Bourne escreveu:As vezes penso...
O que é menos pior? Alimentar a máfia do carro usado ou novo? Por que uma relação doentia entre renovação da frota e o valor dos carros novos e usados. Assim, os carros novos são vendidos caros, principalmente os populares, só que não baixam tanto de preço em um intervalo de cinco anos em que o carro seria aceitável. Mantendo uma margem desconfortável sobre o passado progresso do veículo. Mais antigos que isso são bombas prontas para explodir. O resultado é uma frota velha, insegura e gastona.
A importação de carros usados sendo proibida ajuda muito a manter o esquema. Portanto, André Correa, é complicada situação. Usado não é a solução e só alimenta o problema do sistema e provavelmente do individuo. Se estivesse em Portugal consideraria com muito carinho está opção. Já nos EUA seria novo as montadoras e bancos são muito camaradas, além da mão de obra para manutenções ser muito cara.
Para caminhões é pior ainda. Ter na frota veículos de 20, 30 ou 40 anos é maluquice. Encarece o transporte na medida em que aumenta custos e acidentes. Saibam que existem caminhões 1989 sendo vendidos por R$ 80 mil ou um modelo 2000 por 110 mil. Caminhões novos ficam relegados a grandes transportadoras e elites de autônomos. Enquanto nos EUA um caminhão com 10 anos de uso é sucada e se compra por R$ 15 mil dólares (ou 30 mil reais). Sendo caminhões mais fortes, econômicos e seguros. Se no brasil caminhão novo é luxo, nos EUA e resto do mundo é necessidade.
Está chegando a hora de aproveitar a queima de estoque dos Ford Focus e VW Golf com a chegada dos novos modelos. Por que quanto mais procuro carros usados, mais desanimado fico.
Antes que sugiram não comprar. Não dá para fazer 200 km de bicicleta todo o dia. E tenho medo dos carro, ônibus e caminhões na cidade também.
Desculpe-me Bourne, mas vossos posts sempre são bem lúcidos, diferente deste, já com um sentimento entreguista, ou derrotista,
going with the flow...
Lembre-se que um carro é um mero meio de locomoção. É um meio de transporte, não é algo que reflicta em saúde ou bem estar verdadeiro na vossa vida. Comprar um usado não é motivo para vergonha, e sim demonstrar que não concordas com esta política absurda de altos lucros, tanto corporativos como em impostos governamentais, e ponto final. Tenho a certeza que, com o que queres pagar num carro medíocre, 0km, pagas mais barato num carro com 5 ou 6 anos, mas com muito mais conforto e segurança, e ainda sobre dinheiro para a manutenção e outros gastos.
Mesmo em Portugal, e tendo condições de comprar um bom carro 0km, eu opto por comprar um semi-novo, e desta maneira, satisfaço duas necessidades minhas: locomover-me, em segurança, e não contribuir com o actual sistema de tributação e lucros. Querem vender carro 0km pra mim? Venham cá em Portugal, montem uma fábrica, empregue cidadãos locais, e façam um preço justo, assim como fazem em outros países.
No meu caso, com cerca de 35 mil euros, iria comprar um Golf, um C30, um Lancia Delta, um Focus, um Alfa Mito, Nissan Qashqai, Jeep Patriot, Honda CR-V ou um Peugeot 3008, entre outros deste segmento, ou comprava um Audi Q7 3.0 TDI 2006? São carros de segmentos totalmente diferentes, com conforto, segurança e desempenho diferentes, e tenho gastos equivalentes em manutenção, mas não contribui com o sistema, que condeno, e tenho um carro que não envergonha-me nem falha-me em nada (aliás, tinha, pois já vendi, por outras razões).
Percebes a diferença? Eu prefiro inflar o mercado de usados, ou semi-novos, que não leva o nosso dinheiro para fora, do que alimentar a ganância das grandes corporações. Se resulta, a nível global, não interessa-me. Eu faço a parte que cabe-me, e divulgo a ideia, mas, se percebem-na, ou não, já não está ao meu alcance.