Operações Policiais e Militares
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Re: Operações Policiais e Militares
Nova realidade nas favelas: 250 vidas poupadas.
Pesquisa revela queda de até 78% na taxa de homicídios em comunidades com UPP.
Fabios Vasconcellos & Selma Schmidtt - O GLOBO, 22.09.12.
RIO - O próximo dia 19 de dezembro não será uma data qualquer para os moradores do Morro Dona Marta, em Botafogo. Nesse dia, completam-se quatro anos da inauguração da primeira Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da cidade. Haverá festa, certamente. Mas a data representa um marco nos mais de 70 anos da favela. Desde dezembro de 2008 até hoje são exatos 1.374 dias sem registros de mortes em confrontos com policiais ou entre bandidos. O que os moradores podem testemunhar no seu dia a dia é confirmado por uma pesquisa inédita, feita pela equipe do Laboratório de Análise de Violência da UERJ.
Os pesquisadores constataram que a instalação de UPPs reduziu em até 78% a taxa (por cem mil habitantes) de mortes violentas — homicídios, autos de resistência e latrocínio, entre outros — dentro das comunidades pacificadas. O maior impacto foi nos autos de resistência (mortes em confronto com policiais): a redução chegou a 98%.
Menos crimes num raio de 1,5km.
A partir de modelos estatísticos, que consideraram indicadores de criminalidade de janeiro de 2006 a junho de 2011, os pesquisadores concluíram que a cada dois meses uma pessoa deixou de morrer em confrontos nas favelas pacificadas. Com esse dado, é possível dizer que, do fim de 2008, quando foi criada a primeira unidade (Dona Marta), até agosto deste ano, pelo menos 250 vidas foram poupadas nas áreas das 27 UPPs, sem contar a da Rocinha, inaugurada na última quinta-feira. No total, 150 comunidades são beneficiadas pelo programa.
— Quando a UPP foi implantada, os moradores estavam receosos. Era o desconhecido. Hoje, tudo está mais claro. A polícia ostensiva foi substituída pela polícia de aproximação — diz o presidente da Associação de Moradores do Dona Marta, José Mário Hilário.
Segundo a pesquisa, a instalação de uma UPP provoca também queda nos indicadores de criminalidade num raio de até 1,5 quilômetro da favela. O estudo revela que a criminalidade vem apresentando queda como um todo na cidade, mas as UPP aceleraram a redução dos indicadores.
O GLOBO analisou o impacto da criação das UPPs nos índices de homicídios em duas Áreas Integradas de Segurança Pública (Aisps). Na Aisp 2, que compreende os bairros de Glória, Catete, Laranjeiras, Flamengo, Cosme Velho, Humaitá, Botafogo e Urca, o número de homicídios caiu 26% após 2008, quando foi instalada a UPP do Dona Marta. Já na Aisp 23 (Leblon, Lagoa, Ipanema, São Conrado, Gávea, Vidigal, Rocinha e Jardim Botânico), a queda chegou a 45%. O Morro do Vidigal ganhou UPP em janeiro deste ano.
Se por um lado o fim dos confrontos derrubou drasticamente os homicídios nas comunidades e até no seu entorno, a pacificação fez surgir registros de violência que, possivelmente, eram subnotificados nas favelas. O estudo, encomendado pelo Fórum Brasileiro de Segurança, mostra que houve um aumento do número de vítimas de ameaça dentro das áreas pacificadas. A taxa passou de 29,4 para 99 (por cem mil habitantes), uma variação de 236%. Cresceram também as taxas de vítimas de estupro (de 1,3 para 4,8 por cem mil). Outro índice com forte alta foi o de vítimas de violência doméstica ou familiar: foi de 27 para 84,6 (por cem mil), um aumento de 212%.
Para o sociólogo Ignácio Cano, coordenador do laboratório, as UPPs acabaram com o chamado dono do morro, traficante que resolvia questões da favela e disseminava o medo na população, que não procurava as delegacias. Essa seria uma das explicações para o aumento de alguns casos de violência:
— A entrada e a permanência da polícia na comunidade não só acabaram com o papel do traficante como vêm incentivando os moradores a registrar crimes que eram desconhecidos das delegacias. Mas as autoridades precisam estar atentas, agora, para evitar que o policial da UPP se transforme no novo dono do morro — alerta Cano.
Outro dado que chamou a atenção dos pesquisadores é que houve queda dos índices de criminalidade, apesar da baixa relação entre o número de PMs nas unidades e o de moradores. Para Cano, esse dado indica que não é preciso um grande número de policiais para que as taxas de homicídios caiam de maneira consistente. O principal fator é mesmo a mudança no tipo de policiamento, que deixa de ser de confronto e passa a ser comunitário.
Mais segura na favela que no asfalto.
A dona de casa Jocimara Liberato, que nasceu no Dona Marta, diz que hoje se sente mais segura lá do que no asfalto:
— Os policiais estão muito próximos dos moradores. Antes, por causa do domínio do tráfico, víamos os PMs como inimigos — afirma Jocimara, que lamenta, porém, os casos de estupros.
O Largo do Cantão, onde no passado funcionava a principal boca de fumo do Dona Marta, passou a ser frequentado por crianças. E moradores da favela chegam a criar laços de amizade com PMs. É o caso de Vanda Macedo que, há um ano e meio, teve seu terceiro filho, Pedro Miguel, numa viela. O soldado Oliveira, que levou mãe e filho para a maternidade, virou amigo de Vanda.
— Fico tranquila porque meu filho nasceu num lugar de paz — diz Vanda.
Desde a implantação da UPP dos morros da Babilônia e do Chapéu Mangueira, no Leme, em junho de 2009, os registros mais graves foram um trailer da PM atingido por tiro e uma pessoa morta por bandidos rivais, logo no início da pacificação.
— Agora, andar aqui é mais seguro do que nas ruas de Copacabana — compara o tenente Pedro Miguel Brito Nascentes, subcomandante da UPP. — Apreendemos poucas drogas e nenhuma arma. A maioria de nossos atendimentos é assistencialista.
Morador da Babilônia há 51 anos, o segurança Cosme Teodoro de Oliveira conta que não ouve mais tiro na favela.
— Parece cidade do interior.
Vice-presidente da Associação de Moradores da Babilônia, Carlos Antônio Pereira, garante que a relação com os PMs não poderia ser melhor:
— Tem morador que convida policiais até para festas de aniversário.
Cerca de 300 policiais trabalham na UPP do Borel, que atende sete favelas. É no Bar do Bigode, na Casa Branca, que policiais costumam almoçar. Edvaldo Carvalho, o Bigode, aderiu à nova rotina e defende a pacificação:
— Espero que o projeto não acabe depois das Olimpíadas de 2016.
Pesquisa revela queda de até 78% na taxa de homicídios em comunidades com UPP.
Fabios Vasconcellos & Selma Schmidtt - O GLOBO, 22.09.12.
