CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO
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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO
Então foi por isso que o Bush não encontrou a arma destruição em massa que o Sadan tinha...
O Sadan deu pro Arafat guardar... Ele colocou debaixo da camisa e saiu de fininho, antes dos bravos americanos chegarem.
Agora sim... Está tudo explicado... Israel não tem nada com isso.
O Sadan deu pro Arafat guardar... Ele colocou debaixo da camisa e saiu de fininho, antes dos bravos americanos chegarem.
Agora sim... Está tudo explicado... Israel não tem nada com isso.
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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO
E o video dos soldados israelenses agredindo um menino árabe, que chorando muito ainda leva um chute...
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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO
Obama foi o pior presidente para a paz entre israelenses e palestinos?
Mitt Romney visitará Israel nas próximas semanas, onde se reunirá com o premiê Benjamin Netanyahu, com quem trabalhou junto em Boston, o presidente Shimon Peres e o premiê palestino, Salam Fayyad. Antes de se mudar para a Casa Branca, Barack Obama também esteve em Jerusalém. Mas não voltou mais com o título de presidente dos Estados Unidos. Uma pena.
Na história recente americana, nenhum presidente fez tão pouco pela paz entre israelenses e palestinos como Obama. Simplesmente, as negociações não avançaram nada. Sei que muitos culparão Israel e a Palestina pelo fracasso. Mas eu discordo desta visão.
George Bush, o pai, forçou os líderes destes dois povos a sentarem para conversar. Bill Clinton conseguiu implementar os Acordos de Oslo. Mesmo Bush, o filho, em meio à violência da Intifada, tentou uma saída com as negociações de Aqaba e Anápolis.
Obama, por sua vez, nada acrescentou. Tinha duas lideranças moderadas em Jerusalém e Ramallah. De um lado, Netanyahu. Pode ter seus defeitos e liderar uma coalizão conservadora. Mas congelou a construção dos assentamentos, algo que nenhum antecessor havia feito. Nem mesmo o idolatrado Shimon Peres, que também pode ser chamado de rei dos assentamentos. Mais importante, o atual premiê praticamente manteve a paz nas suas fronteiras com Gaza, Cisjordânia e Líbano – mais uma vez, Peres lançou bombardeio que matou mais de cem pessoas em Qana, sendo quase todas mulheres e crianças.
No lado palestino, temos Mahmoud Abbas e Salam Fayyad. Convenhamos, duas figuras infinitamente mais fáceis de lidar do que o confuso Yasser Arafat. O premiê palestino, inclusive, estudou na Universidade do Texas, conhece os EUA e genuinamente quer a paz.
Se houvesse um estadista nos EUA, que fosse até Jerusalém e Ramallah, a história seria diferente, tenham certeza.
http://blogs.estadao.com.br/gustavo-chacra/
Mitt Romney visitará Israel nas próximas semanas, onde se reunirá com o premiê Benjamin Netanyahu, com quem trabalhou junto em Boston, o presidente Shimon Peres e o premiê palestino, Salam Fayyad. Antes de se mudar para a Casa Branca, Barack Obama também esteve em Jerusalém. Mas não voltou mais com o título de presidente dos Estados Unidos. Uma pena.
Na história recente americana, nenhum presidente fez tão pouco pela paz entre israelenses e palestinos como Obama. Simplesmente, as negociações não avançaram nada. Sei que muitos culparão Israel e a Palestina pelo fracasso. Mas eu discordo desta visão.
George Bush, o pai, forçou os líderes destes dois povos a sentarem para conversar. Bill Clinton conseguiu implementar os Acordos de Oslo. Mesmo Bush, o filho, em meio à violência da Intifada, tentou uma saída com as negociações de Aqaba e Anápolis.
Obama, por sua vez, nada acrescentou. Tinha duas lideranças moderadas em Jerusalém e Ramallah. De um lado, Netanyahu. Pode ter seus defeitos e liderar uma coalizão conservadora. Mas congelou a construção dos assentamentos, algo que nenhum antecessor havia feito. Nem mesmo o idolatrado Shimon Peres, que também pode ser chamado de rei dos assentamentos. Mais importante, o atual premiê praticamente manteve a paz nas suas fronteiras com Gaza, Cisjordânia e Líbano – mais uma vez, Peres lançou bombardeio que matou mais de cem pessoas em Qana, sendo quase todas mulheres e crianças.
No lado palestino, temos Mahmoud Abbas e Salam Fayyad. Convenhamos, duas figuras infinitamente mais fáceis de lidar do que o confuso Yasser Arafat. O premiê palestino, inclusive, estudou na Universidade do Texas, conhece os EUA e genuinamente quer a paz.
Se houvesse um estadista nos EUA, que fosse até Jerusalém e Ramallah, a história seria diferente, tenham certeza.
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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO
Se Arafat foi assassinado, quem o matou?
No mundo árabe, para cada morte de uma liderança política, há dezenas de teorias da conspiração. Com Yasser Arafat, não poderia ser diferente. Desde 2004, já disseram que o líder palestino teria morrido de câncer, de AIDS (provocada por uma relação homossexual ou por injeção contaminada como o HIV) e, claro, por envenenamento. Os suspeitos seriam a CIA, o Mossad, a Síria, o Hamas e mesmo alguns de seus aliados. Oficialmente, a causa teria sido um derrame.
Ao longo dos anos, em uma região rica em notícias, o episódio Arafat aos poucos caiu no esquecimento, sendo discutido apenas ocasionalmente. Nesta semana, porém, uma reportagem da Al Jazeera reacendeu os debates sobre o que estaria por trás da morte dele. Os levantes na Síria e o novo governo do Egito foram colocados em segundo plano. Nas capitais árabes, o assunto dominante é o que teria acontecido com o líder palestino.
Segundo uma investigação da rede de TV do Qatar, Arafat pode ter sido envenenado com um elemento radioativo. Cientistas da Universidade de Lausanne descobriram que roupas e objetos usados pelo então presidente palestino foram infectados com um nível elevado de Polonium.
Estas amostras, no entanto, são insuficientes para confirmar o envenenamento. Apenas indicam haver uma probabilidade elevada. A exumação do corpo talvez ajude a esclarecer a verdade. Se esta houver sido a causa da morte, deve haver revolta entre os palestinos. Apesar de muitas críticas ao período em que esteve no poder em Ramallah, Arafat ainda é o maior herói da população de lugares como Gaza, Hebron, Belém e Nablus.
Certamente, Israel e os EUA serão apontados no mundo árabe como suspeitos pelo envenenamento, se este for confirmado. Como no caso do assassinato de Rafik Hariri, no Líbano, talvez seja necessária uma investigação internacional para tentar esclarecer a morte.
Obviamente, tudo poderia ser mais simples se os médicos e o hospital francês divulgassem os históricos médicos do líder palestino. Desta forma, poderíamos confirmar uma teoria da conspiração ou a versão oficial de que teria sido um derrame.
http://blogs.estadao.com.br/gustavo-chacra/
No mundo árabe, para cada morte de uma liderança política, há dezenas de teorias da conspiração. Com Yasser Arafat, não poderia ser diferente. Desde 2004, já disseram que o líder palestino teria morrido de câncer, de AIDS (provocada por uma relação homossexual ou por injeção contaminada como o HIV) e, claro, por envenenamento. Os suspeitos seriam a CIA, o Mossad, a Síria, o Hamas e mesmo alguns de seus aliados. Oficialmente, a causa teria sido um derrame.
Ao longo dos anos, em uma região rica em notícias, o episódio Arafat aos poucos caiu no esquecimento, sendo discutido apenas ocasionalmente. Nesta semana, porém, uma reportagem da Al Jazeera reacendeu os debates sobre o que estaria por trás da morte dele. Os levantes na Síria e o novo governo do Egito foram colocados em segundo plano. Nas capitais árabes, o assunto dominante é o que teria acontecido com o líder palestino.
Segundo uma investigação da rede de TV do Qatar, Arafat pode ter sido envenenado com um elemento radioativo. Cientistas da Universidade de Lausanne descobriram que roupas e objetos usados pelo então presidente palestino foram infectados com um nível elevado de Polonium.
Estas amostras, no entanto, são insuficientes para confirmar o envenenamento. Apenas indicam haver uma probabilidade elevada. A exumação do corpo talvez ajude a esclarecer a verdade. Se esta houver sido a causa da morte, deve haver revolta entre os palestinos. Apesar de muitas críticas ao período em que esteve no poder em Ramallah, Arafat ainda é o maior herói da população de lugares como Gaza, Hebron, Belém e Nablus.
Certamente, Israel e os EUA serão apontados no mundo árabe como suspeitos pelo envenenamento, se este for confirmado. Como no caso do assassinato de Rafik Hariri, no Líbano, talvez seja necessária uma investigação internacional para tentar esclarecer a morte.
