring. One Chinese manufacturer is talking of hiring 1m robots. Still, robots need people to build, program and maintain them. Humans have no cause to hold their heads in their hands.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3385 Mensagem por Penguin » Qua Dez 05, 2012 11:01 pm

O citado estudo:

Manufacturing the future: The next era of global growth and innovation
November 2012 | byJames Manyika, Jeff Sinclair, Richard Dobbs, Gernot Strube, Louis Rassey, Jan Mischke, Jaana Remes, Charles Roxburgh, Katy George, David O'Halloran and Sreenivas Ramaswamy

Link: http://www.mckinsey.com/insights/mgi/re ... ufacturing

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Manufacturing is diverse: We identify five broad groups with very different characteristics and requirements
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3386 Mensagem por LeandroGCard » Qui Dez 06, 2012 8:34 am

Penguin escreveu:Na sua opinião Leandro, qual seriam os 3 principais motivos?

[]s
Muito difícil escolher só 3, veja que para um país como nosso (com o tamanho, as riquezas e o potencial que temos) ficar estagnado em um nível de crescimento inferior ao da média da América Latina (onde existe um Paraguai, uma Bolívia e um Haiti!) 3 ou mesmo 5 motivos apenas não seriam suficientes, tem mesmo que ter muita, muita coisa errada.

Mas tentando escolher as causas mais básicas, sem detrimento das demais , eu colocaria as seguintes:

- Falta de coordenação entre os setores público e privado no planejamento dos investimentos.
- Custos básicos fora da realidade mundial (energia, minérios, comunicações, etc...).
- Empresariado extremamente provinciano.


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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3387 Mensagem por Bourne » Qui Dez 06, 2012 5:48 pm

Começo a me assustar com os textos desse tal Samy
O fim de um ciclo – parte II
?
06/12/12 - 07:00
POR SAMY
Taxa de câmbio e Exportações

Fonte: http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.b ... portacoes/

Ao reduzir a taxa de juros, o BC diminui o diferencial da taxa de juros doméstica com a mundial. Ao reduzir a taxa real de juros, portanto, o apetite estrangeiro por títulos da dívida brasileira diminui. Consequentemente, com menos dólares entrando no Brasil para comprar títulos públicos, o apetite por reais também cai, e a moeda nacional se desvaloriza.

Com a redução da Selic o governo também esperava desvalorizar o real, já que julgava, assim como a maioria dos economistas, que o real estava valorizado. Esta valorização estaria prejudicando as exportações brasileiras, principalmente a de manufaturados. Assim, através da taxa de câmbio, o governo esperava que as exportações fossem outro fator de crescimento para o PIB brasileiro.



O primeiro gráfico mostra que o governo foi bem sucedido ao tentar desvalorizar o real. Atualmente a taxa de câmbio flutua entre 2,0 e 2,1 R$/US$ e a expectativa é que continue assim durante 2012 e 2013, favorecendo os exportadores brasileiros.

No entanto, o segundo gráfico mostra que as exportações brasileiras estão em queda livre. As exportações brasileiras de bens, de janeiro a outubro deste ano, se comparadas com o mesmo período do ano anterior, caíram 4,61%.

Alguém poderia argumentar que as exportações caíram por causa da crise mundial, e não havia nada que o governo poderia fazer, outros países também sofrerão. No entanto, como o gráfico a seguir mostra, o desempenho das exportações brasileiras neste ano será muito pior do que aquele de economias desenvolvidas que sofreram com a crise do subprime, nos EUA, e com a crise do Euro.

Imagem

Portanto, o que fica evidenciado é que não se pode culpar apenas o cenário econômico global pelo desempenho fraco das exportações brasileiras, que crescerão menos do que o esperado para as economias emergentes. Existem outros problemas estruturais (como infra-estrutura precária, educação de baixa qualidade e altos impostos) que afetam o desempenho das exportações e não podem ser mascarados através da manipulação da taxa de juros e da taxa de câmbio. Se o governo não focar em resolvê-los, o Brasil continuará a depender de uma alta na cotação das commodities para aumentar as suas exportações.

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Esta versão possui parceria com Daniel de Lima e Leonardo de Siqueira Lima , graduandos pela EESP-FGV, e é uma extensão do texto publicado no jornal Perfil Econômico.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3388 Mensagem por Lirolfuti » Qui Dez 06, 2012 7:55 pm

Dilma deveria demitir Mantega para reconquistar confiança, diz revista
'The Economist' diz que mercado perdeu confiança no ministro.
Governo deveria 'deixar o espírito animal do setor privado rugir', diz.

