MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

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NettoBR
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3346 Mensagem por NettoBR » Sex Nov 30, 2012 2:26 pm

Infraestrutura precisa atrair US$ 100 bi por ano
Atualizado: 30/11/2012 00:57 | Por estadao.com.br

Os investimentos em infraestrutura no Brasil poderão alcançar entre US$ 500 bilhões e US$ 700 bilhões em cinco anos. A estimativa é da presidente da Standard & Poor's para o Cone Sul, Regina Nunes, que participou na quarta-feira, em São Paulo, do evento Financiamento para o Desenvolvimento, da série Fóruns Estadão Brasil Competitivo, promovido pelo Grupo Estado em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

"É uma média de US$ 100 bilhões por ano de recursos necessários para modernizar vários setores fundamentais para o País, como rodovias, portos e aeroportos", afirmou. Segundo ela, entre esses recursos está uma parcela dos investimentos previstos para o pré-sal que, se fossem considerados integralmente, elevariam o montante para US$ 1 trilhão.

Ela apontou que a própria classificação de risco do Brasil poderia ser elevada se o País tivesse uma melhor infraestrutura - a nota do Brasil é BBB, cuja perspectiva estável tem viés positivo para o médio prazo.

A presidente da Standard & Poor's se mostrou otimista e disse acreditar que, conforme os novos investimentos forem sendo feitos, isso deve ocorrer. "Na medida em que os investimentos do setor de logística e transportes começam a maturar, em poucos anos isso vai reduzir os custos das empresas, o que vai baixar pressões sobre inflação e elevar o PIB potencial."

Velocidade. O presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, concorda com a importância da infraestrutura para o desempenho do Brasil. "Temos de utilizar a infraestrutura como fator indutor da atividade econômica", disse. "Precisamos ter uma logística que dê competitividade ao nosso setor produtivo."

Mas ele admitiu que o governo tem deixado a desejar no ritmo de execução das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Figueiredo defendeu, porém, o programa e afirmou que o nível de execução vem melhorando.

"O PAC trouxe uma grande novidade, que é o fato de todas as obras terem recursos para começar e acabar. Ele trouxe essa condição financeira para executar as obras. Também trouxe para o setor público o compromisso com prazos. Hoje só é possível identificar atraso nas obras porque há um cronograma", disse, ressaltando que a cada quatro meses o governo presta contas à sociedade sobre o andamento dessas obras.

Na semana passada, o governo informou que a execução global dos investimentos no PAC 2 soma R$ 181,5 bilhões no acumulado entre janeiro e setembro, 26% mais do que no mesmo período do ano passado. No acumulado de janeiro de 2011 até setembro deste ano, são R$ 385,9 bilhões, 40,4% do investimento total previsto até 2014.

Segundo Figueiredo, há grandes dificuldades de execução das obras e a origem disso está na "desestruturação do Estado nos anos 90". "Não tinha estrutura de gestão pública bem formada e bem aparelhada", afirmou.

A grande dependência dos financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nos projetos de infraestrutura hoje, no Brasil, que geralmente respondem por cerca de 70% dos recursos das obras, foi um dos temas do debate.

Mas Gustavo Nunes da Silva Rocha, presidente da Invepar, que liderou o consórcio vencedor do leilão do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, realizado em fevereiro, disse acreditar que haverá um aumento na disponibilidade de recursos privados para os projetos de infraestrutura.

Segundo ele, a própria crise dos governos contribui nesse sentido. "Alguns títulos de projetos de infraestrutura têm se mostrado mais seguros do que os de alguns governos", afirmou o executivo.

Rocha considera que as debêntures de infraestrutura, criadas recentemente pelo governo, serão uma importante fonte de recursos. O executivo também afirmou que já é possível verificar no mercado de financiamento privado condições mais alongadas para captação de recursos.

O presidente da Invepar ressaltou, porém, que é fundamental que o ambiente regulatório seja forte para que esses papéis atraiam o investidor. A Invepar é formada pela construtora OAS e pelos três maior fundos de pensão de empresas públicas no Brasil - a Previ, do Banco do Brasil; o Petros, da Petrobrás; e a Funcef, da Caixa.

Fonte: http://estadao.br.msn.com/economia/infr ... bi-por-ano




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3347 Mensagem por Sterrius » Sex Nov 30, 2012 4:16 pm

materia interessante!

Por sinal surpreso reclamarem da "desestruturação da década de 90" hehe




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3348 Mensagem por Bourne » Sáb Dez 01, 2012 3:36 pm

Mais um trabalho dos neocons, cabeças de planilha patrocinados pela imprensa golpista e órgão de pesquisa trairá.





