Hammer-nikit escreveu:Eu também tenho estudado bastante os eventos que ocorreram em 1982 e posso te garantir que o maior "erro" dos argentinos foi ter a "Certeza" que os britânicos não optariam por enfrentar sua "Tomada das Malvinas" de uma maneira militar. Para os argentinos o que eles fizeram era apenas uma estratégia para forçar o reinicio das negociações sobre a soberania das ilhas com os britânicos.
Mas eu concordo com isso. Só que essa é uma conclusão sobre a estratégia dos argentinos, não sobre as táticas utilizadas quando a Task Force britânica chegou próximo das ilhas.
Eu afirmo, que não foi um submarino nuclear que foi o suficiente para ter levado a Argentina a perder a guerra.
A Argentina não arriscou quando tinha que arriscar. A Grã Bretanha apostou tudo quando podia, independentemente das consequências políticas. E ganhou.
Os argentinos ficaram com medo com a perda de um navio. Os britânicos perderam vários e continuaram em frente.
Eu também acho que se pode dizer muita coisa quanto à utilização de submarinos, o problema é que quando vamos ver no fundo de cada alegação, acabamos na maioria dos casos por encontrar argumentos contrários muito fortes.
Exemplo: Para recolha de informação, faz mais sentido um submarino convencional com AIP, praticamente indetetável e muito mais silencioso que um submarino nuclear. E o submarino Diesel-electrico com AIP é muito mais barato que um nuclear. A relação custo/benefício, acaba sempre colocando o submarino nuclear de fora como opção mais lógica.
A grande diferença entre o Brasil de Figueiredo e o de Lula não é propriamente o entendimento mlilitar do presidente em si mas é ao contrário o seu tamanho econômico. O Brasil de hoje pode se dar ao luxo de ter meios como os SSNs além de 15 SSKs E dois NAes, nossa economia suporta este baque, o estado não vai quebrar com este investimento.
Não devemos contar com o ovo antes de a galinha o ter posto.
No governo do Figueiredo, o Brasil exportava Urutus e Cascaveis para meio mundo e munição para a guerra do golfo e os estaleiros brasileiros construiam fragatas (duas das Niteroi).
No tempo do Figueiredo o Brasil entrava na parceria para produzir o jato AMX e lançava o Tucano, vendido até para a RAF.
Quantas fragatas foram construidas pelo Lula ?
Quantos carros de combate brasileiros foram desenvolvidos no governo Lula ?
Quantos aviões de guerra foram desenvolvidos no tempo do Lula ?
Não há comparação. O Brasil daquele tempo nada tinha que ver com o de hoje.
E a conversa sobre as potencialidades futuras, você encontra-a durante toda a História brasileira. É uma constante.
Eu prefiro ficar pelo que se sabe que se pode contar.
E a realidade é a que é. Toda ela justifica o que tenho vindo a explicar.
gerson vitorino escreveu:Pra entender melhor sua colocação, quer dizer que um porta-aviões, mesmo os menores, não poderiam ser, em menor escala, usado em uma Task Force, a exemplo do invencible nas Malvinas?
Depende do que você quiser dizer com menor escala.
Quando eu falo na necessidade de o Brasil possuir uma força de porta-aviões e afirmo que ela é mais importante que a força de submarinos, eu penso em navios como o A-12 São Paulo só que modernos.
Ou seja: Porta-aviões convencionais, com capacidade para utilizar aeronaves de asa fixa de patrulha marítima e que sejam ao mesmo tempo capazes de defender esses meios de patrulha.
Como compreenderá, um navio do tipo do Invincible não teria capacidade para fazer isso.
Nas Malvinas, eles operavam nas proximidades das ilhas e sabiam permanentemente onde estava o alvo e de onde vinham as ameaças.
Um grupo de navios de patrulha e defesa das vias marítimas, precisa de capacidades que um navio com uma rampa Ski-jump não tem.
gerson vitorino escreveu:Espanha e Italia optaram por ter PA proprios, dentro da realidade de um cobertor OTAN, com sua cobertura submarina nuclear.....talvez por isso, não quiseram obter seus próprios Sub'snuc.
Quando a Espanha decidiu construir o Principe de Asturias nem sequer fazia parte da NATO.
Os espanhóis têm porta-aviões, por razões totalmente diferentes dos ingleses. Os italianos nem tinham porta-aviões, eles tinham porta-helicópteros. Inicialmente o Garibaldi substituiu navios que utilizavam helicópteros. A marinha italiana não podia operar aeronaves de asa fixa. A utilização desses meios nada tem que ver com cobertura nuclear.
gerson vitorino escreveu:Então só podemos decidir se formos atacados primeiro? Conflitos so acontecem com os outros, isso? Voce se antecipar a situações ao ponto de torná-la pouco viável a potenciais oponentes não seria uma atidude de sobrevivencia?
A questão não é ser atacado ou não ser atacado antes. A questão prende-se com a existência de uma ameaças real e não com uma ameaça inventada por conveniência.
Só em certos circulos brasileiros alguém acredita na invasão americana da amazónia. Para o resto do mundo isso é um completo absurdo.
Ao contrário da India, o Brasil não tem um Paquistão, desde que a Argentina afundou. E não existe uma ameaça credível, porque para os americanos o Brasil é um país do mundo ocidental, com o qual não pretendem ter problema de nenhum tipo.
Por isso não é de estranhar que os americanos perguntem para que servem os submarinos nucleares. Eles sabem que o Brasil não pode defender nada com eles. São uma arma ofensiva!
O único país contra o qual o Brasil parece querer utilizar os submarinos, são os Estados Unidos.
gerson vitorino escreveu:O Submarino Nuclear, com certeza não foi feito para escoltar comboio, nem foi essa a questão, mas sim o nosso mar e todos os oceanos onde percorrem a quase totalidade de nossas riquezas, esteja onde houver um navio com bandeira brasileira a tremular, se houver ameaça ilegítima, com um SubNuc está última será questionada
Onde houver um navio com bandeira brasileira a tremular e um submarino afundar o navio e a bandeira, o que você vai fazer com um submarino atómico ?
Enviar rapidamente para resgatar os naufragos ?
A única coisa que pode fazer é tentar encontrar o submarino e para isso você precisa de aeronaves de pesquisa marítima, luta anti submarina e fragatas. E para dispor desses meios, é melhor ter um porta-aviões.
O submarino não lhe vai servir para absolutamente nada.
gerson vitorino escreveu:a respeito de escoltar comboio....como a história é dinâmica e não estática...ainda não vimos tal realidade acontecer e nem sei se um dia o virá, não sou vidente pra chegar a tal ponto de exclusão ...
O problema, é que você não pode justificar o gasto de milhares de milhões em recursos, apenas porque no futuro, quem sabe, talvez se possa utilizar esses meios de uma forma e com táticas que ainda não foram inventadas nem testadas.
É a mesma coisa que você gastar todo o seu dinheiro para comprar um carro que funciona a hidrogénio, com a leve esperança de que no futuro, talvez haja tecnologia que faça reduzir o preço astronómico do hidrogenio, garantindo que o seu carro vai poder andar.
Você gastaria esse dinheiro com base nesse pressuposto ? ? ?
Eu não.
Cumprimentos