RIO - O próximo dia 19 de dezembro não será uma data qualquer para os moradores do Morro Dona Marta, em Botafogo. Nesse dia, completam-se quatro anos da inauguração da primeira Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da cidade. Haverá festa, certamente. Mas a data representa um marco nos mais de 70 anos da favela. Desde dezembro de 2008 até hoje são exatos 1.374 dias sem registros de mortes em confrontos com policiais ou entre bandidos. O que os moradores podem testemunhar no seu dia a dia é confirmado por uma pesquisa inédita, feita pela equipe do Laboratório de Análise de Violência da UERJ.
Os pesquisadores constataram que a instalação de UPPs reduziu em até 78% a taxa (por cem mil habitantes) de mortes violentas — homicídios, autos de resistência e latrocínio, entre outros — dentro das comunidades pacificadas. O maior impacto foi nos autos de resistência (mortes em confronto com policiais): a redução chegou a 98%.
Menos crimes num raio de 1,5km.
A partir de modelos estatísticos, que consideraram indicadores de criminalidade de janeiro de 2006 a junho de 2011, os pesquisadores concluíram que a cada dois meses uma pessoa deixou de morrer em confrontos nas favelas pacificadas. Com esse dado, é possível dizer que, do fim de 2008, quando foi criada a primeira unidade (Dona Marta), até agosto deste ano, pelo menos 250 vidas foram poupadas nas áreas das 27 UPPs, sem contar a da Rocinha, inaugurada na última quinta-feira. No total, 150 comunidades são beneficiadas pelo programa.
— Quando a UPP foi implantada, os moradores estavam receosos. Era o desconhecido. Hoje, tudo está mais claro. A polícia ostensiva foi substituída pela polícia de aproximação — diz o presidente da Associação de Moradores do Dona Marta, José Mário Hilário.
Segundo a pesquisa, a instalação de uma UPP provoca também queda nos indicadores de criminalidade num raio de até 1,5 quilômetro da favela. O estudo revela que a criminalidade vem apresentando queda como um todo na cidade, mas as UPP aceleraram a redução dos indicadores.
O GLOBO analisou o impacto da criação das UPPs nos índices de homicídios em duas Áreas Integradas de Segurança Pública (Aisps). Na Aisp 2, que compreende os bairros de Glória, Catete, Laranjeiras, Flamengo, Cosme Velho, Humaitá, Botafogo e Urca, o número de homicídios caiu 26% após 2008, quando foi instalada a UPP do Dona Marta. Já na Aisp 23 (Leblon, Lagoa, Ipanema, São Conrado, Gávea, Vidigal, Rocinha e Jardim Botânico), a queda chegou a 45%. O Morro do Vidigal ganhou UPP em janeiro deste ano.
Se por um lado o fim dos confrontos derrubou drasticamente os homicídios nas comunidades e até no seu entorno, a pacificação fez surgir registros de violência que, possivelmente, eram subnotificados nas favelas. O estudo, encomendado pelo Fórum Brasileiro de Segurança, mostra que houve um aumento do número de vítimas de ameaça dentro das áreas pacificadas. A taxa passou de 29,4 para 99 (por cem mil habitantes), uma variação de 236%. Cresceram também as taxas de vítimas de estupro (de 1,3 para 4,8 por cem mil). Outro índice com forte alta foi o de vítimas de violência doméstica ou familiar: foi de 27 para 84,6 (por cem mil), um aumento de 212%.
Para o sociólogo Ignácio Cano, coordenador do laboratório, as UPPs acabaram com o chamado dono do morro, traficante que resolvia questões da favela e disseminava o medo na população, que não procurava as delegacias. Essa seria uma das explicações para o aumento de alguns casos de violência:
— A entrada e a permanência da polícia na comunidade não só acabaram com o papel do traficante como vêm incentivando os moradores a registrar crimes que eram desconhecidos das delegacias. Mas as autoridades precisam estar atentas, agora, para evitar que o policial da UPP se transforme no novo dono do morro — alerta Cano.
Outro dado que chamou a atenção dos pesquisadores é que houve queda dos índices de criminalidade, apesar da baixa relação entre o número de PMs nas unidades e o de moradores. Para Cano, esse dado indica que não é preciso um grande número de policiais para que as taxas de homicídios caiam de maneira consistente. O principal fator é mesmo a mudança no tipo de policiamento, que deixa de ser de confronto e passa a ser comunitário.
Mais segura na favela que no asfalto.
A dona de casa Jocimara Liberato, que nasceu no Dona Marta, diz que hoje se sente mais segura lá do que no asfalto:
— Os policiais estão muito próximos dos moradores. Antes, por causa do domínio do tráfico, víamos os PMs como inimigos — afirma Jocimara, que lamenta, porém, os casos de estupros.
O Largo do Cantão, onde no passado funcionava a principal boca de fumo do Dona Marta, passou a ser frequentado por crianças. E moradores da favela chegam a criar laços de amizade com PMs. É o caso de Vanda Macedo que, há um ano e meio, teve seu terceiro filho, Pedro Miguel, numa viela. O soldado Oliveira, que levou mãe e filho para a maternidade, virou amigo de Vanda.
— Fico tranquila porque meu filho nasceu num lugar de paz — diz Vanda.
Desde a implantação da UPP dos morros da Babilônia e do Chapéu Mangueira, no Leme, em junho de 2009, os registros mais graves foram um trailer da PM atingido por tiro e uma pessoa morta por bandidos rivais, logo no início da pacificação.
— Agora, andar aqui é mais seguro do que nas ruas de Copacabana — compara o tenente Pedro Miguel Brito Nascentes, subcomandante da UPP. — Apreendemos poucas drogas e nenhuma arma. A maioria de nossos atendimentos é assistencialista.
Morador da Babilônia há 51 anos, o segurança Cosme Teodoro de Oliveira conta que não ouve mais tiro na favela.
— Parece cidade do interior.
Vice-presidente da Associação de Moradores da Babilônia, Carlos Antônio Pereira, garante que a relação com os PMs não poderia ser melhor:
— Tem morador que convida policiais até para festas de aniversário.
Cerca de 300 policiais trabalham na UPP do Borel, que atende sete favelas. É no Bar do Bigode, na Casa Branca, que policiais costumam almoçar. Edvaldo Carvalho, o Bigode, aderiu à nova rotina e defende a pacificação:
— Espero que o projeto não acabe depois das Olimpíadas de 2016.
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Re: Operações Policiais e Militares
Essa merece compartilhar
abraços]
http://g1.globo.com/espirito-santo/noti ... no-es.htmlHomens tentam assaltar lutadora de jiu-jtsu e são espancados no ES
Um dos criminosos usou o dedo para ameaçar a vítima.
Polícia informou que jovem não poderia ter reagido ao assalto.