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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3349 Mensagem por JT8D » Sáb Dez 01, 2012 5:32 pm

Bourne, é um trabalho acadêmico bastante extenso e técnico. Você não poderia dar uma breve opinião sobre o conteúdo (supondo que você tenha lido :mrgreen: )? Assim você poupa os pobres mortais não-economistas desse esforço hercúleo.

Abraços,

JT




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3350 Mensagem por knigh7 » Sáb Dez 01, 2012 6:46 pm

LeandroGCard escreveu: O país tem ainda muito o que construir, e o potencial de crescimento é bem mais elevado do que os menos de 2% ao ano que vimos nos últimos dois anos. Este crescimento baixo dificulta o equilíbrio das contas públicas, inibe os investimentos privados e impede que diversas distorções possam ser corrigidas. Portanto ele é sim um problema muito grande para o país, o que só não aconteceria se fôssemos uma sociedade já madura sem demandas urgentes a serem satisfeitas. Falar em estabilidade social com o nível de violência existente em nossas cidades chega a ser ofensivo.


Leandro G. Card
Infelizmente, Leandro, nem próximo aos 2% o Brasil vai crescer nesse ano. Vai crescer 1% :?

O GLOBO de hoje
PIB DECEPCIONA E CRESCE SÓ 0,6% NO 3o TRI

Serviços ficam estagnados e investimentos têm tombo de 2%, derrubando previsões para o ano para 1%

Cássia Almeida, Lucianne Carneiro

e Carolina Jardim

A SURPRESA DO PIBINHO



A esperada recuperação da economia brasileira no terceiro trimestre não veio. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) foi de 0,6% no período, frente ao segundo trimestre, taxa que é metade do que os analistas de mercado previam. Ficou praticamente impossível alcançar expansão superior a 1% este ano. No segundo trimestre, a alta do PIB fora de 0,2%. Com isso, a economia caminha para fechar o ano no pior resultado desde a recessão de 2009, quando o PIB caiu 0,3%.

A estagnação do setor de serviços, que responde por 67% da atividade econômica, surpreendeu. A previsão era que o setor tivesse avanço de 1%. Frente ao terceiro trimestre de 2011, a alta foi de 0,9%. No ano, o país só cresceu 0,7% e, nos últimos quatro trimestres, 0,9%, informou ontem o IBGE.

- O setor de serviços foi afetado pela queda na intermediação financeira (de 1,3% frente ao segundo trimestre), causada pela inadimplência recorde, com o aumento da provisão dos bancos e uma queda importante do spread (diferença entre os juros pagos e os cobrados pelos bancos nas operações de crédito e da Taxa Selic (taxa básica de juros). Houve também queda nos transportes - disse Rebeca Palis, gerente de Contas Nacionais Trimestrais.

A queda de 6,5% nas importações e um leve avanço de 0,2% nas exportações ajudaram o PIB. Do ponto de vista contábil, um recuo nas importações leva a um aumento do PIB, porque significa que o país está produzindo mais internamente. A contribuição externa respondeu por quase metade da alta de 0,9% do PIB frente ao terceiro trimestre do ano passado:

- A contribuição externa salvou um pouco o resultado no trimestre. No período anterior, a contribuição havia sido negativa no mesmo montante - afirmou o economista Leonardo Carvalho, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A coordenadora técnica do Boletim Macro do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), Silvia Matos, vê um desafio para o governo:

- É um desafio o fato de, apesar de todos os estímulos, termos um crescimento tão fraco. O problema do Brasil é que há restrições de oferta.

Pelo lado da demanda, os investimentos decepcionaram e caíram 2%, tombo muito maior do que o previsto. Foi a quinta redução consecutiva na formação bruta de capital fixo, termômetro dos investimentos. Assim, a parcela do PIB destinada a aumentar a capacidade produtiva do país desabou de 20% no terceiro trimestre de 2011 para 18,7% agora, menor taxa desde 2007.

- O mundo está ruim, as soluções apresentadas aqui dentro estão trazendo volatilidade. A maneira de o empresário reagir a isso é não fazer nada - afirmou Fernando Montero, economista-chefe da Convenção Corretora.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3351 Mensagem por Bourne » Sáb Dez 01, 2012 6:51 pm

Primeiro releiam a primeira notícia do tópico. Mostra como as consultorias e imprensa não sabem nada.

