MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Também acho estapafúrdia - para dizer pouco - essa comparação com o México.
(((Daqui a pouco vai ter "brasileiro" chamando o Brasil de ESTADO FALIDO por pura IDEOLOGICE)))
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“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Túlio escreveu:Também acho estapafúrdia - para dizer pouco - essa comparação com o México.
(((Daqui a pouco vai ter "brasileiro" chamando o Brasil de ESTADO FALIDO por pura IDEOLOGICE)))
A Comparação é investimento e em que área e em nome da diversificação para se proteger da crise, o Brasil sempre será comparado a outro país, a discussão que chega agora nos jornais é algo que já ocorre a bom tempo, esse aí é um " trabalho público" da UBS.
https://docs.google.com/file/d/0B8yOsNF ... FNbDA/edit
Editado pela última vez por marcelo l. em Seg Ago 20, 2012 6:57 pm, em um total de 1 vez.
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Tá, mas tudo deve ter um certo limite, não, cupincha? Não somos a oitava maravilha do mundo, concordo, mas não estamos totalmente na josta também, né não?
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Não é que somos uma josta, mas a estratégia de alocar $$$ para determinado seguimento este ou aqueles podem ser uma escolha melhor. A discussão do jornal é outra que reflete o efeito queridinho do mercado, um país não precisa ser miss, mas ser eficiente, vide Singapura.Túlio escreveu:Tá, mas tudo deve ter um certo limite, não, cupincha? Não somos a oitava maravilha do mundo, concordo, mas não estamos totalmente na josta também, né não?
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
PODEM. Mas PODEMOS afirmar que desse ou daquele modo fica melhor? Hôme, não conhecemos como funciona o mecanismo inteiro do Estado, POWS!!!
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Calma né Túlio, no caso brasileiro, vc analisa-se o Plano Pluri Anual, Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei Orçamentária, textos do FMI/Banco Mundial, Global Competitiveness report, violência, carga tributária/incentivos etc, são dados bem sólidos. E por último vc contrata alguém do país para discutir as promessas do ponto de vista das aplicações e origens, tem pesquisa do perfil do brasileiro etc.Túlio escreveu:PODEM. Mas PODEMOS afirmar que desse ou daquele modo fica melhor? Hôme, não conhecemos como funciona o mecanismo inteiro do Estado, POWS!!!
Já analisando o setor parte para finalmente que são os dados históricos nesse caso o PIB per capta deles sempre foi mais alto que o nosso, hoje está abaixo. A comparação de moeda: A deles desvalorizada em relação ao dólar, a nossa não.
Mesmo as grandes e médias empresas brasileiras vão utilizar "esses indicativos", ninguém investe para perder dinheiro. O problema não está com quem nos compararem, só devemos ficar preocupados quando pararem como é o caso da Argentina (que por muitos anos foi o nosso rival).
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Não te tiro a razão, apenas deves notar que olho com calma as comparações, truta...
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Caixa de Pandora
Rodrigo Constantino, O GLOBO
Agora que os principais bancos divulgaram seus balanços do primeiro semestre de 2012, podemos fazer uma análise melhor dos rumos do setor. O que vemos em relação à expansão creditícia, especialmente nos bancos estatais, é inquietante. Não é trivial dizer se há ou não uma bolha de crédito no Brasil. Mas, se o governo seguir na tendência atual, isso claramente será um risco concreto.
A Caixa Econômica Federal expandiu em 45% sua carteira de crédito em apenas 12 meses. Trata-se de um crescimento espantoso, boa parte voltada para o programa "Minha Casa, Minha Vida". O Banco do Brasil, por sua vez, aumentou em 20% a carteira no mesmo período. Juntos, esses dois bancos possuem uma carteira acima de R$ 750 bilhões!
Os bancos privados seguem em mão contrária, reduzindo o ritmo de crescimento. Itaú Unibanco e Bradesco expandiram, na média, em apenas 12% a carteira de crédito nos últimos 12 meses. A inadimplência em alta acendeu o sinal de alerta, e os banqueiros decidiram pisar no freio, apesar da pressão do governo.
O grau de alavancagem dos bancos públicos é bem maior. O Banco do Brasil e a Caixa possuem, somados, mais de R$ 1,6 trilhão em ativos, para míseros R$ 83 bilhões de patrimônio líquido. Ou seja, uma alavancagem de quase 20 vezes! Por outro lado, os três maiores bancos privados possuem, juntos, alavancagem de 10,5 vezes.