Álvaro Zanotti
Do G1 ES com informações da TV Gazeta
Utilizando o dedo por baixo da camisa, um homem e um outro suspeito tentaram assaltar uma lutadora de jiu-jitsu, na tarde deste sábado (22), na Serra, na Grande Vitória. Segundo a polícia, a vítima reagiu a tentativa de assalto, imobilizou um deles e bateu no outro até a chegada dos militares. Ao serem detidos, eles foram conduzidos para o Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) do mesmo município.
Segundo a jovem, ela estava em um ponto de ônibus quando sentiu alguém puxando a sua bolsa. "Quando ele me abraçou, eu dei uma chave de perna nele, que no jiu-jitsu é usado para jogar a pessoa no chão. Também vi que quando ele queria mostrar a arma, na verdade era o dedo dele, aí dei um tapa na 'cara' dele", contou a vítima que não quis se identificar.
Depois de imobilizar o suspeito e bater no outro, dois policiais que passavam pelo local viram a confusão e prenderam a dupla. De acordo com a polícia, a ação da jovem não é a recomendável para estes casos. "Se eles estivessem armados, fatalmente, ela seria alvejada. Jamais reaja", ressaltou o tenente coronel Nylton de Oliveira.
abraços]
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amor fati
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Re: Operações Policiais e Militares
Testo Interessantisimo=>>
Psicanálise de embromação
Quem não consegue distinguir a democracia da ditadura acaba escolhendo a ditadura como se fosse democracia e a democracia como se fosse ditadura.
Só assim se entende que a psicanalista Maria Rita Kehl associe o democrata Geraldo Alckmin, eleito com 11,5 milhões de votos, a um regime de força, como o fez em seu artigo publicado na última “Ilustríssima” (“O veredicto de Geraldo Alckmin”), com chamada de capa neste jornal.
Kehl comparou a ação da Polícia Militar de São Paulo contra um grupo de bandidos fortemente armados, em uma chácara do município de Várzea Paulista, ao massacre de prisioneiros políticos indefesos da ditadura militar.
Decretou que o senso de justiça da bandidagem, no caso de Várzea Paulista, estaria acima daqueles da PM e do próprio governo do Estado. Isto porque um tribunal do crime, que na chácara se instalara, “absolvera” de forma generosa um dos presentes -acusado de estupro, depois morto na operação policial.
Por fim, Maria Rita classificou como sendo retórica ditatorial uma declaração do governador Geraldo Alckmin (“Quem não reagiu está vivo”) e despejou sobre os leitores números que pudessem dar verossimilhança a seu diagnóstico.
O texto é delirante, perverso e desequilibrado. A psicanalista demonstrou desconhecer segurança pública; desprezar fatos e estatísticas; e menosprezar a memória e o trabalho de várias pessoas que, embora não partilhem de sua cartilha, contribuíram para a redemocratização no país.
O Governo do Estado de São Paulo não tolera abuso oficial.
Desde 2000, 3.999 policiais militares e 1.795 policiais civis foram demitidos por má conduta no Estado (dados até 18 setembro deste ano). Só na atual gestão, foram 392 policiais militares e 252 policiais civis.
Ao mesmo tempo, e sem qualquer contradição entre os dois esforços, a Polícia Militar impediu, e vai continuar a fazê-lo, que o crime se organize e realize julgamentos ao arrepio do Estado democrático de Direito.
Aqui, o crime não instala tribunal; aqui, o crime não ocupará funções privativas do Estado; aqui, o crime não vai dialogar com os Poderes constituídos.
A declaração do governador que tanto ouriçou a psicanalista Maria Rita foi feita dentro de um contexto de apuração e controle. Ele não se omitiu em relação à necessidade de investigar o que ocorreu.
Ao contrário. Disse ele, na mesma ocasião: “Olha, quando há resistência seguida de morte: investigação. A própria Polícia Militar investiga e o DHPP, que é o Departamento de Homicídios, também investiga A investigação pela Corregedoria já era de praxe. O que é que nós colocamos a mais? O DHPP. Ele faz a investigação em todos esses casos, ele conduz a investigação.”
E o que isto significa? Que o Estado de São Paulo foi o primeiro a colocar um corpo de elite da Polícia Civil -no caso, o DHPP- para apurar resistências seguidas de morte. Nas demais unidades da Federação (algumas das quais querem adotar o modelo paulista), as resistências não são apuradas, muito menos comandadas, por departamentos qualificados.
MENTE FANTASIOSA
A medida fortaleceu o eficaz sistema de freios e contrapesos, típico dos regimes democráticos. Apenas na mente fantasiosa de Maria Rita Kehl os experientes delegados do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa, da Polícia Civil, deixarão de cumprir sua obrigação para encobrir eventuais desvios de conduta de policiais militares.
A retórica inflamada e irresponsável desta senhora não fará o governo mudar o rumo na segurança pública. Rumo este, aliás, iniciado na década de 90, com a criação da Ouvidoria da Polícia, com a instituição da disciplina de direitos humanos no curso das polícias e com o combate à letalidade. E que vem sendo seguido pelo atual secretário, Antonio Ferreira Pinto, notoriamente comprometido com o rigor e com a legalidade.
Segundo os dados do último anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública do Ministério da Justiça (2011), a letalidade da polícia paulista é menor do que a de outros Estados do Brasil, tanto em números absolutos como nas taxas por 100 mil habitantes.
Em 2010, morreram 510 pessoas em confronto com a polícia paulista, uma taxa de 1,2 mortos por 100 mil habitantes. No Rio de Janeiro, que tem pouco mais de um terço da população de São Paulo, foram mortas 855 pessoas em confronto policial (taxa de 5,3 por 100 mil habitantes). Na Bahia, a taxa é de 2,2 por 100 mil. Como se vê, a fantasia baseada em distorções ideológicas não se sustenta quando confrontada com dados.
Maria Rita Kehl retrata a Polícia Militar de São Paulo como assassina contumaz de jovens. Pois São Paulo foi o Estado brasileiro que mais reduziu a taxa de homicídio de crianças e adolescentes (até 19 anos) por 100 mil habitantes entre 2000 e 2010, segundo o Mapa da Violência do Instituto Sangari: queda de 76,1%, de 22,3 para 5,4.
Também em números absolutos, o Estado de São Paulo teve a maior queda nesse índice entre 2000 e 2010. A redução foi de 2.991 homicídios de jovens e adolescentes, registrados em 2000, para 651 em 2010.
E o que aconteceu no Brasil no período? O número absoluto de homicídios de crianças e adolescentes cresceu 6,8%, entre 2000 e 2010 (de 8.132 para 8.686 casos) e a taxa por 100 mil habitantes subiu de 11,9, em 2000, para 13,8 em 2010.
DISTORÇÕES
Mas números não bastam para esta senhora. A distorção moral e ética de seu pensamento é insanável. Para Maria Rita, uma luta justa deveria contar sempre com mortos também entre policiais militares. Para ela, a profissionalização da Polícia Militar, treinada também para evitar baixas, é uma disfunção, um defeito, uma evidência de covardia.