Segundo a base do artigo é que o crescimento no período 2004 a 2008 foi na base do consumo, endividamento das famílias. Enquanto as grandes os conglomerados financeiros e industrias ganhavam cada vez mais no mercado financeiro e sustentando o endividamento público a juros estratosféricos. Assim o sistema é construído para privilegiar os rentistas e proporcionar crescimento baseado em consumo que não é sustentável. Em relação a situação externa quando interna. Deixando o país cada vez mais exposto as instabilidades internacionais. Apensar do artigo ter falhas como não explorar bem o endividamento das famílias e elevados juros.

Entretanto, depois de 2007 ocorreu a crise financeira mundial e as coisas começaram a se metamorfosear. Para o período posterior a análise não é tão válida. Foram mudanças oriundas na mudança do modelo de crescimento dos EUA e países emergentes com repercussões no Brasil. Por exemplo, revelar as operações financeiras de risco dos grandes grupos econômicos, cruzadas contra as elevadas taxas de juros, um novo papel na regulação e indícios de mudança com a interação com o resto do mundo.

O resultado é a economia brasileira patinar nos últimos anos por esgotado esse modelo de crescimento baseado na financeirização. Bem mais rápido do que os países em desenvolvidos que possuem uma estrutura mais robustas. Ao mesmo tempo gestando uma transformação estrutural para os próximos anos ou não.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3352 Mensagem por Bourne » Sáb Dez 01, 2012 8:41 pm

Esperança no petróleo
?Fonte: http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.b ... -petroleo/

01/12/12 - 12:14
POR SAMY

Uma boa notícia alegrou os brasileiros na tarde de ontem. A presidente Dilma sancionou o projeto de lei que veta a redistribuição dos royalties do petróleo para áreas já licitadas.Com relação às novas concessões, ficou decidido que 100% dos royalties serão destinados à educação.

Essa medida dá esperança à população, que percebe quão lacônica é a educação brasileira. Obviamente, o repasse de verbas não significa nada sem probidade de sua destinação e sem investimentos consistentes para a melhoria da qualidade do ensino, mas a preocupação demonstrada, por si, anima os brasileiros.

O ministro da Educação disse que só ” a educação fará o Brasil uma nação desenvolvida” e, efetivamente, tal resolução afasta o medo de que o petróleo, na condição de commodity, não tenha promovido nenhum desenvolvimento, quando esgotado.

Pode-se dizer, até mesmo, que essa medida atenua o temor de que o país também padeça da “doença holandesa”, que consistiu em um declínio do setor manufatureiro frente à vantagem comparativa da exportação de recursos naturais. A educação seria um fator crucial para isso, estimulando a ascensão de outro setores econômicos e da diversificação da economia brasileira.

É prazeroso perceber que o Brasil acena com resoluções mais maduras e indicativas de maior grau de desenvolvimento, como essa ou a paulatina redução da taxa básica de juros. Há ressalvas e melhorias a serem feitas, claro. Mas, mais importante que isso, há esperança!
:shock: :shock: :shock: :shock:

Os leitores escrevem besteiras e ideologize nos comentários e o cara responde com lisura e educação.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3353 Mensagem por JT8D » Sáb Dez 01, 2012 9:53 pm

Bourne escreveu:Primeiro releiam a primeira notícia do tópico. Mostra como as consultorias e imprensa não sabem nada.

Segundo a base do artigo é que o crescimento no período 2004 a 2008 foi na base do consumo, endividamento das famílias. Enquanto as grandes os conglomerados financeiros e industrias ganhavam cada vez mais no mercado financeiro e sustentando o endividamento público a juros estratosféricos. Assim o sistema é construído para privilegiar os rentistas e proporcionar crescimento baseado em consumo que não é sustentável. Em relação a situação externa quando interna. Deixando o país cada vez mais exposto as instabilidades internacionais. Apensar do artigo ter falhas como não explorar bem o endividamento das famílias e elevados juros.

Entretanto, depois de 2007 ocorreu a crise financeira mundial e as coisas começaram a se metamorfosear. Para o período posterior a análise não é tão válida. Foram mudanças oriundas na mudança do modelo de crescimento dos EUA e países emergentes com repercussões no Brasil. Por exemplo, revelar as operações financeiras de risco dos grandes grupos econômicos, cruzadas contra as elevadas taxas de juros, um novo papel na regulação e indícios de mudança com a interação com o resto do mundo.

O resultado é a economia brasileira patinar nos últimos anos por esgotado esse modelo de crescimento baseado na financeirização. Bem mais rápido do que os países em desenvolvidos que possuem uma estrutura mais robustas. Ao mesmo tempo gestando uma transformação estrutural para os próximos anos ou não.
Valeu ! 8-]
Acho esse tema da financeirização muito interessante. E é mais interessante ainda saber que esse problema causa mais estragos nas economias dos países em desenvolvimento do que nas dos países centrais.