Obviamente, tudo poderia ser mais simples se os médicos e o hospital francês divulgassem os históricos médicos do líder palestino. Desta forma, poderíamos confirmar uma teoria da conspiração ou a versão oficial de que teria sido um derrame.
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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO
ONU denuncia Israel por maus tratos contra crianças palestinas
23/07/2012
Dezenas de crianças palestinas são detidas, isoladas e submetidas a processos judiciais sem auxílio de advogados em Israel, segundo denunciou nesta sexta-feira o comitê da ONU encarregado de supervisionar as práticas israelenses nos territórios palestinos ocupados.
O órgão explicou que segundo testemunhos, atualmente há 192 crianças palestinas detidas pelas autoridades israelenses, sendo 39 delas menores de 16 anos.
O diretor do comitê e embaixador do Sri Lanka na ONU, Palitha Kohona, afirmou que os maus-tratos às crianças “começam desde o momento de sua detenção”, quando os jovens “são amarrados e conduzidos aos veículos militares com os olhos vendados”.
Segundo Kohona, “as crianças não recebem informação sobre seus direitos”. O diretor afirmou que em 63% dos casos, os oficiais israelenses tentam pressionar as crianças para que se tornem informantes.
Além disso, as crianças palestinas detidas não têm direito a visitas de familiares, não têm acesso a uma representação legal e nem à educação. Elas são mantidas em celas de adultos e, inclusive, chegam a ser julgadas em tribunais militares com apenas 12 anos.
Os membros do comitê também se mostraram “comovidos” após reconhecer que em torno de 12% das crianças prisioneiras estão em regime de isolamento, algo que segundo Kohona, “é especialmente preocupante, se for levado em conta que Israel detém a cada ano entre 500 e 700 crianças palestinas”.
Além da situação vivida pelas crianças, o comitê da ONU também censurou as demolições de imóveis palestinos por parte de Israel e a violência dos israelenses contra os palestinos em geral, assim como o impacto econômico do bloqueio israelense da Faixa de Gaza para a população.
Fonte: Terra
http://planobrasil.com/2012/07/onu-denu ... alestinas/
[]'s.
23/07/2012
Dezenas de crianças palestinas são detidas, isoladas e submetidas a processos judiciais sem auxílio de advogados em Israel, segundo denunciou nesta sexta-feira o comitê da ONU encarregado de supervisionar as práticas israelenses nos territórios palestinos ocupados.
O órgão explicou que segundo testemunhos, atualmente há 192 crianças palestinas detidas pelas autoridades israelenses, sendo 39 delas menores de 16 anos.
O diretor do comitê e embaixador do Sri Lanka na ONU, Palitha Kohona, afirmou que os maus-tratos às crianças “começam desde o momento de sua detenção”, quando os jovens “são amarrados e conduzidos aos veículos militares com os olhos vendados”.
Segundo Kohona, “as crianças não recebem informação sobre seus direitos”. O diretor afirmou que em 63% dos casos, os oficiais israelenses tentam pressionar as crianças para que se tornem informantes.
Além disso, as crianças palestinas detidas não têm direito a visitas de familiares, não têm acesso a uma representação legal e nem à educação. Elas são mantidas em celas de adultos e, inclusive, chegam a ser julgadas em tribunais militares com apenas 12 anos.
Os membros do comitê também se mostraram “comovidos” após reconhecer que em torno de 12% das crianças prisioneiras estão em regime de isolamento, algo que segundo Kohona, “é especialmente preocupante, se for levado em conta que Israel detém a cada ano entre 500 e 700 crianças palestinas”.
Além da situação vivida pelas crianças, o comitê da ONU também censurou as demolições de imóveis palestinos por parte de Israel e a violência dos israelenses contra os palestinos em geral, assim como o impacto econômico do bloqueio israelense da Faixa de Gaza para a população.
Fonte: Terra
http://planobrasil.com/2012/07/onu-denu ... alestinas/
[]'s.
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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO
Em Gaza, as expectativas frustradas dos palestinos em relação aos "irmãos" egípcios.
http://4.bp.blogspot.com/-aK8mteQA3Rc/U ... +Morsi.jpg
O chefe do Hamas em Gaza, Ismail Haniya, celebra a vitória de Mohamed Mursi, primeiro presidente do Egito desde a queda de Hosni Mubarak, em junho
A obra, inaugurada há um mês, é grandiosa. Em sua fachada encimada por dois arcos geométricos e recoberta de mármore cinza está escrito “Ponto de passagem de Rafah, Autoridade Palestina”, e ninguém pode ignorar que essa opulenta realização foi financiada pelo Banco Islâmico de Desenvolvimento. A entrada é protegida por uma grade, fiscalizada por milicianos do Hamas: é preciso mostrar as credenciais para atravessar a porta que dá para o Egito.
Viajantes que tenham recebido uma autorização do Ministério do Interior (dois meses de espera) se agrupam em uma sala de Khan Younis, a cidade grande mais próxima, antes de poder subir em um ônibus, que segue diretamente para o terminal de Rafah: de maneira alguma se chega sozinho. Uma vez dentro do perímetro fronteiriço, a modernização das instalações salta aos olhos, sinal de que o governo de Gaza, com ajuda de seus patrocinadores árabes, apostou que a revolução egípcia levaria a uma abertura completa da fronteira, ou seja, o fim do bloqueio, do lado egípcio, da Faixa de Gaza.
As salas de embarque e desembarque passaram por reformas luxuosas: cadeiras acolchoadas, ar-condicionado eficiente, cafeteria, mármore onipresente, esteiras rolantes e scanners para as bagagens, agentes alfandegários um pouco ociosos em suas guaritas brilhantes que não ficam devendo em nada ao aeroporto de Riad, não falta nada. Nem mesmo o retrato de Ismail Haniyeh (primeiro-ministro do governo do Hamas), triunfante, de braço erguido, com o seguinte slogan: “Vocês não podem destruir nossas muralhas”. Israel certamente entenderá...
Ayoub Abou Shahar, diretor do ponto de passagem de Rafah, está bastante orgulhoso: a primeira etapa das obras custou US$ 1 milhão (cerca de R$ 2 milhões), e o Banco Islâmico de Desenvolvimento deve pagar entre US$ 3 e 4 milhões no total. Mas Shahar é obrigado a constatar que, por enquanto, o Egito só liberou... 300 viajantes por dia. No dia seguinte à vitória presidencial de Mohamed Morsi, um número recorde de 1.530 habitantes de Gaza conseguiu ir até o Egito, e depois o fluxo diminuiu notavelmente: “Passamos de 600 a 700 pessoas por dia para 900 a mil”, diz, no entanto, o diretor do terminal Rafah.
Logo, o anúncio, no dia 11 de julho, de um aumento de mil para 1.500 passageiros por dia foi precipitado, assim como o feito no dia 23 de julho, do fim da proibição aos homens entre 18 e 40 anos de irem até o Egito. Até prova em contrário, esta última continua, bem como a “lista negra”, que inclui milhares de nomes. Essas restrições são impostas pelo Cairo, e a “cada dia”,diz Ayoub Abou Shahar, “recebemos cerca de 30 novos nomes de pessoas proibidas de entrar”. Será que Ismail Haniyeh, que foi recebido pela primeira vez pelo presidente Morsi, na quinta-feira (26), conseguirá obter mais flexibilizações ou até convencer os egípcios a financiarem seu mirabolante projeto de uma zona econômica e comercial na fronteira?
Os habitantes de Gaza duvidam disso: eles já entenderam que suas esperanças de furar o bloqueio imposto por Israel através de uma abertura das portas para o sul deverão ser reduzidas. “No dia seguinte à eleição de Morsi”, lembra Wesam Afifa, redator-chefe do jornal “Al-Resalah”, “foi como se ele tivesse sido eleito presidente da Palestina! Foi uma explosão de alegria, as pessoas pensavam ‘vai ser como quando houve um governo egípcio em Gaza [até 1967]’”.
Depois, à medida que os dias foram passando, a dura realidade da vida cotidiana prevaleceu. Um sinal dessa ausência de mudanças é o barulho dos geradores de energia que se ouve nas ruas. Os habitantes de Gaza sofrem entre 12 e 18 horas de cortes de eletricidade por dia, o que, no forno desse mês de Ramadã, torna terrível o dia a dia. A única usina elétrica de Gaza costuma sofrer com a falta de óleo combustível, tanto em razão da má vontade de Israel quanto por querelas financeiras entre a Autoridade Palestina e o governo do Hamas.
Desnecessário dizer que o anúncio do “presente” do Qatar, sob forma de um navio-tanque de 30 milhões de litros de combustível para Gaza, foi saudado como a esperança de uma melhoria. Mas as coisas não aconteceram assim. O petróleo qatariano transita pelo ponto de passagem israelense de Kerem Shalom, situado 3 quilômetros a leste de Rafah; o combustível para a usina elétrica, portanto, chega de acordo com a boa vontade do Estado judaico. E também do governo egípcio: o Cairo poderia ter encaminhado esse óleo combustível através de comboios de caminhões por meio de Rafah, mas ele não quis, dando como pretexto a falta de segurança no Sinai. Mas é verdade que no dia 22 de julho o gasoduto que abastece Israel e Jordânia foi alvo de seu 15º atentado em um ano e meio.