Em outras palavras, os bancos públicos apresentam o dobro de risco. A Caixa é o mais agressivo de todos, com quase R$ 600 bilhões em ativos para singelos R$ 21,4 bilhões de patrimônio. Uma alavancagem assustadora de quase 28 vezes! Para explicar de outra forma, basta uma perda de 4% nos ativos para reduzir todo o patrimônio da Caixa a pó.
Ciente do enorme risco, o governo já fala em injetar mais capital no banco. Isso significa, em linguagem clara, que os "contribuintes" serão chamados para pagar pela farra de crédito dos mais endividados. A prudência é punida, enquanto o comportamento de cigarra irresponsável é premiado. O show precisa continuar.
Quando observamos esses dados, a incômoda pergunta feita séculos atrás pelo poeta romano Juvenal vem à tona: Quis custodiet ipsos custodes? Traduzindo: quem vigia os vigias? Se o próprio governo deve cuidar da saúde do sistema financeiro, como garantir que ele não será o grande responsável pela criação de bolhas com foco no curto prazo?
Muitos culpam a desregulamentação pela crise americana recente. Ignoram que o epicentro da crise estava justamente em um setor bastante regulamentado: o de hipotecas. Dois gigantes do setor, empresas semiestatais, bancaram verdadeira orgia de crédito imobiliário, principalmente para as classes mais baixas, com os famosos "subprimes".
Tanto a Fannie Mae como a Freddie Mac sofreram intensa pressão de Washington para expandir a carteira de crédito voltada para os mais pobres. É muito popular o governante que ajuda no sonho da casa própria, independentemente da capacidade futura de pagamento.
Essas empresas, atreladas até a alma ao governo, contavam com um órgão regulador exclusivo, cuja única missão era assegurar sua saúde financeira. Isso não impediu que seu grau de alavancagem chegasse a 50 vezes! O resultado agora é conhecido: os pagadores de impostos foram obrigados a cobrir o rombo bilionário.
É muito tentador para um governante usar bancos públicos para financiar uma farra de crédito sem lastro. Ele colhe os louros no curto prazo, com mais crescimento econômico, enquanto os problemas só aparecem lá na frente, no mandato de outro. Estamos cansados de saber disso com os históricos fracassos do BNH, Banco do Brasil, Banerj, Banespa, etc.
O brasileiro já se encontra bastante endividado. O modelo de consumo calcado em crédito se esgotou. A economia não cresce e a inflação segue elevada. O inverno chegou para as cigarras. Os bancos privados percebem isso, mas sofrem forte pressão do governo para expandirem ainda mais o crédito.
Os bancos públicos assumem a iniciativa, roubando mercado de forma irresponsável. Já correspondem a quase metade do total de crédito do país, lembrando que Marx e Engels defendiam o controle estatal do crédito como instrumento para a revolução comunista.
Quando Pandora abriu a caixa que ganhara de presente, contra todos os alertas, ela espalhou pelo mundo vários males. Sobrou na caixa a esperança, a última que morre. Espera-se que o governo saiba parar com essa política inflacionária a tempo. Caso contrário, teremos muito sofrimento depois. Assim diz Cassandra, cuja maldição era prever o futuro, mas não ser escutada...
Rodrigo Constantino, O GLOBO
Agora que os principais bancos divulgaram seus balanços do primeiro semestre de 2012, podemos fazer uma análise melhor dos rumos do setor. O que vemos em relação à expansão creditícia, especialmente nos bancos estatais, é inquietante. Não é trivial dizer se há ou não uma bolha de crédito no Brasil. Mas, se o governo seguir na tendência atual, isso claramente será um risco concreto.
A Caixa Econômica Federal expandiu em 45% sua carteira de crédito em apenas 12 meses. Trata-se de um crescimento espantoso, boa parte voltada para o programa "Minha Casa, Minha Vida". O Banco do Brasil, por sua vez, aumentou em 20% a carteira no mesmo período. Juntos, esses dois bancos possuem uma carteira acima de R$ 750 bilhões!
Os bancos privados seguem em mão contrária, reduzindo o ritmo de crescimento. Itaú Unibanco e Bradesco expandiram, na média, em apenas 12% a carteira de crédito nos últimos 12 meses. A inadimplência em alta acendeu o sinal de alerta, e os banqueiros decidiram pisar no freio, apesar da pressão do governo.