Entende-se: entre a polícia e os bandidos, parece que ela já fez a sua escolha. Maria Rita acha que uma luta justa entre Polícia e bandido tem de terminar em empate -quiçá com a vitória da bandidagem, que ela deve confundir, em sua leitura perturbada da realidade, com uma variante da luta por justiça.
A Polícia Militar salva vidas, Maria Rita. É treinada para proteger a população do Estado. Atendeu a mais de 43 milhões de chamados em 2011. Realizou 310 mil resgates e remoções de feridos. Efetuou 128 mil prisões. A PM de São Paulo está entre as melhores do país.
Por isso, o Estado de São Paulo, segundo o Mapa da Violência, está em penúltimo lugar no ranking dos homicídios por 100 mil habitantes. A capital paulista é aquela em que, hoje, menos se mata no país, segundo o mesmo estudo.
Estivesse ela interessada em debater de fato o problema da Segurança Pública, Maria Rita tentaria entender a relação entre drogas e o crime organizado, como aquele instalado na chácara de Várzea Paulista. E por que o Brasil é o primeiro mercado consumidor mundial de crack e o segundo de cocaína? Nunca é suficiente repetir que o Estado de São Paulo produz laranja, cana, soja. Mas não produz folha de coca. Como ela entra no país? E as armas?
Mas estas não são as preocupações de Maria Rita. Ela quer confundir. Por isso até misturou o caso de Várzea Paulista à desocupação judicial da área conhecida como Pinheirinho, onde não houve vítima fatal e criou-se, bem ao seu estilo, um episódio mentiroso para fazer luta partidária.
A obrigação da autoridade pública é enfrentar o problema, seja ele a bandidagem comum ou a bandidagem da polícia. Se houve abusos, eles serão punidos após a investigação, como sempre o foram, e não antes.
Maria Rita Kehl, aliás, tornou-se partidária do julgamento extrajudicial. Ela não conhece detalhes da ação da polícia, mas já expediu a sua sentença condenatória, mimetizando, ela sim, os métodos das tiranias. Com uma diferença. As ditaduras criavam simulacros de julgamento. Precisavam convencer a si mesmas de sua farsa. Maria Rita não precisa ser nem parecer justa.
Ela deveria se envergonhar -mas não se conte com isso, pois está cumprindo uma agenda partidária -como, aliás, já havia feito nas eleições de 2010. Desmoralizar a polícia de São Paulo é parte de um projeto de poder.
O Governo do Estado de São Paulo não tem compromisso com o crime.
Márcio Aith, subsecretário de Comunicação do governo do Estado de São Paulo
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissi ... acao.shtml
Psicanálise de embromação
Quem não consegue distinguir a democracia da ditadura acaba escolhendo a ditadura como se fosse democracia e a democracia como se fosse ditadura.
Só assim se entende que a psicanalista Maria Rita Kehl associe o democrata Geraldo Alckmin, eleito com 11,5 milhões de votos, a um regime de força, como o fez em seu artigo publicado na última “Ilustríssima” (“O veredicto de Geraldo Alckmin”), com chamada de capa neste jornal.
Kehl comparou a ação da Polícia Militar de São Paulo contra um grupo de bandidos fortemente armados, em uma chácara do município de Várzea Paulista, ao massacre de prisioneiros políticos indefesos da ditadura militar.
Decretou que o senso de justiça da bandidagem, no caso de Várzea Paulista, estaria acima daqueles da PM e do próprio governo do Estado. Isto porque um tribunal do crime, que na chácara se instalara, “absolvera” de forma generosa um dos presentes -acusado de estupro, depois morto na operação policial.
Por fim, Maria Rita classificou como sendo retórica ditatorial uma declaração do governador Geraldo Alckmin (“Quem não reagiu está vivo”) e despejou sobre os leitores números que pudessem dar verossimilhança a seu diagnóstico.
O texto é delirante, perverso e desequilibrado. A psicanalista demonstrou desconhecer segurança pública; desprezar fatos e estatísticas; e menosprezar a memória e o trabalho de várias pessoas que, embora não partilhem de sua cartilha, contribuíram para a redemocratização no país.
O Governo do Estado de São Paulo não tolera abuso oficial.
Desde 2000, 3.999 policiais militares e 1.795 policiais civis foram demitidos por má conduta no Estado (dados até 18 setembro deste ano). Só na atual gestão, foram 392 policiais militares e 252 policiais civis.
Ao mesmo tempo, e sem qualquer contradição entre os dois esforços, a Polícia Militar impediu, e vai continuar a fazê-lo, que o crime se organize e realize julgamentos ao arrepio do Estado democrático de Direito.
Aqui, o crime não instala tribunal; aqui, o crime não ocupará funções privativas do Estado; aqui, o crime não vai dialogar com os Poderes constituídos.
A declaração do governador que tanto ouriçou a psicanalista Maria Rita foi feita dentro de um contexto de apuração e controle. Ele não se omitiu em relação à necessidade de investigar o que ocorreu.
Ao contrário. Disse ele, na mesma ocasião: “Olha, quando há resistência seguida de morte: investigação. A própria Polícia Militar investiga e o DHPP, que é o Departamento de Homicídios, também investiga A investigação pela Corregedoria já era de praxe. O que é que nós colocamos a mais? O DHPP. Ele faz a investigação em todos esses casos, ele conduz a investigação.”
E o que isto significa? Que o Estado de São Paulo foi o primeiro a colocar um corpo de elite da Polícia Civil -no caso, o DHPP- para apurar resistências seguidas de morte. Nas demais unidades da Federação (algumas das quais querem adotar o modelo paulista), as resistências não são apuradas, muito menos comandadas, por departamentos qualificados.
MENTE FANTASIOSA
A medida fortaleceu o eficaz sistema de freios e contrapesos, típico dos regimes democráticos. Apenas na mente fantasiosa de Maria Rita Kehl os experientes delegados do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa, da Polícia Civil, deixarão de cumprir sua obrigação para encobrir eventuais desvios de conduta de policiais militares.
A retórica inflamada e irresponsável desta senhora não fará o governo mudar o rumo na segurança pública. Rumo este, aliás, iniciado na década de 90, com a criação da Ouvidoria da Polícia, com a instituição da disciplina de direitos humanos no curso das polícias e com o combate à letalidade. E que vem sendo seguido pelo atual secretário, Antonio Ferreira Pinto, notoriamente comprometido com o rigor e com a legalidade.
Segundo os dados do último anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública do Ministério da Justiça (2011), a letalidade da polícia paulista é menor do que a de outros Estados do Brasil, tanto em números absolutos como nas taxas por 100 mil habitantes.
Em 2010, morreram 510 pessoas em confronto com a polícia paulista, uma taxa de 1,2 mortos por 100 mil habitantes. No Rio de Janeiro, que tem pouco mais de um terço da população de São Paulo, foram mortas 855 pessoas em confronto policial (taxa de 5,3 por 100 mil habitantes). Na Bahia, a taxa é de 2,2 por 100 mil. Como se vê, a fantasia baseada em distorções ideológicas não se sustenta quando confrontada com dados.