As prevaricações egípcias têm provocado decepção e irritação crescentes em Gaza, que não poupam o Hamas, já acusado de ter abandonado a resistência armada contra Israel. A realidade, resume Omar Shaban, diretor do centro de estudos estratégicos PalThink, “é que os egípcios entenderam que não é necessariamente do interesse deles conceder ao Hamas tudo que ele pede, correndo o risco de associar o destino de Gaza ao do Egito e de tornar ainda mais difícil a reconciliação interpalestina”. O presidente Morsi, ele diz, sabe que, ao abrir os braços para o Hamas, “ele provocaria ao mesmo tempo os israelenses e os americanos, e ele não tem nada a ganhar com isso”. A solidariedade entre a Irmandade Muçulmana (o Hamas se originou da confraria) é uma coisa, mas ela não está necessariamente alinhada com os interesses políticos e diplomáticos do Egito.
“Ouvimos belas palavras de amizade por parte do presidente Morsi”, ressalta Wesam Afifa, “mas, na prática, as questões da Faixa de Gaza continuam sob controle dos serviços de inteligência egípcios.” Desse ponto de vista, é provável que o novo governo egípcio não vá adotar uma atitude muito diferente da do ex-presidente Hosni Mubarak: diante da instabilidade política e de uma grave crise econômica, o Egito quer poder continuar controlando a abertura das portas de Gaza, ou seja, manter à distância a pobreza e as carências de 1,7 milhão de seus habitantes, bem como o ativismo islâmico do Hamas.
http://codinomeinformante.blogspot.com. ... s-dos.html
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O chefe do Hamas em Gaza, Ismail Haniya, celebra a vitória de Mohamed Mursi, primeiro presidente do Egito desde a queda de Hosni Mubarak, em junho
A obra, inaugurada há um mês, é grandiosa. Em sua fachada encimada por dois arcos geométricos e recoberta de mármore cinza está escrito “Ponto de passagem de Rafah, Autoridade Palestina”, e ninguém pode ignorar que essa opulenta realização foi financiada pelo Banco Islâmico de Desenvolvimento. A entrada é protegida por uma grade, fiscalizada por milicianos do Hamas: é preciso mostrar as credenciais para atravessar a porta que dá para o Egito.
Viajantes que tenham recebido uma autorização do Ministério do Interior (dois meses de espera) se agrupam em uma sala de Khan Younis, a cidade grande mais próxima, antes de poder subir em um ônibus, que segue diretamente para o terminal de Rafah: de maneira alguma se chega sozinho. Uma vez dentro do perímetro fronteiriço, a modernização das instalações salta aos olhos, sinal de que o governo de Gaza, com ajuda de seus patrocinadores árabes, apostou que a revolução egípcia levaria a uma abertura completa da fronteira, ou seja, o fim do bloqueio, do lado egípcio, da Faixa de Gaza.
As salas de embarque e desembarque passaram por reformas luxuosas: cadeiras acolchoadas, ar-condicionado eficiente, cafeteria, mármore onipresente, esteiras rolantes e scanners para as bagagens, agentes alfandegários um pouco ociosos em suas guaritas brilhantes que não ficam devendo em nada ao aeroporto de Riad, não falta nada. Nem mesmo o retrato de Ismail Haniyeh (primeiro-ministro do governo do Hamas), triunfante, de braço erguido, com o seguinte slogan: “Vocês não podem destruir nossas muralhas”. Israel certamente entenderá...
Ayoub Abou Shahar, diretor do ponto de passagem de Rafah, está bastante orgulhoso: a primeira etapa das obras custou US$ 1 milhão (cerca de R$ 2 milhões), e o Banco Islâmico de Desenvolvimento deve pagar entre US$ 3 e 4 milhões no total. Mas Shahar é obrigado a constatar que, por enquanto, o Egito só liberou... 300 viajantes por dia. No dia seguinte à vitória presidencial de Mohamed Morsi, um número recorde de 1.530 habitantes de Gaza conseguiu ir até o Egito, e depois o fluxo diminuiu notavelmente: “Passamos de 600 a 700 pessoas por dia para 900 a mil”, diz, no entanto, o diretor do terminal Rafah.
Logo, o anúncio, no dia 11 de julho, de um aumento de mil para 1.500 passageiros por dia foi precipitado, assim como o feito no dia 23 de julho, do fim da proibição aos homens entre 18 e 40 anos de irem até o Egito. Até prova em contrário, esta última continua, bem como a “lista negra”, que inclui milhares de nomes. Essas restrições são impostas pelo Cairo, e a “cada dia”,diz Ayoub Abou Shahar, “recebemos cerca de 30 novos nomes de pessoas proibidas de entrar”. Será que Ismail Haniyeh, que foi recebido pela primeira vez pelo presidente Morsi, na quinta-feira (26), conseguirá obter mais flexibilizações ou até convencer os egípcios a financiarem seu mirabolante projeto de uma zona econômica e comercial na fronteira?
Os habitantes de Gaza duvidam disso: eles já entenderam que suas esperanças de furar o bloqueio imposto por Israel através de uma abertura das portas para o sul deverão ser reduzidas. “No dia seguinte à eleição de Morsi”, lembra Wesam Afifa, redator-chefe do jornal “Al-Resalah”, “foi como se ele tivesse sido eleito presidente da Palestina! Foi uma explosão de alegria, as pessoas pensavam ‘vai ser como quando houve um governo egípcio em Gaza [até 1967]’”.
Depois, à medida que os dias foram passando, a dura realidade da vida cotidiana prevaleceu. Um sinal dessa ausência de mudanças é o barulho dos geradores de energia que se ouve nas ruas. Os habitantes de Gaza sofrem entre 12 e 18 horas de cortes de eletricidade por dia, o que, no forno desse mês de Ramadã, torna terrível o dia a dia. A única usina elétrica de Gaza costuma sofrer com a falta de óleo combustível, tanto em razão da má vontade de Israel quanto por querelas financeiras entre a Autoridade Palestina e o governo do Hamas.
Desnecessário dizer que o anúncio do “presente” do Qatar, sob forma de um navio-tanque de 30 milhões de litros de combustível para Gaza, foi saudado como a esperança de uma melhoria. Mas as coisas não aconteceram assim. O petróleo qatariano transita pelo ponto de passagem israelense de Kerem Shalom, situado 3 quilômetros a leste de Rafah; o combustível para a usina elétrica, portanto, chega de acordo com a boa vontade do Estado judaico. E também do governo egípcio: o Cairo poderia ter encaminhado esse óleo combustível através de comboios de caminhões por meio de Rafah, mas ele não quis, dando como pretexto a falta de segurança no Sinai. Mas é verdade que no dia 22 de julho o gasoduto que abastece Israel e Jordânia foi alvo de seu 15º atentado em um ano e meio.
As prevaricações egípcias têm provocado decepção e irritação crescentes em Gaza, que não poupam o Hamas, já acusado de ter abandonado a resistência armada contra Israel. A realidade, resume Omar Shaban, diretor do centro de estudos estratégicos PalThink, “é que os egípcios entenderam que não é necessariamente do interesse deles conceder ao Hamas tudo que ele pede, correndo o risco de associar o destino de Gaza ao do Egito e de tornar ainda mais difícil a reconciliação interpalestina”. O presidente Morsi, ele diz, sabe que, ao abrir os braços para o Hamas, “ele provocaria ao mesmo tempo os israelenses e os americanos, e ele não tem nada a ganhar com isso”. A solidariedade entre a Irmandade Muçulmana (o Hamas se originou da confraria) é uma coisa, mas ela não está necessariamente alinhada com os interesses políticos e diplomáticos do Egito.
“Ouvimos belas palavras de amizade por parte do presidente Morsi”, ressalta Wesam Afifa, “mas, na prática, as questões da Faixa de Gaza continuam sob controle dos serviços de inteligência egípcios.” Desse ponto de vista, é provável que o novo governo egípcio não vá adotar uma atitude muito diferente da do ex-presidente Hosni Mubarak: diante da instabilidade política e de uma grave crise econômica, o Egito quer poder continuar controlando a abertura das portas de Gaza, ou seja, manter à distância a pobreza e as carências de 1,7 milhão de seus habitantes, bem como o ativismo islâmico do Hamas.