Depois do resultado desapontador do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no terceiro trimestre – que mostrou uma alta de 0,6% sobre o trimestre anterior – a presidente Dilma Rousseff deveria demitir o ministro Guido Mantega para restabelecer a confiança na economia do país, defende uma reportagem da revista britânica “The Economist”.

“Ela [Dilma] insiste que é pragmática. Se é assim, ela deveria demitir Mantega, cujas previsões excessivamente otimistas perderam a fé dos investidores, e indicar um novo time capaz de restabelecer a confiança dos negócios”, afirma o texto.

A revista aponta que há dois anos, quando Dilma Rousseff foi eleita presidente, a economia estava em expansão; depois, “estacionou”, e agora luta para se recuperar. Apesar dos esforços “frenéticos” de estímulo, a “criatura moribunda” cresceu no terceiro trimestre apenas metade do previsto por Mantega.

A publicação reconhece os esforços do governo para estimular o crescimento, como o corte na taxa de juros para sua mínima histórica, de 7,25%; as desonerações das folhas de pagamento das empresas, os planos de investimento em infraestrutura e a previsão de corte nos custos de eletricidade. Mas afirma que os investidores estão cautelosos porque o governo “interfere demais”.

“Rousseff parece acreditar que o estado deve dirigir as decisões sobre investimentos privados. Esse tipo de ‘micro-interferência’ mina também a confiança na política macroeconômica”, diz a Economist. Em vez de interferir, afirma a publicação, o govero “deveria redobrar os esforços para cortar o ‘custo Brasil’ (...) e deixar o espírito animal do setor privado rugir”.
http://g1.globo.com/economia/noticia/20 ... vista.html




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3389 Mensagem por Paisano » Qui Dez 06, 2012 10:11 pm

O pibinho foi fruto de erros de metodologia

Fonte: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... etodologia
Enviado por luisnassif, qui, 06/12/2012 - 08:00

Autor: Luis Nassif

Coluna Econômica


Os investimentos ainda não deslancharam e a redução das importações (fruto da demanda fraca) pode ter melhorado o PIB. Mas a divulgação dos dados do terceiro trimestre do ano acabou pegando todos os economistas de calças curtas.

Em artigo no jornal "Valor Econômico", o economista Chico Lopes (ex-presidente do Banco Central) levantou uma hipótese a ser considerada: o crescimento de 0,6% no último quadrimestre, contra previsão geral de 1% de todo o mercado e do governo, foi fruto de um erro de metodologia de IBGE, ao não entender adequadamente os efeitos da redução do spread bancário no cálculo do índice.

O PIB é uma medida de valor agregado. Isto é, mede de quanto foi o aumento da riqueza em cada setor em determinado período.

No Brasil, os serviços representam 60% do PIB; e os serviços de intermediação financeira 10% dos serviços, ou 6% do PIB. No período, houve um aumento de 17,56% nos empréstimos bancários.

***

O IBGE mede o PIB as preços correntes (sem descontar a inflação), depois, em termos reais (descontada a inflação). Para calcular os dados reais, utiliza um índice de preços calculado em cima das contas nacionais, denominado de deflator implícito do PIB.

Nos últimos quatro trimestres - explica Lopes - a preços correntes o PIB aumentou 4,93%; o PIB dos serviços aumentou 7,1%. O deflator implícito do PIB total foi de 4,03%; o dos serviços foi maior, de 1,36%. Descontada a inflação, portanto, o PIB total aumentou 0,87% e o de serviços 1,36%. Até aí, tudo certo.

***

As dúvidas do economista surgiram na hora de analisar a contribuição do setor financeiro ao PIB. Nesse período, houve uma notável redução da taxa Selic, derrubando os spreads bancários. E houve um aumento substancial dos empréstimos bancários em 17,56% a preços correntes. Mas houve uma redução na renda bancária devido à redução do spread.

Na hora de medir os dados, o IBGE constatou que o setor financeiro respondeu por -1,02 no cálculo do PIB real, e -4,95% no cálculo a preços correntes.

Indaga Chico Lopes: "Como é possível que a redução das taxas de juros na economia tenha produzido uma redução do volume de serviços financeiros à disposição da população? Como é possível explicar que a queda da Selic tenha tornado o país mais pobre?".

***

Tudo decorre da dificuldade em deflacionar os serviços financeiros, especialmente em períodos de mudança nas taxas de juros e nos spreads bancários.