O grau de alavancagem dos bancos públicos é bem maior. O Banco do Brasil e a Caixa possuem, somados, mais de R$ 1,6 trilhão em ativos, para míseros R$ 83 bilhões de patrimônio líquido. Ou seja, uma alavancagem de quase 20 vezes! Por outro lado, os três maiores bancos privados possuem, juntos, alavancagem de 10,5 vezes.
Em outras palavras, os bancos públicos apresentam o dobro de risco. A Caixa é o mais agressivo de todos, com quase R$ 600 bilhões em ativos para singelos R$ 21,4 bilhões de patrimônio. Uma alavancagem assustadora de quase 28 vezes! Para explicar de outra forma, basta uma perda de 4% nos ativos para reduzir todo o patrimônio da Caixa a pó.
Ciente do enorme risco, o governo já fala em injetar mais capital no banco. Isso significa, em linguagem clara, que os "contribuintes" serão chamados para pagar pela farra de crédito dos mais endividados. A prudência é punida, enquanto o comportamento de cigarra irresponsável é premiado. O show precisa continuar.
Quando observamos esses dados, a incômoda pergunta feita séculos atrás pelo poeta romano Juvenal vem à tona: Quis custodiet ipsos custodes? Traduzindo: quem vigia os vigias? Se o próprio governo deve cuidar da saúde do sistema financeiro, como garantir que ele não será o grande responsável pela criação de bolhas com foco no curto prazo?
Muitos culpam a desregulamentação pela crise americana recente. Ignoram que o epicentro da crise estava justamente em um setor bastante regulamentado: o de hipotecas. Dois gigantes do setor, empresas semiestatais, bancaram verdadeira orgia de crédito imobiliário, principalmente para as classes mais baixas, com os famosos "subprimes".
Tanto a Fannie Mae como a Freddie Mac sofreram intensa pressão de Washington para expandir a carteira de crédito voltada para os mais pobres. É muito popular o governante que ajuda no sonho da casa própria, independentemente da capacidade futura de pagamento.
Essas empresas, atreladas até a alma ao governo, contavam com um órgão regulador exclusivo, cuja única missão era assegurar sua saúde financeira. Isso não impediu que seu grau de alavancagem chegasse a 50 vezes! O resultado agora é conhecido: os pagadores de impostos foram obrigados a cobrir o rombo bilionário.
É muito tentador para um governante usar bancos públicos para financiar uma farra de crédito sem lastro. Ele colhe os louros no curto prazo, com mais crescimento econômico, enquanto os problemas só aparecem lá na frente, no mandato de outro. Estamos cansados de saber disso com os históricos fracassos do BNH, Banco do Brasil, Banerj, Banespa, etc.
O brasileiro já se encontra bastante endividado. O modelo de consumo calcado em crédito se esgotou. A economia não cresce e a inflação segue elevada. O inverno chegou para as cigarras. Os bancos privados percebem isso, mas sofrem forte pressão do governo para expandirem ainda mais o crédito.
Os bancos públicos assumem a iniciativa, roubando mercado de forma irresponsável. Já correspondem a quase metade do total de crédito do país, lembrando que Marx e Engels defendiam o controle estatal do crédito como instrumento para a revolução comunista.
Quando Pandora abriu a caixa que ganhara de presente, contra todos os alertas, ela espalhou pelo mundo vários males. Sobrou na caixa a esperança, a última que morre. Espera-se que o governo saiba parar com essa política inflacionária a tempo. Caso contrário, teremos muito sofrimento depois. Assim diz Cassandra, cuja maldição era prever o futuro, mas não ser escutada...
NÃO À DROGA! NÃO AO CRIME LEGALIZADO! HOJE ÁLCOOL, AMANHÃ COGUMELO, DEPOIS NECROFILIA! QUANDO E ONDE IREMOS PARAR?
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Concordo contigo, mas devemos também ter cuidado nas críticas as comparações até por que elas existem e tem utilidade pelo menos para investidor Assim como indicadores econômicos mesmo o bizarros* que pelo menos servem para abrir uma cerveja no bar e não ficar discutindo sobre o que deveria ser feito.Túlio escreveu:Não te tiro a razão, apenas deves notar que olho com calma as comparações, truta...
* http://www.businessinsider.com/bizarre- ... ndicator-8
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Ao fim e ao cabo, terminamos desembocando na véia charla entre o copo meio cheio e o meio vazio...