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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO
O complexo jogo de alianças do Hamas.
http://2.bp.blogspot.com/-WVRr3LKOjYk/U ... +Morsi.jpg
Ismail Haniyeh (à esq.), líder do grupo islâmico Hamas, se reuniu com o presidente do Egito, Mohamed Mursi, no Cairo, na quinta-feira (26)
Ismail Haniyeh, chefe do governo do Hamas em Gaza, foi até o Cairo, na quinta-feira (26), para um primeiro encontro com o presidente egípcio, Mohamed Mursi. Seu antecessor, Hosni Mubarak, nunca havia recebido os líderes do Movimento da Resistência Islâmica, cuja influência ele temia em seu país. O fator simbólico era forte, garantia de uma maior cooperação futura entre Irmandade Muçulmana do Egito e Gaza.
Só que Murad Muafi, chefe do serviço de inteligência egípcio, estava presente, como se para fazer um contrapeso às pressões da confraria sobre Morsi para que se atenue o bloqueio que o Egito impõe à Faixa de Gaza. O sinal é inequívoco: no Cairo, o poder político é dual e, em se tratando de relações com o Hamas, o exército tratará de impor limites.
A data não foi escolhida por acaso: antes de Haniyeh, passaram pelo Cairo Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, e Khaled Meshaal, líder político do Hamas, a quem atribuíram rápido demais uma perda de fôlego desde que ele foi obrigado a deixar Damasco após sua ruptura com Bashar Assad. Ali, é essencial ser realista: a legitimidade do movimento palestino, tanto para o Egito de Mursi quanto para o de Mubarak, é encarnada pelo presidente Abbas.
Desse ponto de vista, o presidente egípcio está em melhor posição de equilíbrio entre os irmãos inimigos do movimento palestino. Mursi precisa de credibilidade internacional e não seria uma vitória desprezível arquitetar essa reconciliação. O Hamas pode ajudar Mursi demonstrando pragmatismo com Abbas, o que Khaled Meshaal começou a fazer ao adotar o vago conceito de “resistência pacífica”.
Novos patrocinadores
Ismaiel Haniyeh mostra, com sua vontade de manter um cessar-fogo com Israel, que ele também está preocupado em melhorar a imagem da marca internacional do Movimento da Resistência Islâmica. Ele informou que, em caso de ataque israelense contra as instalações nucleares do Irã, o Hamas não se sentiria nem um pouco obrigado a abrir uma nova frente contra o Estado judaico.
Os “padrinhos” históricos do Hamas, a Síria e o Irã, estão começando a deixá-lo na mão. Com Damasco, um capítulo foi encerrado. Meshaal foi o primeiro a sentir a tendência, mas essa “deserção” do presidente sírio custou uma relativa deterioração de suas relações com o Irã. O Hamas perdeu seu monopólio no poder em Gaza desde que Teerã passou a armar o jihad islâmico. O Irã, cada vez mais isolado, precisa continuar a ser o ponta de lança, financeiro e militar, do Hamas. Mas não é mais o que acontece.
Além de armas sofisticadas terem entrado em Gaza provenientes da Líbia, o Hamas encontrou novos patrocinadores. Não foi por acaso que Khaled Meshaal escolheu morar em Doha: o Qatar se tornou o defensor da reconstrução da Faixa de Gaza, e o mesmo vale para a Arábia Saudita.
Para o Hamas, essa reaproximação com países sunitas parece mais natural que a aliança com o Irã e o Hezbollah xiitas. Mas o problema parece mais difícil de resolver: o Hamas quer se apoiar no “novo Egito” e aproveitar as generosidades do Qatar e da Arábia Saudita, sem afastar o apoio militar do Irã...
http://codinomeinformante.blogspot.com. ... hamas.html
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Ismail Haniyeh (à esq.), líder do grupo islâmico Hamas, se reuniu com o presidente do Egito, Mohamed Mursi, no Cairo, na quinta-feira (26)
Ismail Haniyeh, chefe do governo do Hamas em Gaza, foi até o Cairo, na quinta-feira (26), para um primeiro encontro com o presidente egípcio, Mohamed Mursi. Seu antecessor, Hosni Mubarak, nunca havia recebido os líderes do Movimento da Resistência Islâmica, cuja influência ele temia em seu país. O fator simbólico era forte, garantia de uma maior cooperação futura entre Irmandade Muçulmana do Egito e Gaza.
Só que Murad Muafi, chefe do serviço de inteligência egípcio, estava presente, como se para fazer um contrapeso às pressões da confraria sobre Morsi para que se atenue o bloqueio que o Egito impõe à Faixa de Gaza. O sinal é inequívoco: no Cairo, o poder político é dual e, em se tratando de relações com o Hamas, o exército tratará de impor limites.
A data não foi escolhida por acaso: antes de Haniyeh, passaram pelo Cairo Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, e Khaled Meshaal, líder político do Hamas, a quem atribuíram rápido demais uma perda de fôlego desde que ele foi obrigado a deixar Damasco após sua ruptura com Bashar Assad. Ali, é essencial ser realista: a legitimidade do movimento palestino, tanto para o Egito de Mursi quanto para o de Mubarak, é encarnada pelo presidente Abbas.
Desse ponto de vista, o presidente egípcio está em melhor posição de equilíbrio entre os irmãos inimigos do movimento palestino. Mursi precisa de credibilidade internacional e não seria uma vitória desprezível arquitetar essa reconciliação. O Hamas pode ajudar Mursi demonstrando pragmatismo com Abbas, o que Khaled Meshaal começou a fazer ao adotar o vago conceito de “resistência pacífica”.
Novos patrocinadores
Ismaiel Haniyeh mostra, com sua vontade de manter um cessar-fogo com Israel, que ele também está preocupado em melhorar a imagem da marca internacional do Movimento da Resistência Islâmica. Ele informou que, em caso de ataque israelense contra as instalações nucleares do Irã, o Hamas não se sentiria nem um pouco obrigado a abrir uma nova frente contra o Estado judaico.
Os “padrinhos” históricos do Hamas, a Síria e o Irã, estão começando a deixá-lo na mão. Com Damasco, um capítulo foi encerrado. Meshaal foi o primeiro a sentir a tendência, mas essa “deserção” do presidente sírio custou uma relativa deterioração de suas relações com o Irã. O Hamas perdeu seu monopólio no poder em Gaza desde que Teerã passou a armar o jihad islâmico. O Irã, cada vez mais isolado, precisa continuar a ser o ponta de lança, financeiro e militar, do Hamas. Mas não é mais o que acontece.
Além de armas sofisticadas terem entrado em Gaza provenientes da Líbia, o Hamas encontrou novos patrocinadores. Não foi por acaso que Khaled Meshaal escolheu morar em Doha: o Qatar se tornou o defensor da reconstrução da Faixa de Gaza, e o mesmo vale para a Arábia Saudita.
Para o Hamas, essa reaproximação com países sunitas parece mais natural que a aliança com o Irã e o Hezbollah xiitas. Mas o problema parece mais difícil de resolver: o Hamas quer se apoiar no “novo Egito” e aproveitar as generosidades do Qatar e da Arábia Saudita, sem afastar o apoio militar do Irã...
http://codinomeinformante.blogspot.com. ... hamas.html
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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO
Le Monde: Soldados israelenses denunciam atos de violência contra crianças palestinas.
Avner é um homem de 27 anos com rosto infantil, de olhos muito azuis, cabelos loiros e sardas. Entre 2004 e 2007, ele cumpriu seu serviço militar na unidade especial dos paraquedistas do exército israelense, entre Nablus e Jenin, na Cisjordânia.
“Como sargento, conduzi inúmeras operações ‘straw widow’, que consistem em tomar uma casa palestina para colocar atiradores de elite ou observadores”, conta Avner. “Acordava famílias e as agrupávamos em um quarto. Lembro-me de um incidente: um soldado apontava sua arma para um pai e seu filho que tentavam falar com ele em árabe. Nenhum de nós entendia. O soldado se irritou. O menino só queria ir ao banheiro, e ele teve tanto medo que urinou nas calças. Antes de entrar para o exército, trabalhei com crianças e pensei comigo mesmo que poderia ter sido uma delas”.
O ex-militar termina hoje seus estudos no setor social. “Antes de entrar para o exército, pensava que os palestinos eram uma entidade inimiga, não imaginava que me depararia com mulheres, crianças e idosos”, ele diz. “As Forças de Defesa de Israel tratam da mesma maneira uma criança que joga pedras e um militante do Hamas”.
Avner decidiu no fim de seu serviço procurar a associação Breaking the Silence (“Rompendo o silêncio”), que recolhe depoimentos de ex-soldados que serviram nos territórios ocupados. A ONG reuniu os relatos anônimos de cerca de trinta jovens israelenses que serviram no exército entre 2005 e 2011, e testemunhou atos de violência cometidos contra crianças palestinas.
“Existe um grande mal-entendido sobre a maneira como o exército israelense trata as crianças. De fora, imagina-se que elas recebem um tratamento especial, só que isso não acontece”, justifica Yehuda Shaul, fundador da ONG. “Estamos longe da violência palestina dos anos da Intifada, mas o exército se comporta como naquela época: para controlar os palestinos contra sua vontade, os militares lhes causam medo, e isso se tornou uma rotina”.