Maria Rita Kehl retrata a Polícia Militar de São Paulo como assassina contumaz de jovens. Pois São Paulo foi o Estado brasileiro que mais reduziu a taxa de homicídio de crianças e adolescentes (até 19 anos) por 100 mil habitantes entre 2000 e 2010, segundo o Mapa da Violência do Instituto Sangari: queda de 76,1%, de 22,3 para 5,4.
Também em números absolutos, o Estado de São Paulo teve a maior queda nesse índice entre 2000 e 2010. A redução foi de 2.991 homicídios de jovens e adolescentes, registrados em 2000, para 651 em 2010.
E o que aconteceu no Brasil no período? O número absoluto de homicídios de crianças e adolescentes cresceu 6,8%, entre 2000 e 2010 (de 8.132 para 8.686 casos) e a taxa por 100 mil habitantes subiu de 11,9, em 2000, para 13,8 em 2010.
DISTORÇÕES
Mas números não bastam para esta senhora. A distorção moral e ética de seu pensamento é insanável. Para Maria Rita, uma luta justa deveria contar sempre com mortos também entre policiais militares. Para ela, a profissionalização da Polícia Militar, treinada também para evitar baixas, é uma disfunção, um defeito, uma evidência de covardia.
Entende-se: entre a polícia e os bandidos, parece que ela já fez a sua escolha. Maria Rita acha que uma luta justa entre Polícia e bandido tem de terminar em empate -quiçá com a vitória da bandidagem, que ela deve confundir, em sua leitura perturbada da realidade, com uma variante da luta por justiça.
A Polícia Militar salva vidas, Maria Rita. É treinada para proteger a população do Estado. Atendeu a mais de 43 milhões de chamados em 2011. Realizou 310 mil resgates e remoções de feridos. Efetuou 128 mil prisões. A PM de São Paulo está entre as melhores do país.
Por isso, o Estado de São Paulo, segundo o Mapa da Violência, está em penúltimo lugar no ranking dos homicídios por 100 mil habitantes. A capital paulista é aquela em que, hoje, menos se mata no país, segundo o mesmo estudo.
Estivesse ela interessada em debater de fato o problema da Segurança Pública, Maria Rita tentaria entender a relação entre drogas e o crime organizado, como aquele instalado na chácara de Várzea Paulista. E por que o Brasil é o primeiro mercado consumidor mundial de crack e o segundo de cocaína? Nunca é suficiente repetir que o Estado de São Paulo produz laranja, cana, soja. Mas não produz folha de coca. Como ela entra no país? E as armas?
Mas estas não são as preocupações de Maria Rita. Ela quer confundir. Por isso até misturou o caso de Várzea Paulista à desocupação judicial da área conhecida como Pinheirinho, onde não houve vítima fatal e criou-se, bem ao seu estilo, um episódio mentiroso para fazer luta partidária.
A obrigação da autoridade pública é enfrentar o problema, seja ele a bandidagem comum ou a bandidagem da polícia. Se houve abusos, eles serão punidos após a investigação, como sempre o foram, e não antes.
Maria Rita Kehl, aliás, tornou-se partidária do julgamento extrajudicial. Ela não conhece detalhes da ação da polícia, mas já expediu a sua sentença condenatória, mimetizando, ela sim, os métodos das tiranias. Com uma diferença. As ditaduras criavam simulacros de julgamento. Precisavam convencer a si mesmas de sua farsa. Maria Rita não precisa ser nem parecer justa.
Ela deveria se envergonhar -mas não se conte com isso, pois está cumprindo uma agenda partidária -como, aliás, já havia feito nas eleições de 2010. Desmoralizar a polícia de São Paulo é parte de um projeto de poder.
O Governo do Estado de São Paulo não tem compromisso com o crime.
Márcio Aith, subsecretário de Comunicação do governo do Estado de São Paulo
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissi ... acao.shtml
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Re: Operações Policiais e Militares
Poucas coisas são tão desprezíveis quanto esses intelectuais do Partido dos Trabalhadores, tentando vender suas fantasias socialistas em relação às questões de segurança pública. Vai ser um bom dia, quando eles forem completamente afastados dos centros de poder do Estado brasileiro.Psicanálise de embromação
Quem não consegue distinguir a democracia da ditadura acaba escolhendo a ditadura como se fosse democracia e a democracia como se fosse ditadura.
(...)
Kehl comparou a ação da Polícia Militar de São Paulo contra um grupo de bandidos fortemente armados, em uma chácara do município de Várzea Paulista, ao massacre de prisioneiros políticos indefesos da ditadura militar.
Decretou que o senso de justiça da bandidagem, no caso de Várzea Paulista, estaria acima daqueles da PM e do próprio governo do Estado. Isto porque um tribunal do crime, que na chácara se instalara, “absolvera” de forma generosa um dos presentes -acusado de estupro, depois morto na operação policial.
(...)
DISTORÇÕES
Mas números não bastam para esta senhora. A distorção moral e ética de seu pensamento é insanável. Para Maria Rita, uma luta justa deveria contar sempre com mortos também entre policiais militares. Para ela, a profissionalização da Polícia Militar, treinada também para evitar baixas, é uma disfunção, um defeito, uma evidência de covardia.
Entende-se: entre a polícia e os bandidos, parece que ela já fez a sua escolha. Maria Rita acha que uma luta justa entre Polícia e bandido tem de terminar em empate -quiçá com a vitória da bandidagem, que ela deve confundir, em sua leitura perturbada da realidade, com uma variante da luta por justiça.
(...)
Mas estas não são as preocupações de Maria Rita. Ela quer confundir. Por isso até misturou o caso de Várzea Paulista à desocupação judicial da área conhecida como Pinheirinho, onde não houve vítima fatal e criou-se, bem ao seu estilo, um episódio mentiroso para fazer luta partidária.
(...)
Ela deveria se envergonhar -mas não se conte com isso, pois está cumprindo uma agenda partidária -como, aliás, já havia feito nas eleições de 2010. Desmoralizar a polícia de São Paulo é parte de um projeto de poder.
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Re: Operações Policiais e Militares
É engraçado que aqui no DB primeiro sai a crítica, mesmo que não se tenha lido o original, só pelo prazer de ter o que criticar depois.
Se é isso o que quer, está no caminho certo. E enquanto este tipo de idéia perdurar, estaremos condendados indefinidamente à vala do subdesenvolvimento. Lembre-se: Isto o que você expressou, só existe, inexcessivamente, em país miserável, em república de bananas. Graças a Deus, posso acreditar que aqui não terá o mesmo azar.
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AGORA PODEM CRITICAR, OK.Maria Rita Kehl: Alckmin usa a mesma retórica dos matadores da ditadura
16/09/2012
MARIA RITA KEHL
ESPECIAL PARA A FOLHA
“Quem não reagiu está vivo”, disse o governador de São Paulo ao defender a ação da Rota na chacina que matou nove supostos bandidos numa chácara em Várzea Paulista, na última quarta-feira, dia 12. Em seguida, tentando aparentar firmeza de estadista, garantiu que a ocorrência será rigorosamente apurada.