Abraços,

JT




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3354 Mensagem por Luiz Bastos » Dom Dez 02, 2012 8:20 am

PIB e produção industrial brasileira
Enviado por luisnassif, sab, 01/12/2012 - 19:00
Por José Antônio Araújo

Comentário ao post "As contradições com o resultado do PIB"

Selecionei dois artigos sobre o assunto: o 1º do Márcio Pochman; o 2º, o do nosso comentarista Diogo Costa. São primorosos!!!

ECONOMIA - Pochmann: país sai da 'financeirização' para economia baseada na produção

Ex-presidente do Ipea afirma que expansão do PIB no terceiro trimestre, de 0,6%, é atenuada pela continuidade no processo de distribuição de renda, e vê país 'pavimentando' desenvolvimento sustentável

Por: Vitor Nuzzi, Rede Brasil Atual



A indústria teve leve recuperação, puxada pelo setor de transformação, que cresceu 1,5% (Foto: Rodrigo Paiva / Folhapress)

São Paulo – Embora nos dois últimos anos o Brasil tenha tido desempenho aquém de suas possibilidades, o que preocupa do ponto de vista conjuntural, o economista Marcio Pochmann, ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), destaca as mudanças estruturais em curso no país e critica o que chama de falta de melhor entendimento em algumas análises. Ele observa que há uma transição, longa, de uma economia de “financeirização da riqueza” para uma economia mantida pelo investimento produtivo. “Passamos duas décadas (1980 e 1990) em que a economia não cresceu sustentada pelos investimentos produtivos, mas pela financeirização, juros altos, levando a um quadro de regressão social. Havia setores que viviam às custas do assalto ao Estado”, afirma. “Vai crescer pouco este ano, mas é um crescimento que permite reduzir a pobreza e a desigualdade de renda.”

Pochmann lembra de decisões tomadas no início do governo Lula, baseadas na visão de que o Brasil tinha uma economia com elevada capacidade ociosa. Com Dilma, “estamos pavimentando um caminho de desenvolvimento sustentável”, avalia o economia. “Só não vê quem não quer.” Ele cita fatores como o pré-sal, nacionalização de setores produtivos e a política de concessões, “que não têm nada a ver com as privatizações dos anos 1990”. E diz ver "grande sintonia entre as decisões cruciais de Lula e Dilma".


Ele lamenta que a comparação com outras economias não tenha sido feita naquele período, quando havia um ciclo de expansão mundial. “Em 1980, éramos a oitava economia e em 2000, a 13ª. Na segunda metade dos anos 1990, até o México ultrapassou o Brasil. E agora estamos caminhando para ser a quarta economia.”

O economista disse que gostaria de ver mais “ousadia” do governo, com, por exemplo, mais articulação com os demais países do continente, especialmente pensando na competição com a China. “O Brasil poderia ajudar a reorganizar esse espaço, a partir de políticas de caráter supranacional."

Ao acompanhar as projeções de 4% para o crescimento da economia em 2013, Pochmann não vê o país com problemas estruturais, mas em um momento de "desincompatibilização" entre decisões privadas e públicas. "As decisões de investimento não resultam imediatamente. O investimento requer decisões mais complexas, significa ampliar a capacidade de produção", afirma.

Ele vê Lula como um "estrategista", do ponto de vista da política de juros, que em seu governo teve redução gradual. Não adiantaria uma queda dramática, diz ele, se não houvesse alternativas de deslocamento dos recursos "financeirizados" para a produção, com o Estado criando condições para o investimento. Mudanças, sublinha, em uma nova realidade política, dentro da democracia e com uma nova maioria. "O investimento financeiro está perdendo para o investimento produtivo", reafirma Pochmann. "Estamos voltando a ter capacidade de fazer política macroeconômica e industrial."

* * * *

Diogo Costa publicou no grupo Amigos do Blog Luis Nassif Online




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3355 Mensagem por marcelo l. » Ter Dez 04, 2012 10:37 am

Muitos daqueles que criticam a alta carga tributária no Brasil consideram que uma boa maneira de conseguir reduzir gastos é cortar primeiro as receitas. Com uma arrecadação menor de tributos, o setor público se veria então sem alternativas e seria obrigado a ajustar as despesas.