Um dos soldados conta sobre um procedimento que, embora proibido, é usado quando o exército quer prender um suspeito palestino: os soldados enviam um vizinho, encarregado de pedir aos moradores da casa cercada para saírem. “Acho que isso aconteceu em Tulkarem. Fizemos todos saírem, sem encontrar a pessoa procurada. Então enviamos vizinhos, depois uma criança. Ela teve de percorrer a casa, abrir todas as portas e janelas, acender todas as luzes.” O comandante da unidade sabia que o procedimento era ilegal. “Ele declarou que preferia que um vizinho fosse morto (...) se isso pudesse evitar que um de seus homens fosse abatido ao entrar nessa casa”, conta o soldado. A população não teve outra escolha a não ser cooperar. “Quando você bate em uma porta no meio da noite, com sua arma apontada para o rosto da pessoa, com a lanterna nos olhos dela, quando você verifica que ela não está armada (...), ela não te dirá que não quer cooperar”.
David foi destacado para Hebron. Ele explica que os colonos judeus da cidade lhe causavam problemas. “Havia essa criança judia que andava ao longo da estrada dos Fiéis (reservada aos colonos). Quando uma criança árabe passava, a criança judia batia nela. Se a criança árabe revidasse, eu teria de pegá-la e lhe dar um tapa. A criança judia era livre para fazer o que quisesse”. Daniel também serviu em Hebron. Ele circulava de jipe com o comandante da companhia até um posto de controle, quando percebeu três adolescentes palestinos que se recusavam a passar pela máquina de raio-x. O comandante encurralou um dos meninos em um beco, bateu com sua cabeça contra a parede e bateu violentamente nele.
“No carro, eu pensava: estou esperando por uma situação como essa desde que me alistei, entrei para o exército para impedir esse tipo de comportamento e cá estou, sem fazer nada (...) porque tenho muito medo desse comandante”.
Em 2008, em Ramallah, um sargento da brigada Kfir (infantaria) participou de uma tensa emboscada a jovens palestinos do campo de refugiados de Jelazun, na Cisjordânia. Esses adolescentes costumavam alvejar a colônia de Beit El, a algumas centenas de metros de lá, jogando coquetéis Molotov sem jamais atingir as casas. “Um de meus amigos havia se instalado em Beit El, em posição de sniper”, lembra o sargento. “Um menino balançou um coquetel Molotov. Meu amigo atirou”. A criança morreu.
Os soldados que romperam o silêncio “estão percebendo em retrospecto aquilo que fizeram, aquilo do qual participaram, e querem falar a respeito”, observa Yehuda Shaul. Ao revelar sua visão da ocupação, sem clemência, em relação às crianças, a Breaking the Silence espera questionar a sociedade israelense.
http://codinomeinformante.blogspot.com. ... nciam.html
Avner é um homem de 27 anos com rosto infantil, de olhos muito azuis, cabelos loiros e sardas. Entre 2004 e 2007, ele cumpriu seu serviço militar na unidade especial dos paraquedistas do exército israelense, entre Nablus e Jenin, na Cisjordânia.
“Como sargento, conduzi inúmeras operações ‘straw widow’, que consistem em tomar uma casa palestina para colocar atiradores de elite ou observadores”, conta Avner. “Acordava famílias e as agrupávamos em um quarto. Lembro-me de um incidente: um soldado apontava sua arma para um pai e seu filho que tentavam falar com ele em árabe. Nenhum de nós entendia. O soldado se irritou. O menino só queria ir ao banheiro, e ele teve tanto medo que urinou nas calças. Antes de entrar para o exército, trabalhei com crianças e pensei comigo mesmo que poderia ter sido uma delas”.
O ex-militar termina hoje seus estudos no setor social. “Antes de entrar para o exército, pensava que os palestinos eram uma entidade inimiga, não imaginava que me depararia com mulheres, crianças e idosos”, ele diz. “As Forças de Defesa de Israel tratam da mesma maneira uma criança que joga pedras e um militante do Hamas”.
Avner decidiu no fim de seu serviço procurar a associação Breaking the Silence (“Rompendo o silêncio”), que recolhe depoimentos de ex-soldados que serviram nos territórios ocupados. A ONG reuniu os relatos anônimos de cerca de trinta jovens israelenses que serviram no exército entre 2005 e 2011, e testemunhou atos de violência cometidos contra crianças palestinas.
“Existe um grande mal-entendido sobre a maneira como o exército israelense trata as crianças. De fora, imagina-se que elas recebem um tratamento especial, só que isso não acontece”, justifica Yehuda Shaul, fundador da ONG. “Estamos longe da violência palestina dos anos da Intifada, mas o exército se comporta como naquela época: para controlar os palestinos contra sua vontade, os militares lhes causam medo, e isso se tornou uma rotina”.
Um dos soldados conta sobre um procedimento que, embora proibido, é usado quando o exército quer prender um suspeito palestino: os soldados enviam um vizinho, encarregado de pedir aos moradores da casa cercada para saírem. “Acho que isso aconteceu em Tulkarem. Fizemos todos saírem, sem encontrar a pessoa procurada. Então enviamos vizinhos, depois uma criança. Ela teve de percorrer a casa, abrir todas as portas e janelas, acender todas as luzes.” O comandante da unidade sabia que o procedimento era ilegal. “Ele declarou que preferia que um vizinho fosse morto (...) se isso pudesse evitar que um de seus homens fosse abatido ao entrar nessa casa”, conta o soldado. A população não teve outra escolha a não ser cooperar. “Quando você bate em uma porta no meio da noite, com sua arma apontada para o rosto da pessoa, com a lanterna nos olhos dela, quando você verifica que ela não está armada (...), ela não te dirá que não quer cooperar”.
David foi destacado para Hebron. Ele explica que os colonos judeus da cidade lhe causavam problemas. “Havia essa criança judia que andava ao longo da estrada dos Fiéis (reservada aos colonos). Quando uma criança árabe passava, a criança judia batia nela. Se a criança árabe revidasse, eu teria de pegá-la e lhe dar um tapa. A criança judia era livre para fazer o que quisesse”. Daniel também serviu em Hebron. Ele circulava de jipe com o comandante da companhia até um posto de controle, quando percebeu três adolescentes palestinos que se recusavam a passar pela máquina de raio-x. O comandante encurralou um dos meninos em um beco, bateu com sua cabeça contra a parede e bateu violentamente nele.
“No carro, eu pensava: estou esperando por uma situação como essa desde que me alistei, entrei para o exército para impedir esse tipo de comportamento e cá estou, sem fazer nada (...) porque tenho muito medo desse comandante”.
Em 2008, em Ramallah, um sargento da brigada Kfir (infantaria) participou de uma tensa emboscada a jovens palestinos do campo de refugiados de Jelazun, na Cisjordânia. Esses adolescentes costumavam alvejar a colônia de Beit El, a algumas centenas de metros de lá, jogando coquetéis Molotov sem jamais atingir as casas. “Um de meus amigos havia se instalado em Beit El, em posição de sniper”, lembra o sargento. “Um menino balançou um coquetel Molotov. Meu amigo atirou”. A criança morreu.
Os soldados que romperam o silêncio “estão percebendo em retrospecto aquilo que fizeram, aquilo do qual participaram, e querem falar a respeito”, observa Yehuda Shaul. Ao revelar sua visão da ocupação, sem clemência, em relação às crianças, a Breaking the Silence espera questionar a sociedade israelense.
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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO
Esse tipo de comportamento existe pq a nivel de população / governo ele é toleravel ou mesmo incentivado. Os gritos contra esse tratamento caem em pessoas surdas para o problema.
Problema que no futuro gera os terroristas de amanha. Mas dpois de todo esse abuso vc se pergunta se eles merecem o titulo.
Uma pessoa com sua dignidade atacada e surrada fisicamente a vida toda. Quando explode e revida de maneira violenta matando é louco? Ou apenas um reflexo da sociedade que o marginalizou?
Problema que no futuro gera os terroristas de amanha. Mas dpois de todo esse abuso vc se pergunta se eles merecem o titulo.
Uma pessoa com sua dignidade atacada e surrada fisicamente a vida toda. Quando explode e revida de maneira violenta matando é louco? Ou apenas um reflexo da sociedade que o marginalizou?
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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO
Devem lembrar o tempo que suplicavam pela suas vidas na Europa......