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Ta aí o recado pra quem venera o Sr Lula. Não fez o dever de casa, agora D Dima deve pagar a conta. E como fazer isto?Vitor escreveu:Caixa de Pandora
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A Caixa Econômica Federal expandiu em 45% sua carteira de crédito em apenas 12 meses. Trata-se de um crescimento espantoso, boa parte voltada para o programa "Minha Casa, Minha Vida". O Banco do Brasil, por sua vez, aumentou em 20% a carteira no mesmo período. Juntos, esses dois bancos possuem uma carteira acima de R$ 750 bilhões!
Os bancos privados seguem em mão contrária, reduzindo o ritmo de crescimento. Itaú Unibanco e Bradesco expandiram, na média, em apenas 12% a carteira de crédito nos últimos 12 meses. A inadimplência em alta acendeu o sinal de alerta, e os banqueiros decidiram pisar no freio, apesar da pressão do governo.
O grau de alavancagem dos bancos públicos é bem maior. O Banco do Brasil e a Caixa possuem, somados, mais de R$ 1,6 trilhão em ativos, para míseros R$ 83 bilhões de patrimônio líquido. Ou seja, uma alavancagem de quase 20 vezes! Por outro lado, os três maiores bancos privados possuem, juntos, alavancagem de 10,5 vezes.
Em outras palavras, os bancos públicos apresentam o dobro de risco. A Caixa é o mais agressivo de todos, com quase R$ 600 bilhões em ativos para singelos R$ 21,4 bilhões de patrimônio. Uma alavancagem assustadora de quase 28 vezes! Para explicar de outra forma, basta uma perda de 4% nos ativos para reduzir todo o patrimônio da Caixa a pó.
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Tanto a Fannie Mae como a Freddie Mac sofreram intensa pressão de Washington para expandir a carteira de crédito voltada para os mais pobres. É muito popular o governante que ajuda no sonho da casa própria, independentemente da capacidade futura de pagamento.
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É muito tentador para um governante usar bancos públicos para financiar uma farra de crédito sem lastro. Ele colhe os louros no curto prazo, com mais crescimento econômico, enquanto os problemas só aparecem lá na frente, no mandato de outro. Estamos cansados de saber disso com os históricos fracassos do BNH, Banco do Brasil, Banerj, Banespa, etc.
O brasileiro já se encontra bastante endividado. O modelo de consumo calcado em crédito se esgotou. A economia não cresce e a inflação segue elevada. O inverno chegou para as cigarras. Os bancos privados percebem isso, mas sofrem forte pressão do governo para expandirem ainda mais o crédito.
Os bancos públicos assumem a iniciativa, roubando mercado de forma irresponsável. Já correspondem a quase metade do total de crédito do país, lembrando que Marx e Engels defendiam o controle estatal do crédito como instrumento para a revolução comunista.
Quando Pandora abriu a caixa que ganhara de presente, contra todos os alertas, ela espalhou pelo mundo vários males. Sobrou na caixa a esperança, a última que morre. Espera-se que o governo saiba parar com essa política inflacionária a tempo. Caso contrário, teremos muito sofrimento depois. Assim diz Cassandra, cuja maldição era prever o futuro, mas não ser escutada...
Não vejo outra saída senão diminuir o custo Brasil, através da redução de impostos, encargos e outras querelas mais. Tudo com a finalidade de manter o poder de compra de quem está endividado, ou então, teremos inadimplência, que gera desemprego, que gera inadimplência e ......
A paixão faz muita gente não enxergar as coisas direito, muitas vezes o que se vê é uma situação transitória que parece realidade, mas não é. Eu acho que a Dilma vai ser outra a pagar a comnta do Lula, porque nele, não gruda nada, vai sair desta M, como se fosse um herói, porque o povão não vai enxergar que a culpa esta nos seus nove dedos sujos de petróleo, mas sem nenhuma refinaria nova pra processar. Fui.
Não é nada meu. Não é nada meu. Excelência eu não tenho nada, isso é tudo de amigos meus.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Certíssimonveras escreveu: A paixão faz muita gente não enxergar as coisas direito, muitas vezes o que se vê é uma situação transitória que parece realidade
Seu apaixonado
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Não é questão de estar apaixonado. Todos tem em si o patriotismo, e gostamos de ver o melhor para o nosso país. E como para tudo há excessos no povo Brasileiro, há aqueles que propagam (e até desejam) que o país esteja a 1 minuto para o juízo final, e há aqueles que acreditam estar no paraíso, por encontrar-se numa situação pessoal ou no seu círculo social mais confortável. O difícil é manter-se no meio, ou seja, com um olho no peixe, e outro no gato, e assim tocar a vida.nveras escreveu:Ta aí o recado pra quem venera o Sr Lula. Não fez o dever de casa, agora D Dima deve pagar a conta. E como fazer isto?