O IBGE utiliza uma metodologia sugerida em 1993 pelo Sistema de Contas Nacionais da ONU.

A renda do setor financeiro é constituída de tarifas (pela prestação de serviços) e do spread (a diferença entre o custo do empréstimo menos o da captação nas operações de crédito). Para esse segundo caso, a metodologia empregada simplesmente multiplica o spread pelo volume total de crédito. Esse conceito é denominado de FISIM, isto é, "financial intermediation services indirectly measured".

O problema surge quando se aplica automaticamente o critério em períodos em que há a confluência de três fatores: uma grande remonetização (isto é, aumento da emissão de moeda), expansão do crédito como percentual do PIB e queda importante nas taxas de juros e nos spreads bancários. Esses fatores acabam provocando enorme volatilidade e distorcendo o cálculo do SIFIM.

As distorções do deflator - 1

No Reino Unido, explica Lopes, foram adotadas metodologias justamente para evitar distorções no cálculo do SIFIM, que costuma ser influenciado por alterações dos spreads de juros. Nas notas metodológicas, o IBGE informa que calculou o PIB do setor financeiro a preços constantes, descontando do aumento dos empréstimos o chamado deflator do PIB. É aí que vem a contestação de Chico Lopes.

As distorções do deflator - 2

Nos últimos quatro trimestres, o valor total dos empréstimos do setor financeiro aumentou 17,57%. O deflator implícito do PIB foi de 4,03%. Descontando a inflação dos preços correntes, a variação real do SIFIM deveria ser de 13,02%. Mas, nas contas do IBGE foi de -1,02%. Para chegar a uma variação real de menos -4.95%, o IBGE teria utilizado um deflator de -15.90% e não o deflator implícito do PIB.

As distorções do deflator - 3

Se o IBGE medisse a variação do PIB do setor financeiro pela sua "produção", descontado o deflator implícito do PIB, haveria um crescimento real de 13,02% do PIB financeiro, em lugar de - 1,02%. O PIB do último quadrimestre teria subido 1,19% ao invés de 0,6%. Segundo Lopes, esse ajuste fortalece a convicção de que a economia está se recuperando, afastando a paranoia com o "pibinho".

As distorções do deflator - 4

No dia seguinte ao artigo de Chico Lopes, o jornal repercutiu a fala junto a dois economistas, Armando Castellar e Claudio Considera. Ambos não conseguiram avançar em análises mais aprofundadas sobre os estudos de Lopes. O IBGE respondeu que manteve a mesma metodologia - justamente a base da crítica de Chico Lopes. E o Ministro Guido Mantega limitou-se a reclamar dos dados sobre gastos com saúde e educação.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3390 Mensagem por LeandroGCard » Qui Dez 06, 2012 11:27 pm

Bourne escreveu:Começo a me assustar com os textos desse tal Samy
O cara me pareceu bem fraquinho, não atenta para questões óbvias.

É claro que existem muitos problemas na economia brasileira, inclusive os que ele menciona e muitos outros mais. Mas os que ele não menciona, como os que afetam justamente as decisões de investimento tanto dos empresários locais quanto das multinacionais instaladas aqui, são igualmente importantes, e entre estes está a percepção dos empresários sobre a real capacidade dos produtos que eles puderem produzir aqui de competir com os produzidos lá fora, seja atravéz das exportações ou da substituição de importações. E entre estes fatores os juros internos (e não apenas a taxa Selic) e a taxa de câmbio são fundamentais. Se estes parâmetros estiverem muito defasados (e ainda estão, apesar das reduções recentes) os empresários sabem que por mais que tentem não serão competitivos, a menos que seus custos caíssem à ponto de tornar o estado brasileiro inviável e os trabalhadores brasileiros mendigos, o que não é interessante para ninguém.

Agora é mais fácil e relativamente rápido para o executivo reduzir os juros e acertar o câmbio, ele não depende de ninguém para isso. Já os demais fatores dependem do congresso, dos governos estaduais e até do tempo. Ou dá para formar mão de obra altamente especializada e experiente e ganhar a confiança dos consumidores em um mercado estrangeiro desconhecido de um dia para o outro? Mas porque alguns fatores vão necessariamente demorar mais a serem corrigidos vamos criticar a correção dos que dá para corrigir já e chamá-la de maquiagem? Ele quer a melhoria do quadro econômico do país ou que se tire um coelho de dentro de uma cartola?


Leandro G. Card




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