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Exército israelense agride regulamernte as crianças palestinas, denunciam ex-soldados
26 de agosto de 2012 • 15h15
JERUSALÉN, 26 Ago 2012 (AFP) -Ex-soldados israelenses nos territórios ocupados afirmaram neste domingo que o exército costuma agredir as crianças palestinas, inclusive, em período de calma. A organização "Romper o Silêncio", composta por ex-soldados israelense, publicou cerca de 30 testemunhos de militares que contaram sobre a violência rotineira contra as crianças na Cisjordânia. Um ex-sargento conta, por exemplo, sobre uma operação de represália em um bairro perto de Ramallah, em Cisjordânia, depois de confrontos com palestinos. Outro conta como os soldados aterrorizaram um grupo de crianças que fugiam deles. O comandante da unidade jogou uma granada de efeito moral para obrigá-los a se entregar. "Um menino ficou aterrorizado, achou que iam matá-lo. Suplicou para que salvassem sua vida. É algo que deixa marcas para sempre", comentou. O exército israelense afirmou que o documento era impreciso para abrir uma investigação. scw/hmw/fc/sb/dmc/af/cn
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Exército israelense agride regulamernte as crianças palestinas, denunciam ex-soldados
26 de agosto de 2012 • 15h15
JERUSALÉN, 26 Ago 2012 (AFP) -Ex-soldados israelenses nos territórios ocupados afirmaram neste domingo que o exército costuma agredir as crianças palestinas, inclusive, em período de calma. A organização "Romper o Silêncio", composta por ex-soldados israelense, publicou cerca de 30 testemunhos de militares que contaram sobre a violência rotineira contra as crianças na Cisjordânia. Um ex-sargento conta, por exemplo, sobre uma operação de represália em um bairro perto de Ramallah, em Cisjordânia, depois de confrontos com palestinos. Outro conta como os soldados aterrorizaram um grupo de crianças que fugiam deles. O comandante da unidade jogou uma granada de efeito moral para obrigá-los a se entregar. "Um menino ficou aterrorizado, achou que iam matá-lo. Suplicou para que salvassem sua vida. É algo que deixa marcas para sempre", comentou. O exército israelense afirmou que o documento era impreciso para abrir uma investigação. scw/hmw/fc/sb/dmc/af/cn
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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO
Zebda- Une vie de moins
Legenda inglês.
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO
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Alarmes antiaéreos disparam em Tel Aviv pela 1ª vez desde Guerra do Golfo
15 de novembro de 2012 • 16h22
Os alarmes antiaéreos soaram nesta quinta-feira em Tel Aviv pela primeira vez desde a Guerra do Golfo de 1991 devido à queda de um foguete, informou o exército israelense.
O porta-voz do Exército israelense, Yoav Mordejai, declarou à imprensa que "não houve queda de foguetes" na cidade, o que sugere a possibilidade de um foguete ter sido interceptado no ar pelo sistema de defesa antimísseis israelense.
A polícia detalhou, por sua parte, que "existem grandes possibilidades que um foguete tenha caído no mar nos arredores meridionais da cidade".
"Não existe confirmação de quedas em terra após uma busca policial nem há informação de feridos ou danos", explicou à Efe o porta-voz policial, Micky Rosenfeld.
Os projéteis se dirigiam em direção ao denominado bloco Dan, a região que integra e rodeia Tel Aviv, coração econômico de Israel e à qual nunca antes tinham chegado foguetes lançados de Gaza.
Mordejai insistiu que as normas de segurança para os cidadãos de Israel seguem limitando-se a um raio de 40 quilômetros de Gaza, o que exclui Tel Aviv.
"A noite não será tranquila", acrescentou.
Em Gaza, os braços armados do Hamas e da Jihad Islâmica reivindicaram o lançamento de dois foguetes tipo Fajr, de fabricação iraniana e 60 quilômetros de alcance, um contra Yafa (cidade anexa a Tel Aviv) e outro contra Rishon Le Zion, quarta maior cidade do país.
Em Rishon o foguete caiu em um descampado perto da cidade, cerca de 15 quilômetros ao sudeste de Tel Aviv, sem causar danos pessoais nem materiais, informaram à Agência Efe fontes militares israelenses.
Em comunicados enviados à imprensa, as duas milícias indicaram que os foguetes foram lançados em resposta à morte ontem do líder do braço armado do Hamas, Ahmed Jaabari, ao ser atingido por um foguete israelense, ação com a qual Israel iniciou a operação "Pilar defensivo", na qual morreram 15 palestinos, nove deles civis.
Três civis israelenses morreram, além disso, em sua casa de Kiryat Malaji pelo impacto de um projétil lançado da Faixa de Gaza.
A última vez que as sirenes antiaéreas foram ouvidas na cidade foi em 1991, quando o então presidente iraquiano, Saddam Hussein, lançou mísseis Scud contra Israel em represália pelo início da Guerra do Golfo. EFE
Alarmes antiaéreos disparam em Tel Aviv pela 1ª vez desde Guerra do Golfo
15 de novembro de 2012 • 16h22
Os alarmes antiaéreos soaram nesta quinta-feira em Tel Aviv pela primeira vez desde a Guerra do Golfo de 1991 devido à queda de um foguete, informou o exército israelense.
O porta-voz do Exército israelense, Yoav Mordejai, declarou à imprensa que "não houve queda de foguetes" na cidade, o que sugere a possibilidade de um foguete ter sido interceptado no ar pelo sistema de defesa antimísseis israelense.
A polícia detalhou, por sua parte, que "existem grandes possibilidades que um foguete tenha caído no mar nos arredores meridionais da cidade".
"Não existe confirmação de quedas em terra após uma busca policial nem há informação de feridos ou danos", explicou à Efe o porta-voz policial, Micky Rosenfeld.
Os projéteis se dirigiam em direção ao denominado bloco Dan, a região que integra e rodeia Tel Aviv, coração econômico de Israel e à qual nunca antes tinham chegado foguetes lançados de Gaza.
Mordejai insistiu que as normas de segurança para os cidadãos de Israel seguem limitando-se a um raio de 40 quilômetros de Gaza, o que exclui Tel Aviv.
"A noite não será tranquila", acrescentou.
Em Gaza, os braços armados do Hamas e da Jihad Islâmica reivindicaram o lançamento de dois foguetes tipo Fajr, de fabricação iraniana e 60 quilômetros de alcance, um contra Yafa (cidade anexa a Tel Aviv) e outro contra Rishon Le Zion, quarta maior cidade do país.
Em Rishon o foguete caiu em um descampado perto da cidade, cerca de 15 quilômetros ao sudeste de Tel Aviv, sem causar danos pessoais nem materiais, informaram à Agência Efe fontes militares israelenses.
Em comunicados enviados à imprensa, as duas milícias indicaram que os foguetes foram lançados em resposta à morte ontem do líder do braço armado do Hamas, Ahmed Jaabari, ao ser atingido por um foguete israelense, ação com a qual Israel iniciou a operação "Pilar defensivo", na qual morreram 15 palestinos, nove deles civis.
Três civis israelenses morreram, além disso, em sua casa de Kiryat Malaji pelo impacto de um projétil lançado da Faixa de Gaza.
A última vez que as sirenes antiaéreas foram ouvidas na cidade foi em 1991, quando o então presidente iraquiano, Saddam Hussein, lançou mísseis Scud contra Israel em represália pelo início da Guerra do Golfo. EFE
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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO
Com tensão em Gaza, Israel autoriza convocação de 30 mil reservistas
O Ministério da Defesa de Israel autorizou nesta quinta-feira (15) a convocação de 30 mil reservistas, por conta do aumento da tensão com o Hamas no território palestino da Faixa de Gaza. Pelo menos 19 morreram na região desde o começo do confronto, na quarta-feira (14).
"Estamos em um processo de expansão da campanha", disse um porta-voz do ministério, acrescentando que o grupo pode ser mobilizado "imediatamente".
Depois "determinaremos quantos deles serão chamados", disse. "Todas as opções estão sobre a mesa.".
Nesta quinta-feira à tarde, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, havia afirmado que Israel "continuará realizando as ações necessárias para defender sua população".
el Aviv
Mais cedo, um foguete disparado da Faixa de Gaza atingiu a região de Tel Aviv, maior cidade de Israel.
A rádio militar israelense havia informado que o foguete tinha caído na cidade, mas depois o exército negou, e fontes disseram que ele caiu no Mar Mediterrâneo.
Sirenes fizeram os moradores procurar abrigo no centro comercial da cidade, em pânico, e um estrondo foi ouvido.
O braço armado da Jihad Islâmica, as Brigadas Al-Qods, afirmou em um comunicado que havia bombardeado Tel Aviv "com um foguete Fajr 5", de fabricação iraniana, que tem um alcance máximo de 75 quilômetros, e que "o pior estava por vir".
Segundo a imprensa israelense, é a primeira desde 1991, quando o Iraque de Saddam Hussein lançou mísseis Scud, que um foguete cai nas imediações de Tel Aviv.
Segundo dia de confrontos
Três civis israelenses e dez palestinos morreram nesta quinta no segundo dia de uma grande ofensiva aérea israelense contra Gaza, com o risco de o confronto se transformar em uma guerra aberta. O exército israelense anunciou a convocação de 30 mil reservistas.
