#2
Mensagem
por Clermont » Sáb Set 01, 2012 6:43 am
Que ingenuidade.
Por exemplo, Aníbal quando invadiu Roma quase estava atuando por conta própria. A família dele era proprietária de boa parte da Espanha ocupada pelos cartagineses.
Nos relatórios de Napoleão Bonaparte, quando entrou na Itália com o exército revolucionário, a gente lia coisas, mais ou menos assim:
"Hoje, meu exército confiscou tantas obras de arte; tantos quadros; uma soma tal..." Quando virou imperador, danou de construir castelos para si e para a patroa, a Josefina. Ou seja, um saqueador perfeito.
Se há alguma coisa com que os grandes generais sempre pensaram, é em quanto iriam tirar no fim da campanha. Afinal, "o nervo da guerra é o dinheiro".
Esse tipo de discurso é justamente aquele que se espera de civis, como nós, que da profissão militar só conhecemos o que vemos em filmes de Hollywood e quando assistimos aos desfiles do 7 de Setembro. Desconhecendo, totalmente, o lado humano do homem que usa a farda. Seja ele um soldado, ou seja ele um general.
E o mais intrigante e paradoxal de um tal discurso é que ele se encaixa, perfeitamente, em gente de esquerda e gente de direita. Pois, se observarmos bem, a suposta nobreza dos "homens motivados pela honra e por seus juramentos" não deveria ser motivos para lhes conceder o poder absoluto, em detrimento desses horríveis paisanos que só pensam no salário do fim do mês? Assim como foi entre 1964 e 1985? Ou foi em 1889?
Bom mesmo vai ser no dia em que os exércitos forem constituídos de andróides do tipo "exterminador do futuro". Aí, sim, vamos ter soldados, sargentos e oficiais que não precisem se preocupar com salário, com escola dos filhos, com plano de saúde e coisas desprezíveis desse tipo, indignas de serem alvo de preocupação de um grande guerreiro.
Ah, filmes de Hollywood! Eu amo vocês...