Não vejo outra saída senão diminuir o custo Brasil, através da redução de impostos, encargos e outras querelas mais. Tudo com a finalidade de manter o poder de compra de quem está endividado, ou então, teremos inadimplência, que gera desemprego, que gera inadimplência e ......
A paixão faz muita gente não enxergar as coisas direito, muitas vezes o que se vê é uma situação transitória que parece realidade, mas não é. Eu acho que a Dilma vai ser outra a pagar a comnta do Lula, porque nele, não gruda nada, vai sair desta M, como se fosse um herói, porque o povão não vai enxergar que a culpa esta nos seus nove dedos sujos de petróleo, mas sem nenhuma refinaria nova pra processar. Fui.
Há escolhas que se justificam, seja pelo momento, ou pelo condicionamento, mas a longo prazo, há escolhas que, sem o apoio de uma Política de Estado, não seguem no mesmo caminho pré-determinado, e, quando não adaptada correctamente, conforme as mudanças mundiais, saem foram dos carris.
Apesar de estarem no mesmo partido, Lula e Dilma possuem maneiras diferentes de governar. E com certeza a Sra. Presidenta recebeu uma herança que não gostava de receber, mas que já estava ciente, pois fazia parte do Governo anterior. Infelizmente, há medidas a curto, médio e longo prazo, e no governo anterior, priorizou-se a curto e médio, e agora, as de longo prazo, pesam para o Governo actual. Fica engessado, pois faltou construir bases sólidas, como consolidar a capacidade industrial, investir pesado em infraestrutura, etc.
Tirar o povo da lama, mas não dar-lhes oportunidade para continuar a crescer, não resolve para o longo prazo. E quando endivida-se um povo, o que se espera é uma estagnação de vários anos até que se volte a capitalizar. A oferta ampla de crédito, ajuda um país a crescer, numa visão capitalista, pois movimenta dinheiro pra lá e pra cá. Mas sem uma educação financeira adequada, as pessoas acabam por priorizar investimentos errados, como endividamentos, além da conta, por compra de carro 0km, e por aí vai.
Não pode-se criticar o Governo actual por situações que arrastam-se pelos últimos 10, 15 anos. Agora é hora de ter paciência, para ver o trabalho pesado a ser feito, e esperar que a oposição faça a menor "oposição" possível, enquanto faz-se uma faxina ética, para que males encrustados sejam removidos, de maneira a não travar a máquina governamental novamente.
Mas que não vai ser fácil, disso tenho certeza.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Não se leva a sério Rodrigo Constantino. É uma Miriam Leitão que se diz um intelectual liberal. O discurso dele é de fé e não uma construção teórica profunda e bem construída. Serve para auto-ajuda e afagar as elites que gostam de ser liberais quando satisfaz o bolso. Em 2008 ou 2009 vi um "debate" entre Constantino e Ciro Gomes em um programa televisivo. O Ciro Gomes massacrou o Rodrigo Constantino. Chegou a um ponto que ficava constrangedor a diferença do nível de argumentação. Ser massacrado pelo Ciro é trágico. Se não tem base teórica enfrenta Ciro Gomes, vai convencer quem?
Sobre o resto é o problema crônico da economia brasileira: preferência pelo consumo do que investimento produtivo. No curto prazo aumentar o crédito ao consumo serve para minimizar os efeitos da depressão, mas não é sustentável. Se continuar por esse caminho cria distorções no câmbio e na maior exposição as variações da economia mundia.
No longo prazo o que sustenta o crescimento e robustez da economia é investimento produtivo. Ao qual inclui pesquisa e desenvolvimento, adensamento da estrutura industrial, maior nível educacional e busca de maior valor agregado. A partir deste processo levar a externalidades positivas para melhorar nível de vida geral da população e dar robustez a estrutura econômica.
Olhem a diferença de como Alemanha e França lidam com a crise na Europa. Supostamente seriam países semelhantes em que a organização da Europa deveria ter efeitos parecidos. O que não ocorre. A Alemanha está em pleno emprego, crescendo e com grandes superávits externos. Enquanto a França um nível de desemprego alto que não chega a ser desesperador, corre o risco de ser rebaixada pelas agências de rating, o ajuste fiscal está doendo e tem déficits crônicos com o exterior.