Três pessoas morreram em Israel, vítimas de um foguete. Foi o primeiro relato de mortes de israelenses desde a véspera, quando bombardeios israelenses provocaram a morte de Ahmed Jaabali, líder militar do movimento palestino Hamas, e de mais oito palestinos.
As mortes ocorreram na cidade de Kiryat Malachi, ao norte de Gaza, segundo a polícia. Outras duas pessoas ficaram feridas, de acordo com o porta-voz Micky Rosenfeld.
Segundo a imprensa israelense, as vítimas são um casal de cerca de 30 anos e uma mulher de 20, que vivia em um apartamento vizinho.
As aulas foram suspensas em todas as localidades do sul de Israel localizadas a até 40 quilômetros da Faixa de Gaza.
Vítimas palestinas
Cinco das dez vítimas palestinas eram militantes das Brigadas Ezzedin al-Qassam, braço armado do Hama, segundo um comunicado desta organização.
Outras duas são um homem de 60 anos de Beit Lahiya (norte de Gaza) e um menino de Khan Yunis (sul).
Desde o início da operação militar chamada de "Pilar de Defesa", que começou na quarta-feira com o assassinato do chefe militar do Hamas Ahmed al-Jaabari, as forças israelenses mataram 16 pessoas e feriram pelo menos 150, segundo fontes locais.
O funeral de Ahmed al-Jaabari ocorreu pela manhã, na presença de centenas de pessoas, entre as quais dezenas de combatentes do Hamas.
O exército israelense informou ter disparado na madrugada desta quinta-feira "uma centena de foguetes de médio e longo alcance", dizendo ter provocado grandes danos na capacidade do Hamas de disparar foguetes.
O exército relatou ainda que a aviação atacou grupos que se preparavam para disparar foguetes contra o sul de Israel e que os tanques também dispararam.
As brigadas palestinas reivindicaram o disparo de ao menos 100 foguetes contra Israel.
Mobilização
A polícia israelense informou que centenas de seus funcionários foram mobilizados "em todos os setores sensíveis do território" para evitar eventuais atentados.
O ministro israelense de Educação, Guideón Saar, próximo ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, indicou à rádio pública israelense que "não havia sido tomada nenhuma decisão quanto a lançar uma operação terrestre contra a Faixa de Gaza".
Segundo Saar, "não se exclui tal operação e o exército está pronto".
Na quarta-feira à noite na ONU, a embaixadora americana Susan Rice reafirmou o apoio dos Estados Unidos a Israel diante dos ataques brutais do Hamas.
O Egito, que havia contribuído para acalmar a situação na véspera, após três dias de confrontos, convocou os Estados Unidos a intervirem imediatamente para que Israel pare com seus ataques contra Gaza.
O presidente egípcio, Mohamed Morsi, chamou para consultas seu embaixador em Israel e convocou a Liga Árabe a organizar uma reunião de urgência dos ministros das Relações Exteriores árabes.
O embaixador israelense deixou o Cairo, mas a viagem foi qualificada como visita rotineira a seu país de origem e o governo de Israel afirmou que sua representação no Cairo permaneceria aberta.
O Hamas é uma vertente da Irmandade Muçulmana, que agora governa o Egito, o mais poderoso vizinho árabe de Israel e parceiro crucial desde o acordo de paz firmado entre os dois países em 1979, e que se mantém em meio a um quadro de frágil estabilidade e caos regional.
A Irmandade convocou um "dia de fúria" nas capitais árabes na sexta-feira.
No Líbano, o grupo Hezbollah, milícia xiita apoiada pelo Irã, qualificou os ataques israelenses a Gaza como "agressão criminosa" e pediu para que os Estados árabes "parem o genocídio".
O Hezbollah tem milhares de combatentes e cerca de 50 mil foguetes no sul do Líbano direcionados para o Estado judaico, segundo o Exército israelense. Mas a fronteira libanesa permaneceu calma.
Já o Irã classificou nesta quinta-feira de "terrorismo organizado" o ataque e denunciou o "silêncio das organizações internacionais".
O Ministério da Defesa de Israel autorizou nesta quinta-feira (15) a convocação de 30 mil reservistas, por conta do aumento da tensão com o Hamas no território palestino da Faixa de Gaza. Pelo menos 19 morreram na região desde o começo do confronto, na quarta-feira (14).
"Estamos em um processo de expansão da campanha", disse um porta-voz do ministério, acrescentando que o grupo pode ser mobilizado "imediatamente".
Depois "determinaremos quantos deles serão chamados", disse. "Todas as opções estão sobre a mesa.".
Nesta quinta-feira à tarde, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, havia afirmado que Israel "continuará realizando as ações necessárias para defender sua população".
el Aviv
Mais cedo, um foguete disparado da Faixa de Gaza atingiu a região de Tel Aviv, maior cidade de Israel.
A rádio militar israelense havia informado que o foguete tinha caído na cidade, mas depois o exército negou, e fontes disseram que ele caiu no Mar Mediterrâneo.
Sirenes fizeram os moradores procurar abrigo no centro comercial da cidade, em pânico, e um estrondo foi ouvido.
O braço armado da Jihad Islâmica, as Brigadas Al-Qods, afirmou em um comunicado que havia bombardeado Tel Aviv "com um foguete Fajr 5", de fabricação iraniana, que tem um alcance máximo de 75 quilômetros, e que "o pior estava por vir".
Segundo a imprensa israelense, é a primeira desde 1991, quando o Iraque de Saddam Hussein lançou mísseis Scud, que um foguete cai nas imediações de Tel Aviv.
Segundo dia de confrontos
Três civis israelenses e dez palestinos morreram nesta quinta no segundo dia de uma grande ofensiva aérea israelense contra Gaza, com o risco de o confronto se transformar em uma guerra aberta. O exército israelense anunciou a convocação de 30 mil reservistas.
Três pessoas morreram em Israel, vítimas de um foguete. Foi o primeiro relato de mortes de israelenses desde a véspera, quando bombardeios israelenses provocaram a morte de Ahmed Jaabali, líder militar do movimento palestino Hamas, e de mais oito palestinos.
As mortes ocorreram na cidade de Kiryat Malachi, ao norte de Gaza, segundo a polícia. Outras duas pessoas ficaram feridas, de acordo com o porta-voz Micky Rosenfeld.
Segundo a imprensa israelense, as vítimas são um casal de cerca de 30 anos e uma mulher de 20, que vivia em um apartamento vizinho.
As aulas foram suspensas em todas as localidades do sul de Israel localizadas a até 40 quilômetros da Faixa de Gaza.
Vítimas palestinas
Cinco das dez vítimas palestinas eram militantes das Brigadas Ezzedin al-Qassam, braço armado do Hama, segundo um comunicado desta organização.
Outras duas são um homem de 60 anos de Beit Lahiya (norte de Gaza) e um menino de Khan Yunis (sul).
Desde o início da operação militar chamada de "Pilar de Defesa", que começou na quarta-feira com o assassinato do chefe militar do Hamas Ahmed al-Jaabari, as forças israelenses mataram 16 pessoas e feriram pelo menos 150, segundo fontes locais.
O funeral de Ahmed al-Jaabari ocorreu pela manhã, na presença de centenas de pessoas, entre as quais dezenas de combatentes do Hamas.
O exército israelense informou ter disparado na madrugada desta quinta-feira "uma centena de foguetes de médio e longo alcance", dizendo ter provocado grandes danos na capacidade do Hamas de disparar foguetes.
O exército relatou ainda que a aviação atacou grupos que se preparavam para disparar foguetes contra o sul de Israel e que os tanques também dispararam.
As brigadas palestinas reivindicaram o disparo de ao menos 100 foguetes contra Israel.
Mobilização
A polícia israelense informou que centenas de seus funcionários foram mobilizados "em todos os setores sensíveis do território" para evitar eventuais atentados.
O ministro israelense de Educação, Guideón Saar, próximo ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, indicou à rádio pública israelense que "não havia sido tomada nenhuma decisão quanto a lançar uma operação terrestre contra a Faixa de Gaza".
Segundo Saar, "não se exclui tal operação e o exército está pronto".
Na quarta-feira à noite na ONU, a embaixadora americana Susan Rice reafirmou o apoio dos Estados Unidos a Israel diante dos ataques brutais do Hamas.
O Egito, que havia contribuído para acalmar a situação na véspera, após três dias de confrontos, convocou os Estados Unidos a intervirem imediatamente para que Israel pare com seus ataques contra Gaza.
O presidente egípcio, Mohamed Morsi, chamou para consultas seu embaixador em Israel e convocou a Liga Árabe a organizar uma reunião de urgência dos ministros das Relações Exteriores árabes.
O embaixador israelense deixou o Cairo, mas a viagem foi qualificada como visita rotineira a seu país de origem e o governo de Israel afirmou que sua representação no Cairo permaneceria aberta.