Eu me pergunto se é possível confiar na lisura do inquérito, quando o próprio governador já se apressou em legitimar o morticínio praticado pela PM que responde ao comando dele.
“Resistência seguida de morte”: assim agentes das Polícias Militares, integrantes do Exército e diversos matadores free-lancer justificavam as execuções de supostos inimigos públicos que militavam pela volta da democracia durante a ditadura civil militar, a qual oprimiu a sociedade e tornou o país mais violento, menos civilizado e muito mais injusto entre 1964 e 1985.
Suprimida a liberdade de imprensa, criminalizadas quaisquer manifestações públicas de protesto, o Estado militarizado teve carta branca para prender sem justificativa, torturar e matar cerca de 400 estudantes, trabalhadores e militantes políticos (dos quais 141 permanecem até hoje desaparecidos e outros 44 nunca tiveram seus corpos devolvidos às famílias –tema atual de investigação pela Comissão Nacional da Verdade).
Esse número, por si só alarmante, não inclui os massacres de milhares de camponeses e índios, em regiões isoladas e cuja conta ainda não conseguimos fechar. Mais cínicas do que as cenas armadas para aparentar trocas de tiros entre policiais e militantes cujos corpos eram entregues às famílias totalmente desfigurados, foram os laudos que atestavam os inúmeros falsos “suicídios”.
HERZOG
A impunidade dos matadores era tão garantida que eles não se preocupavam em justificar as marcas de tiros pelas costas, as pancadas na cabeça e os hematomas em várias partes do corpo de prisioneiros “suicidados” sob sua guarda. Assim como não hesitaram em atestar o suicídio por enforcamento com “suspensão incompleta”, na expressão do legista Harry Shibata, em depoimento à Comissão da Verdade, do jornalista Vladimir Herzog numa cela do DOI-Codi, em São Paulo.
Quando o Estado, que deveria proteger a sociedade a partir de suas atribuições constitucionais, investe-se do direito de mentir para encobrir seus próprios crimes, ninguém mais está seguro. Engana-se a parcela das pessoas de bem que imaginam que a suposta “mão de ferro” do governador de São Paulo seja o melhor recurso para proteger a população trabalhadora.
Quando o Estado mente, a população já não sabe mais a quem recorrer. A falta de transparência das instituições democráticas –qualificação que deveria valer para todas as polícias, mesmo que no Brasil ainda permaneçam como polícias militares– compromete a segurança de todos os cidadãos.
Vejamos o caso da última chacina cometida pela PM paulista, cujos responsáveis o governador de São Paulo se apressou em defender. Não é preciso comentar a bestialidade da prática, já corriqueira no Brasil, de invariavelmente só atirar para matar –frequentemente com mais de um tiro.
Além disso, a justificativa apresentada pelo governador tem pelo menos uma óbvia exceção. Um dos mortos foi o suposto estuprador de uma menor de idade, que acabava de ser julgado pelo “tribunal do crime” do PCC na chácara de Várzea Paulista. Ora, não faz sentido imaginar que os bandidos tivessem se esquecido de desarmar o réu Maciel Santana da Silva, que foi assassinado junto com os outros supostos resistentes.
Aliás, o “tribunal do crime” acabara de inocentar o acusado: o senso de justiça da bandidagem nesse caso está acima do da PM e do próprio governo do Estado. Maciel Santana morreu desarmado. E apesar da ausência total de marcas de tiros nos carros da PM, assim como de mortos e feridos do outro lado, o governador não se vexa de utilizar a mesma retórica covarde dos matadores da ditadura –”resistência seguida de morte”, em versão atualizada: “Quem não reagiu está vivo”.
CAMORRA
Ora, do ponto de vista do cidadão desprotegido, qual a diferença entre a lógica do tráfico, do PCC e da política de Segurança Pública do governo do Estado de São Paulo? Sabemos que, depois da onda de assassinatos de policiais a mando do PCC, em maio de 2006, 1.684 jovens foram executados na rua pela polícia, entre chacinas não justificadas e casos de “resistência seguida de morte”, numa ação de vendeta que não faria vergonha à Camorra. Muitos corpos não foram até hoje entregues às famílias e jazem insepultos por aí, tal como aconteceu com jovens militantes de direitos humanos assassinados e desaparecidos no período militar.
Resistência seguida de morte, não: tortura seguida de ocultação do cadáver. O grupo das Mães de Maio, que há seis anos luta para saber o paradeiro de seus filhos, não tem com quem contar para se proteger das ameaças da própria polícia que deveria ajudá-las a investigar supostos abusos cometidos por uma suposta minoria de maus policiais. No total, a polícia matou 495 pessoas em 2006.
Desde janeiro deste ano, escreveu Rogério Gentile na Folha de 13/9, a PM da capital matou 170 pessoas, número 33% maior do que os assassinatos da mesma ordem em 2011. O crime organizado, por sua vez, executou 68 policiais. Quem está seguro nessa guerra onde as duas partes agem fora da lei?
ASSASSINATOS
A pesquisadora norte-americana Kathry Sikkink revelou que o Brasil foi o único país da América Latina em que o número de assassinatos cometidos pelas polícias militares aumentou, em vez de diminuir, depois do fim da ditadura civil-militar.
Mudou o perfil socioeconômico dos mortos, torturados e desaparecidos; diminuiu o poder das famílias em mobilizar autoridades para conseguir justiça. Mas a mortandade continua, e a sociedade brasileira descrê da democracia.
Hoje os supostos maus policiais talvez sejam minoria, e não seria difícil apurar suas responsabilidades se houvesse vontade política do governo. No caso do terrorismo de Estado praticado no período investigado pela Comissão da Verdade, mais importante do que revelar os já conhecidos nomes de agentes policiais que se entregaram à barbárie de torturar e assassinar prisioneiros indefesos, é fundamental que se consiga nomear toda a cadeia de mando acima deles.
Se a tortura aos oponentes da ditadura foi acobertada, quando não consentida ou ordenada por autoridades do governo, o que pensar das chacinas cometidas em plena democracia, quando governadores empenham sua autoridade para justificar assassinatos cometidos pela polícia sob seu comando?
Como confiar na seriedade da atual investigação, conduzida depois do veredicto do governador Alckmin, desde logo favorável à ação da polícia? Qual é a lisura que se pode esperar das investigações de graves violações de Direitos Humanos cometidas hoje por agentes do Estado, quando a eliminação sumária de supostos criminosos pelas PMs segue os mesmos procedimentos e goza da mesma impunidade das chacinas cometidas por quadrilhas de traficantes?