Para o mundo pode colocar no rol dos países semelhantes aos germânicos Japão, Coreia, China e outros asiáticos em que a prioridade é a investimento na produção. Enquanto com os franceses estão Inglaterra Espanha, França e EUA que focam mais no consumo. O que não é necessariamente um problema. Por que são países desenvolvidos que tem empresas multinacionais, possuem elevado poder financeiro, alta renda e acumulo de capital, inovam e têm patentes. De alguma forma conseguem se posicionar e possem resultados razoáveis.
O problema do Brasil é que querer fazer parte do grupo que prioriza consumo sem ter as bases para enfrentar as instabilidades e viabilizar o crescimento de longo prazo. Isto é quer agir como um países desenvolvido com alta renda per capita, inovador, elevado poder financeiro quando não é. O que leva a ciclos de crescimento que são voos de galinha que se esgotam quando o consumo retrai seja por fatores internos como alto endividamento ou externos como crise financeira. Outro carrasco desse tipo de crescimento é estrangulamento externo devido a exposição a especulação financeira e endividamento externo, como também, pode ser muito boa quando se mostra favorável.
O governo sabe do problema. Está buscando aumentar o investimento público e privado. Mas não é fácil reestruturar um sistema que impera há 30 anos. Isso não deveria ser política de governo, mas sim de estado.
Sobre o resto é o problema crônico da economia brasileira: preferência pelo consumo do que investimento produtivo. No curto prazo aumentar o crédito ao consumo serve para minimizar os efeitos da depressão, mas não é sustentável. Se continuar por esse caminho cria distorções no câmbio e na maior exposição as variações da economia mundia.
No longo prazo o que sustenta o crescimento e robustez da economia é investimento produtivo. Ao qual inclui pesquisa e desenvolvimento, adensamento da estrutura industrial, maior nível educacional e busca de maior valor agregado. A partir deste processo levar a externalidades positivas para melhorar nível de vida geral da população e dar robustez a estrutura econômica.
Olhem a diferença de como Alemanha e França lidam com a crise na Europa. Supostamente seriam países semelhantes em que a organização da Europa deveria ter efeitos parecidos. O que não ocorre. A Alemanha está em pleno emprego, crescendo e com grandes superávits externos. Enquanto a França um nível de desemprego alto que não chega a ser desesperador, corre o risco de ser rebaixada pelas agências de rating, o ajuste fiscal está doendo e tem déficits crônicos com o exterior.
Para o mundo pode colocar no rol dos países semelhantes aos germânicos Japão, Coreia, China e outros asiáticos em que a prioridade é a investimento na produção. Enquanto com os franceses estão Inglaterra Espanha, França e EUA que focam mais no consumo. O que não é necessariamente um problema. Por que são países desenvolvidos que tem empresas multinacionais, possuem elevado poder financeiro, alta renda e acumulo de capital, inovam e têm patentes. De alguma forma conseguem se posicionar e possem resultados razoáveis.
O problema do Brasil é que querer fazer parte do grupo que prioriza consumo sem ter as bases para enfrentar as instabilidades e viabilizar o crescimento de longo prazo. Isto é quer agir como um países desenvolvido com alta renda per capita, inovador, elevado poder financeiro quando não é. O que leva a ciclos de crescimento que são voos de galinha que se esgotam quando o consumo retrai seja por fatores internos como alto endividamento ou externos como crise financeira. Outro carrasco desse tipo de crescimento é estrangulamento externo devido a exposição a especulação financeira e endividamento externo, como também, pode ser muito boa quando se mostra favorável.
O governo sabe do problema. Está buscando aumentar o investimento público e privado. Mas não é fácil reestruturar um sistema que impera há 30 anos. Isso não deveria ser política de governo, mas sim de estado.
- Andre Correa
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Concordo 100% contigo Bourne, e acho que, de certa maneira, meu post tem a mesma ideia que o teu, mas o teu está focado no problema mais grave do Brasil, que é a incapacidade de aumentar sua capacidade industrial, por ter focado em atitudes imediatistas e algumas populistas. Foram boas? Sim, tirou muita gente da miséria, mas e agora?
O Governo não pode estar sempre a cuidar do povo, com subsídios (coisa que Portugal ainda não aprendeu), e deixar faltar coisas básicas, e, não possuir um plano de infraestrutura, seja energética, industrial, etc, para o longo prazo.
O Governo não pode estar sempre a cuidar do povo, com subsídios (coisa que Portugal ainda não aprendeu), e deixar faltar coisas básicas, e, não possuir um plano de infraestrutura, seja energética, industrial, etc, para o longo prazo.
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