O Hamas é uma vertente da Irmandade Muçulmana, que agora governa o Egito, o mais poderoso vizinho árabe de Israel e parceiro crucial desde o acordo de paz firmado entre os dois países em 1979, e que se mantém em meio a um quadro de frágil estabilidade e caos regional.
A Irmandade convocou um "dia de fúria" nas capitais árabes na sexta-feira.
No Líbano, o grupo Hezbollah, milícia xiita apoiada pelo Irã, qualificou os ataques israelenses a Gaza como "agressão criminosa" e pediu para que os Estados árabes "parem o genocídio".
O Hezbollah tem milhares de combatentes e cerca de 50 mil foguetes no sul do Líbano direcionados para o Estado judaico, segundo o Exército israelense. Mas a fronteira libanesa permaneceu calma.
Já o Irã classificou nesta quinta-feira de "terrorismo organizado" o ataque e denunciou o "silêncio das organizações internacionais".
[centralizar]Mazel Tov![/centralizar]
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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO
ISRAEL APROVOU O ASSASSÍNIO DO COMANDANTE DO HAMAS EM MEIO A CONVERSAÇÕES PARA UM PAZ DE LONGO PRAZO.
Negociador de paz israelense, Gershon Baskin, disse que o assassinato de Jabari "matou a possibilidade de conseguir uma trégua".
John Glaser - Antiwar.com, November 15, 2012.
Apenas horas antes de assassinar o comandante do Hamas, Ahmed Jabari, na terça-feira, Israel tinha recebido o rascunho da proposta para um acordo. Mas aprovou o ataque aéreo, assim mesmo, escolhendo a escalada ao invés da resolução.
O ativista da paz, Gershoh Baskin, que ajudou a negociar a libertação de Gilad Shalit e mantém contatos com os líderes do Hamas, disse que o acordo de trégua incluía protocolos para a manutenção de um cessar-fogo no caso de violência nas fronteiras entre Israel e Gaza.
Baskin contou ao Haaretz que funcionários superiores em Israel sabiam sobre o iminente acordo de trégua, mas, mesmo assim, aprovaram o assassinato, presumivelmente, no conhecimento de que isto poria fim à trégua e escalaria o conflito com Gaza.
"Eu penso que eles cometeram um erro trágico," disse Baskin, "que custará as vidas de um bocado de gente inocente de ambos os lados." Ele acrescentou que o assassinato de Jabari, "matou a possibilidade de conseguir uma trégua."
“This blood could have been spared. Those who made the decision must be judged by the voters, but to my regret they will get more votes because of this,” he added.
"Este sangue podia ter sido poupado. Aqueles que tomaram a decisão precisam ser julgados pelos eleitores, mas, para meu pesar, eles ganharão ainda mais votos por causa disso," acrescentou.
"De acordo com Baskin," relata o Haaretz, "durante os últimos dois anos, Jabari reconheceu que os momentos de hostilidades com Israel não beneficiavam, nem o Hamas, nem os habitantes da Faixa de Gaza e somente provocavam sofrimentos, e várias vezes atuou para impedir ataques do Hamas contra Israel."
Até mesmo quando o Hamas era atraído para participar no disparo de foguetes, estes sempre caíam em terrenos baldios. "E isso era intencional," disse Baskin.
'Por que meu filho teve de morrer assim?', diz editor da BBC em Gaza.
Bombardeio israelense mata também cunhada e deixa irmão e outro filho de Jihad Masharawi feridos.
O palestisno Jihad Masharawi chora a morte do filho Ahmad, de 11 meses, no hospital de Shifa, após ataque israelense à Cidade de Gaza na quarta-feira (14) (Foto: BBC)
BBC - 15.11.12.
A família do jornalista da BBC Jihad Masharawi está entre as vítimas civis da recente onda de ataques entre Israel e a faixa de Gaza.
Mashhrawi, editor de fotografia da seção árabe do Serviço Mundial da BBC, perdeu seu filho de 11 meses, Omar, durante um bombardeio em sua casa na Cidade de Gaza. O bebê morreu no hospital, com queimaduras na maior parte do corpo.
A cunhada de Masharawi também morreu. Seu outro filho, Ali, e seu irmão estão no hospital com ferimentos graves.
'O que o meu filho fez para morrer assim?', lamentou Masharawi . 'Qual foi o seu erro? Ele tem dez ou onze meses, o que ele fez?'
A violência vem aumentando em Gaza e no sul de Israel depois que ataques israelenses na quarta-feira mataram mais de dez palestinos, entre eles o chefe do braço militar do Hamas, Ahmed Said al-Jaabari.
Nesta quinta-feira, o governo de Israel divulgou imagens da operação que matou Jaabari. O vídeo aéreo mostra o carro de Jaabari sendo monitorado pelos militares. Poucos segundos depois, o carro é atingido por um bombardeio. Jaabari, de 46 anos, morreu na hora.
Em um discurso, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o país está 'preparado para tomar qualquer ação necessária' para se defender.
Pouco depois, o líder político do Hamas, Khaled Meshal, que vive exilado no Sudão, disse que 'Israel jamais derrotará a Faixa de Gaza'.
Negociador de paz israelense, Gershon Baskin, disse que o assassinato de Jabari "matou a possibilidade de conseguir uma trégua".
John Glaser - Antiwar.com, November 15, 2012.
Apenas horas antes de assassinar o comandante do Hamas, Ahmed Jabari, na terça-feira, Israel tinha recebido o rascunho da proposta para um acordo. Mas aprovou o ataque aéreo, assim mesmo, escolhendo a escalada ao invés da resolução.
O ativista da paz, Gershoh Baskin, que ajudou a negociar a libertação de Gilad Shalit e mantém contatos com os líderes do Hamas, disse que o acordo de trégua incluía protocolos para a manutenção de um cessar-fogo no caso de violência nas fronteiras entre Israel e Gaza.
Baskin contou ao Haaretz que funcionários superiores em Israel sabiam sobre o iminente acordo de trégua, mas, mesmo assim, aprovaram o assassinato, presumivelmente, no conhecimento de que isto poria fim à trégua e escalaria o conflito com Gaza.
"Eu penso que eles cometeram um erro trágico," disse Baskin, "que custará as vidas de um bocado de gente inocente de ambos os lados." Ele acrescentou que o assassinato de Jabari, "matou a possibilidade de conseguir uma trégua."
“This blood could have been spared. Those who made the decision must be judged by the voters, but to my regret they will get more votes because of this,” he added.
"Este sangue podia ter sido poupado. Aqueles que tomaram a decisão precisam ser julgados pelos eleitores, mas, para meu pesar, eles ganharão ainda mais votos por causa disso," acrescentou.
"De acordo com Baskin," relata o Haaretz, "durante os últimos dois anos, Jabari reconheceu que os momentos de hostilidades com Israel não beneficiavam, nem o Hamas, nem os habitantes da Faixa de Gaza e somente provocavam sofrimentos, e várias vezes atuou para impedir ataques do Hamas contra Israel."
Até mesmo quando o Hamas era atraído para participar no disparo de foguetes, estes sempre caíam em terrenos baldios. "E isso era intencional," disse Baskin.
'Por que meu filho teve de morrer assim?', diz editor da BBC em Gaza.
Bombardeio israelense mata também cunhada e deixa irmão e outro filho de Jihad Masharawi feridos.
O palestisno Jihad Masharawi chora a morte do filho Ahmad, de 11 meses, no hospital de Shifa, após ataque israelense à Cidade de Gaza na quarta-feira (14) (Foto: BBC)
BBC - 15.11.12.
A família do jornalista da BBC Jihad Masharawi está entre as vítimas civis da recente onda de ataques entre Israel e a faixa de Gaza.
Mashhrawi, editor de fotografia da seção árabe do Serviço Mundial da BBC, perdeu seu filho de 11 meses, Omar, durante um bombardeio em sua casa na Cidade de Gaza. O bebê morreu no hospital, com queimaduras na maior parte do corpo.
A cunhada de Masharawi também morreu. Seu outro filho, Ali, e seu irmão estão no hospital com ferimentos graves.
'O que o meu filho fez para morrer assim?', lamentou Masharawi . 'Qual foi o seu erro? Ele tem dez ou onze meses, o que ele fez?'
A violência vem aumentando em Gaza e no sul de Israel depois que ataques israelenses na quarta-feira mataram mais de dez palestinos, entre eles o chefe do braço militar do Hamas, Ahmed Said al-Jaabari.
Nesta quinta-feira, o governo de Israel divulgou imagens da operação que matou Jaabari. O vídeo aéreo mostra o carro de Jaabari sendo monitorado pelos militares. Poucos segundos depois, o carro é atingido por um bombardeio. Jaabari, de 46 anos, morreu na hora.
Em um discurso, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o país está 'preparado para tomar qualquer ação necessária' para se defender.
Pouco depois, o líder político do Hamas, Khaled Meshal, que vive exilado no Sudão, disse que 'Israel jamais derrotará a Faixa de Gaza'.