Não há grande diferença entre a crueldade praticada pelo tráfico contra seis meninos inocentes, no último domingo, no Rio, e a execução de nove homens na quarta, em São Paulo. O inquietante paralelismo entre as ações da polícia e dos bandidos põe a nu o desamparo de toda a população civil diante da violência que tanto pode vir dos bandidos quanto da polícia.
“Chame o ladrão”, cantava o samba que Chico Buarque compôs sob o pseudônimo de Julinho da Adelaide. Hoje “os homens” não invadem mais as casas de cantores, professores e advogados, mas continuam a arrastar moradores “suspeitos” das favelas e das periferias para fora dos barracos ou a executar garotos reunidos para fumar um baseado nas esquinas das periferias das grandes cidades.
PELA CULATRA
Do ponto de vista da segurança pública, este tiro sai pela culatra. “Combater a violência com mais violência é como tentar emagrecer comendo açúcar”, teria dito o grande psicanalista Hélio Pellegrino, morto em 1987.
E o que é mais grave: hoje, como antes, o Estado deixa de apurar tais crimes e, para evitar aborrecimentos, mente para a população. O que parece ser decidido em nome da segurança de todos produz o efeito contrário. O Estado, ao mentir, coloca-se acima do direito republicano à informação –portanto, contra os interesses da sociedade que pretende governar.
O Estado, ao mentir, perde legitimidade –quem acredita nas “rigorosas apurações” do governador de São Paulo? Quem já viu algum resultado confiável de uma delas? Pensem no abuso da violência policial durante a ação de despejo dos moradores do Pinheirinho… O Estado mente –e desampara os cidadãos, tornando a vida social mais insegura ao desmoralizar a lei. A quem recorrer, então?
A lei é simbólica e deve valer para todos, mas o papel das autoridades deveria ser o de sustentar, com sua transparência, a validade da lei. O Estado que pratica vendetas como uma Camorra destrói as condições de sua própria autoridade, que em consequência disso passará a depender de mais e mais violência para se sustentar.
Está destacada aí a lógica a lógica de qualquer ditadura: O pavor da verdade, a necessida de esconder o conhecimento da população. É o fator de sobrevivência de qualquer regime autoritário, a ocultação, a censura, a enganação.Poucas coisas são tão desprezíveis quanto esses intelectuais do Partido dos Trabalhadores, tentando vender suas fantasias socialistas em relação às questões de segurança pública. Vai ser um bom dia, quando eles forem completamente afastados dos centros de poder do Estado brasileiro.
Se é isso o que quer, está no caminho certo. E enquanto este tipo de idéia perdurar, estaremos condendados indefinidamente à vala do subdesenvolvimento. Lembre-se: Isto o que você expressou, só existe, inexcessivamente, em país miserável, em república de bananas. Graças a Deus, posso acreditar que aqui não terá o mesmo azar.
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Re: Operações Policiais e Militares
Só isto já basta para mostrar o completo desconhecimento dessa "isenta" senhora sobre modernas práticas em Segurança Pública: desde o começo da década passada somos treinados em Double Tapping no tórax. A intenção não é necessariamente MATAR - embora a possibilidade exista e seja alta - mas potencializar a ocorrência de um "stopping power", o que é desconhecido poder ser feito com apenas UM disparo efetuado por qualquer arma de coldre para uso em SegPub em 100% dos casos; já DOIS disparos de .40 sim, detêm qualquer um, mesmo usando colete balístico.Não é preciso comentar a bestialidade da prática, já corriqueira no Brasil, de invariavelmente só atirar para matar – frequentemente com mais de um tiro.
Aqui no RS essa prática (bem como a do treinamento conjunto de todas as instituições de SegPub) foi curiosamente instituída durante o governo de Olívio Dutra, do PT, e todo mundo gostou. Menos a vagabagem, claro.
E, naturalmente, seus DEFENSORES...
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Re: Operações Policiais e Militares
O velho ranço no ar...
Claro que a polícia, tanto no Brasil quanto no mundo, tem que estar em constantes melhorias tanto na parte de prevenção quanto na ação contra o crime, e a PM de São Paulo vem melhorando muito a cada ano. Quem não quiser que não enxergue isso.
Mas comparar o trabalho da PM atual com a ditadura é desinformação pura e não ajuda em nada a levar o Brasil para frente. Só serve para ficar mascarando o problema e não entrega solução.
Claro que a polícia, tanto no Brasil quanto no mundo, tem que estar em constantes melhorias tanto na parte de prevenção quanto na ação contra o crime, e a PM de São Paulo vem melhorando muito a cada ano. Quem não quiser que não enxergue isso.
Mas comparar o trabalho da PM atual com a ditadura é desinformação pura e não ajuda em nada a levar o Brasil para frente. Só serve para ficar mascarando o problema e não entrega solução.
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Re: Operações Policiais e Militares
Outra viagem comum dos "engajados" é invariavelmente comprar a nossas polícias com as de luminares do dito "primeiro mundo" para alegar que aqui se mata muito mais.
Mais um pobre sofisma: a comparação deveria ser primeiro entre os sistemas judiciais!
Comparemos primeiro a impunidade aqui e na Inglaterra, Japão e Suíça, por exemplo. Lá quem faz paga por isso, aqui o que mais frustra qualquer profissional da SegPub é ver o vago entrando algemado e saindo uma ou duas horas depois de braço dado com seu advogado. Quantas vezes vimos na TV a exibição de fichas quilométricas de criminosos finalmente presos, mostrando montes de prisões e rápidas liberações?
E este vago não está saindo para procurar emprego. Vai fazer josta de novo, até porque precisa PAGAR o causídico. E, devidamente drogado, cedo ou tarde vai reagir quando abordado. E vai levar double tap.
E a indignada senhora terá mais motivos para bradar sua indignação aos céus porque "no Brasil a polícia mata mais". A meu ver, quem mata mais é a IMPUNIDADE!
Mais um exemplo? Matem um policial no Brasil: é um homicídio comum e assim será tratado. Façam o mesmo na Inglaterra ou EUA e todos os recursos serão mobilizados para te pegar. SE pegarem vivo, a pena vem BEM aumentada por ser considerado um crime particularmente hediondo...
Mais um pobre sofisma: a comparação deveria ser primeiro entre os sistemas judiciais!
Comparemos primeiro a impunidade aqui e na Inglaterra, Japão e Suíça, por exemplo. Lá quem faz paga por isso, aqui o que mais frustra qualquer profissional da SegPub é ver o vago entrando algemado e saindo uma ou duas horas depois de braço dado com seu advogado. Quantas vezes vimos na TV a exibição de fichas quilométricas de criminosos finalmente presos, mostrando montes de prisões e rápidas liberações?
E este vago não está saindo para procurar emprego. Vai fazer josta de novo, até porque precisa PAGAR o causídico. E, devidamente drogado, cedo ou tarde vai reagir quando abordado. E vai levar double tap.
E a indignada senhora terá mais motivos para bradar sua indignação aos céus porque "no Brasil a polícia mata mais". A meu ver, quem mata mais é a IMPUNIDADE!