Apesar de fazer sentido na teoria, essa opção costuma ser refutada com base no argumento de que boa parte dos gastos dos diversos níveis de governo já está previamente contratada. São despesas com salários (de funcionários com estabilidade), previdência e remuneração dos juros da dívida. Em caso de redução da arrecadação, portanto, haveria risco razoável de se retirar como resultado apenas um belo aumento do déficit fiscal nominal.

Complicada ou não, essa tarefa terá que ser cumprida pela Eletrobras a partir de 2013. E a mando do governo federal.

As receitas da estatal vão cair praticamente pela metade, e a companhia terá como única alternativa de sobrevivência cortar os gastos de forma drástica.

Furnas e Chesf, duas importantes subsidiárias da estatal, divulgaram projeções indicando a necessidade de reduzir custos e despesas operacionais (com pessoal, material e serviços de terceiros) em cerca de 40% entre 2012 e 2015.

A eficiência terá que vir na marra. Caso contrário, haverá grande prejuízo.

Investidores de bolsa costumam gostar de anúncios de cortes de gastos. Mas desconfiam da capacidade de execução da meta pela Eletrobras. Então só veem mesmo no horizonte as prováveis perdas.

De qualquer forma, se a medida for bem-sucedida, pode servir de exemplo para o acionista controlador da estatal.

http://www.valor.com.br/valor-investe/c ... z2E5OUFkbq




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3356 Mensagem por marcelo l. » Ter Dez 04, 2012 6:47 pm

São Paulo – A relação entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o frigorífico Marfrig (MRFG3) será o tema de uma audiência pública a ser realizada no próximo dia 13 de dezembro, às 10 horas, na comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, segundo apurou EXAME.com. A reunião terá transmissão online.

s deputados querem saber por que o banco não planeja, segundo especula-se, converter todas as debêntures que possui em ações da empresa, que precifica nesta terça-feira uma oferta de ações que pode levantar aproximadamente 1 bilhão de reais. O BNDES comprou, em 2010, 2,5 bilhões de reais em papéis da empresa para capitalizá-la. A participação do banco de fomento na empresa, atualmente, é de 13,94%.

Segundo o informado no prospecto da oferta, o banco só irá converter o equivalente a 360 milhões de reais em ações (um terço da oferta). A decisão acarretaria em uma perda de 1,2 bilhão de reais para o BNDES, segundo o jornal O Globo, em diluição do capital porque deve deixar o restante dos papéis para a conversão automática, em julho de 2015, ao preço fixo de 24,50 reais. No pregão de hoje, as ações operam em torno de 9,09 reais. No ano, os papéis têm alta de 6%.

O frigorífico pretende destinar 70% dos recursos captados com o pagamento de dívidas após cerca de 20 aquisições nos últimos cinco anos aumentarem em mais de vinte vezes a dívida líquida, que chegou ao nível recorde de 5 bilhões de dólares, segundo dados da Bloomberg.

O requerimento do deputado Sebastião Bala Rocha (PDT), que é também o presidente da Comissão, convida a presença do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e o controlador da Marfrig, Marcos Molina. Veja o requerimento:

http://exame.abril.com.br/mercados/noti ... um=twitter




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3357 Mensagem por Boss » Ter Dez 04, 2012 6:58 pm

Engraçado.

Antes do governo anunciar o corte do preço da energia, era aquela lamúria.

Anunciou, continuou a lamúria, afirmando que era pouco (no máximo 28%).

Até a FIESP faz comercial defendendo a Dilma nesse caso, mas tem gente (uns colunistas por aí) que, quer que o preço da energia caia (uns 190% talvez :roll: ), mas comprou a lamúria das elétricas.

Ou seja, o governo deve abaixar horrores no preço da energia, mas sem tocar no lucro das elétricas... :roll:

O governo deveria contratar esses gênios.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3358 Mensagem por marcelo l. » Ter Dez 04, 2012 7:23 pm

Taí o problema muitos desses gênios que criticam a omissão do contrato estavam lá. É o de sempre todos querem ir para céu sem rezar.




Editado pela última vez por marcelo l. em Ter Dez 04, 2012 7:24 pm, em um total de 1 vez.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3359 Mensagem por Sterrius » Ter Dez 04, 2012 7:24 pm

Cesp queria 7 bi pra aceitar a proposta do governo, foi oferecido 1,7.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3360 Mensagem por marcelo l. » Ter Dez 04, 2012 7:31 pm

Eu não entendi até agora a proposta da CESP e o contrato pelo que foi dito pelo advogado da firma, fiquei com forte impressão que o valor amortizado no imposto de renda do investimento não conta, além disso a CESP gere três irmãos com a concessão vencida pela proposta paulista dada eu fiquei com impressão que periga de acabar a empresa.




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