Mais um exemplo? Matem um policial no Brasil: é um homicídio comum e assim será tratado. Façam o mesmo na Inglaterra ou EUA e todos os recursos serão mobilizados para te pegar. SE pegarem vivo, a pena vem BEM aumentada por ser considerado um crime particularmente hediondo...
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Re: Operações Policiais e Militares
Se você for ver bem, a comparação com a ditadura é menos "técnica".NettoBR escreveu:O velho ranço no ar...
Mas comparar o trabalho da PM atual com a ditadura é desinformação pura e não ajuda em nada a levar o Brasil para frente. Só serve para ficar mascarando o problema e não entrega solução.
Está se falando de uma camuflagem que se faz em cima do tema e da mentalidade envolvida nisso. Agora o governador resolveu intervir "quem reagiu está morto" e ponto final, não quer saber se o suposto 'réu' estava armado, se haviam cápsulas deflagradas junto aos carros dos suspeitos e nada. Fica a verdade absoluta de que bandido morreu, como se a função da PM fosse nada mais do que um esquadrão da morte legalizado, e mais do que isso, inquestionável. AI de quem abrir a boca pra falar da polícia e da estratégia sagrada da segurança pública instituída pela iluminação divina.
Aliás, ano após ano, repito, as polícias batem anualmente seus próprios recordes de mortes, até agora não vi indício de que a "população marginal" esteja diminuindo. Alguma coisa está MUITO errada e precisa ser repensada. Azar o nosso, país em que quem estuda, pesquisa, debate, é alvo de hostilidade. Alguém acha que tem futuro?
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Re: Operações Policiais e Militares
Curioso mesmo. O que demonstra que, até mesmo nos meios intelectuais do PT (exceto a nossa psicóloga Kehl...) existe vida inteligente.Túlio escreveu:Só isto já basta para mostrar o completo desconhecimento dessa "isenta" senhora sobre modernas práticas em Segurança Pública: desde o começo da década passada somos treinados em Double Tapping no tórax.Não é preciso comentar a bestialidade da prática, já corriqueira no Brasil, de invariavelmente só atirar para matar – frequentemente com mais de um tiro.
(...)
Aqui no RS essa prática (bem como a do treinamento conjunto de todas as instituições de SegPub) foi curiosamente instituída durante o governo de Olívio Dutra, do PT, e todo mundo gostou. Menos a vagabagem, claro.
E, naturalmente, seus DEFENSORES...
Infelizmente, "vida inteligente petista" parece concentrar-se fora do PT paulistano. Uma vez, durante o governo de Dona Erundina, a Guarda Municipal paulistana recebeu uma circular na qual era recomendado que, durante um entrevero armado, os guardas visassem as mãos e os braços dos oponentes. Essa circular foi publicada numa edição da Revista Magnum da época. Eu lembro de ter pensado, "Ao que parece, algum "revolucionário" funcionário do governo Erundina, assistiu demais o seriado "Zorro"... (aquele do "Aiou, Silver" e do "Tonto"...)
Já imaginaram a cena? Um bandido assassino armado, mirando no coração dos guardas e policiais e estes preocupados em mirar na mão e nos braços do inimigo! Vida dura essa de agente da lei sob governo petista de São Paulo, não admira que o Russomano esteja levando vantagem...
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Re: Operações Policiais e Militares
Esses textos sobre segurança pública elaborados por Sociólogos, historiadores, juristas e AFINS são capazes de dar sono numa bacia de cocaína colombiana reserva especial.
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Re: Operações Policiais e Militares
Ao amigo brasileiro, venha cá lhe pedir desculpas pois eu quem postei o texto achando que o artigo da kehl ja havia sido postado. Respeitosamente Matheus Hen.
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Re: Operações Policiais e Militares
Falando em cocaína colombiana, esses ´´intelectuais`` que gostam de classificar a polícia brasileira são os mesmos que defendem as criminosas ações das FARC. E se calaram quando Fernandinho Beira Mar foi preso quando estava sob a proteção daquela famigerada quadrilha de narcotraficantes. É importante ver a realidade antes de ler esse pessoal, que não tem compromisso com nada além da ideologia.wagnerm25 escreveu:Esses textos sobre segurança pública elaborados por Sociólogos, historiadores, juristas e AFINS são capazes de dar sono numa bacia de cocaína colombiana reserva especial.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
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Re: Operações Policiais e Militares
Qual é o partido em que seu membros afirmam abertamente que a publicidade do julgamento do mensalão coloca em perigo a democracia do país? Não é o mesmo partido que tenta, a todo custo, colocar em dúvida a credibilidade do judiciário brasileiro, afirmando que o julgamento do referido escândalo de corrupção não passa de "um golpe que a elite do país" ta tentando da no "partido do povo"???Brasileiro escreveu:Está destacada aí a lógica a lógica de qualquer ditadura: O pavor da verdade, a necessida de esconder o conhecimento da população. É o fator de sobrevivência de qualquer regime autoritário, a ocultação, a censura, a enganação.
Se é isso o que quer, está no caminho certo. E enquanto este tipo de idéia perdurar, estaremos condendados indefinidamente à vala do subdesenvolvimento. Lembre-se: Isto o que você expressou, só existe, inexcessivamente, em país miserável, em república de bananas. Graças a Deus, posso acreditar que aqui não terá o mesmo azar.
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Esse texto só mostra que essa senhora não entende NADA de segurança pública mas mesmo assim tenta fazer críticas infundadas, baseadas em achismos, para atingir o governador do estado de São Paulo, que agiu corretamente ao demostrar de que lado estar, dando apoio moral a quem realmente luta contra o crime!
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Re: Operações Policiais e Militares
Camarada, e quem disse que o governador vai julgá-los? Essa ação vai ser investigada, e quem vai julgá-la será um juíz, não o governador, que joga pra platéia. Se não houve excesso, não será o governador que irá absolvê-los.Brasileiro escreveu:Agora o governador resolveu intervir "quem reagiu está morto" e ponto final, não quer saber se o suposto 'réu' estava armado, se haviam cápsulas deflagradas junto aos carros dos suspeitos e nada. Fica a verdade absoluta de que bandido morreu, como se a função da PM fosse nada mais do que um esquadrão da morte legalizado, e mais do que isso, inquestionável. AI de quem abrir a boca pra falar da polícia e da estratégia sagrada da segurança pública instituída pela iluminação divina.
Aliás, ano após ano, repito, as polícias batem anualmente seus próprios recordes de mortes, até agora não vi indício de que a "população marginal" esteja diminuindo. Alguma coisa está MUITO errada e precisa ser repensada. Azar o nosso, país em que quem estuda, pesquisa, debate, é alvo de hostilidade. Alguém acha que tem futuro?
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Quanto ao debate sobre segurança pública, enquanto todos colocarem a culpa na polícia, como se ela fosse a resposta de todos os problemas dessa insegurança que vivemos, nada, repito, NADA irá mudar. A polícia é fruto da sociedade em que vive.